sexta-feira, 17 de abril de 2020

TRUMP ADAPTA A ESTRATÉGIA ENERGÉTICA DOS EUA


Thierry Meyssan*

Enquanto a maior parte das pessoas está absorta com as medidas de controle em tempo de epidemia, os Saud colocam em questão o poderio do seu protector norte-americano. Uma prova de força opõe Riade e Washington, a qual desorganizava já a economia mundial antes da propagação do Covid-19. O Presidente Trump pensou tomar o controle do petróleo saudita e venezuelano o que, parece, o levou a encetar novas alianças.

esde há três anos, o Presidente Trump e o seu Director da CIA depois Secretário de Estado, Mike Pompeo, tentam largar o imperialismo do seu país e substituí-lo por uma estratégia económica. Isso supõe que Washington ainda possa ser o líder mundial, com a condição de dispor de um poderoso exército e de auto-suficiência energética.

Donald Trump autorizou a exploração de zonas protegidas, relançou a construção de oleodutos e prosseguiu a aventura do xisto, muito embora esta seja de natureza efémera. A evolução política da Arábia Saudita, marcada pela megalomania do Príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, foi primeiro gerida extorquindo-lhe o máximo de dinheiro possível a cada uma das suas loucuras, depois virou para um conflito.

Finalmente, MBS abriu uma guerra de petróleo, mas não contra a Rússia e sim contra a indústria norte-americana do xisto. Deliberadamente, ele provocou um mergulho dos preços de US $ 70 dólares o barril para menos de US $ 30 dólares. Ora, esta prova de força coincidiu de forma inesperada com a epidemia de Covid-19 e à queda vertiginosa do consumo mundial de energia. A epidemia atinge igualmente os Estados Unidos onde uma parte dos oficiais superiores pretendem proclamar uma lei marcial disfarçada e acabar com a experiência Trump.

Estas três realidades (a estratégia económica do Presidente Trump, a rebelião saudita e a epidemia de coronavírus) chocam entre si. Para as analisar, vamos dissociá-las arbitrariamente, mantendo em mente que a lógica de cada uma delas pode ver-se subitamente perturbada pela das outras duas.


A estratégia económica

Face ao colapso dos preços do petróleo, o Presidente Trump considerou que não tinha outra solução senão tomar em mãos as principais reservas mundiais, as da Venezuela. Desde há vários anos, a CIA e a SouthCom desestabilizam este país em preparação do plano Rumsfeld/Cebrowski de destruição das estruturas estatais na Bacia das Caraíbas. O país chegou a um ponto onde uma possível eliminação do Presidente Nicolás Maduro não suscitaria maior reacção do que a do Chefe do exército panamiano (panamenho-br) Manuel Noriega em 1989.

Assim, os Estados Unidos convenceram a União Europeia a juntar-se a uma operação de tipo «Just Cause» («invasão do Panamá»-ndT) : o sequestro do Presidente Maduro e do homem forte do país, Diosdado Cabello. O Reino Unido, a França, a Espanha, Portugal e a Holanda —quer dizer, as antigas potências coloniais da América do Sul— dispuseram-se a participar. Eis a sequência reveladora:

Em 26 de Março, o Departamento de Justiça dos EUA emitiu um mandado de busca e de recompensa envolvendo o Presidente Maduro e a sua equipa, que acusou de tráfico de drogas.

-- A 31 de Março, o Departamento de Estado publicou um roteiro para uma transição democrática na Venezuela que excluía, ao mesmo tempo, o anterior Presidente Maduro e o autoproclamado presidente Guaidó [1]

-- No princípio de Abril, um navio espião português, o RCGS Resolute, conseguiu afundar o barco da guarda-costeira venezuelana que tinha vindo para o arrestar, escapar e depois a colocar-se sob protecção holandesa em Curaçao. A França e o Reino Unido despacharam para a zona dois navios de combate, o porta-helicópteros anfíbio Dixmunde e o porta-contentores RFA Argus, para levar armas e munições sob a cobertura de transporte de materiais de luta anti-Covid19 [2]. Um destróier norte-americano e vários navios da Navy foram colocados sob o comando da Drug Enforcement Agency («Agência de Luta contra as Drogas»-ndT).

No entanto, esta operação foi interrompida pela Marinha dos EUA («US Navy»-ndT) devido à epidemia.

Relatório revela numerosas mortes em lares de idosos em Nova Iorque


No Estado de Nova Iorque, em cada um de 19 lares de idosos morreram pelo menos 20 doentes devido à pandemia de covid-19, segundo um relatório oficial hoje divulgado.

O desespero causado pelo novo coronavírus nos lares de idosos ficou bem patente num relatório do Estado de Nova Iorque que hoje identificou numerosas instalações onde morreram centenas de doentes, nas últimas semanas.

