As Forças de Defesa e Segurança
(FDS) de Moçambique abateram, nas últimas 48 horas, um total de 50 membros dos
grupos que têm protagonizado ataques armados em Cabo Delgado , norte
do país.
Segundo o anúncio do ministro do
Interior de Moçambique, Amade Miquidade, esta quinta-feira (14.05), em Maputo,
a primeira incursão das FDS ocorreu na quarta-feira (13.05), quando um grupo de
insurgentes foi surpreendido pelas autoridades em três viaturas, igual número
de motorizadas e um camião cisterna, que terá sido roubado, na estrada que liga
Chinda e Mbau, no distrito de Mocímboa da Praia.
Nesta ocasião, durante os
confrontos, terão sido abatidos 42 atacantes, além de terem sido destruídos as
viaturas.
A segunda operação ocorreu na
madrugada de quinta-feira em Quissanga, quando um grupo insurgente tentou
invadir novamente o distrito e, durante confrontações com as FDS, oito membros
foram abatidos e outros, em número desconhecido, foram feridos.
"As Forças de Defesa e
Segurança condenam de forma veemente as repugnantes e calamitosas façanhas dos
assassinos, assim como a destruição indiscriminada de bens da nossa
população", afirmou Amade Miquidade, acrescentando que o objetivo dos
grupos é "inviabilizar, através do terror, medo e desunião, a vontade dos
moçambicanos de construírem uma nação próspera na base dos ricos recursos que
abundam naquela parcela do país".
Sequência de ataques
Segundo o ministro, as incursões
das FDS ocorreram após uma sequência de ataques dos grupos insurgentes
registados nos distritos de Nangade, Quissanga, Mocímboa da Praia, Meluco,
Muidumbe e Mueda, entre os dias 03 e 13 deste mês.
Destas incursões, as autoridades
registaram um total de 11 aldeias destruídas, 16 cidadãos raptados e outros 14
desaparecidos, além da vandalização de linhas de comunicações móveis e de um
hospital recém-construído em Awasse.
"As ações de terror não
surgem de forma fortuita, carregam uma agenda externa, contra a qual apelamos à
união de todo o povo moçambicano", declarou Amade Miquidade, que exortou
as comunidades locais a cooperarem com as autoridades.
Violência armada
Cabo Delgado, região onde avançam
megaprojetos para a extração de gás natural, vê-se a braços com ataques de
grupos armados classificados como uma ameaça terrorista desde outubro de 2017 e
que já provocaram a morte de, pelo menos, 550 pessoas. As autoridades moçambicanas
contabilizam 162 mil afetados pela violência armada na província.
No final de março, as vilas de
Mocímboa da Praia e Quissanga foram invadidas por um grupo, que destruiu várias
infraestruturas e içou a sua bandeira num quartel das Forças de Defesa e
Segurança.
Na ocasião, num vídeo distribuído
na internet, um alegado militante 'jihadista' justificou os ataques de grupos
armados no norte de Moçambique com o objetivo de impor uma lei islâmica na
região.
Foi a primeira mensagem divulgada
por supostos autores dos ataques que ocorrem desde outubro de 2017 na província
de Cabo Delgado, gravada numa das povoações que invadiram.
Deutsche Welle | Lusa
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