sexta-feira, 26 de junho de 2020

Moçambique | 45 anos de independência


Ontem, 25 de Junho, Moçambique completou 45 anos de independência, celebrando a respetiva efeméride. O presidente Nyusi presidiu às cerimónias em Maputo e a Deutsche Welle fez a respetiva cobertura através de Leonel Matias. Com 24 horas de atraso trazemos ao PG a devida referência comemorativa.

"O sacrifício dos nossos heróis não foi em vão"

O Presidente Filipe Nyusi diz que o país registou "muitos progressos" nos 45 anos da Independência Nacional e sublinha que os moçambicanos não se devem deixar levar por quem tenta branquear a história.

O Presidente Filipe Nyusi dirigiu as cerimónias centrais dos 45 anos da Independência Nacional na Praça dos Heróis Moçambicanos, em Maputo.

"Volvidos 45 anos, mesmo diante de vicissitudes de vária ordem, podemos afirmar que o sacrifício dos nossos heróis, para que hoje cada moçambicano tenha identidade e usufrua da liberdade, não foi em vão."
Segundo Nyusi, a ação das autoridades, "mais do que substituir a bandeira nacional procurou dar corpo à libertação da terra e dos homens". O chefe de Estado chamou a atenção para os progressos alcançados nos setores político, económico e social.

"Não deve haver pressa em esquecer os malefícios do colonialismo para que não sejamos presas fáceis dos manipuladores de consciência que a todo o custo tentam branquear a história do presente", afirmou o Presidente da República.

"A paz está novamente ameaçada"

O chefe de Estado apontou, no entanto, que alguns desafios condicionaram o projeto de edificação da nação, nomeadamente a guerra fria, a guerra movida pela Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e as calamidades naturais.

O compromisso com o diálogo, a paz, reconciliação e o aprofundamento da democracia foi mencionado por Filipe Nyusi como uma das prioridades durante os 45 anos. Aludiu, por exemplo, ao acordo de paz assinado com a RENAMO, que permitiu o desarmamento, até ao momento, de mais de 300 homens das forças residuais daquele partido, de um total de cinco mil que deverão ser abrangidos pelo processo até junho do próximo ano.

No entanto, "a paz está novamente ameaçada", observou Filipe Nyusi numa alusão aos ataques dos insurgentes em Cabo Delgado e da auto-intitulada "Junta Militar" no centro do país, mas elogiou a atuação das forças de defesa e segurança.

"Tal como no passado, os moçambicanos jamais permitirão que o seu país, produto de sacrifícios e sangue derramado, seja usado como tábua para satisfação de interesses obscuros e alheios."

Celebração em tempo de Covid-19

As cerimónias do aniversário da independência nacional observaram as medidas de prevenção contra a Covid-19, com um reduzido número de convidados, a lavagem das mãos, o distanciamento social e o uso de máscaras.

A Covid-19 causou já 788 casos cumulativos no país com o registo de 26 novas infeções nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados esta quinta-feira (25.06) pelas autoridades de saúde.

O Presidente Filipe Nyusi apelou à prudência e responsabilidade face à pandemia. Falou também das perspetivas para o país: "O nosso foco continuará orientado para o aumento da produção e produtividade em todos os setores, através do trabalho."

Durante as cerimónias realizadas em Maputo e noutros pontos do país foram condecoradas 175 individualidades, em reconhecimento pelo seu contributo para a libertação nacional, o aumento da produção e por se terem distinguido nas áreas das artes, desenvolvimento e funcionamento do Estado moçambicano.

 Leonel Matias (Maputo) | Deutsche Welle

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