O surto de covid-19 colocou a
vida das empresas e a estabilidade dos vínculos laborais em causa, mas os
riscos para a actividade económica não travaram a distribuição de 694 milhões
de euros aos accionistas da EDP.
A Assembleia Geral anual da EDP
aprovou a proposta da administração de distribuir um dividendo de 19 cêntimos
brutos por acção, face ao ano de 2019, o que representa uma quantia total
de 694,7 milhões de euros a ser paga aos accionistas.
Num comunicado enviado
à CMVM (Comissão de Mercado de Valores Mobiliários) nesta
quinta-feira, a empresa liderada por António Mexia anunciou que vai
começar a distribuir os dividendos pelos accionistas a partir do próximo dia 14
de Maio.
O montante distribuído face ao
exercício de 2019 será o mesmo do ano anterior, e a proporção face aos
lucros (o chamado payout), mantém-se também nos 134%, uma vez que a
empresa anunciou uma quebra nos lucros em 2019.
Em comunicado, a comissão
sindical da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas e
Eléctricas (Fiequimetal/CGTP-IN) denuncia que a EDP tem colocado entraves
à negociação da tabela salarial com os trabalhadores mas que em plena
pandemia tem mais de 600 milhões de euros para distribuir lucros aos
accionistas.
Também na Galp se perspectiva o
pagamento de 318 milhões de euros em lucros aos accionistas. A mesma empresa,
cuja Assembleia Geral reunirá a 24 de Abril, já despediu este mês mais de 80 trabalhadores com vínculos
precários, só na refinaria de Sines.
A Jerónimo Martins tem até final
de Junho para decidir se avança com a distribuição de 216 milhões de euros em
dividendos.
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