Num lar no bairro de Brooklin, na cidade de Nova Iorque, morreram 55 pessoas e em quatro lares dos bairros de Bronx, Queens e Staten Island foram registadas outras 40 mortes.

A divulgação do relatório oficial ocorre dias depois de várias reportagens nos meios de comunicação social norte-americanos em que se relatavam episódios de empilhamento de caixões, à espera de serem retirados os corpos das vítimas, enquanto as famílias lutavam por ter informações sobre os seus entes queridos que ficaram em isolamento.

O Estado de Connecticut tinha revelado um relatório semelhante, na quinta-feira, em que identificava oito lares de repouso com pelo menos 10 mortes em cada um.

O golpe COVID-19 da elite contra a humanidade aterrorizada: resistindo poderosamente



Eu já expliquei anteriormente como a infecção por COVID-19 está sendo usada para nos assustar a nos submeter impotentemente ao mais recente passo da elite global para assumir um controle muito maior de nossas vidas e como aqueles que podem perceber isso e desejam resistir a isso podem fazê-lo. efetivamente. Ver 'Observando as elites manipulam nosso medo: COVID-19, propaganda e conhecimento'  e 'Defendendo a humanidade contra o golpe de elite' .

Neste artigo, quero documentar uma amostra da evidência cada vez maior de como esse golpe está tomando forma e reiterar uma estratégia para derrotá-lo.

O golpe foi planeado para tomar medidas imediatas para garantir que os direitos e liberdades fundamentais, apenas 'conquistados' (pelo menos no nome) depois de muitos séculos de luta, sejam arrancados de nós e de maneira que as pessoas aceitem com medo isto.

É por isso que a idéia de um vírus 'pandémico' era bastante inteligente.

Como o medo de contrair o vírus (e suas consequências possivelmente mortais) pode ser aumentado grotescamente inflando os números, constantemente afetados pela Organização Mundial da Saúde, pela indústria médica (em associação com a indústria farmacêutica) e pelos governos, e depois ampliados pela mídia corporativa - com uma saída sugerindo ridiculamente que o COVID-19 poderia ser pior que o surto de gripe em 1918 (atribuído falsamente à Espanha): veja 'O COVID-19 tem potencial para se tornar tão grave quanto a gripe espanhola' - tornou praticamente todas as pessoas submissas a qualquer medida tomada, ou ordem dada, ostensivamente para impedir a propagação do vírus.

O medo manipulado pela propaganda sempre derrota o conhecimento e a evidência, como a história demonstrou sem parar. Basta perguntar a Joseph Goebbels como eles fizeram isso na Alemanha nazista. Brinque com o medo, brinque com o medo….

Mas se você não tem medo de procurar as evidências, obtém uma imagem totalmente diferente do que está acontecendo.

Por exemplo, a médica norte-americana Dra. Annie Bukacek observa que:

O número real de mortes por COVID-19 não é o que a maioria das pessoas recebe e o que pensa. Quantas pessoas realmente morreram de COVID-19 é uma incógnita. (…) Com base em dados imprecisos e incompletos, as pessoas estão sendo aterrorizadas pelos traficantes de medo para abrir mão de liberdades.

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Como resultado dessa pandemia de medo , os direitos humanos à privacidade (artigo 12), liberdade de movimento (artigo 13.1) e liberdade de reunião (artigo 20.1), por exemplo, consagrados na  Declaração Universal dos Direitos Humanos  proclamada por a Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948 (mas não necessariamente legislada por países individualmente e rotineiramente violada pelos governos em qualquer caso) foi agora publicamente e completamente eviscerada de uma só vez com proibições de reuniões, requisitos legais para ' distanciamento social 'e vigilância ainda maior de nossas atividades privadas com apenas um murmúrio de protesto.

Para um resumo global abrangente, que monitoriza as respostas individuais do governo à pandemia que afetam as liberdades cívicas e os direitos humanos, com foco nas leis de emergência, consulte o 'Rastreador de Liberdade Cívica COVID-19' .

Negados esses direitos fundamentais, outros - incluindo aqueles que impedem a prisão ou detenção arbitrária (Artigo 9), o direito a uma audiência justa e pública por um tribunal independente e imparcial em resposta a qualquer acusação criminal (Artigo 10), para ganhar a vida da maneira de nossa escolha (Artigo 23), prestar assistência médica adequada, independentemente das circunstâncias pessoais (Artigo 25.1) e ter alguma opinião sobre como somos governados (Artigo 21) -, se eles existiam anteriormente na prática, desapareceram amplamente como muitos governos ao redor do mundo O mundo usou uma variedade de medidas ilegais e, por vezes, inconstitucionais - variando de 'bloqueios' e toques de recolher a leis marciais e suspensões de parlamentos em favor de ditaduras - para usurpar um controle mais completo das sociedades nacionais.

