sábado, 2 de maio de 2020

Coronavírus na América Latina: saiba como está a situação de cada país


O Brasil de Fato reuniu informações de 18 países da região, como número de casos e óbitos e principais ações de combate

A América Latina registra quase 213 mil casos positivos para a covid-19 e 11,1 mil falecidos. Um dos últimos continentes a ser afetado pela pandemia, o primeiro doente foi registrado no Brasil, no dia 26 de fevereiro, um homem, paulista, de 61 anos, que havia voltado de uma viagem turística à região de Vêneto, na Itália. Mesmo com crescimento exponencial nas estatísticas, o secretário geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, assegura que há subnotificação por falta de testes disponíveis no território latino-americano. 

O Brasil não só foi o país onde se iniciou o contágio. É também o mais afetado da região, com 85,3 mil casos e 5.901 mortes. Seguido do Peru, com mais de 37 mil casos e do Equador com 25,6 mil. 

O Brasil de Fato destacou algumas informações básicas do avanço da pandemia na região e as ações assumidas pelos governos locais. 

México

Já são 17.799 infectados com o novo coronavírus e 1.732 falecidos, o governo afirma que o país atravessa a fase três da infecção, com uma taxa de 3,9 doentes para cada 100 mil habitantes. Cerca de 23% dos leitos disponíveis em todo o território mexicano para pacientes com covid-19 já estão ocupados.

As zonas metropolitanas da Cidade do México, Baja California e Tijuana são as regiões mais afetadas, com mais de 50% de lotação hospitalar. Até o 30 de abril, o país vive sob estado de emergência sanitária nacional, declarada em 31 de março pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, que estabeleceu o isolamento social e a paralisação dos serviços que não fossem essenciais. No entanto, Obrador afirmou na segunda-feira (27) que 13% das empresas privadas não essenciais continuavam funcionando.

O Executivo adotou um plano de economia do Estado, que inclui a suspensão de contratações no serviço público durante 2020, o corte de 25% dos altos salários e a emissão de créditos para pequenas e médias empresas e para trabalhadores informais, que representam mais de 50% da população economicamente ativa.

Segundo o Ministério de Relações Exteriores, 615 mexicanos faleceram no exterior, 90% nos Estados Unidos.

Agressão com tiros na Embaixada de Cuba nos EUA


Na madrugada de quinta-feira, 30 de abril de 2020, um indivíduo desconhecido disparou uma arma de fogo no edifício da Embaixada de Cuba nos Estados Unidos.

Não houve danos ao pessoal da missão, que estão seguros e protegidos, mas houve danos materiais no edifício, resultantes do impacto dos disparos.

O indivíduo, cuja identidade o governo cubano não possui informações, foi detido pelas autoridades locais no local dos factos e está sob custódia.

O governo cubano aguarda a investigação correspondente das autoridades norteamericanas sobre a identidade e as motivações do autor dessa agressão, bem como sobre as circunstâncias que cercam o ato. 

É uma obrigação dos Estados adotar todas as medidas apropriadas para proteger as instalações de uma missão diplomática credenciada em seu país contra qualquer invasão ou dano e evitar assim  que a tranquilidade da missão seja perturbada ou que sua dignidade seja violada.

Havana, 30 de Abril de 2020

Espanha | Pactos da Moncloa: a grande burla novamente, não


Ángeles Maestro [*]

Rodolfo Walsh diz que as classes dominantes procuraram sempre que os trabalhadores não tivessem história, nem teoria, nem heróis, que a experiência coletiva se perdesse e que cada luta devesse começar de novo. Quando as principais organizações das classes oprimidas se tornam cúmplices na amputação da memória, o desastre é muito maior.

Mais uma vez, quando se ouvem ranger os fundamentos da economia capitalista, os seus representantes políticos invocam o encantamento dos Pactos de Moncloa.

Numa recente aparição, o Presidente do Governo, referindo-se à encruzilhada "histórica" que estamos a viver, fez a seguinte declaração: "Essa unidade a que apelo deve ser transformada numa certeza: todos os partidos políticos vão trabalhar em novos pactos da Moncloa".

