domingo, 28 de junho de 2020

Covid-19 lisboeta | Desconfinem, desconfinem… Está tudo sobre controlo. Está?


LISBOA QUASE COM 400 CASOS E CERCA DE 60 NO RESTO DO PAÍS

Região de Lisboa e Vale do Tejo é campeã de novos casos de covid-19, 90 por cento do total do país. Autoridades da saúde e do governo afirmam que está tudo sobre controlo… mas os números não dão sinal disso. Devemos confiar naquilo que dizem? Imensos portugueses não confiam e o medo está a invadir a capital e arredores. 

Estamos apostados em ver onde esta displicência vai parar, quantos mais infetados vai vitimar e quantos mais idosos vai matar. 

É certo que a morte de idosos traz vantagens económicas à segurança social no que corresponde à poupança em reformas e pensões que, por morte dos beneficiários, vai deixar de ter de pagar… Ás vezes acontecem “coisas” que ultrapassam o entendimento razoável e retiram crédito à afirmação da constitucionalidade que reconhece aos cidadãos o direito e a proteção à saúde e à vida. O que vimos são políticas aliadas ao padecimento e à mortandade. (PG)

457 novos casos de covid em Portugal. Pior registo desde que o país desconfinou

Há ainda mais três vítimas mortais a registar, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde. 86% dos novos casos localizam-se na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram mais três pessoas e foram confirmados mais 457 casos de covid-19 (um aumento de 1,1% em relação ao dia anterior). Trata-se do pior registo do país praticamente desde o início do plano de desconfinamento, que começou a 4 de maio e terminou a 1 de junho. É preciso recuar ao dia 8 de maio para encontrar um valor mais elevado (553 infetados).

Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) deste domingo (28 de junho), no total, desde que a pandemia começou registaram-se 41646 infetados, 27066 recuperados (mais 202) e 1564 vítimas mortais no país.
Ou seja, há, neste momento, 13 016 doentes portugueses ativos a ser acompanhados pelas autoridades de saúde. Número que aumentou pelo sétimo dia consecutivo (mais 272 que ontem).

391 dos 457 novos infetados (86%) têm residência na região de Lisboa e Vale do Tejo. Tal como dois dos três óbitos registados no último dia. O terceiro encontra-se no Alentejo.

A taxa de letalidade global do país encontra-se hoje nos 3,8%, subindo aos 16,3% no caso das pessoas com mais de 70 anos - as principais vítimas mortais da pandemia.

Os restante infetados distribuem-se pelo Norte (que apresenta hoje mais 31 casos), pelo Algarve (mais 17), pelo Centro (14) e pelo Alentejo (quatro).

A nível municipal, os concelhos com mais novos casos são Lisboa (76 novas infeções), Sintra (65), Amadora (44) e Oeiras (40).

Este domingo, estão internados 458 doentes (mais 16 que ontem), sendo que destes 75 encontram-se nos cuidados intensivos (mais cinco).

O boletim da DGS indica ainda que aguardam resultados laboratoriais 1511 pessoas e estão em vigilância pelas autoridades de saúde mais de 31 mil. O sintoma mais comum entre os infetados é a tosse (que afeta 37% dos doentes), seguida da febre (28%) e de dores musculares (21%).


Costa. "Mesmo numa situação controlada há sempre o risco de novos surtos"

O primeiro-ministro português moderou o otimismo nos últimos dias e numa conversa com o jornal espanhol "La Vanguardia", publicada este domingo, mostrou-se cauteloso quanto à situação epidemiológica portuguesa. Numa altura em que o país continua a registar um aumento dos casos de covid diários em relação ao período de confinamento, António Costa diz que "ainda é cedo para conclusões" e fala na possibilidade de uma alteração na "realidade estatística" nacional.

"Mesmo numa situação controlada há sempre o risco de novos surtos, que podem alterar a realidade estatística, como vimos esta semana", lembra o governante que não se alargou perante um elogio à capacidade portuguesa de lidar com a pandemia refletida na taxa de letalidade. "Devemos ser muito pudentes com as comparações internacionais, porque os critérios seguidos são muito diversos".

Posta de parte ficou também a ideia de que Lisboa e Vale do Tejo poderia estar a sofrer já com uma segunda onda da pandemia. O primeiro-ministro rejeitou a possibilidade de "agravamento" na zona, insistindo antes numa exceção "à redução generalizada registada em todo o território".

Pandemia ultrapassa 10 milhões de infetados no mundo inteiro

O novo coronavírus passou, este domingo, a barreira dos dez milhões de casos no mundo inteiro, segundo dados oficiais. Há agora 5,4 milhões de recuperados e 502 476 mortes a registar.

No total, os Estados Unidos da América são o país com a maior concentração de casos (2 606 503) e de mortes (128 201). Em termos de número de infetados, seguem-se o Brasil (1 319 274) e a Rússia (634 437). Portugal surge em 36.º lugar nesta tabela.

Quanto aos óbitos no mundo, depois dos Estados Unidos, o Brasil é a nação com mais mortes declaradas (57 149). Seguem-se o Reino Unido (43 550) e a Itália (34 716).

Rita Rato Nunes | Diário de Notícias

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