LISBOA QUASE COM 400 CASOS E
CERCA DE 60 NO RESTO DO PAÍS
Região de Lisboa e Vale do Tejo é
campeã de novos casos de covid-19, 90 por cento do total do país. Autoridades
da saúde e do governo afirmam que está tudo sobre controlo… mas os números não
dão sinal disso. Devemos confiar naquilo que dizem? Imensos portugueses não
confiam e o medo está a invadir a capital e arredores.
Estamos apostados em ver
onde esta displicência vai parar, quantos mais infetados vai vitimar e quantos
mais idosos vai matar.
É certo que a morte de idosos traz vantagens económicas à segurança social no que
corresponde à poupança em reformas e pensões que, por morte dos beneficiários,
vai deixar de ter de pagar… Ás vezes acontecem “coisas” que ultrapassam o
entendimento razoável e retiram crédito à afirmação da constitucionalidade que reconhece aos
cidadãos o direito e a proteção à saúde e à vida. O que vimos são políticas aliadas ao
padecimento e à mortandade. (PG)
457 novos casos de covid em Portugal. Pior
registo desde que o país desconfinou
Há ainda mais três vítimas mortais
a registar, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde. 86% dos
novos casos localizam-se na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Em Portugal, nas últimas 24
horas, morreram mais três pessoas e foram confirmados mais 457 casos de covid-19
(um aumento de 1,1% em relação ao dia anterior). Trata-se do pior registo do
país praticamente desde o início do plano de desconfinamento, que começou a 4
de maio e terminou a 1 de junho. É preciso recuar ao dia 8 de maio para
encontrar um valor mais elevado (553 infetados).
Segundo o boletim epidemiológico
da Direção-Geral da Saúde (DGS) deste domingo (28 de junho), no total, desde
que a pandemia começou registaram-se 41646 infetados, 27066 recuperados (mais
202) e 1564 vítimas mortais no país.
Ou seja, há, neste momento, 13
016 doentes portugueses ativos a ser acompanhados pelas autoridades de saúde.
Número que aumentou pelo sétimo dia consecutivo (mais 272 que ontem).
391 dos 457 novos infetados (86%)
têm residência na região de Lisboa e Vale do Tejo. Tal como dois dos três
óbitos registados no último dia. O terceiro encontra-se no Alentejo.
A taxa de letalidade global do
país encontra-se hoje nos 3,8%, subindo aos 16,3% no caso das pessoas com mais
de 70 anos - as principais vítimas mortais da pandemia.
Os restante infetados
distribuem-se pelo Norte (que apresenta hoje mais 31 casos), pelo Algarve (mais
17), pelo Centro (14) e pelo Alentejo (quatro).
A nível municipal, os concelhos
com mais novos casos são Lisboa (76 novas infeções), Sintra (65), Amadora (44)
e Oeiras (40).
Este domingo, estão internados
458 doentes (mais 16 que ontem), sendo que destes 75 encontram-se nos
cuidados intensivos (mais cinco).
O boletim da DGS indica ainda que
aguardam resultados laboratoriais 1511 pessoas e estão em vigilância pelas
autoridades de saúde mais de 31 mil. O sintoma mais comum entre os infetados é
a tosse (que afeta 37% dos doentes), seguida da febre (28%) e de dores
musculares (21%).
Costa. "Mesmo numa situação
controlada há sempre o risco de novos surtos"
O primeiro-ministro português
moderou o otimismo nos últimos dias e numa conversa com o jornal espanhol "La Vanguardia", publicada este domingo,
mostrou-se cauteloso quanto à situação epidemiológica portuguesa. Numa altura
em que o país continua a registar um aumento dos casos de covid diários em
relação ao período de confinamento, António Costa diz que "ainda é
cedo para conclusões" e fala na possibilidade de uma alteração na
"realidade estatística" nacional.
"Mesmo numa situação
controlada há sempre o risco de novos surtos, que podem alterar a realidade
estatística, como vimos esta semana", lembra o governante que não se alargou perante um
elogio à capacidade portuguesa de lidar com a pandemia refletida na taxa de
letalidade. "Devemos ser muito pudentes com as comparações
internacionais, porque os critérios seguidos são muito diversos".
Posta de parte ficou também a
ideia de que Lisboa e Vale do Tejo poderia estar a sofrer já com uma segunda
onda da pandemia. O primeiro-ministro rejeitou a possibilidade de
"agravamento" na zona, insistindo antes numa exceção "à redução
generalizada registada em todo o território".
Pandemia ultrapassa 10 milhões de
infetados no mundo inteiro
O novo coronavírus passou, este
domingo, a barreira dos dez milhões de casos no mundo inteiro, segundo
dados oficiais. Há agora 5,4 milhões de recuperados e 502 476 mortes a
registar.
No total, os Estados Unidos da
América são o país com a maior concentração de casos (2 606 503) e de mortes
(128 201). Em termos de número de infetados, seguem-se o Brasil (1 319 274) e a
Rússia (634 437). Portugal surge em 36.º lugar nesta tabela.
Quanto aos óbitos no mundo,
depois dos Estados Unidos, o Brasil é a nação com mais mortes declaradas (57 149).
Seguem-se o Reino Unido (43 550) e a Itália (34 716).
Rita Rato Nunes | Diário de Notícias
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