O líder da Junta Militar da RENAMO, Mariano Nhongo, manifesta a sua disponibilidade para iniciar o diálogo com o Governo, já na próxima semana, mas exige garantias de que os seus mandatários não serão sequestrados.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou nesta quarta-feira (16.12), no Parlamento, que a Junta Militar da RENAMO se recusava a aceitar o diálogo para o fim do conflito armado nas províncias de Manica e Sofala, no centro de Moçambique.
Nyusi defendeu na ocasião que o executivo de Maputo não tinha outra solução "senão desencadear operações rigorosas contra o inimigo, e é o que está a acontecer neste momento".
Entretanto, nesta quinta-feira (17), a líder da autoproclamada Junta Militar da RENAMO, Mariano Nhongo manifestou a sua disponibilidade para iniciar o diálogo com o Governo, na próxima semana, mas exige garantias de que os seus mandatários não serão sequestrados.
"Na próxima segunda-feira (21.12), vou nomear pessoas que vão a mesa das negociações com o Governo", disse Nhongo exigindo que o Parlamento moçambicano aprove uma emenda que proteja os seus mandatários. "Fico à espera da Assembleia aprovar uma resolução para garantir que os meus homens não serão sequestrados", reiterou Nhongo.
Nhongo acusa FDS e Momade de raptos
Falando telefonicamente à imprensa esta quinta-feira (17.12), Mariano Nhongo acusou as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e do líder da RENAMO, Ossufo Momade, de supostos sequestros dos seus apoiantes.
"O Governo e Ossufo Momade estão contra mim. Basta saberem que aquele membro apoia a Junta Militar estão a sequestrar", acusou Nhongo.
Nos últimos dias foram registados de intensos confrontos envolvendo elementos da Junta e tropas governamentais, nas províncias de Manica e Sofala, no centro de Moçambique, que no entender o líder da Junta visavam travar a onda de sequestros.
Por outro lado, o líder da autoproclamada Junta Militar defendeu que os pontos da agenda para o diálogo com o Governo estão no caderno reivindicativo que supostamente já terá enviado ao Presidente da República, Filipe Nyusi.
Arcénio Sebastião (Beira), af | Deutsche Welle
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