CUBA SALVA. SEM BLOQUEIO SALVARIA MAIS


Mercedes Martínez Valdês* | Diário de Notícias | opinião

Um dos pilares da política exterior do governo de Cuba, após do triunfo revolucionário de janeiro de 1959, tem sido o espírito internacionalista e solidário.

Com a figura do líder histórico Fidel Castro Ruz foram impulsionadas as práticas e ideias revolucionárias consequentes com esta máxima.

Já em maio do ano 1960, Cuba ofereceu ajuda médica internacional ao povo chileno, como consequência de um forte terramoto que assolou o país e causou grandes danos. De imediato, foi enviada uma brigada médica cubana, oito toneladas de equipamentos e produtos médicos e hospitalares, alimentos e roupa.

Posteriormente, também no mês de maio, mas de 1963, deslocaram-se 29 médicos, 4 estomatologistas, 14 enfermeiros e 7 técnicos para a República da Argélia, em resposta ao pedido do recém-nomeado Primeiro Ministro Ahmed Ben Bella. Desta maneira, deu-se início a primeira missão internacionalista do governo cubano.

Uma das principais tarefas da Revoluçâo foi o fortalecimento do sistema de saúde. Isto permitiu atingir a cifra de 8,2 médicos por cada milhar de habitantes. Uma das taxas mais altas do mundo, segundo o Banco Mundial.

Outra das fortalezas conquistadas tem sido a permanência de Cuba dentro dos 35 países, a nível mundial, com a taxa mais baixa de mortalidade infantil e dos primeiros na região latino-americana.

Graças às potencialidades deste sistema, mais de 400 000 profissionais do ramo tem prestado missão internacionalista e de cooperação em 164 países.

Ao escrever este artigo, são 593 os cooperantes que, organizados em quinze brigadas, dão assistência imediata para a detenção da pandemia COVID-19, em países como: Jamaica, São Vicente e Granadinas, Angola, República Togolesa, Andorra, Itália , dentre outros.

Tudo isto num contexto marcado pela nova campanha política e manobras de descrédito do governo dos Estados Unidos, para desestimular a cooperação de profissionais sanitários cubanos.

Contudo, isto não tem sido um freio para a cooperação. Recentemente, foi enviada uma segunda brigada médica para Itália, para reforçar as tarefas de contenção do COVID-19.

Mais da metade da equipa de profissionais enviados para o combate do coronavírus, em diferentes partes do mundo, se distinguiu pela prestação de serviços contra o Ébola em África Ocidental, e são membros da brigada "Henry Reeve", especializada em situações de desastres e graves epidemias.

Entanto, em Cuba, o sistema de atenção primária da saúde é o principal elo no controlo da pandemia.

A vigilância nos bairros é permanente e sistemática. Alem disso foram habilitados centros de evacuação e internamento, distantes das cidades, para o isolamento dos casos de suspeita da doença e atenção aos contagiados.

Tudo isto acontece numa pequena ilha das Caraíbas, bloqueada e hostilizada durante sessenta anos; mas onde prevalece a prática das relações internacionais sob a máxima da solidariedade e o humanismo. Os nossos médicos estão a espalhar amor, profissionalismo, humanismo, altruísmo e isto e feito com os países cujos governos têm solicitado o seu apoio, sem pedir pagamento, sem pedir nada em troca, em momentos que a humanidade o necessita.

Porque como disse o líder histórico Fidel Castro: "Nas relações internacionais praticamos a nossa solidariedade com factos não com belas palavras. (...) Eles expressam a pureza, o desinteresse, o espírito de solidariedade e a consciência internacionalista, que a Revolução tem forjado no nosso povo.

*Embaixadora de Cuba em Portugal

LUIS SEPÚLVEDA FALECEU – escritor chileno


Foi um dos maiores escritores da literatura sul-americana e um defensor da liberdade. Luis Sepúlveda resistiu à ditadura de Pinochet e lutou para derrubar Anastasio Somoza, outro ditador, na Nicarágua.

O escritor chileno, que na foto segura uma caneta e uma folha de papel onde se lê: «Só voa aquele que se atreve a fazê-lo», publicou obras emblemáticas como «O Velho que Lia Romances de Amor» e «História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar». Faleceu hoje, aos 70 anos, em Oviedo, Espanha. 

AbrilAbril | imagem: Miguel Pereira da Silva / Agência Lusa

Morreram mais 28 pessoas com Covid-19 em Portugal. Total sobe para 657


Nas últimas 24 horas, morreram mais 28 pessoas com o novo coronavírus em Portugal. Há mais 181 casos confirmados e mais 26 recuperados num dia.

De acordo com o boletim diário da Direção-Geral da Saúde, o total de vítimas mortais por Covid-19 sobe esta sexta-feira para as 657 pessoas (mais 28 mortes), que consiste num aumento percentual de 4,5%.

