À primeira vista, Donald Trump só tem a perder por estar infetado com o novo coronavirus. Mas em caso de recuperação rápida, o contágio ainda pode vir a revelar-se vantajoso na corrida à Casa Branca, considera Daniel Oliveira.
Daniel Oliveira | TSF | opinião
A impossibilidade de fazer ações campanha presenciais terá, certamente, impacto, numa altura em que o atual presidente dos Estados Unidos está bastante distante do seu opositor, Joe Biden, nas sondagens. Além disso, nota Daniel Oliveira, o simples facto de Trump ter ficado doente "sublinha a gravidade de um vírus que ele desprezou desde a primeira hora".
Por outro lado, se Donald Trump não sofrer repercussões graves e conseguir recuperar depressa, "reforça-se a narrativa da desdramatização em que grande parte dos seus apoiantes alinha".
"Que força pode dar isso à tese de que a pandemia não é tão grave como dizem? Se nem a um obeso com 74 anos ela faz mal...", questiona o jornalista no seu espaço de comentário habitual na manhã TSF.
"Parece ser nisso que Trump aposta, dando-se ao luxo de sair de carro para cumprimentar apoiantes enquanto os médicos fazem por ele o que não está a ser feito por milhões de cidadãos."
Houve quem não resistisse a desejar a morte a Donald Trump, como o realizador Michael Moore, que escreveu no Twitter "os meus pensamentos e orações estão com a Covid-19". Não é a postura correta, defende Daniel Oliveira.
"Não é só errado desejar a morte a um inimigo político. Por mais tóxico que ele seja para as nossas vidas, por mais abjeto seja o que ele defende. A morte deseja-se a ditadores por não haver outra forma de os derrubar."
Em democracia, os governantes derrubam-se nas urnas. E é através do voto que Donald Trump deve ser retirado da Casa Branca, reforça Daniel Oliveira. "Espero que o vírus não leve Trump. Espero que o façam os eleitores e que ele esteja bem vivo para sentir a humilhação."
TSF | Texto: Carolina Rico
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