segunda-feira, 23 de março de 2020

China | Os efeitos colaterais da epidemia - em Wuhan


João Pedrosa decidiu ficar na cidade chinesa que foi o epicentro do novo coronavírus. Agora, escreve no site da TSF sobre o estranho dia a dia em Wuhan.

Ao completar-se o segundo mês de bloqueio de Wuhan, as autoridades da província de Hubei anunciaram um conjunto de politicas para incrementar o emprego da região.

Estão incluídos subsídios às empresas e às agências de emprego para que estas criem oportunidades de trabalho.

O recrutamento de professores rurais, médicos e assistentes sociais será" alargado. É dado especial enfoque aos graduados universitários.

O pacote também inclui medidas de apoio dirigidas a estudantes do ensino superior, bem com aos que retornam à província, para que possam criar pequenos negócios.

As autoridades de Hubei em conjunto com outras províncias estão a identificar novas oportunidades de trabalho.

Covid-19: Governo francês anuncia o reforço das medidas de contingência


O primeiro-ministro francês divulgou hoje novas medidas de contingência, que incluem dificuldades à circulação pedestre nas ruas e o encerramento de mercados ao ar livre.

Em entrevista ao canal de televisão francês TF1, Édouard Philippe explicou que sair de casa torna-se mais difícil com a prática desportiva a ser possível apenas no perímetro de um quilometro e idas ao médico somente em casos urgentes.

Segundo o ministro da Saúde, Olivier Véran, o número de pessoas infetadas é agora de 19.856, sendo que atualmente 8.675 pessoas estão hospitalizadas, das quais 2.082 nos cuidados intensivos.

Numa declaração, o governante adiantou que estão a ser realizados cerca de 5.000 testes diários em França. O país vai começar ensaios clínicos com hidroxicloroquina, utilizada no tratamento da malária.

O ministro afirmou que este componente está interdito à venda em farmácias e fica reservado para utilização em meio hospitalar e só em casos muito graves, sendo que esta decisão ocorreu após consulta ao Alto Conselho para a Saúde Pública francês.

No domingo morreram mais dois médicos, um deles ginecologista e outro médico de clínica geral, sendo que em Paris, capital do país, há 490 casos entre profissionais de saúde, dos quais três estão em estado grave.

"O coronavírus será automaticamente e sistematicamente reconhecido como uma doença profissional", indicou o ministro.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Reuters

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Madrid transforma pista de patinagem sobre gelo em morgue


Os números: Total de 2.182 morreram e 3.355 já tiveram alta. 462 mortes hoje

A pista de patinagem sobre gelo situada no conhecido centro comercial de Madrid Palácio do Gelo vai começar a ser utilizada "nas próximas horas" como morgue para armazenar os corpos de pessoas que morreram do novo coronavírus.

A solução foi encontrada devido à saturação das casas funerárias que as impede de enterrar os mortos dentro do prazo estabelecido.

Fontes da câmara municipal da capital espanhola confirmaram à agência Efe a transformação destas instalações, com um ringue olímpico de patinagem de 1.800 metros quadrados, muito perto da Feira Internacional da capital espanhola, onde está a ser finalizado um hospital de campanha que poderá receber até 5.500 pessoas infetadas com o novo coronavírus.

Os trabalhos estão a ser coordenados pela Comunidade de Madrid e foi conhecido depois de a autarquia da capital ter anunciado que a partir de terça-feira os serviços fúnebres não irão recolher os corpos das pessoas afetadas pela covid-19, devido à falta de equipamentos de proteção pessoal para os seus trabalhadores.

"A pandemia está a acelerar", adverte a OMS


Os números não enganam. Já foram registados mais de 300 mil casos de Covid-19 no mundo inteiro e a OMS assinala a rápida evolução da curva ascendente do número de infeções. A autoridade mundial de saúde salienta ainda a importância de dar prioridade à proteção dos profissionais de saúde.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) destacou na conferência de imprensa desta segunda-feira o que os crescentes números de casos de infeção a nível global demonstram. "A pandemia está a acelerar", sublinhou o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus. 

