David Chan | Plataforma | opinião
Quatro cidadãos da Florida,
juntamente com um centro de treino de basebol, emitiram uma ação judicial
coletiva contra o Governo chinês por, alegadamente, ter ocultado o novo
coronavírus que tem causado um impacto enorme nos EUA. Estes exigem milhares de
milhões de dólares ou a acumulação de 1,1 biliões de dólares em dívida aos EUA
durante 50 anos. Não se trata de uma brincadeira. Amanhã, dia 1 de maio, este
processo vai ser ouvido na Flórida e a China não o pode ignorar. Legalmente,
todos os países usufruem de imunidade de jurisdição, (dois senadores
republicanos propuseram uma resolução que altera esta imunidade, mas ainda não
foi formalmente aprovada), não existindo por isso necessidade de preocupação
com essa possível divida de 1,1 biliões de dólares. O mais importante é a
influência que este caso terá na opinião pública americana.
Esta alegação dos EUA contra a
China irá com certeza abrir caminho a ações semelhantes por parte dos seus
pequenos aliados, criando uma tendência em que a atual epidemia na Europa é
culpa da China, e que o país precisa de ser condenado por isso. Precisamos de
levar muito a sério este tipo de processos e o que criam na opinião pública.
Qual é afinal o objetivo americano? Primeiramente, denegrir a China do ponto de
vista moral e ocultar os sucessos do país no controlo da epidemia.
O presidente Trump tem
constantemente tentado controlar o desenvolvimento chinês. Tinha vários planos
para o pós-guerra comercial, no entanto a pandemia veio interrompê-los.
Enquanto os EUA se encontravam cada vez mais desesperados com o vírus, a China
conseguiu controlá-lo, criando assim a necessidade de diabolizar a imagem do
país. Neste momento os EUA não possuem nenhuma forma de atacar a China com
poder real, apenas podem fazer bluff e esperar que a China caia na armadilha. A
sua necessidade imediata são produtos de controlo da pandemia, e nestes
processos procuram encontrar uma forma de fazer com que a China tenha de
fornecer estes produtos aos EUA, de forma ilimitada. É um teste e a resposta da
China não pode ser fraca. O país deve também alertar o público nacional sobre
esta situação, provando que não se atrasou a alertar os restantes países, tendo
até fornecido recursos e informação relevantes para a prevenção da epidemia.
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