O total de infetados desde o início da pandemia é de 19022, após a deteção de mais 181 casos nas últimas 24 horas em Portugal (um aumento percentual de 0,96%). Uma descida abrupta face às últimas semanas: na quinta-feira foram registados, por exemplo, mais 750 infeções.

Mais de 4800 pessoas aguardam o resultado do teste ao novo coronavírus e 25456 doentes estão em vigilância pelas autoridades de saúde.

Nos hospitais, há 1284 doentes internados (menos 18 pessoas), e desses, 222 estão em cuidados intensivos (menos sete pessoas).

A região do Norte continua a ser mais afetada pela Covid-19: há 11324 infetados e 377 mortes. Já no Centro, há 2778 doentes e 148 vítimas mortais. Em Lisboa e Vale do Tejo, os números continuam a aumentar com 4302 infetados (mais do que no Centro) e 119 mortes. O Alentejo continua a não registar vítimas mortais com 158 casos confirmados. Já o Algarve mantém as nove mortes e 305 doentes.

Nas regiões autónomas, os Açores registam quatro mortes no total e 102 infetados, enquanto a Madeira não tem óbitos e tem 53 doentes com Covid-19.

Os maiores de 80 anos continuam a registar o maior número de mortes: são 433 vítimas mortais. Nesta faixa etária há ainda 2877 doentes. Não há mortes registadas em menores de 39 anos. Dos zero aos 39 anos, há 5471 pessoas com Covid-19.

Rita Neves Costa | Jornal de Notícias

DIVIDENDOS DISTRIBUÍDOS EM TEMPO DE PANDEMIA


O surto de covid-19 colocou a vida das empresas e a estabilidade dos vínculos laborais em causa, mas os riscos para a actividade económica não travaram a distribuição de 694 milhões de euros aos accionistas da EDP.

A Assembleia Geral anual da EDP aprovou a proposta da administração de distribuir um dividendo de 19 cêntimos brutos por acção, face ao ano de 2019, o que representa uma quantia total de 694,7 milhões de euros a ser paga aos accionistas.

Num comunicado enviado à CMVM (Comissão de Mercado de Valores Mobiliários) nesta quinta-feira, a empresa liderada por António Mexia anunciou que vai começar a distribuir os dividendos pelos accionistas a partir do próximo dia 14 de Maio. 

O montante distribuído face ao exercício de 2019 será o mesmo do ano anterior, e a proporção face aos lucros (o chamado payout), mantém-se também nos 134%, uma vez que a empresa anunciou uma quebra nos lucros em 2019.

Em comunicado, a comissão sindical da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas e Eléctricas (Fiequimetal/CGTP-IN) denuncia que a EDP tem colocado entraves à negociação da tabela salarial com os trabalhadores mas que em plena pandemia tem mais de 600 milhões de euros para distribuir lucros aos accionistas.

Também na Galp se perspectiva o pagamento de 318 milhões de euros em lucros aos accionistas. A mesma empresa, cuja Assembleia Geral reunirá a 24 de Abril, já despediu este mês mais de 80 trabalhadores com vínculos precários, só na refinaria de Sines.

A Jerónimo Martins tem até final de Junho para decidir se avança com a distribuição de 216 milhões de euros em dividendos.

AGORA SEM VARANDAS


Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

Serão quase nenhumas as saudades que viremos a ter do momento em que o Mundo, anunciado catástrofe, inesperadamente tombou.

Diremos que foi roleta russa, a dado tempo. Lembraremos que ninguém conhecia toda a verdade, que cedemos à nossa natureza de sábios precipitados, nós os que nascemos educados para adivinhar como se ciência fosse. Congeminado o vírus por teorias da conspiração, costumes e preconceito, remetemo-nos ao isolamento, tingimos os dias com escapes, alimentamos a roda a evitar desesperos enquanto o Mundo, literalmente, fechava. E teletrabalhamos, essa modernice decretada a adultos, qual telescola imposta às crianças. Voltámos atrás. Descobrimos o espaço entre as varandas. Alguém dirá, quando isto passar, que fomos reencontrados mais solidários após tanta intimidade à força. Oxalá. Depois de termos descoberto o espaço entre varandas, pode ser intimidante olhá-las do mundo cá fora.