Mais de 300 mil casos de Covid-19 foram até agora reportados à OMS, de quase todos os países do mundo (...) Levámos 67 dias para chegarmos do primeiro caso registado aos primeiros 100 mil casos, 11 dias para chegarmos aos segundos 100 mil casos e apenas quatro dias para os terceiros 100 mil casos", fez notar o responsável da autoridade de saúde mundial. 

Relembrando que os números importam porque representam "pessoas, cujas vidas e famílias ficaram viradas do avesso", Tedros Ghebreyesus referiu ainda assim que "não somos prisioneiros das estatísticas. Não somos espectadores impotentes. Podemos mudar a trajetória da pandemia de Covid-19". 

Covid-19: Itália com mais 601 mortes, número total é de 6.077


Número de vítimas mortais em Itália por causa da Covid-19 registou um aumento de 11% este domingo, com mais 601 mortos nas últimas 24 horas.

A agência de Protecção Civil italiana dá conta, esta segunda-feira, de mais 601 mortes nas últimas 24 horas, elevando-se o número total de mortos para os 6.077. Trata-se de um aumento de 11% em relação a domingo, e também uma descida em relação aos últimos dois dias (651 mortos no domingo e 793 no sábado, estando, neste dia, o número total cifrado em 5.476).

O número de casos de infeção por via do vírus SARS-CoV-2 subiu para os 63.927, com mais 4.789 pessoas infetadas no último dia, o que significa um crescimento de 8% face ao dia anterior - é a primeira vez que esta percentagem regressa a um dígito, um sinal positivo para o evoluir da pandemia no país.

Destes mais de 63 mil casos de infeção, 6.077 morreram e 7.432 recuperaram (mais 5% do que domingo).

Existem atualmente, 50.418 casos ativos, dos quais 3.204 estão em estado grave.

Conforme pode ver pelo mapa abaixo, a região mais afetada pelo surto viral é Lombardia, situada no norte do país, onde os serviços de saúde já estão sobrecarregados. A maioria das mortes - 3.776 - ocorreu naquela região.


A Itália é país do mundo com mais mortes registadas por causa da Covid-19, tendo ultrapassado a China (3.270 mortos, neste momento) no passado dia 19 de março. Segue-se a Espanha, que soma já mais de 2 mil mortos, e o Irão, com mais de 1.800, segundo o que é relatado pelas autoridades locais.

A China, epicentro do surto viral, iniciado em dezembro do ano passado, anunciou esta segunda-feira que voltou a não registar novas infeções locais pelo novo coronavírus, registando apenas 39 novos casos oriundos do exterior.

Anabela Sousa Dantas | Notícias ao Minuto | Imagem: © Reuters / Flavio Lo Scalzo; Mapa dos números por região, em Itália © Proteção Civil italiana

Sobe para 335 o número total de mortes devido à Covid-19 no Reino Unido


Morreram mais 54 pessoas nas últimas 24 horas

O balanço mais recente da progressão da pandemia de Covid-19 dá conta de mais 54 mortes no espaço de 24 horas, segundo a BBC. Os dados divulgados pelo sistema de saúde britânico, o NHS, aumentam assim para 335 o número total de pessoas que já morreram por causa do novo coronavírus. No total, já foram diagnosticadas 5.683 pessoas com Covid-19. 

O NHS refere que destas 54 mortes, 46 verificaram-se em Inglaterra, quatro na Escócia e outras quatro no País de Gales. 

Ao contrário do que acontece habitualmente depois de serem divulgados os dados diários do NHS sobre a Covid-19, esta segunda-feira não vai ter lugar a conferência de imprensa do primeiro-ministro Boris Johnson. 

No entanto, e de acordo com a Sky News, Boris Johnson vai falar ao país mais tarde. A conferência de imprensa foi cancelada porque nesta altura o primeiro-ministro está numa reunião de emergência sobre a pandemia. 

Espera-se que a comunicação posterior que vai fazer à nação traga novidades, nomeadamente no que toca à possível imposição de medidas mais restritivas.

Fábio Nunes | Notícias ao Minuto | Imagem: © Getty Images

[Notícia atualizada às 17h29]

Covid-19: Comboios ameaçam falência no Reino Unido


Governo britânico assume controlo dos serviços ferroviários

O governo britânico vai suspender os contratos de concessão de transportes ferroviários e assumir o controlo para evitar a falência dos operadores, que têm registado quedas acentuadas de passageiros e receitas devido à pandemia de Covid-19, anunciou hoje.

