quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Portugal | PAN apoia a candidatura de Ana Gomes à Presidência

O partido considera que a socialista "é a única candidata que se apresenta como progressista, humanista, europeísta" e que é capaz de levar a eleição a uma segunda volta e vencê-la, num contexto em que as "instituições são postas em causa" e os "populismos crescem"

OPAN declarou formalmente apoio à candidatura de Ana Gomes à Presidência, anunciou esta quinta-feira o partido, explicando que o país e o mundo "está perante uma série de desafios" ditados pela crise sanitária, económica e social que estamos a viver devido à Covid-19, mas também pela emergência climática que "corre o risco de se agravar".

Além disso, justificou a deputada do PAN, "vivemos um contexto em que as instituições democráticas são postas em causa", tendo sido "demonstrado muito pouco interesse no combate em áreas tão importantes para o país como a corrupção", que "tantas vezes vemos enredadas em situações de conflitos de interesses, compadrio político, promiscuidade, subserviência para com certos interesses instalados, sejam eles no futebol, da banca, do agronegócio, o setor energético e a indústria do petróleo". 

Numa declaração feita na sede do partido, Inês Sousa Real apontou o dedo aos partidos do sistema, nomeadamente aqueles "que têm oscilado no eixo do poder e da governação, PS e PSD".

A postura destes partidos "tem levado a uma quebra de confiança e ao afastamento da participação cívica de todas as cidadãs e cidadãos", lamentou, criticando o "fechamento do sistema democrático" que tem trazido consigo o "aumento dos populismos" e dos "perigosos discursos de ódio que põe em risco os mais básicos pilares do direito democrático". 

Nesse sentido, prosseguiu, "parece-nos evidente que as próximas eleições presidenciais são também um combate pela democracia" e pela defesa da nossa lei fundamental da Constituição da República".

"Nas próximas eleições, é preciso assegurar, não só, a derrota do populismo anti-democrático, do populismo racista, xenófobo, homofóbico, mas também conseguir derrotar, à segunda volta, o conservadorismo de um estilo presidencial que não demarca linhas vermelhas na salvaguarda ambiental e cuja candidatura representa o crescimento do bloco central que é bastante nefasto para a democracia". 

Para o PAN, o crescimento do bloco central é evidente em decisões como o fim dos debates quinzenais, nas eleições para as CCDR's e "noutros acordos por detrás da cortina e fora do palco da Assembleia da República". 

Posto isto, a comissão política nacional do PAN decidiu que o "partido não se podia colocar à margem" desta eleição. "Sendo esta uma eleição de pessoas e não de partidos", o PAN decidiu apoiar a candidatura de Ana Gomes à Presidência da República. 

Frisando que o PAN está numa fase de crescimento e de consolidação, a líder da bancada parlamentar explicou que isso não quer dizer que o partido tenha de se apresentar a todas as eleições, nomeadamente as Presidenciais. "Mas significa que temos de agir com responsabilidade política. Estamos profundamente dedicados ao trabalho parlamentar, naquele que é o primeiro ano do grupo parlamentar, ao mesmo tempo que estamos a crescer a nível local e a trabalhar nas assembleias onde fomos eleitos". 

O PAN entende que Ana Gomes é uma candidata forte e independente, sendo a "única candidata que se apresenta como progressista, humanista, europeísta" e que sente "as preocupações ambientais que vivemos e que sente as preocupações dos nossos jovens". Elogiando a transversalidade da socialista, Inês Sousa Real destacou a capacidade de Ana Gomes de congregar diferentes campos políticos, ativismos, gerações e diferentes sensibilidades, capaz de levar a eleição a uma segunda volta e de vencer. 

Melissa Lopes | Notícias ao Minuto

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