Há alguns dias, o guru do El País, Joaquín Estefanía, dedicou a sua coluna de opinião ao mesmo assunto, com o pomposo título de O Compromisso Histórico Espanhol. É curioso, porque este ex-diretor do El País, durante os anos da Transição, foi membro da Organização Revolucionária dos Trabalhadores (ORT), que propunha "quebrar o Pacto da Moncloa" [1] . O próprio Estefanía escreveu um livro importante intitulado: A Trilateral Internacional do Capitalismo (o poder do Trilateral na Espanha ), publicado pela Akal, em 1979, e esgotado em poucos dias. Nele, analisou com nomes e apelidos as ramificações da Trilateral nos diferentes órgãos do poder institucional e comercial do Estado espanhol. Jesús Polanco, fundador do grupo PRISA, fez uma proposta ao jovem Estefanía, pela qual ele vendeu a sua alma: ser diretor de economia do El País em troca de não haver uma segunda edição do livro. Às vezes, Roma paga traidores. Jesús Polanco tornou-se membro do Trilateral em abril de 1982 [2] , provavelmente como expressão do apoio do capital internacional à vitória do PSOE, que ocorreria alguns meses depois.

O caso de Estefanía, como tantos outros (o mais conhecido é o dos cartões Black, do Bankia) é representativo da face oculta da Transição: o suborno de líderes políticos e sindicais da esquerda.

O capital apela sempre a um pacto social quando as coisas não estão lhe estão a correr bem. Esquece rapidamente o seu liberalismo e apela à solidariedade, ao consenso e ao Estado. Não há dúvida de que a ideia luminosa saiu das fileiras do Ibex 35. Os Pactos da Moncloa foram o seu maior negócio (se não contarmos o golpe fascista de 1936). Na Transição, a vantagem é que os lucros não tiveram nenhum custo político. Pelo contrário. Como em qualquer grande pacto social, para o capital o benefício é duplo: consegue impor os seus objetivos e o inimigo de classe autodestrói-se. E o PSOE, representante privilegiado da grande burguesia e perpetrador das agressões mais sérias contra a classe trabalhadora desde a Transição, agora está a correr para cumprir o seu papel.

A maior estupidez que a classe trabalhadora poderia cometer seria acreditar no que a mídia e, claro, o governo estão a agitar profusamente: que se o VOX não deseja novos Pactos da Moncloa, é porque eles são bons para os trabalhadores e trabalhadoras. Como já escrevi ao analisar a sessão de investidura [3] , o grotesco da extrema direita serve como um espantalho preventivo, diante do qual qualquer outra opção é considerada um mal menor.

Espanha ultrapassa os 25 mil mortos devido à Covid-19


Nas últimas 24 horas foram registadas mais 276 vítimas mortais associadas ao novo vírus

De acordo com os dados revelados, este sábado, pelo Ministério da Saúde espanhol, o país ultrapassou a barreira dos 25 mil mortos devido ao surto do novo coronavírus, sendo que foram contabilizados hoje mais 276 óbitos do que ontem.

No que diz respeito ao número de infetados, foram registados mais 1.147 casos confirmados nas últimas 24 horas. No total, desde o início da pandemia, Espanha já identificou 216.582 doentes com o novo vírus. 

Ainda no espaço de um dia, 2.570 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando o valor global de doentes curados para 117.248.

Este é o terceiro dia consecutivo que o país conta menos de 300 mortes por dia devido ao surto. 

Recorde-se que, até ao momento, o novo vírus já tirou a vida a mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, em 3,3 milhões de infeções ocorridas em 195 países e territórios. Os Estados Unidos continuam a ser o país mais afetado pela pandemia, registando-se mais de 64.700 óbitos e 1.103.115 de casos confirmados. 

Notícias ao Minuto | Imagem: © Reuters

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Portugal | Mais 16 mortes de covid-19, "erro de duplicação" nos casos de infeção


Portugal regista, este sábado, 1023 óbitos de covid-19, mais 16 em 24 horas, e 1671 doentes recuperados, mais 24 do que na véspera.

Dos 16 novos óbitos, 14 são doentes covid-19 com mais de 80 anos, indicou a ministra da Saúde, Marta Temido, na apresentação do boletim epidemiológico sobre a evolução da pandemia em Portugal. A taxa de letalidade global é de 4,1% e a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 14,5%, indicou.

