Até 8% da população mundial pode cair na pobreza, devido aos efeitos da pandemia
A organização não-governamental
(ONG) Oxfam afirma que a pandemia do novo coronavírus pode colocar mais de 500
milhões de pessoas em situação de pobreza, na ausência de medidas de apoio aos
países mais desmunidos.
No relatório intitulado "O
Preço da Dignidade", a Oxfam indicou que entre 6% a 8% da população
mundial podem cair na pobreza, devido à paragem das economias para controlar a
propagação do vírus.
"Isto pode significar à
escala mundial um recuo de 10 anos na luta contra a pobreza e um recuo de 30
anos em certas regiões, como a África subsariana, o Médio Oriente ou a África
do Norte", com mais de metade da população mundial ameaçada de cair em
situação de pobreza após a pandemia, acrescentou a ONG.
O aviso da Oxfam foi divulgado
antes das reuniões, previstas para este mês, do Fundo Monetário Internacional
(FMI) e do Banco Mundial, bem como os ministros das Finanças do G-20, que se
vão desenrolar de forma digital.
Sem sistemas de proteção social,
os países mais pobres vão ser os mais afetados, tal como as populações com
menos recursos, designadamente as mulheres.
Para evitar estes cenários, a
Oxfam recomendou a atribuição de uma ajuda financeira direta às pessoas mais
afetadas, um apoio prioritário às pequenas empresas e o condicionamento da
ajuda financeira às maiores a medidas que tomem em favor das populações
favoráveis.
A Oxfam defendeu também a
anulação este ano dos reembolsos da dívida por parte dos países mais pobres,
citando o exemplo do Gana, que poderia "fornecer 20 dólares por mês a cada
um das suas 16 milhões de crianças, pessoas com limitações e pessoas idosas do
pais durante seis meses", se fosse libertado dos prazos de pagamento da
dívida.
Entre as outras recomendações da
Oxfam estão o aumento dos recursos do FMI para lhe permitir ajudar os países
mais pobres, o aumento imediato da ajuda pública ao desenvolvimento dos países
dadores e a criação urgente de impostos de solidariedade sobre os lucros extraordinários,
as maiores fortunas, os produtos financeiros especulativos e as atividades com
um impacto negativo sobre o ambiente.
TSF | Lusa
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