"O governo está a tomar medidas de emergência para apoiar e sustentar os serviços ferroviários necessários, pois as operadoras enfrentam quedas significativas no seu rendimento. O Ministério dos Transporte vai suspender temporariamente os acordos normais de concessão e transferir todos os riscos de receitas e custos para o Governo por um período limitado, inicialmente seis meses”, indicou.

Desde 1994 que os serviços de transporte ferroviário no Reino Unido são feitos por operadores privados, que concorrem a concessões regionais ou de certas linhas, enquanto a infraestrutura é gerida pela empresa pública Network Rail.

De acordo com o governo, as operadoras vão continuar a garantir os serviços, mas por uma taxa predeterminada pelo governo, garantindo o funcionamento dos transportes para trabalhadores considerados essenciais, como profissionais de saúde ou das forças de segurança.

A partir de hoje, as linhas vão operar serviços reduzidos e os titulares de passes anuais ou de bilhetes pré-comprados vão poder receber reembolsos.

MadreMedia / Lusa | Imagem: Tolga Akmen / AFP

EUA | COMO BLOQUEAR O CAMINHO DE BERNIE SANDERS


Vale tudo, para que ele não dispute a Casa Branca. Acusá-lo de “agente russo”, de “antissemita” ou apontá-lo como contrário ao identitarismo. Nas eleições nos EUA, o establishment só não aceita que se debatam opções políticas

Jonathan Cook | Outras Palavras | Tradução: Simone Paz

A corrida pela nomeação presidencial democrata representa um fascinante estudo de caso para ver como o poder funciona — principalmente, porque os líderes do Partido Democrata agiram, claramente, para impor Joe Biden como candidato do partido, mesmo após ficar claro que ele não está mais apto mentalmente nem para administrar um clubinho local de ping-pong, muito menos a nação mais poderosa do mundo.

A campanha de Biden nos lembra de que o poder é indivisível. Donald Trump ou Joe Biden para presidente — dá na mesma para o establishment. Um egomaníaco infantil representando os bilionários (Trump), ou um ancião com rápida degeneração neurológica representando os bilionários (Biden), são igualmente úteis ao poder. Uma mulher também, ou um negro. O establishment não se preocupa mais com quem está no palco — desde que essa pessoa não seja gente como Bernie Sanders nos EUA ou Jeremy Corbyn no Reino Unido.

Não importa mais quem é o candidato — por mais doloroso que isso soe para alguns, nestes tempos em que tanto falamos de identidade. É sobre o que o candidato pode fazer uma vez no cargo. Na verdade, o fato de hoje em dia podermos nos concentrar na identidade do conteúdo de nosso coração, deveria ser um aviso suficiente de que o establishment se concentra em esgotar nossas energias na promoção de divisões com base nessas identidades.

Nem Biden nem Trump serão empecilhos para o establishment, porque eles estão bem no centro dele. As lideranças republicanas e democratas estão ali para garantir que, antes de que um candidato seja eleito para concorrer em nome do partido, ela ou ele já provou que é amigável com o Poder. Dois candidatos, cada um deles cotados por sua obediência ao poder.

Embora um rosto bonito ou ser bom de discurso sejam características desejáveis, incapacidade e incompetência não configuram barreiras para se classificar, como estes dois homens brancos, preparados pelos seus respectivos partidos, demonstram. Ambos provaram que irão favorecer o sistema, ambos perseguirão políticas bem semelhantes, ambos possuem um compromisso com o status quo e ambos demonstraram sua indiferença em relação ao futuro da vida na Terra. A única coisa que separa os dois não é o conteúdo, mas a forma de apresentá-lo — a criação da ilusão de diferença e de escolha.

2060 casos confirmados e 23 mortes em Portugal por coronavírus


De acordo com o último boletim da DGS, há ainda 14 casos recuperados. Há mais 460 pessoas infetadas com covid-19 do que no domingo.

Portugal tem 2060 casos de covid-19. Foram confirmados nas últimas 24 horas e estão indicados no último boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), esta segunda-feira (23 de março). Há 23 mortes.