Marta Temido começou por dar conta de "um erro de duplicação" no registo dos casos de infeção confirmados, explicando que se refere a "um conjunto de 422 casos na região Norte" devido a "um problema de integração" nas plataformas de registo, que se espelha neste item desde 25 de abril. Assim, frisou, os 25190 casos de infeção confirmados no boletim deste sábado representam 203 novos casos em relação ao dia de sexta-feira - quando por erro foram indicados 25351 casos. "O número de ontem devia ter sido 24987", explicou.


Marta Temido sublinhou que "o apuramento de dados envolve várias operações manuais e os técnicos têm a rotina semanal de validação dos dados". Foi na verificação efetuada na sexta-feira "que se verificou que 422 casos duplicados não eram verdadeiros casos novos".

"Quando um caso confirmado laboratorialmente para SARS-Cov-2 não tem número de utente associado no registo, o sistema verifica se o nome e a data de nascimento correspondem ou não a um caso que já estivesse confirmado. O sistema considerou por defeito que eram novos casos", precisou ainda a ministra, assegurando que "os boletins entre 25 e 30 de abril serão agora corrigidos".

Em relação aos dados divulgados este sábado, registam-se 585 óbitos na região Norte, 206 na região centro, 205 em Lisboa e Vale do Tejo, 1 no Alentejo, 13 no Algarve e 13 nos Açores. Do total de 1023 mortos de covid-19, 691 têm mais de 80 anos.

Há 855 doentes internados, dos quais 150 em cuidados intensivos, e 3761 pessoas aguardam ainda resultado laboratorial sobre a infeção pelo novo coronavírus. Os casos recuperados são 1671, mais 24 do que na véspera.

Na distribuição geográfica dos casos confirmados, os concelhos com mais de mil infetados são Lisboa (1567), Vila Nova de Gaia (1413), Porto (1247), Matosinhos (1149), Braga (1086) e Gondomar (1012).

Sandra Alves | Jornal de Notícias

Na imagem: Portugal registou a 2 de março o primeiro caso de covid-19 e a 16 de março a primeira vítima mortal // Gonçalo Delgado/ Arquivo Global Imagens

Portugal | Direitos dos trabalhadores não são inimigos da recuperação económica


Diante de centenas de activistas espalhados ao longo da Alameda Afonso Henriques, em Lisboa, a secretária-geral da CGTP-IN afirmou que os trabalhadores não aceitarão o aumento da exploração a pretexto do vírus.

A secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, afirmou que os trabalhadores rejeitam que o surto epidémico da Covid-19 seja aproveitado para reduzir direitos dos trabalhadores e aplicar austeridade, considerando que há uma «ofensiva que já está em marcha». 

Na local histórico das comemorações do 1.º de Maio, em Lisboa, centenas de trabalhadores e dirigentes sindicais marcaram presença, usando máscaras e mantendo a distância de segurança, enquanto empunhavam bandeiras da central sindical ou dos seus respectivos sindicatos.

Isabel Camarinha começou o discurso por referir «a emoção e o orgulho» que sentia ao ver a organização dos dirigentes e activistas da Inter que hoje participam na celebração. «Alguns queriam calar-nos, mas não nos calamos, cumprindo as regras de segurança individual e colectiva», afirmou.

1 de Maio | Pedido de compensação americano em ação judicial contra a China


David Chan | Plataforma | opinião

Quatro cidadãos da Florida, juntamente com um centro de treino de basebol, emitiram uma ação judicial coletiva contra o Governo chinês por, alegadamente, ter ocultado o novo coronavírus que tem causado um impacto enorme nos EUA. Estes exigem milhares de milhões de dólares ou a acumulação de 1,1 biliões de dólares em dívida aos EUA durante 50 anos. Não se trata de uma brincadeira. Amanhã, dia 1 de maio, este processo vai ser ouvido na Flórida e a China não o pode ignorar. Legalmente, todos os países usufruem de imunidade de jurisdição, (dois senadores republicanos propuseram uma resolução que altera esta imunidade, mas ainda não foi formalmente aprovada), não existindo por isso necessidade de preocupação com essa possível divida de 1,1 biliões de dólares. O mais importante é a influência que este caso terá na opinião pública americana.

