A
União Europeia vai mobilizar 14,6 milhões de euros para ajuda humanitária em
Moçambique, cinco milhões dos quais serão para a população de Cabo Delgado.
Três milhões serão alocados a Angola.
A
União Europeia (UE) anunciou esta segunda-feira (20.07) um pacote de apoio para
as pessoas mais vulneráveis da África Austral.
Da
verba total de 64,7 milhões de euros de ajuda humanitária à região, incluem-se
14,6 milhões de euros para Moçambique e três milhões de euros para Angola,
informa a Comissão Europeia em comunicado.
O
bloco europeu diz que, no caso de Moçambique, parte do financiamento
visa fazer face à "grave deterioração da situação em termos de segurança em Cabo Delgado , no
norte", zona para a qual a UE mobiliza "cinco milhões de euros para
prestar apoio às pessoas mais vulneráveis da região".
Crise
em Cabo Delgado
A
província nortenha de Cabo Delgado é alvo de ataques de
insurgentes desde outubro de 2017, classificados desde o início do ano
pelas autoridades moçambicanas e internacionais como ameaça terrorista.
Em
dois anos e meio de conflito, onde avança o maior investimento privado de
África para exploração de gás natural (liderado pela francesa Total), estima-se
que já tenham morrido, pelo menos, 700 pessoas e que 250 mil já tenham sido
afetadas.
Seca
extrema
Em
termos gerais, o financiamento comunitário anunciado esta segunda-feira (20.07)
visa, também, prestar ajuda alimentar às famílias vulneráveis e apoio os
agricultores, dada a seca na África Austral, bem como financiar ações de
prevenção e de preparação dos sistemas de saúde locais e ainda prestar assistência
em matéria de educação.
A
região da África Austral teve, em 2019, um dos trimestres mais secos desde
1981, enfrentando uma grave seca que já causou grandes perdas de gado e
destruição das culturas, problemas estes que vieram agudizar as dificuldades
económicas daquela população.
Preparar
catástrofes
Numa
alusão ao surto de Covid-19, que poderá agravar ainda mais as necessárias
humanitárias já prementes na região, a Comissão Europeia destaca que outro dos
objetivos deste apoio é "financiar projetos de preparação para catástrofes
que abranjam igualmente as novas necessidades decorrentes da pandemia".
Além
de Moçambique e de Angola, este pacote de ajuda destina-se ainda a financiar
projetos humanitários no Botsuana (1,95 milhões de euros), nas Comores (500 mil
euros), no Essuatíni (2,4 milhões de euros), no Lesoto (4,8 milhões de euros),
em Madagáscar (7,3 milhões de euros), no Maláui (7,1 milhões de euros), nas
Maurícias (250 000 euros), na Namíbia (dois milhões de euros), na Zâmbia (cinco
milhões de euros) e no Zimbabué (14,2 milhões de euros).
"Um
montante suplementar de 1,6 milhões de euros destina-se a apoiar ações
regionais de preparação para catástrofes", refere ainda a UE.
Deutsche
Welle | Lusa
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