MISA-Moçambique denuncia a
detenção ilegal e confiscação de material de trabalho de dois jornalistas na
província de Inhambane, sul do país. Profissionais já estão em liberdade.
Paulino Vilankulo e Yassin
Vilankulo, da estação online Vilankulo Televisão (VTV), foram detidos
ilegalmente quando reportavam um acidente de viação naquele distrito, na
passada sexta-feira (12.06), segundo uma nota distribuída esta terça-feira
(16.06) pelo Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA) em
Moçambique.
De acordo com a organização de
defesa da liberdade de imprensa, os dois jornalistas foram levados para o
comando provincial local, onde terão sido "molestados e obrigados a apagar
todas as imagens e gravações que continham nos aparelhos".
"Os jornalistas suspeitam
que a polícia já estivesse à procura de uma oportunidade para os deter, tendo
em conta que aquela televisão nunca foi bem vista pela polícia, desde que
iniciou as emissões", acrescenta a nota.
Segundo a organização, o
comandante distrital da Polícia da República de moçambique (PRM) em Vilankulo,
Carlos Nhaca, reconheceu o "erro cometido", mas disse que os
jornalistas não foram molestados e negou que os agentes tenham recorrido à
violência.
"Face ao sucedido, o
MISA-Moçambique condena com veemência o comportamento da PRM e apela às
autoridades policiais para investigarem e responsabilizarem os autores pelos
maus tratos, confiscação e destruição dos materiais jornalísticos em causa",
concluiu a organização.
Dois casos numa semana
Este é o segundo caso de
detenções de jornalistas neste mês no país, ambos aconteceram na mesma
semana.
A 8 de junho, Arcénio
Sebastião, correspondente da DW, e o jornalista freelancer Jorge Malangaze foram
detidos, acusados pelo Gabinete de Combate a Corrupção Provincial de terem
recebido subornos para não publicarem uma matéria relacionada à violação das
regras do estado de emergência num estabelecimento hoteleiro em Sofala, centro
de Moçambique.
Os dois jornalistas de Sofala
seriam restituídos à liberdade no dia 10 de junho, depois de o tribunal local
entender que eles não chegaram a levar o dinheiro e que não há elementos de
prova sobre a alegada chantagem ao proprietário do estabelecimento, Manuel
Ramissane, deputado do partido no poder (FRELIMO).
Deutsche Welle | Lusa
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