Há uma bravura indesmentível na forma como atravessamos um momento para o qual ninguém se preparou senão a olhar à distância para outros países em-dias-em-curvas. Ou a antecipar como fazer a pontuação das horas seguintes, servidas por estatísticas e percentagens à hora de almoço que são muito mais do que números servidos a frio. Acumulam-se mortos, salvam-se vidas. Perder a noção dos dias não é perder a noção do tempo que passa e que será - vamos então adivinhar - muito, conceito bem indefinido. Este conteúdo heróico que nos quiseram injectar surtiu efeito, conteve-nos mais humanos, mais finitos, mais perecíveis. A título de educação cívica, nenhum de nós devia deixar de passar uma noite por ano num serviço de urgências. E poderia ser o fim das aulas de educação moral e religiosa. É quase uma estranha dependência da catástrofe, esta, a de termos de esperar por uma pandemia que nos reconcilie com o comprometimento individual e colectivo da vida em sociedade.

A fé nos homens é agora matéria divina. Está nas notícias, puxada pelo frémito da economia: ouvimos dizer que a vida, tal como a conhecemos, vai recomeçar aos poucos. Melhor seria imaginar que começasse de novo. Tantas vezes, a força libertadora de um "reset". A revolução que se pede na nossa relação com a natureza exige-nos um pacto de não agressão com o Homem. Licenciada por um "bem maior", a terrível imagem de um Mundo movido e controlado a GPS individuais está à porta e entrará enquanto espreita pela fechadura. Convém estar alerta ou seremos todos infectados e tratados como tal, infectados, gente monitorizada por gente. É o tempo certo para se debater políticas e lideranças que nos assegurem que o pelotão da frente cuida bem do carro-vassoura sem o qual ninguém fecha a corrida. Se das varandas vimos um condomínio, lavre-se acta. Um vírus libertador, era bem visto.

*Músico e jurista

CRIMINOSOS DE GUERRA

Trump, Bolsonaro, Orbán
Anselmo Crespo | TSF | opinião

Bem sei que estamos todos - ou quase todos - focados no combate à pandemia, a lutar pela vida e, ao mesmo tempo, a tentar salvar o que podemos da economia mundial. Bem sei que tudo o que enfrentamos é novo e que o desconhecido nos obriga, muitas vezes, a cometer erros. Que esses erros são humanos. Mas a forma como alguns líderes políticos têm lidado com a crise das nossas vidas devia ser considerada crime de guerra. Porque é uma guerra que estamos a travar. E porque "condenar" à morte ou à ditadura milhões de pessoas, com tamanha leviandade, só pode ser considerado criminoso.

Levante-se o réu Donald Trump. Esse génio que passou o mês de janeiro a desvalorizar o vírus e a prometer aos americanos que o país estava preparado. Que em fevereiro dizia que o vírus haveria de desaparecer milagrosamente, lá para abril, com a chegada da primavera. E que só em março começou a tomar medidas, dizendo, ainda assim, que tudo não passava de uma gripe comum, sempre com aquela postura de homem invencível que só os muito arrogantes ou os muito estúpidos conseguem fazer perdurar no tempo.

As consequências de tamanha irresponsabilidade estão à vista: os Estados Unidos são já o país do mundo com mais mortes - 25.757 na quarta-feira - e contabilizam já mais de 600 mil infetados. Perante tamanha catástrofe, Trump fez o que os cobardes sabem fazer melhor: fuga para a frente. Em ano de eleições, o Presidente que achava que a reeleição estava garantida decidiu apontar o dedo noutra direção, que não a dele. Na impossibilidade de culpar os democratas, decidiu culpar a Organização Mundial de Saúde. E suspender a contribuição dos Estados Unidos para esta organização. Em plena pandemia.

Independentemente dos erros que a OMS possa ter cometido - e, seguramente, cometeu - na gestão desta crise e nos ouvidos que deu à China, se isto não servir para os americanos perceberem o louco que têm na Casa Branca, não sei o que será preciso mais.

Mais a sul, no Brasil, há outro "criminoso de guerra" à solta. Chamar-lhe louco seria um insulto para quem sofre de demência, pelo que talvez seja preferível apontar-lhe os "crimes" perversos e conscientes que comete todos os dias, deixando milhões de brasileiros em risco.

Levante-se o réu Jair Bolsonaro. Por difícil que seja deixar de lado as alarvidades que diz e faz diariamente, centremo-nos nas medidas que não tomou, nos exemplos que não dá e, sobretudo, nas mensagens falsas que passa todos os dias. Contrariando os dados do seu próprio Governo - que mostram que o número de mortos e de infetados mais do que duplicou nas últimas duas semanas -, Bolsonaro veio dizer que o vírus da Covid-19 já estava a abandonar o Brasil. O presidente brasileiro insiste em ignorar todas as orientações de distanciamento social e as dúvidas sobre o real impacto desta pandemia neste país são cada vez maiores. Um grupo de investigadores brasileiros aponta para um número de infetados que pode ser 12% a 15% superior aos dados oficiais. Se isto não é um crime, não sei o que será.

Aqui mais perto, temos ainda o caso da Hungria, onde um ditador - oportunista, como são todos - se está a aproveitar desta pandemia para cumprir - e acelerar - um desígnio antigo.

