Ontem, 25 de Junho, Moçambique completou 45 anos de independência, celebrando a
respetiva efeméride. O presidente Nyusi presidiu às cerimónias em Maputo e a
Deutsche Welle fez a respetiva cobertura através de Leonel Matias. Com 24 horas
de atraso trazemos ao PG a devida referência comemorativa.
"O
sacrifício dos nossos heróis não foi em vão"
O
Presidente Filipe Nyusi diz que o país registou "muitos progressos"
nos 45 anos da Independência Nacional e sublinha que os moçambicanos não se
devem deixar levar por quem tenta branquear a história.
O
Presidente Filipe Nyusi dirigiu as cerimónias centrais dos 45
anos da Independência Nacional na Praça dos Heróis Moçambicanos, em
Maputo.
"Volvidos
45 anos, mesmo diante de vicissitudes de vária ordem, podemos afirmar que o
sacrifício dos nossos heróis, para que hoje cada moçambicano tenha identidade e
usufrua da liberdade, não foi em vão."
Segundo
Nyusi, a ação das autoridades, "mais do que substituir a bandeira nacional
procurou dar corpo à libertação da terra e dos homens". O chefe de Estado
chamou a atenção para os progressos alcançados nos setores político, económico
e social.
"Não
deve haver pressa em esquecer os malefícios do colonialismo para que não
sejamos presas fáceis dos manipuladores de consciência que a todo o custo
tentam branquear a história do presente", afirmou o Presidente da
República.
"A
paz está novamente ameaçada"
O
chefe de Estado apontou, no entanto, que alguns desafios condicionaram o
projeto de edificação da nação, nomeadamente a guerra fria, a guerra movida
pela Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e as calamidades naturais.
O
compromisso com o diálogo, a paz, reconciliação e o aprofundamento da
democracia foi mencionado por Filipe Nyusi como uma das prioridades durante os
45 anos. Aludiu, por exemplo, ao acordo de paz assinado com a RENAMO, que
permitiu o desarmamento, até ao momento, de mais de 300 homens das forças
residuais daquele partido, de um total de cinco mil que deverão ser abrangidos
pelo processo até junho do próximo ano.
No
entanto, "a paz está novamente ameaçada", observou Filipe Nyusi numa
alusão aos ataques
dos insurgentes em Cabo Delgado e da auto-intitulada "Junta
Militar" no centro do país, mas elogiou a atuação das forças de
defesa e segurança.
"Tal
como no passado, os moçambicanos jamais permitirão que o seu país, produto de
sacrifícios e sangue derramado, seja usado como tábua para satisfação de
interesses obscuros e alheios."
Celebração
em tempo de Covid-19
As
cerimónias do aniversário da independência nacional observaram as medidas
de prevenção contra a Covid-19, com um reduzido número de convidados, a
lavagem das mãos, o distanciamento social e o uso de máscaras.
A
Covid-19 causou já 788 casos cumulativos no país com o registo de 26 novas
infeções nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados esta quinta-feira
(25.06) pelas autoridades de saúde.
O
Presidente Filipe Nyusi apelou à prudência e responsabilidade face à pandemia.
Falou também das perspetivas para o país: "O nosso foco continuará
orientado para o aumento da produção e produtividade em todos os setores,
através do trabalho."
Durante
as cerimónias realizadas em Maputo e noutros pontos do país foram
condecoradas 175 individualidades, em reconhecimento pelo seu contributo
para a libertação nacional, o aumento da produção e por se terem distinguido
nas áreas das artes, desenvolvimento e funcionamento do Estado moçambicano.
Leonel
Matias (Maputo) | Deutsche Welle
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