sábado, 18 de julho de 2020

Macau | Governo acelera trabalhos para reforçar a lei de segurança nacional


André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, indicou que o Executivo vai acelerar os trabalhos relativos ao diplomas complementares à lei de segurança nacional de Macau. À margem da conferência de imprensa do Conselho Executivo, o governante deixou nas mãos do Governo Central a possibilidade de criação de um comissariado de Pequim na região para aplicar a lei, como acontece em Hong Kong.

O secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, recordou que o Governo está a estudar a elaboração de diplomas complementares à lei de segurança nacional, que está em vigor na região desde 2009. À margem da conferência de imprensa de ontem do Conselho Executivo, André Cheong indicou que o Governo está a acelerar os trabalhos para o aperfeiçoamento da legislação. Questionado sobre a possibilidade de ser colocado em Macau um comissariado para a aplicação da lei de segurança nacional, como acontece em Hong Kong, o secretário disse que essa “é uma decisão do Governo Central”.

Em Maio, André Cheong já tinha falado sobre a possibilidade, admitindo que a lei de segurança nacional de Macau precisava de mais diplomas. “Para a implementação do regime, alguns diplomas têm ainda de ser feitos. Alguns estão já a ser elaborados”, disse na altura o secretário. Agora, o secretário reiterou e adiantou que é necessário “fazer o aperfeiçoamento e um estudo de optimização”. “Os trabalhos estão em curso”, afirmou, frisando: “Neste momento, estamos a acelerar os nossos trabalhos”.


Questionado sobre se um dos futuros diplomas complementares poderia prever a criação de uma entidade de Pequim para aplicar a lei, André Cheong disse: “Isso é uma decisão do Governo Central, ainda não podemos avançar mais detalhes”.

O secretário não adiantou se o objectivo do Governo é deixar o regime mais próximo àquele que Pequim impôs em Hong Kong e lembrou que os sistemas jurídicos das duas regiões são diferentes. O governante também não quis dizer se o Executivo está a ponderar a adição de novos crimes ao diploma de Macau, como os de terrorismo e conluio com forças estrangeiras, como acontece na região vizinha, e disse só que “temos de fazer uma consideração global”. Recorde-se que em Macau são criminalizados sete crimes à luz da lei de segurança nacional: traição, secessão, sedição, subversão, roubo de segredos de Estado, actividades de organismos políticos e ligações de organismos políticos estrangeiros com organismos locais. Já Hong Kong criminaliza a secessão, a subversão, o terrorismo e o conluio com forças políticas estrangeiras.

“Temos de fazer estudos profundos, se não como é que podemos aperfeiçoar?”, questionou o secretário. “Se me perguntarem qual o artigo que precisa de ser alterado ou quais são as redacções que temos de aperfeiçoar, não consigo explicar”, assumiu, acrescentando que o diploma “é muito importante para a segurança nacional e para a sociedade” e, assim, antes de serem apresentados os novos regulamentos, a opinião dos residentes será auscultada.

André Vinagre | Ponto Final (mo)| Imagem: Eduardo Martins

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