Levante-se o réu, Viktor Orbán. Ao abrigo do estado de emergência, o Presidente húngaro tem aproveitado para cumprir vários objetivos: silenciar a imprensa, aniquilar a oposição e eternizar-se no poder. E sim, a Hungria faz parte da União Europeia. A verdade sobre o que se passa neste país só a história a poderá contar por inteiro, mas é possível, desde já, perceber como os direitos, liberdades e garantias de um país europeu, no século XXI, estão a ser mais condicionados do que em qualquer estado de emergência provocado por uma pandemia. Crimes disfarçados por uma guerra que é de todos e que tem várias vítimas. Umas infetadas. Outras afetadas.

Talvez o isolamento nos dê o tempo suficiente para meditarmos todos no país e no mundo que queremos depois desta guerra. Sabendo nós que, depois desta pandemia, dificilmente o antes se vai repetir, talvez possamos todos pensar melhor nas escolhas que fazemos. Nos "salvadores" que lá por fora, como cá por dentro, nos tentam enganar e embalar com discursos salvíficos, cheios de frases feitas e bacocas.

Talvez este seja um bom momento para aprendermos alguma coisa com os Estados Unidos, com o Brasil ou com a Hungria, e compreendermos melhor o que significa ter oportunistas disfarçados de populistas no poder. Porque eles também andam por cá, a tentar furar. A alimentar-se do medo que todos temos desta pandemia, para nos assustar com notícias falsas e a tentar dar nas vistas, quais crianças a fazer birra só para chamar à atenção.

Talvez esta seja uma boa oportunidade para percebermos o valor que uma democracia madura tem. E como está nas nossas mãos defendê-la dos que a querem destruir em função de um projeto que tem tanto de pessoal como de mesquinho. Em tempos de guerra também se cometem crimes. E, vencida a guerra, os criminosos têm de ser identificados e punidos.

Centeno "vergonhoso" no Eurogrupo. Vai haver "austeridade pior do que em 2011"


Yanis Varoufakis, antigo ministro grego das Finanças, considera que o desempenho de Mário Centeno no Eurogrupo é "vergonhoso" por ter mediado a aprovação de um acordo que vai trazer “austeridade pior que a de 2011” e é "o início da desintegração europeia" – Imagem: © Vickie Flores/EPA

Yanis Varoufakis afirma que o pacote europeu de 500 mil milhões para combater a crise é o início do fim do euro. Antigo ministro grego das Finanças critica Centeno e avisa: "Vai haver austeridade".

Tornou-se uma figura mediática em 2015, quando assumiu a pasta grega das Finanças no Governo de Alexis Tsipras, do Syriza. Ao longo de seis meses, confrontou a troika e Bruxelas, exigindo uma reestruturação da dívida grega.

Saiu em conflito com o primeiro-ministro, depois do referendo que ditou a vitória do "não" a medidas impostas num novo programa de resgate, resultado que o Governo grego acabou por não levar à prática.

Em entrevista à TSF, Yanis Varoufakis afirma que o acordo do Eurogrupo, que aprovou um pacote de mais de 500 mil milhões de euros para fazer face às consequências da pandemia do novo coronavírus marca "o início da desintegração europeia".

TSF - O Eurogrupo aprovou um pacote de 500 mil milhões de euros para fazer face à crise. No Guardian escreveu recentemente que o acordo é "um presente para os inimigos da Europa". Explique.

YV - Para começar, os 500 mil milhões são quase só empréstimos. É exatamente o que a Europa não precisa, especialmente nos países que estão a sofrer mais, como Itália ou Espanha ou a Grécia, que têm menor capacidade de aumentar a dívida pública. O motivo pelo qual os eurobonds - que nove países, incluindo a Grécia e Portugal pediram - são essenciais é porque constituem uma reestruturação da dívida, de forma a que não vá para os países, sendo partilhada pela Europa. Espalhando a dívida, o valor líquido diminui nos próximos 20 anos, tornando-se mais gerível.

Ao rejeitar os eurobonds, tendo em vez disso empréstimos do Mecanismo Europeu de Estabilidade ou dos mercados, países como a Grécia ou Portugal vão estar tão endividados no próximo ano que, mesmo sem restrições orçamentais europeias, vai haver um nível de austeridade pior que a de 2011. E depois, quando a economia começar a sair da crise, vai haver uma segunda vaga de recessão que vai ser imposta por Bruxelas e Frankfurt.

Berlim já começou a falar em retomar o travão da dívida no próximo ano. Não se enganem: eles vão pedir consolidação fiscal para Portugal, para a Grécia, Espanha e Itália em 2021. Não pode haver melhor presente para os eurocéticos, para os nacionalistas que querem destruir a União.