Esta alegação dos EUA contra a China irá com certeza abrir caminho a ações semelhantes por parte dos seus pequenos aliados, criando uma tendência em que a atual epidemia na Europa é culpa da China, e que o país precisa de ser condenado por isso. Precisamos de levar muito a sério este tipo de processos e o que criam na opinião pública. Qual é afinal o objetivo americano? Primeiramente, denegrir a China do ponto de vista moral e ocultar os sucessos do país no controlo da epidemia.

O presidente Trump tem constantemente tentado controlar o desenvolvimento chinês. Tinha vários planos para o pós-guerra comercial, no entanto a pandemia veio interrompê-los. Enquanto os EUA se encontravam cada vez mais desesperados com o vírus, a China conseguiu controlá-lo, criando assim a necessidade de diabolizar a imagem do país. Neste momento os EUA não possuem nenhuma forma de atacar a China com poder real, apenas podem fazer bluff e esperar que a China caia na armadilha. A sua necessidade imediata são produtos de controlo da pandemia, e nestes processos procuram encontrar uma forma de fazer com que a China tenha de fornecer estes produtos aos EUA, de forma ilimitada. É um teste e a resposta da China não pode ser fraca. O país deve também alertar o público nacional sobre esta situação, provando que não se atrasou a alertar os restantes países, tendo até fornecido recursos e informação relevantes para a prevenção da epidemia.

China | Macau regista mais duas "recaídas" em casos dados como recuperados


Macau, China, 01 mai 2020 (Lusa) -- As autoridades de Macau identificaram mais duas recaídas em pacientes que já tinham recebido alta hospitalar e que se encontravam em convalescença, após terem sido infetados com a covid-19.

Os testes para já são inconclusivos e os pacientes precisam de realizar mais exames. Um estava para terminar o período de convalescença na quarta-feira. O outro estava para concluir a convalescença hoje.

Com estes dois casos, são já três as pessoas que tinham recebido alta hospitalar, mas que posteriormente se verificou uma recaída.

O primeiro caso em Macau foi tornado público em 27 de abril, depois de ter testado positivo após ter sido dado como recuperado. Também ele estava a cumprir um período de 14 dias de convalescença.

Na mesma conferência de imprensa, as autoridades anunciaram que mais duas pessoas receberam alta hospitalar, permanecendo agora oito pessoas internadas a receberem tratamento para a covid-19.

Polícia de Hong Kong utiliza gás pimenta para dispersar manifestantes


A polícia de Hong Kong utilizou gás pimenta para dispersar mais de 100 manifestantes que se reuniram num centro comercial para cantar slogans pró-democráticos na sexta-feira.

Quando os manifestantes se reuniram, a polícia parou e revistou alguns e depois disse-lhes para irem embora porque estavam a violar as regras de distanciamento social para prevenção à covid-19, de acordo com a agência AP.

De seguida, segundo a agência AP, a polícia usou gás pimenta para dispersar a multidão e assim isolar o átrio do 'shopping'.

Este protesto foi um de vários que aconteceram no feriado do Dia do Trabalho, apesar das regras que proíbem as reuniões públicas de mais de quatro pessoas.

Os manifestantes também se reuniram perto das estações de metro Mong Kok e Kwun Tong, em Kowloon.

Durante praticamente toda a semana realizaram protestos em centros comerciais, como resposta à detenção, por parte das autoridades de Hong Kong, de 14 ativistas e ex-deputados pró-democráticos acusados pela organização de protestos não autorizados em 2019.

Entre os detidos está o magnata dos media Jimmy Lai, de 72 anos, fundador do jornal da oposição Apple Daily, que foi detido em sua casa.

Os deputados ou antigos deputados Martin Lee, Margaret Ng, Albert Ho, Leung Kwok-hung e Au Nok-hin, acusados de organizar e participar em comícios ilegais em agosto e outubro do ano passado, também foram detidos, informou a polícia.

Outras cinco pessoas, também detidas, são suspeitas de terem promovido manifestações proibidas em setembro e outubro.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: Lusa

Amnistia pede a governos asiáticos que recebam barcos com rohingya


A Amnistia Internacional enviou uma carta aberta a diversos governos asiáticos e ao australiano para que ajudem barcos com rohingyas, à deriva no golfo de Bengala, recusados por diversos países por medo de que sejam portadores de covid-19.

