sexta-feira, 15 de maio de 2020

Covid-19: polícia angolana mata jovem de 14 anos ao dispersar multidão


É o segundo incidente mortal em cinco dias

A polícia angolana anunciou esta quinta-feira a morte de um jovem de 14 anos, baleado pelas forças da ordem quando tentavam dispersar um aglomerado de pessoas, fazendo cumprir as regras do estado de emergência. Este é o segundo incidente do género em cinco dias.

Segundo o porta-voz da Polícia Nacional, Valdemar José, o caso aconteceu no mercado e praia das Tombas, em Benguela, que se dedica à venda de peixe e as forças de segurança terão sido chamadas ao local onde decorria uma contenda entre vendedoras de peixe.

“Infelizmente foram recebidas com paus, facas, catanas, pedras, etc.”, sublinhou, acrescentando que se a polícia é chamada para repor a ordem “não é de todo aceitável” que “seja recebida de forma contundente pelos cidadãos ao ponto de termos alguns polícias feridos”.

Segundo Valdemar José, se não fossem efetuados tiros para dispersar os populares não se sabe “qual seria o desfecho”.

Em resultado desta ação, a polícia “feriu um cidadão de 26 anos e acabou por matar um outro cidadão de 14 anos”, adiantou, lamentando o sucedido.

O Comando Província de Benguela da Polícia Nacional adiantou num comunicado que foram detidos três jovens, dois de 16 e um de 19 anos de idade, estando no “encalço de outros implicados foragidos”.

No sábado, um outro jovem, de 21 anos, em Luanda, morreu na sequência de disparos efetuados por efetivos policiais, para dispersar um ajuntamento de pessoas, na zona do Rocha Pinto, em Luanda.

De acordo com a polícia, os cidadãos "partiram para agressão contra as forças da ordem, arremessando paus, pedras e garrafas", mas familiares do jovem alegam ter sido morto porque não estava a usar máscara.

A polícia angolana tem sido acusada de uso excessivo de força durante o estado de emergência, que Angola cumpre desde o dia 27 de março, para conter a pandemia de Covid-19.

Por seu lado, as autoridades policiais têm reportado atos de desobediência e mesmo agressões físicas dos cidadãos aos agentes.

TVI 24

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