TSF - O problema está na natureza da solução ou no valor? O pacote alemão é maior do que o europeu.

YV - Em ambos. O valor faz dó. O resto do mundo está a rir-se da Europa, e com razão. É só 0,2% do PIB da zona euro. O resto é empréstimos, e os empréstimos são inúteis. Um problema de bancarrota não se resolve com empréstimos e é esse o problema que enfrentamos.

A Alemanha, por causa da sua margem orçamental, está a canalizar injeções diretas de 6%. Não são empréstimos. Em Portugal e na Grécia são cerca de 0,9%. Isto vai ampliar os desequilíbrios já existentes, a tal ponto que os políticos, sobretudo nos países do Sul, como a Itália, por exemplo, vão tornar-se tóxicos. Não vejo como é que a zona euro pode sobreviver fazendo erros da mesma natureza dos de 2010, quando tratou os problemas de insolvência dos nossos dois países como se pudessem ser solucionados com empréstimos.

TSF - A longo prazo, os países que hoje se opõem aos eurobonds chegarão a um ponto em que não terão outro remédio senão aceitá-los?

YV - Não estou a ver por que motivo mudariam de opinião no futuro. É por isso que acho que o Eurogrupo de dia 9 de abril vai ser lembrado como o momento em que a desintegração da União Europeia e da zona euro começou.

TSF - Este acordo foi mediado por Mário Centeno. Como classifica o desempenho do ministro português enquanto presidente do Eurogrupo?

Uma palavra: vergonhoso. Ele devia baixar a cabeça com vergonha por ter arranjado este não-acordo. Se esta não fosse uma situação trágica seria uma piada. O sr. Centeno vem de um país que conhece a dor da austeridade, que sabe que a zona euro nunca lidou racionalmente com a enorme crise de 2010 e 2011. O sr. Centeno tinha o dever moral e político para com os povos português e europeu de não repetir os desempenhos do sr. Juncker e do sr. Dijsselbloem quando eram presidentes do Eurogrupo.

TSF - O ministro holandês das finanças sugeriu que Itália e Espanha fossem investigadas por não terem dinheiro para lidar com a crise. Mais tarde pediu desculpa, depois do primeiro-ministro português ter dito que eram declarações repugnantes. A palavra solidariedade ainda tem significado na Europa?

YV - Não. Não tem. Os resgates a Portugal e à Grécia foram disfarçados de solidariedade. E foram solidários: com o Deutsche Bank e com a Societé Generale, porque o dinheiro que foi para os países acabou por servir para pagar dívidas que bancos franceses e alemães acumularam em 2008 nos Estados Unidos.

Mas julgo que estamos a fazer um grande erro, enquanto portugueses, gregos ou mesmo alemães. Isto não é uma questão de solidariedade. Não devemos pedir solidariedade ao ministro holandês. Se pedir solidariedade a um cidadão holandês, eles têm o direito de rejeitar. Podem dizer "quero ser solidário, vou fazer-te um empréstimo ou dar-te uma prenda". E isso é um argumento.

Hugo Neutel | TSF


Reino Unido | Médicos 'convidados' a não escrever Covid-19 em certidões de óbito


Denúncia foi pela Good Law Project, uma organização sem fins lucrativos que atua no Reino Unido.

Segundo uma denúncia da organização Good Law Project, há hospitais a recomendarem aos médicos que não escrevam que a causa de morte dos seus pacientes tenha sido por Covid-19.

De acordo com o declarado, com base em documentos de circulação interna de hospitais, os médicos são convidados a não declarar a morte por Covid-19, mas sim por "pneumonia" ou "pneumonia adquirida na comunidade".

A recomendação, intitulada 'guia para a certificação de óbito em casos de pacientes de Covid-19 confirmados durante a pandemia', esclarece que todas as mortes pelo novo coronavírus devem ser reportadas aos responsáveis do hospital.

Porém, num ponto inferior, explica-se que "não é obrigatório escrever Covid-19 como parte do certificado médico de causa de morte", explica o jornal Daily Mail.

"Se os médicos estão a ser gentilmente desencorajados a reportar mortes por Covid-19, não temos forma de saber que os dados do Governo por coronavírus são precisos", esclareceu a fundação responsável pela denúncia, informando, contudo, que este tipo de caso só terá sido verificado na gestão de um hospital.

Sérgio Abrantes | Notícias ao Minuto | Imagem: © Reuters

Leia em Notícias ao Minuto: 

Houve mais de 4 mil mortes por Covid-19 em 24 horas nos EUA


Os EUA registaram 4.491 mortos nas últimas 24 horas devido à covid-19, elevando para cerca de 33 mil o total de vítimas mortais no país, indicou a Universidade Johns Hopkins esta quinta-feira.