A Organização Não-governamental (ONG) enviou a carta depois de um navio, que havia sido rejeitado pelas autoridades da Malásia, ter chegado à costa de Bangladesh com 396 rohingya desnutridos, após dois meses no mar, tendo morrido pelo menos 28 pessoas.

Uma semana depois, as autoridades do Bangladesh indicaram que, devido à covid-19, não aceitarão a entrada de mais navios com rohingya, uma minoria muçulmana perseguida na Birmânia (Myanmar).

"Vários barcos de pesca com centenas de homens, mulheres e crianças - que se acredita serem rohingya - estão atualmente à deriva no mar, depois de serem rejeitados pelos Governos que mencionam a pandemia da covid-19", afirma-se na carta, assinada na sexta-feira por Clare Algar, diretora de Investigação, Advocacia e Política da Amnistia Internacional.

Algar afirmou que há atualmente cerca de 800 refugiados e emigrantes em alto mar e instou as autoridades da região a protegerem estas vidas por razões humanitárias e também a cumprirem as suas responsabilidades perante as leis e acordos internacionais.

Kim Jong-un aparece em público e acaba com rumores acerca da sua saúde


O líder da Coreia do Norte apareceu em público pela primeira vez em mais de um mês, indicou a agência de notícias oficial.

Kim Jong-un, participou na inauguração de uma fábrica de fertilizantes em Sunchon, norte de Pyongyang, segundo a KCNA.

O líder norte-coreano "assistiu à cerimónia" e "todos os participantes gritaram 'urra'" quando ele apareceu, indicou a KCNA. Ao contrário do que é costume, a agência não publicou fotografias do ocorrido.

A última vez que o ditador foi visto remonta a 11 de abril, quando presidiu a uma reunião do Partido dos Trabalhadores para a tomada de medidas no combate à pandemia num dos poucos países que oficialmente não têm um único caso de covid-19.

Citando fontes dos serviços secretos norte-americanos, a CNN avançou no dia 20 de abril com a notícia de que Kim Jong-un estaria em risco de vida após uma cirurgia ao coração.

A informação de que o ditador teria sido operado no dia 12 foi avançada pelo site sul-coreano sobre a Coreia do Norte Daily NK. De acordo com este órgão escrito por desertores, a intervenção deveu-se ao "tabagismo desmedido, obesidade e sobrecarga de trabalho", mas que estaria a recuperar em Hyangsan, no interior do país, e que parte da equipa médica já teria voltado à capital.

Os rumores intensificaram-se e inclusive o site norte-americano TMZ chegou a dar o autocrata como morto. As autoridades sul-coreanas, por norma bem informadas, designaram de "notícias falsas" as respeitantes ao neto do fundador da Coreia do Norte.

Diário de Notícias

Brasil | 'Não sou mentiroso': Moro diz que vai provar acusações contra Bolsonaro


As provas de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal (PF) serão apresentadas às autoridades no momento oportuno, afirmou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro em uma entrevista concedida à revista Veja.

interferência do presidente na corporação foi o estopim do pedido de demissão de Moro da pasta, há uma semana, após um ano e quatro meses no cargo. Anteriormente, ele teve uma carreira de 22 anos na magistratura, a qual abdicou para lutar contra a corrupção.

À revista, Moro afirmou que tinha a promessa de Bolsonaro de que o combate à corrupção seria prioridade. Porém, não foi o caso na prática.

"Sinais de que o combate à corrupção não é prioridade do governo foram surgindo no decorrer da gestão. Começou com a transferência do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] para o Ministério da Economia. O governo não se movimentou para impedir a mudança. Depois, veio o projeto anticrime", declarou o ex-ministro.

Em outro trecho da entrevista, Moro lamentou a falta de esforços do presidente em prol do pacote anticrime, e lembrou que não aprovava a aproximação de Bolsonaro com políticos com um histórico de envolvimento com casos de corrupção.

"Recordo que praticamente implorei ao presidente que vetasse a figura do juiz de garantias, mas não fui atendido. É bom ressaltar que o Executivo nunca negociou cargos em troca de apoio, porém mais recentemente observei uma aproximação do governo com alguns políticos com histórico não tão positivo", prosseguiu ele.