São mais 460 casos, um aumento de quase 29 por cento em relação a domingo, quando se registaram 1600 doentes infetados com covid/19.

De acordo com o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), registam-se ainda um total de 13 674 casos suspeitos (desde 1 de janeiro). Há ainda 10 212 casos não confirmados e 1402 aguardam resultado laboratorial.

A DGS revela que há 201 doentes hospitalizados e destes são 47 os que estão em unidades de cuidados intensivos.

O maior número de casos continua a registar-se no norte do país, com 1007 casos, na região de Lisboa e Vale do Tejo registam-se 937.

No domingo, a diretora-geral da saúde referiu-se ao decréscimo dos últimos dias das taxas de crescimento do número de infetados em Portugal, mas considerou que este "comportamento não-explosivo" não oferece condições para fazer antecipações sobre o contágio por tratar-se apenas "uma curva precoce de três dias".

Adiantou que a imunidade dos doentes que já recuperaram é uma questão sem certezas: "Tudo indica que há imunidade na maior parte dos casos, mas não sabemos a duração dessa imunidade. Nos futuros meses e anos vamos ter de testar muitas pessoas para perceber isso", disse Graça Freitas.

O novo coronavírus já infetou mais de 308 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 13400 morreram. Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas. Portugal encontra-se, aliás, em estado de emergência desde a meia-noite de quinta-feira e até às 23.59 horas de 2 de abril.

Mais de 1300 mortes na Europa nas últimas 24 horas

Espanha regista esta segunda-feira mais de 2.100 óbitos de covid-19, depois de mais 462 nas últimas 24 horas. Mais de 33 mil pessoas estão infetadas.

A vice-presidente Carmen Calvo foi hospitalizada devido a uma infeção respiratória. Está à espera do teste à Covid-19, segundo o El País.

De acordo com o novo balanço divulgado às 11:00, o novo coronavírus matou 15.189 pessoas em todo o mundo desde que surgiu em dezembro, a maioria na Europa (9.197).

Com 5.476 mortes, a Itália é o país mais afetado à frente da China (3.270), foco inicial do contágio, e Espanha (2.182).

Com 1.395 novas mortes nas últimas 24 horas, num total de 172.238 casos oficialmente diagnosticados, a Europa também é o continente onde a pandemia está a progredir mais rapidamente.

Novas regras a partir deste domingo

O Decreto-Lei, aprovado pelo Governo, que regula o estado de emergência entrou em vigor neste domingo. O documento estabelece que podem permanecer abertos os estabelecimentos que vendem bens essenciais (minimercados, supermercados, hipermercados, frutarias, talhos, peixarias, padarias, lotas), a restauração no espírito do take a way, serviços médicos, de apoio social, papelarias e algumas outras lojas de bairro.  Saiba quais aqui.

Já a lista que dita quem tem de encerrar é mais longa e inclui discotecas, jardins zoológicos, pistas de ciclismo e ainda campos de futebol ou rugby (só abertos para os atletas de alto rendimento). Nem as máquinas de vending escapam ao encerramento obrigatório. Fecham as portas todas os espaços que promovam atividades recreativas, de lazer e diversão, atividades culturais, desportivas, espaços de jogos e apostas, termas, spas e o espaço físico da restauração.

Recomendações da DGS

Para que seja possível conter ao máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos (pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as mãos).

Em caso de apresentar sintomas coincidentes com os do vírus (febre, tosse, dificuldade respiratória), as autoridades de saúde pede que não se desloque às urgências, mas sim para ligar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24).

Paula Freitas Ferreira | Diário de Notícias | Imagem: Dados do boletim epidemiológico da DGS desta segunda-feira, 23 de março

O VÍRUS DO TERROR


Liliana Costa | TSF

Por todo o Mundo milhares de portugueses vivem a angústia de um futuro imprevisível e a tensão de um momento só comparável a um cenário de guerra iminente.

Nunca vivi nenhuma mas as histórias que me contam de quem teve que fugir de algum lugar assemelham-se muito à experiência que eu e mais 11 portugueses vivemos em Moçambique nos últimos dias, depois de a angolana TAAG ter cancelado as ligações a Lisboa.

