segunda-feira, 13 de julho de 2020

EUA-TRUMP & OUTROS, AS MÁSCARAS DOS SEM-VERGONHA


Sobre Trump, que apareceu com máscara, e os seus “dislates”, assim como os “números estratosféricos” de vítimas contagiadas e mortais nos EUA é o que tem exposto no Curto de hoje por Martim Silva, do Expresso. 

O calor em Portugal aumenta, os fogos também vão aumentar aqui e ali, mais difíceis de dominar, já se sabe. Além disso há muito mais no Curto do Expresso. Consideramos que a semana começa bem, com o já passado e as perspetivas atuais e de futuro.

Num breve parágrafo abraçamos o mascarado Trump, agora com máscara de proteção social, para salientar a referência de Martim ao recordar o tipo de má-peça que contém aquele invólucro denominado Trump – que os cidadãos norte-americanos elegeram para desaire e vergonha daquele país. Então não foi que Trump livrou da prisão um amigão condenado por mentir ao Congresso? Tal ato de perdão e impunidade não é surpresa, vindo de quem vem, mas não deixa de pontuar para a menos-valia que se acumula notoriamente sobre a figura do atual presidente dos EUA, país que enche a boca falsamente com as palavras justiça, democracia e quejandas baboseiras que já nem aos tolos enganam. 

Diz Martim Silva: “Roger Stone devia cumprir três anos e quatro meses de prisão por ter mentido ao Congresso. O perdão presidencial é uma figura possível nos EUA, mas que nunca tinha sido usado num caso em que o próprio chefe do Estado tem um interesse direto ou um conflito de interesses (Stone mentiu na investigação sobre o conluio entre Trump e a Rússia).” Era de esperar, mas não deixa de ser escandaloso. Vergonhoso. 

Só para que conste: refira-se que existem muitos outros a usarem máscaras que nem por isso conseguem ocultá-los de serem uns sem-vergonha.

Nesta segunda-feira, arranque de uma nova semana, salte para o Curto e consuma-o. Vale a leitura. Boa semana.

FS | PG



Bom dia, este é o seu Expresso Curto

A máscara é uma arma

Martim Silva | Expresso

Bom dia, este é o seu Expresso Curto de 13 de Julho de 2020, início de mais uma semana de calor em Portugal. Venha daí comigo. Com ou sem máscara.

Um dia, quando tudo isto passar, porque há-de seguramente passar, dificilmente haverá símbolo visível mais marcante da pandemia de covid-19 que vivemos do que as máscaras de protecção social, que se tornaram parte integrante das nossas vidas de um dia para o outro, e em todo o planeta.

Essas máscaras serão a arqueologia deste período.

Nada simboliza melhor este tempo que vivemos que aqueles pedaços de pano que nos cobrem o rosto quando saímos de casa.

Mas a máscara vai ficar também como símbolo dos debates, dúvidas e contradições que se viveram nestes tempos (quem já esqueceu a discussão sobre se se devia ou não usar, que chegou a envolver a Organização Mundial de Saúde?).

E vai seguramente ficar como arma política, pelo menos nos Estados Unidos da América, a maior potência do planeta mas também o país mais afetado e flagelado, com mais de 50 mil casos por dia e um número absurdo de mais de três milhões de mortos. Agora, finalmente e ao fim de quatro meses em que sempre se recusou a usar uma máscara, como símbolo da desvalorização da doença e de rejeição das medidas de proteção e de confinamento, Donald Trump foi finalmente forçado a usar uma e a aparecer publicamente com ela. Nada como estar políticamente 'apertado' e a poucos meses de uma eleição que em tempos pareciam favas contadas mas cada vez mais se afiguram como muito difíceis.

Nos meus destaques dos Expressos Curtos aparecem muitas vezes referências a Donald Trump.

Perdoem-me a insistência, mas o que tem de ser tem muita força. Por um lado, e finalmente ao fim de quatro meses de dislates e políticas contraditórias, o presidente dos EUA apareceu num evento público com uma máscara de protecção colocada no rosto. "Penso que é uma grande coisa usar uma máscara", afirmou o Presidente dos EUA de visita a um hospital militar.

Isto numa altura em que os números continuam estratosféricos (um quarto do total de casos de infecções no planeta são no país; na Flórida ontem registou-se um recorde de 15 mil casos detetados num só dia).

Quem parece estar sob fogo dos próximos de Trump é o dr. Anthony Fauci, especialista médico que aconselhou o Presidente no início da pandemia. Agora, os dois nem se falam, segundo conta a CNN.

