Resoluções de dois partidos portugueses sublinham que UE deve apoiar Moçambique para minimizar crise humanitária e combater terrorismo. Entretanto, autoridades moçambicanas mostram cautela sobre interferência externa.
O Parlamento português vai discutir em sessão plenária esta sexta-feira (18.12) a violência na província moçambicana de Cabo Delgado e o papel de Portugal na solução do problema, com resoluções dos partidos CDS-PP e PAN (Pessoas-Animais-Natureza).
Com o título "Colocar a crise humanitária e o problema de terrorismo vivido em Moçambique nas prioridades da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia", a resolução do CDS-PP considera que "é dever, não só das Nações Unidas, mas também da União Europeia, apoiar mais Moçambique, de forma a minimizar a crise humanitária e a combater o terrorismo".
Telmo Correia sublinhou "a relevância do papel de Portugal" na resolução do problema, não só pelos laços históricos com Moçambique, mas também pela "importância estratégica e geopolítica que tem aquela região".
"Somos os primeiros a ter a obrigação de trazer o assunto ao debate na comunidade internacional", refere o texto da resolução do CDS-PP.
"Portugal tem de procurar que a União Europeia seja um ator principal na solução desta crise", defendeu.
Papel da comunidade internacional
O grupo parlamentar do PAN apresenta uma resolução com objetivos idênticos, defendendo que o Governo deve, "através dos diversos canais diplomáticos", interceder junto da comunidade internacional.
É "no sentido de serem promovidos todos os esforços necessários para ajudar a travar os crimes contra a humanidade que estão a ocorrer em Moçambique e socorrer as populações afetadas", diz o texto da resolução.
Entretanto, esta semana, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyuso, no seu discurso do Estado da Nação, disse que é preciso cautela para evitar uma "salada de intervenções" externas no país.
Por sua vez, o ministro da Defesa moçambicano, Jaime Neto, afirmou que a responsabilidade de combate aos conflitos armados "é dos moçambicanos".
A violência armada
Deutsche Welle | Lusa
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