quinta-feira, 25 de junho de 2020

EUA transferem parte das tropas retiradas da Alemanha para a Polónia, diz Trump


O presidente norte-americano reiterou as suas relações com um dos seus principais aliados na OTAN depois de ter ameaçado retirar parte das tropas dos EUA da Alemanha devido a insatisfações com a política de Berlim.

Texto corrigido de português do Brasil (br) para português original (pt) por PG*

Donald Trump, disse que a Polónia está disposta a pagar pela presença de tropas adicionais dos EUA naquele país, e que os soldados destacados na Alemanha podem ser transferidos para lá.

"Eles [a Polónia] perguntaram-nos se poderíamos enviar mais tropas, e que vão pagar por essas tropas extra, provavelmente vamos transferi-las da Alemanha para a Polónia", disse o presidente na Casa Branca, durante uma entrevista coletiva com o seu homólogo polaco, Andrezj Duda.

Por sua vez, o presidente polaco afirmou que o seu país está preparado para receber mais militares dos EUA, acrescentando que pediu a Trump que não retirasse os seus soldados da Europa por questões de segurança.

Tratado de armas nucleares com a Rússia

Trump, por sua vez, declarou que espera dar-se bem com a Rússia, apesar da posição de Moscovo sobre o destacamento de tropas norte-americanas na Europa.

"Nós também estamos trabalhando agora mesmo com a Rússia num tratado de armas, que é uma coisa grande, especialmente armas nucleares. Acho que posso dizer que [...] estamos indo muito bem nisso", disse Trump.

Na manhã de quarta-feira (24), o representante especial dos EUA para o Controle de Armas, Marshall Billingslea, afirmou que as conversas construtivas com seu homólogo russo em Viena, esta semana, melhoraram a compreensão das questões de controle de armas entre os dois países e identificaram áreas onde a cooperação é necessária.

A próxima sessão de negociações sobre estabilidade estratégica EUA-Rússia poderá ocorrer no final de julho ou início de agosto em Viena, e a China será também convidada, acrescentou o representante.

Os grupos de trabalho técnicos norte-americanos e russos sobre controle de armas vão reunir-se nos próximos dias em Viena, disse Billingslea.

Reação de Moscovo

A Rússia, por sua vez, está a acompanhar de perto os anúncios nos EUA sobre o reposicionamento de parte do contingente norte-americano da Alemanha para a Polónia, e tomará "todas as medidas necessárias para assegurar os interesses legítimos da defesa e segurança da Rússia", afirmou Aleksandr Grushko, vice-ministro das Relações Exteriores russo.

"É claro que vamos analisar isso, não só do ponto de vista das consequências militares para a segurança regional, levando em conta os interesses legítimos da Rússia e dos nossos aliados, principalmente da Bielorrússia", disse.

"Também [levaremos o anúncio em conta] do ponto de vista do cumprimento das cláusulas do Ato Fundador OTAN-Rússia [de 1997], que contém as obrigações da aliança de se abster de destacar adicionalmente forças de combate significativas".

Grushko também referiu as ações anteriores de Washington, que tem abandonado acordos internacionais unilateralmente, incluindo o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário e o Tratado de Céus Abertos, mas também, antes disso, o Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa.

Anteriormente, Trump ameaçou retirar tropas da Alemanha, justificando a sua decisão com o incumprimento por Berlim da norma de destinar 2% do PIB para o orçamento da OTAN, e de estar recebendo gás da Rússia, ao mesmo tempo que se quer "proteger" de Moscovo.

Sputnik | © AP Photo / Czarek Sokolowsk

*Texto corrigido de português do Brasil (br) para português original (pt) por PG

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