Apanhados no cilindro destruidor do quotidiano de toda uma sociedade, vimo-nos "presos" num país longe de casa, vulneráveis a um vírus pandémico e ainda

O Governo do meu país e, sobretudo, o nosso dinheiro acabaram por, com mais ou menos dificuldades, resolver o problema, com a TAP a trazer-nos de volta a Portugal a preços justos, permitindo que possa estar agora confortavelmente em casa a cumprir uma quarentena obrigatória de 14 dias, a dez minutos de um hospital público equipado com melhores meios do que o melhor privado de Maputo.

Para trás deixei um país à mercê de si próprio, onde uma simples consulta e umas análises rotineiras ao sangue custam mais do que um Salário Mínimo moçambicano numa unidade privada que garanta as condições básicas de atendimento.

"Se o 'Corona' chegar aqui acabou". A frase dita por um amigo moçambicano não me sai da cabeça. Os receios de uma rápida propagação da doença num país com fragilidades sanitárias, bairros de elevada densidade populacional e um sistema de transportes suportado, sobretudo, pelos chamados "chapas" justificam as preocupações.

Do dinheiro às maçanetas. Eis os objetos "críticos" para apanhar Covid-19


Conheça os principais exemplos de superfícies de contágio pelo novo coronavírus.

Direção-Geral da Saúde (DGS) avisa que o novo coronavírus pode ficar em superfícies durante algumas horas e até 6 dias, razão que levou a emitir uma orientação de limpeza e desinfeção específica aos estabelecimentos de atendimento ao público ou similares que continuam abertos.

São 14 páginas que detalham todos os cuidados mais apertados de limpeza a ter nestes tempos de pandemia. Entre muitos pontos, o documento identifica superfícies identificadas como "críticas" de contágio da Covid-19, ou seja, todas as que são tocadas ou manipuladas frequentemente, sendo avançados exemplos:

- Dinheiro.
- Maçanetas de portas.
- Interruptores de luz.
- Telefones.
- Tablets e teclados de computadores principalmente quando usados por várias pessoas.
- Botões de elevadores.
- Torneiras de lavatórios, manípulos de autoclismos.
- Mesas e bancadas.
- Cadeiras e corrimões.
- Brinquedos em salas de diversão para crianças em espaços públicos.


A orientação da DGS refere a necessidade de cuidados adicionais de limpeza para os estabelecimentos de atendimento ao público que continuam abertos.

É, inclusive, definido o número mínimo de vezes, 6 por dia, que devem ser limpas as superfícies de toque frequente.


Nuno Guedes | TSF

Na imagem: Limpeza de rua durante pandemia do coronavírus © Home de Gouveia/Lusa

Grande Lisboa | 20 centros de rastreio e 35 áreas de diagnóstico em centros de saúde


Em breve, poderão ser realizados até 2.500 testes por dia para despistar infeções pelo novo coronavírus. Os rastreios serão gratuitos.

Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) vai abrir 35 áreas de diagnóstico da Covid-19, dentro de alguns centros de saúde, como forma de complemento à rede hospitalar. Estes centros de saúde irão ter uma área exclusiva para o atendimento aos utentes com sintomas provocados pelo novo coronavírus.

"Até aqui a luta tem sido, basicamente, travada pelos hospitais. Face ao número de casos que irão surgir, os cuidados de saúde primários terão um papel muito mais relevante", afirmou Luís Pisco, presidente da ARSLVT, em declarações à TSF.

"Vão abrir locais específicos, em centros de saúde, para atender doentes suspeitos - iremos separar as pessoas com queixas respiratórias de todas as outras queixas. Irão abrir na região 35 dessas áreas de diagnóstico", precisou Luís Pisco.

O mapa com a rede das Áreas de Diagnóstico Covid-19 será divulgado em breve.

Portugal | VAI FICAR TUDO BEM


Temos de estar bem conscientes de que os piores tempos estão a começar. Uma semana não é nada.

David Pontes | Público | editorial

A esmagadora maioria dos portugueses parte hoje, pelo menos, para a sua segunda semana de quarentena voluntária. É preciso sublinhar a “esmagadora maioria”, porque é essa a dimensão da soma do gesto individual de cada um, que se amplia para ser num motivo de orgulho nacional.