Brasil | Witzel chama Bolsonaro de 'irresponsável' e pede desculpas por o ter apoiado



O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, gravou um vídeo nesta sexta-feira (1º) para marcar o Dia do Trabalhador e fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro.

De acordo comgovernador do Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro é "irresponsável" e "só pensa nas eleições de 2022".

"Aproveito, neste 1º de maio, para pedir desculpas ao povo. Porque eu errei. Erramos. Escolhemos um presidente que é irresponsável, que não entendeu a responsabilidade do cargo que ocupa", disse.

"Ele [Bolsonaro], hoje, só pensa nas eleições de 2022 e não exerce aquilo que esperávamos que ele exercesse, que é governar, fazer as reformas necessárias que o Brasil precisa", acrescentou Witzel.

De acordo com Witzel, a economia do país seria menos afetada pela pandemia do coronavírus se o presidente Jair Bolsonaro estivesse mais comprometido com as reformas.
"Reformas que esperávamos que esse governo que prometeu uma nova política fizesse para você, trabalhador", acrescentou.

Sputnik | Imagem: © Foto / Adriano Ishibashi/FramePhoto/Folhapress

Brasil | Velha política: Bolsonaro vai demitir ministros que não cederem cargos ao Centrão


Seus mais novos aliados são políticos notoriamente envolvidos em escândalos de corrupção, como Valdemar Costa Neto e Roberto Jefferson, o que inviabilizou de vez a presença de Sergio Moro no governo

Jair Bolsonaro decidiu escancarar as portas do governo federal para o chamado Centrão, rendendo-se de vez à "velha política", que ele prometia combater. "Líderes de partidos do chamado centrão afirmam que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enquadrou nos últimos dias ministros que resistiam em ceder cargos de suas pastas ao grupo, deixando claro que quem se opuser pode ser demitido do governo", aponta reportagem de Ranier Bragon e Júlia Chaib, publicada na Folha de S. Paulo. 

"Demonizado na campanha por Bolsonaro como sendo exemplo do que chama de velha política, formada por parlamentares adeptos ao 'toma lá, dá cá', o centrão reúne cerca de 200 dos 513 deputados e virou a esperança do presidente de, pela primeira vez, ter base de sustentação no Congresso", apontam os repórteres.

Segundo eles, o repasse de cargos ao centrão perpassa secretarias estratégicas em ministérios e vai do Porto de Santos à Funasa (Fundação Nacional de Saúde).


Na imagem: Jair Bolsonaro, Roberto Jefferson, Valdemar Costa Neto e Sérgio Moro (Foto: Júlio Nascimento/PR | Câmara dos Deputados | ABr)

Brasil | Mais de 6 mil novos casos de covid-19. Total de 6.239 infetados morreram


Mais de 6 mil novos casos do novo coronavírus confirmados nas últimas 24 horas

Nas últimas 24 horas, morreram mais 428 infetadas com covid-19 no Brasil, um número inferior ao anunciado na quinta-feira. No total, já morreram 6.239 pessoas infetadas com o novo coronavírus no país.

Foram ainda registados mais 6.209 novos casos de infeção, nas últimas 24 horas. Apesar de ser um número preocupante é menor do que o partilhado na quinta-feira - 7.218. Há 91.589 pessoas infetadas no país. 38.039 foram considerados recuperados da doença. 

Recorde-se que o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, é contra as restrições levantadas para combater a propagação da doença, que este já apelidou de "gripezinha".  

52% dos brasileiros são a favor do "isolamento social amplo", 46% são a favor do retorno ao trabalho de pessoas fora do grupo de risco, segundo um inquérito realizado pela Datafolha.

Jornal i | Imagem: AFP

Portugal | Os bancos que paguem a crise? Maioria responde sim


Na sondagem TSF/JN, 53% concordam com impostos especiais sobre a banca e rejeitam pagar mais imposto por combustíveis.

Contra o aumento de quase todos impostos, a maioria dos inquiridos na sondagem TSF/JN só concorda em subir a tributação sobre os bancos.

53% concordam que devem ser aplicados impostos especiais sobre a banca. Entre eles estão quase metade dos inquiridos das classes mais favorecidas e votantes em todos os partidos, incluindo nos da direita.

Este é o único aumento de impostos que merece o acordo dos inquiridos, de resto, regista-se a oposição a mexidas noutros impostos ou no preço dos transportes públicos.


