Os
inquiridos foram questionados se consideravam existirem grupos étnicos ou
raciais, por natureza, mais inteligentes, mais trabalhadores e, também,
culturas mais civilizadas do que outras. Há apenas 11% da população que rejeita
todas as crenças racistas.
Um
estudo revelou que 62% dos portugueses manifestam alguma forma de racismo e que
apenas 11% da população discorda de todas as crenças racistas apresentadas no
último inquérito do European Social Survey (ESS), noticiado este sábado pelo
jornal Público.
O
inquérito do ESS remonta a 2018 e 2019 e mede o racismo através de perguntas,
tendo sido realizada uma amostra aleatória com 1055 portugueses, a partir dos
15 anos.
Os
inquiridos foram questionados se consideravam existirem grupos étnicos ou
raciais, por natureza, mais inteligentes, mais trabalhadores e, também,
culturas mais civilizadas do que outras.
Segundo
uma reportagem publicada na edição em papel do jornal Público deste domingo,
dos inquiridos, 62% concordaram com pelo menos uma das crenças.
Já a
concordância com todas aquelas perguntas do estudo é de 32%, o que, segundo o
estudo, significa que um em cada três portugueses manifesta racismo.
Em
sentido contrário, há apenas 11% da população que rejeita todas as crenças
racistas. As conclusões do estudo permitem dizer que há três vezes mais
portugueses a manifestar racismo do que a rejeitar estas crenças.
Os
dados, fornecidos pela coordenadora nacional do ESS em Portugal, a socióloga
Alice Ramos, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa,
revelam, ainda, que na pergunta sobre se há grupos étnicos ou raciais mais
inteligentes, apenas 59% dos inquiridos discordaram.
Já
sobre a crença racista de que há grupos étnicos ou raciais por natureza mais
trabalhadores, a percentagem de quem discorda baixa praticamente para metade,
para 33,1%, enquanto relativamente à crença de que há culturas mais
civilizadas, essa percentagem é ainda mais baixa, de 12,6%.
A
análise às conclusões reflete ainda diferenças de acordo com a faixa etária,
revelando que quanto mais velhos são os inquiridos, maior é o número de
manifestações racistas.
A
reportagem destaca que 70% dos inquiridos entre os 15 e 35 anos discordam que
existam grupos étnicos ou raciais mais inteligentes, enquanto a partir dos 70
anos, a percentagem de inquiridos a discordar é de 34%.
Já
na análise às respostas de acordo com o grau de escolaridade e conforto quanto
ao rendimento, o estudo indica também diferenças.
TSF
| Lusa | Imagem: © Gonçalo Villaverde / Global Imagens
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