Não há razão para sermos modestos. O silêncio das ruas fala por todos nós. Diz-nos como um país agiu, sem que fosse necessário estado de emergência, e se soube confinar, respeitando o apelo das autoridades e a evidência, até agora, irrefutável, que o afastamento físico é a melhor arma que dispomos para evitar que o vírus se multiplique de pessoa para pessoa.

Não são uns tantos transeuntes na marginal ao sol, um ou outro estabelecimento que não respeita as regras de distanciamento, que tiram dimensão ao que foi conseguido até agora. Não só por pessoas singulares, mas também por empresas, por estabelecimentos, por autarquias, por grupos de cidadãos que souberam improvisar e criar defesas necessárias para poder prosseguir a vida. Na linha da frente vão continuar a estar os profissionais da saúde, mas sem esta retaguarda o seu esforço seria certamente muito mais complicado e ainda estaríamos longe de ter algumas razões para, mesmo com cautela, sorrir um pouco.

Estado de Emergência? Portugueses ignoraram e aproveitaram sol de domingo


Da Póvoa de Varzim a Coimbra, na Maia, na Trofa, em Lisboa e até em Vila do Conde foram muitos os que decidiram passear mesmo perante a ameaça da pandemia do novo coronavírus. Ministro anunciou na noite de domingo a detenção de sete pessoas pelo crime de desobediência.

Apesar de o país estar em Estado de Emergência perante a ameaça da Covid-19, que já matou 14 pessoas em Portugal e infetou 1.600, muitos são os portugueses que continuam a desrespeitar as medidas de prevenção de propagação da pandemia.

Nas redes sociais foram muitas as imagens partilhadas por internautas que encontraram centenas de pessoas a passear este domingo de sol.


Mas o desrespeito pelo Estado de Emergência não aconteceu só na Póvoa de Varzim. Também na Trofa e na Maia as autarquias tiveram de atuar face à excessiva concentração de pessoas nos seus passadiços.

o mesmo aconteceu no Choupal, em Coimbra, onde dezenas de pessoas aproveitaram o domingo para praticar desporto e passear. Já na Grande Lisboa, circulam nas redes sociais fotografias da Alameda e de Carcavelos que mostram que muitas pessoas ainda não perceberam que esta não é uma primavera qualquer. 


Natacha Nunes Costa | Notícias ao Minuto | Imagem: © Facebook / CM Pó voa de Varzim

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Covid-19 | Pesadelo semelhante ao de Itália pode acontecer brevemente nos EUA


O número de mortos por coronavírus na Itália aumentou para mais de 4.000 na sexta-feira, superando a China, um país com mais de 20 vezes sua população. O sistema de saúde italiano está agora dobrando com o peso da pandemia. Os profissionais de saúde estão trabalhando dia e noite para manter vivos os pacientes críticos do Covid-19, enquanto as condições de triagem em tempo de guerra deixaram os médicos  para decidir quem vive e quem morre . O crematório na cidade atingida de Bergamo está tão sobrecarregado que o exército foi trazido para lidar com os cadáveres.

Pode ser uma questão de semanas - ou até dias - antes que algo semelhante aconteça aqui, disse o Dr. Tom Frieden, ex-diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, ao The Intercept.

"No momento, a principal preocupação que tenho e que outros especialistas em saúde pública têm é o risco de ultrapassar a capacidade de assistência à saúde", disse Frieden, que atualmente é membro sénior de saúde global do Conselho de Relações Exteriores. “Isso seria catastrófico. É o que estamos vendo na Itália agora, e é o que podemos ver em comunidades em todo os EUA em breve. ”

Frieden enfatizou a importância para os indivíduos saudáveis ​​de lavar as mãos regularmente e pediu que os medicamente vulneráveis ​​se auto-isolassem e ficassem a um metro de distância de quase todo mundo. "Vimos exemplos terríveis da Itália e Wuhan [na China] de milhares de profissionais de saúde sendo infectados, e sabemos que nos EUA agora, muitos profissionais de saúde foram infectados".