Mas a grande história dos últimos dias envolvendo Trump é mesmo a forma absolutamente inacreditável como decretou um indulto presidencial a um seu antigo conselheiro que tinha sido condenado pela justiça norte-americana a uma pena de prisão.

O perdão presidencial já motivou um coro de críticas, embora a maioria dos Republicanos opte pelo silêncio (a excepção é Mitt Romney).

Roger Stone devia cumprir três anos e quatro meses de prisão por ter mentido ao Congresso. O perdão presidencial é uma figura possível nos EUA, mas que nunca tinha sido usado num caso em que o próprio chefe do Estado tem um interesse direto ou um conflito de interesses (Stone mentiu na investigação sobre o conluio entre Trump e a Rússia).

No mundo todo, e de acordo com a OMS, este domingo assistiu ao recorde de casos registado num só dia, mais de 230 mil. Os países em pior situação nesta altura são os EUA, a Rússia, a Índia e o Brasil. Curiosamente, as duas superpotências e dois dos mais relevantes países emergentes do planeta.

COVID EM PORTUGAL

46 512 casos no total, dos quais 13 945 ativos nesta altura. 291 novos infectados nas últimas 24 horas. 1660 mortos no total, seis deles no último dia. Este é, grosso modo, o estado dos números da covid 19 nesta altura em Portugal. Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região mais preocupante. Aqui pode continuar a acompanhar o nosso minuto-a-minuto com toda a actualidade sobre a pandemia.

CALOR

Com o calor, as praias registaram grandes afluências este fim de semana.

No Tamariz, em Cascais, houve mesmo confrontos violentos.

Enquanto uns estão na praia, outros queixam-se dos efeitos da meteorologia. É o caso dos produtores do interior norte, por causa do granizo e trovoada seca.

Neste início de semana, as temperaturas ainda se preparam para subir mais. Há nada mais nada menos que 13 distritos que acordam hoje sob aviso amarelo devido ao tempo quente.

Há quinze concelhos em risco máximo de incêndios: Em causa estão os distritos de Faro, Portalegre, Santarém, Castelo Branco, Guarda e Bragança.

OUTRAS NOTÍCIAS

Cá dentro

Carlos Costa, de saída de Governador do Banco de Portugal, deverá integrar o conselho consultivo do banco e dessa forma avaliar o trabalho do seu sucessor, Mário Centeno. O Conselho Consultivo do BdP deverá ter vários nomes novos, depois de Francisco Louçã, João Talone e Luís Nazaré, entre outros, terem colocado os cargos à disposição.

António Costa e Silva, o guru ‘contratado’ pelo Governo para elaborar um plano de salvação para a economia nacional, já tem o seu trabalho praticamente concluído, e avisa que o que aí vem pode ser muito assustador. Como o próprio afirmou ao Expresso “A minha vida tem sido isto de manhã à noite. Muita gente tem pedido para falar comigo, tenho falado com todos: economistas, empresários, parceiros sociais, associações empresariais.”

Não muito convencido, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, participou numa festa da juventude comunista e falou na necessidade de um verdadeiro plano de desenvolvimento para o país.

Quem tem andado muito ativo é Pedro Nuno Santos. E não é só por ter em mãos o dossier TAP, enquanto ministro que tutela a empresa. Marques Mendes afirmou este domingo na SIC que a luta pela sucessão de António Costa no PS está mesmo lançada, com Fernando Medina e Pedro Nuno Santos como os delfins que se perfilam no horizonte. Aqui pode ler um currículo rápido do percurso do atual ministro.

Voltando a Marques Mendes, o ex-ministro e comentador sugeriu que após o verão os encontros no Infarmed entre especialistas e políticos regressem, mas noutros moldes e abertos à comunicação social.

Ministério Público quer que EDP seja constituida arguida no processo das rendas excessivas

Frente Unitária Antifascista convocou uma manifestação nacional para o próximo dia 25, em protesto contra o crescimento da extrema-direita em Portugal.

A TAP
vai realizar quatro voos de repatriamento entre Lisboa e Maputo (dois para lá, dois para cá) ainda este mês.

Autoridades procuram corpo de Maddie em três poços

Há cada vez mais golfinhos no Tejo.

Lá fora,

Eleições em Espanha: Galiza e País Basco premeiam governantes pragmáticos

Na Polónia, Duda venceu as presidenciais por uma pequena margem.

Um grupo de 83 personalidades das chamadas 'super-ricas' subscreveu um manifesto defendendo o aumento dos impostos para quem mais tem (ou seja, para eles próprios) de forma a ajudar numa recuperação mais rápida no pós-covid.

