Segundo comunicado divulgado pela Frente de Libertação do Estado de Cabinda, confronto teria ocorrido na região de Massabi. Ministério da Defesa angolano não confirma a informação.
As
Forças Armadas Cabindesas (FAC) anunciaram esta terça-feira (28.07) a morte de
10 soldados, oito angolanos e dois das FAC, durante um ataque a uma unidade das
Forças Armadas Angolanas (FAA).
Num
"comunicado de guerra", assinado pelo Chefe Operacional da FLEC-FAC
(Frente de Libertação do Estado de Cabinda-Forças Armadas Cabindesas, Futi
Bonifácio Edinho, os independentistas falam de "intensos combates"
entre as FAC e o exército angolano na região de Massabi.
No
ataque à unidade das FAA, "que se preparava para surpreender" uma
posição das FAC", ocorrido na aldeia de Chissanga, as forças cabindesas
perderam dois combatentes e foram mortos oitos soldados angolanos, tendo outros
três ficado feridos.
O
Ministério da Defesa angolano não confirmou a informação.
As FAC referem ainda ter recuperado armas automáticas, de lançamento de foguetes e várias munições.
Entenda o conflitoO
movimento separatista, que reclama a independência de Cabinda, província do
norte de Angola separada geograficamente do país, acusa o Presidente angolano,
João Lourenço, de ser "responsável pela instabilidade que reina no
enclave, assim como do perigoso agravamento da situação que irá deteriorar
nos próximos dias".
A
FLEC-FAC afirma querer há vários anos um "diálogo de paz, honesto e
sincero" que o governo angolano rejeita. Também
sugere mediação internacional.
O
ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República de
Angola, Pedro Sebastião, negou, a 15 de julho, a existência de situações de
instabilidade no território, dizendo que Cabinda vive uma "paz
efetiva", apesar de "grupos que possam fazer uma ou outra ação".
"De
vez em quando, muito raramente, aqui e acolá podem surgir grupos que possam
fazer uma ou outra ação, não uma ação organizada como tal. A guerrilha tem a
particularidade que tão depressa está em paragem como se pode criar um momento
de instabilidade", afirmou, na alturam o ministro.
A
província angolana de Cabinda, onde se concentram a maior parte das reservas
petrolíferas do país, não é contígua ao restante território e, desde há muitos
anos, que líderes locais defendem a independência, alegando uma história
colonial autónoma de Luanda.
A
FLEC, através do seu "braço armado", as FAC, luta pela independência
daquela província, alegando que o enclave era um protetorado português, tal
como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não
parte integrante do território angolano.
Cabinda é delimitada a norte pela República do Congo, a leste e a sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo Oceano Atlântico.
Deutsche Welle | Lusa
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