Novas modelagens e estimativas apontam para um cenário de pesadelo em que pode haver uma necessidade dez vezes maior nos Estados Unidos de camas e ventiladores para terapia intensiva do que o disponível, disse Frieden. "O que esperamos é que esse tipo de pico que ultrapasse o sistema de saúde [como na Itália] não chegue aqui", disse ele ao The Intercept. "Se isso acontecesse, poderia ocorrer em questão de dias a semanas."

Na semana passada, Frieden publicou um cenário de pior caso - mas não implausível - no qual alertou que o Covid-19 poderia causar 1 milhão de mortes nos Estados Unidos .

COVID-19: A corrida para encontrar uma vacina segue em ritmo acelerado


Na China e na Europa, passando pelos Estados Unidos e Canadá, são várias as empresas farmacêuticas e institutos académicos e militares a desenvolverem vacinas contra a COVID-19, com testes em humanos prestes a começar. O mais recente desenvolvimento diz respeito à China, país onde começou a pandemia que, à data, soma 11.868 mortes em todo o mundo.

A cadeia de televisão estatal chinesa, CCTV, deu a conhecer na terça-feira que uma equipa de investigadores liderada pela epidemiologista Chen Wei, da Academia de Ciências Médicas Militares, foi autorizada a arrancar com ensaios clínicos de uma vacina contra a COVID-19 em humanos.

De acordo com a mesma fonte, o teste, desenvolvido em parceria com a empresa CanSino Biologics, estará na linha da frente “entre nove tratamentos possíveis, em desenvolvimento por cientistas chineses”, explica o “South China Morning Post”.

Chen Wei conta que a potencial vacina foi desenvolvida seguindo “padrões internacionais e regulamentos nacionais”, tendo em vista uma produção “segura, eficaz, de qualidade controlada e em massa”.

O alvo é, como se sabe, o vírus SARS–CoV-2, causador da doença COVID-19. Tendo em conta que este coronavírus partilha a esmagadora maioria do material genético do coronavírus da SARS (que apareceu também na China em 2002), os investigadores estarão a aproveitar muita da investigação já realizada sobre coronavírus.

De acordo com o jornal “The Guardian”, os dois coronavírus consistirão em duas tiras da molécula “mRNA” (ácido ribonucleico mensageiro) encapsuladas numa proteída em forma de esfera com picos. São essas “antenas” que o tonam capaz de se agarrar às células que revestem o pulmão humano e sequestrar-lhes o mecanismo de reprodução, fazendo mais cópias de si próprio.

O jornal britânico diz também que serão já 35 as empresas e instituições académicas a testarem, neste momento, uma possível vacina contra a COVID-19.

Moscovo e a desinformação na crise do coronavírus


Relatório da União Europeia enumera dezenas de casos de notícias falsas de origem russa sobre a covid-19. Tática para confundir opinião pública segue o mesmo modelo usado pela União Soviética na época da Guerra Fria.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já fala numa "infodemia" em conexão com a crise do coronavírus. Não apenas o vírus, mas também uma quantidade crescente de informações circula pelo mundo. No entanto, muitas informações são pura desinformação e são usadas como um meio de exercer influência política.

A Rússia é particularmente ativa nessa área. Um relatório da divisão para comunicação estratégica do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE) divulgado nesta semana relata dezenas de casos de desinformação em relação ao vírus. Somente entre 22 de janeiro e 19 de março de 2020, os "caçadores de desinformação" da UE listam mais de 110 casos de notícias falsas de origem russa sobre o coronavírus. Os autores e as mensagens são sempre as mesmas – e têm uma longa tradição no sistema russo de interferência no exterior.

Segundo o relatório da UE, a atual campanha de desinformação russa se concentra em uma coisa: uma suposta origem artificial do vírus que seria usado para um propósito político menor. Plataformas como "southfront.org" ou RT e Sputnik são particularmente citadas pela UE como originadoras e multiplicadoras deste tipo de mensagem.

As versões das notícias falsas variam. Algumas falam em "elites secretas" que seriam responsáveis pelo vírus, outras acusam os EUA e a indústria farmacêutica. Mas eles têm uma característica em comum: sugerem que nada é o que parece ou como relatado por governos, as autoridades de saúde e mídia.

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