Amnistia Internacional quer governos responsabilizados pelas mortes de profissionais de saúde

Isabel dos Santos quis ser paga em dinheiro vivo após arresto de bens

Li-Meng Yan. O nome diz-lhe algo? É cientista, chinesa, e fugiu do país para os EUA. Agora acusa as autoridades de Pequim de terem mentido sobre a origem do vírus.

Na China, registaram-se quase meia centena de mortos e desaparecidos vítimas de inundações desde o último mês.

Várias regiões e municípios de Espanha estão a adoptar medidas de reconfinamento, depois do aumento do número de casos de covid 19 registados.

Sobre a fuga há meses do antigo patrão da Nissan, Carlos Ghosn, do Japão, onde tem a justiça à perna, para o Líbano, ficou agora a saber-se que foi conseguida com recurso a pagamentos superiores a 700 mil euros.

O Papa Francisco já veio criticar a decisão das autoridades turcas de voltarem a tornar a antiga basílica Santa Sofia, em Istambul, numa mesquita.

Confrontos na zona fronteiriça entre a Arménia e o Azerbeijão causaram dois mortos e vários feridos.

Os condutores europeus queimam 100 vezes mais óleo de palma no combustível dos seus veículos do que o utilizado nos 40 mil milhões de bolachas Oreo consumidas anualmente no mundo.

DESPORTO

Na Liga inglesa, o Tottenham, de Mourinho, ganhou o dérbi de Londres contra o Arsenal.

Outro português, Cristiano Ronaldo, marcou por duas vezes este fim de semana e a sua Juventus parece cada vez mais perto do enésimo título consecutivo em Itália. Outra curiosidade a seguir nos jogos que faltam em Itália é perceber se CR7 ainda consegue o título de melhor marcador no país, e na Europa.

No Brasil, o Flamengo de Jorge Jesus venceu o Fluminense e está bem encaminhado para vencer o campeonato carioca. No Benfica, parece que o desejo por Jesus é cada vez maior.

O campeonato por cá ainda não acabou mas já se fala das contratações para o próximo ano, e não apenas no Benfica.

Sporting parece já ter assegurado um nome para substituir o francês Mathieu, que terminou a carreira.

Na Fórmula 1, Lewis Hamilton foi rei e senhor na Áustria, num dia mau para a Ferrari.

FRASES

"Teletrabalho depende muito da qualidade do sofá e do frigorífico", Maria Lúcia Amaral, Provedora de Justiça, em entrevista ao Jornal de Negócios

"Roger Stone foi acusado e condenado porque cometeu crimes federais", Robert Mueller, o conselheiro especial que investigou o conluio entre a Rússia e a Administração Trump, sobre o perdão presidencial

"Há muito da saga Padrinho ou dos Sopranos nesta comutação de pena e nos homens do Presidente condenados pela Justiça", Amílcar Correia, no editorial do Público

"Não há registo estatístico de números económicos e sociais tão maus como nos últimos meses", Luciano Amaral, no Correio da Manhã

O QUE ANDO A LER

O mais recente romance de Manuel Vilas, o espanhol autor de “Em Tudo Havia Beleza”, Ordesa na versão original em espanhol, já chegou a Portugal e depois de ter lido a entrevista que o José Mário Silva lhe fez no Expresso corri a comprá-lo, na esperança que pelo menos não desiludisse depois do fantástico “Em Tudo Havia Beleza”.

“E, de repente, a alegria” não desiludiu. Bem pelo contrário. A obra, editada por cá pela Alfaguara, é assim um misto de ficção com confissão, com Vilas a deambular pelas memórias dos seus pais, Bach e Wagner, e dos filhos, Rach e Valdi. Navega entre as memórias, a dor da perda, a depressão, a melancolia, o amor e a alegria. Dificilmente me lembro de um romance aparentemente sem história, no sentido tradicional de uma narrativa, que tenha uma escrita tão maravilhosa, profunda e intensa. Seguramente, um dos melhores livros que vou ter a oportunidade de ler este ano. Sugiro que faça o mesmo.

Além de “E, de repente, a alegria”, regressei ao aclamado sucesso global “Porque Falham as Nações” (Círculo de Leitores), de Daron Acemoglu e James Robinson, e ainda tive tempo para mergulhar em “A História Secreta”, da norte-americana Donna Tart (autora de “O Pintassilgo”), editado pela Presença.

Por hoje é tudo, fico por aqui. Vá acompanhando o que se passa nos nossos sites Expresso, Tribuna, Blitz e Boa Cama Boa Mesa.
Boa segunda-feira.

Sugira o Expresso Curto a um/a amigo/a

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