O aumento mais rejeitado incide sobre os combustíveis (74% estão contra) mas também o eventual aumento de IVA (73%), do IRS pago pelos trabalhadores (70%) ou do IRC das empresas (61%) merecem forte discordância nesta sondagem TSF/JN.

Questionados sobre se o custo dos passes nos transportes públicos deveria subir para o valor anterior à aplicação do programa de redução de preços, 72% discordam.

Judith Menezes e Sousa | TSF

Ficha técnica
A sondagem foi realizada pela Pitagórica para a TSF e o JN, com o objetivo de avaliar a opinião dos Portugueses sobre temas relacionados com o novo coronavírus. O trabalho de campo decorreu entre os dias 15 e 26 de abril, foram recolhidas 605 entrevistas telefónicas a que corresponde uma margem de erro máxima de +/- 4,07% para um nível de confiança de 95,5%.

A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores portugueses recenseados e foi devidamente estratificada por género, idade e região. A taxa de resposta foi de 68,75% e a direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva.

A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da Entidade Reguladora para a Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online..

Portugal | 1.º de Maio e regresso ao trabalho


Manuel Carvalho Da Silva | Jornal de Notícias | opinião

Esta catástrofe que estamos a viver coloca em evidência a enorme relevância do trabalho em toda a organização da economia e da sociedade, revela-nos as dolorosas implicações de se ficar sem trabalho, a necessidade imperiosa de tratar das condições dos trabalhadores quando se discutem os problemas das empresas.

Esta semana impressionou-me uma entrevista do ministro da Economia em que este deve ter utilizado a palavra empresa(s) dez vezes mais que a palavra trabalhador(es), quando falava das políticas que o Governo se propõe executar para revitalizar a economia. É elucidativo.

As empresas e os serviços públicos não funcionam sem trabalhadores bem preparados e qualificados, motivados no desempenho das suas tarefas, conscientes dos seus direitos e deveres. E não precisam de ser alcunhados de colaboradores para fazerem trabalho em equipa sem deixarem de ser criativos e autónomos, e assumirem os compromissos individuais e coletivos necessários. Nas relações de trabalho não pode deixar de haver relações de poder e dependências. O trabalhador executa as tarefas que lhe estão atribuídas debaixo de orientações técnicas e comportamentais instituídas, com disciplina, em horários concretos. Não é alguém que vem dar uma mãozinha, uma colaboração. Acabe-se com essa patetice, resultante da ausência de cultura do trabalho e da cedência ao neoliberalismo, de chamar aos trabalhadores "colaboradores".

Ontem foi Dia do Trabalhador, comemoração de expressão mundial que já leva mais de 130 anos, em que se afirmam os valores e o lugar do trabalho, se evocam lutas heroicas, se festejam conquistas de direitos e se relembra a profunda relação entre o trabalho digno, a democracia e a paz. Hoje inicia-se o levantamento do estado de emergência, depois de amanhã muitos milhares de pessoas voltam aos locais de trabalho, regresso em que são as principais interessadas.

Este regresso não pode traduzir-se num estado generalizado de exposição ao risco. É preciso indicações rigorosas para os comportamentos a adotar e medidas de proteção para quem volta ao dia a dia dos transportes sobrelotados, à presença em fábricas, espaços comerciais e escritórios.

Os trabalhadores têm direito, reconhecido na lei, à saúde e segurança no trabalho. O CoLABOR, em estudo recentemente divulgado, recomenda um conjunto de medidas indispensáveis: i) a obrigação de informação e consulta aos representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho, em tempo útil; ii) a constituição em todas as empresas e locais de trabalho de comissões de saúde e segurança no trabalho; iii) a constituição de Comissões Tripartidas para a Segurança e Saúde no Trabalho, por setor de atividade - integrando a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), a Direção-Geral da Saúde, Sindicatos e Associações de Empregadores - incumbidas de assegurar a constituição e funcionamento das comissões de saúde e segurança no trabalho; iv) a mobilização dos recursos da ACT para reforço das atividades inspetivas nesta área e a constituição de contraordenação muito grave para as condutas que exponham os trabalhadores a risco acrescido.

O vírus não desapareceu. Proteja-se quem tem de dar o corpo ao manifesto.

*Investigador e professor universitário

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