Este número, obtido entre as 20h30 de quinta-feira (01h30 de hoje em Lisboa), poderá incluir óbitos "provavelmente relacionados" com a covid-19, mas que inicialmente não tinham sido contabilizados.

Esta semana, a cidade de Nova Iorque anunciou que ia acrescentar 3.778 mortes provavelmente causadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) ao número de óbitos locais.

De acordo com os centros de prevenção e de luta conta as doenças norte-americanos (CDC, uma agência governamental), o país contava às 20:00 TMG (21h em Lisboa) 31.071 mortos, incluindo 4.141 provavelmente causados pela covid-19, um número ligeiramente inferior ao avançado pela Universidade Johns Hopkins.

Os Estados Unidos são atualmente o país com mais óbitos no mundo, à frente da Itália (com 22.170 mortos), Espanha (19.130) e França (17.920) e Reino Unido (13.729 mortos).

A primeira potência mundial identificou também cerca de 667.800 casos.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na quinta-feira um plano de "reabertura" económica e social para o país, por fases e zonas, e sem um calendário definido.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.

Notícias ao Minuto | Lusa

Leia em Notícias ao Minuto:

O que significa a suspensão das contribuições dos EUA à OMS?


Trump anunciou a suspensão de pagamentos à Organização Mundial da Saúde devido à resposta à pandemia de coronavírus. Quais são as motivações do presidente americano e que impacto sua decisão pode ter sobre a OMS?

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a suspensão, pelo menos temporariamente, das contribuições de seu país à Organização Mundial da Saúde (OMS), acusando a entidade de "encobrir" a pandemia de coronavírus e de responder de forma inadequada à propagação da doença.

"Ordeno ao meu governo que suspenda as contribuições para a OMS enquanto revejo sua conduta, para determinar seu papel e sua grave má gestão e encobrimento da propagação do coronavírus", anunciou Trump em entrevista coletiva na Casa Branca nesta terça-feira (14/04).

Segundo o líder americano, o mundo depende da OMS para garantir que informações precisas sobre ameaças à saúde sejam compartilhadas em tempo hábil, mas acabou recebendo "muitas informações falsas sobre a transmissão e a mortalidade" da doença covid-19. A entidade "fracassou em seu dever básico e deve ser responsabilizada", acrescentou.

Por que Donald Trump quer suspender a contribuição dos Estados Unidos à OMS?

Segundo vários veículos de imprensa americanos, o presidente quer desviar a atenção do próprio fracasso na gestão da crise do coronavírus Sars-Cov-2 – de fevereiro a meados de março, Trump negou os riscos da pandemia. Com isso, o mandatário estaria buscando um novo inimigo na política externa com a China. Especula-se que sua aversão ao multilateralismo e a organizações internacionais também desempenhem um papel. 
Trump já havaia ameaçado anteriormente suspender o financiamento americano à Organização das Nações Unidas, à qual a OMS é subordinada, e a deixar a Otan. Além disso, o Wall Street Journal suspeita de que haja uma tentativa permanente do governo Trump de aumentar o número de funcionários americanos nas organizações internacionais que os EUA financiariam. 

Brasil | UM PRESIDENTE PARA ESTRAÇALHAR NOSSA SOBERANIA


Autodeterminação é princípio constitucional brasileiro. Mas não sob Bolsonaro, obediente às regras impostas pelo Império Americano a suas “províncias”. Tudo o que faz — da antipolítica à violência — são, no fim, atos de subserviência

Ensaio de Samuel Pinheiro Guimarães | em Outras Palavras

1. A Constituição de 1988 determina que o primeiro fundamento do Brasil como Estado Democrático de Direito é a soberania (Artigo 1°).

2. A soberania é o direito que tem um povo independente de determinar sua organização política, sua organização econômica, sua organização militar e sua organização social de acordo com seus objetivos de democracia, de desenvolvimento, de defesa, de direitos para todos, sem interferência externa.

3. O parágrafo único do Artigo 1° da Constituição declara que todo o Poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes ou diretamente.

4. O Executivo, o Legislativo e o Judiciário representam o Povo e têm como dever supremo defender a soberania brasileira diante das tentativas de reduzi-la, não apenas pela força, mas também pela pressão política e econômica, exercida por interesses públicos e privados externos, muitas vezes com cooperação interna.

5. As características do sistema internacional, onde exerce sua hegemonia o Império Americano, com o auxilio das Grandes Potências, Reino Unido e França, fazem com que a emergência de novas Potências, ainda que apenas regionais, seja dificultada.

6. Os Estados Unidos, e outras Potências como a França e a Grã-Bretanha, procuram reduzir a soberania dos Estados, em especial daqueles de maior dimensão e potencial, como é o caso do Brasil e, portanto, mais capazes de promover e defender seus interesses e se tornar, gradualmente, nações mais prósperas e Estados mais poderosos.

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