Que não existem discos voadores com ETs, que no Iraque havia armas de destruição massiva e Bush falou verdade, que Durão Barroso ao alinhar com Bush no castigo a Sadam (enforcamento), invasão do país e implantação da guerra naquele país foi em defesa da democracia (alinhou e agora os “tachos” chovem-lhe em cima), que o BES era um banco seguro, como disse Cavaco Silva… Isso tudo e é só recordações pela “rama”… E agora: covid-19 igual a China, que era só um “resfriado”, uma “constipaçãozinha”… Etc., etc..
Certo é que a desorganização acerca do covid-19 está muito bem organizada… E os contágios sobem, descem, sobem… Já morreram milhões por todo o mundo e em Portugal (talvez porque os números eram “insignificantes”) lá houve uma aberta e já se caminha para duas dezenas de milhares de óbitos. Entendemos ou andamos a apanhar bonés?
Pronto. Está bem. Seja o que os deuses quiserem. Desculpem qualquer coisinha. Foi sem querer.
Afinal a função e o espírito desta entrada para apresentar o Curto, do Expresso descambou e alongou-se exageradamente. Dirão alguns e algumas que aqui virão: “não há pachorra”. Pois não. Deparar com conjeturas “irracionais e conspiratórias” daqueles que já viveram longas dezenas de anos e viram quanto dirigentes políticos já fizeram merda contra a humanidade - apoiados tantas vezes em militares, cientistas, doutores da mula ruça e outros jagunços de más índoles – não conta nada... Desculpem qualquer coisinha.
Adiante que se faz tarde e “a política é uma porca”. E isso lembra febras, porque está quase na hora do almoço (para os que almoçam).
Adiante.
Bom dia e bom Curto, que vale sempre a pena quando a alma não é pequena. Leiam, pensem. Não dói nada. Exibir transparência aos poderes instituídos também não. Democracia sem justiça nem transparência não é democracia. Todos sabemos isso mesmo. Andamos é a fazer de conta que vivemos em democracia de facto. E não. Infelizmente, não. Andamos a apanhar bonés e balões. Ou não?
A seguir: o Curto de Expresso. Bom. Vale… pensar.
MM | PG
Bom dia, este é o seu Expresso Curto
Até quando os balões? (ou como é difícil acreditar na felicidade)
Raquel Moleiro | Expresso
Ontem, quando o fui acordar já
tinha os olhos abertos. Estava em pulgas como se fosse véspera de Natal.
Lembrei-o que naquele dia voltava para a escola, mas não era preciso. ‘Eu
sei!’, disse num disparo, quase tão rápido como ele a sair do meio do edredão,
num restolhar de tecidos e com obediência rara àquela hora da manhã (ou a
qualquer outra). Está no 2º ano. Na estreia da primária aprendeu a ler e a
contar
O colégio encheu-se de balões para o reencontro feliz. Os pais estavam em
êxtase, com os sorrisos a subir das máscaras para os olhos. Ali e em todo o
país, das creches ao
quarto ano. Em 2020, no início do primeiro confinamento, havia receio do
desconhecido, medo de voltar; agora existe alívio – eu confesso que quase
chorei de alegria quando António Costa anunciou a reabertura do 1º ciclo. “A
mãe já volta, vai só ali trabalhar sete horinhas”, ouviu ontem o Expresso
em reportagem numa escola do Seixal. Trabalhar sem crianças ao pé parece um
filme de ficção científica ao som do Enjoy the silence dos Depeche
Mode. E beber uma
bica tirada no café? Não tem preço. E deambular
numa livraria? Agora só falta conseguir
vaga no cabeleireiro para cortar a franja que me dá há muito
visibilidade reduzida e voltar a ser loira por inteiro (a morena que há em mim
ganhou centímetros de terreno capilar).
O desconfinamento arrancou
bem e vai acumulando boas notícias. Desde agosto que não havia um
número tão baixo de novas infeções por covid-19 (256) - para manter
a incidência dentro do limite para o desconfinamento, Portugal não
deve passar uma média de 880 casos diários. E até os óbitos (10) recuaram a
valores de outubro de 2020 (veja aqui todos
os gráficos).
Faz hoje um ano exatamente que era registada a primeira morte em Portugal por
covid-19, no Hospital de Santa Maria - Mário
Veríssimo, 80 anos, antigo enfermeiro e massagista do extinto Estrela da
Amadora – e o país seguia em sentido inverso: medo crescente, fechamento progressivo.
Daí a três dias era declarado o primeiro Estado de Emergência. Vamos já no 13º.
O cenário
por concelhos também evolui favoravelmente. Apesar de ainda haver
municípios acima do limite máximo de incidência definido pelo Governo, 78% do
país está abaixo desse patamar. E um em cada três concelhos está dentro da
linha verde, com menos de 60 novas infeções por 100 mil habitantes. São estes
os números que permitiram a saída de Portugal da lista vermelha de países
identificados por Inglaterra como potencialmente perigosos ao nível de
contágios e cujos viajantes são obrigados a fazer quarentena em hotéis à
chegada a solo britânico. Já não vai a tempo de tirar o turismo de uma crise
sem paralelo, mas é uma ajuda. Venham a nós as reservas.
Mas há um ‘mas’. Há sempre um ‘mas’. Os balões do contentamento rebentam quando
se aproximam do plano nacional de vacinação. Um a um. Pum pum pum. A par da
Alemanha, França, Espanha e Países Baixos, Portugal
(Açores e Madeira incluídos) suspendeu ontem a utilização da vacina da
AstraZeneca na campanha de imunização contra a covid-19, após
suspeitas de estar relacionada com casos de formação de coágulos sanguíneos,
alguns mortais. O comité
de farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento (EMA) está a
investigar, volta hoje a atualizar a informação e reúne quinta-feira de
emergência. A esperança está agora em que uma eventual manutenção da posição
desta entidade acabe por levar os estados-membros a levantar a suspensão.
A campanha de testagem em massa nas creches, pré-escolar e 1.º ciclo
arranca hoje - até sexta-feira todos os docentes e não docentes desses níveis
de ensino deverão ter realizado o teste de diagnóstico da Covid-19 - mas a
vacinação destes profissionais com a AstraZeneca, que deveria começar no
próximo sábado, foi suspensa, devendo ser reagendada para o fim de abril. O
coordenador da task-force, Henrique Gouveia e Melo, já veio reconhecer que
o calendário traçado vai sofrer um atraso de "cerca de duas semanas”.
Portugal mantém em armazém as 200 mil vacinas até que haja dados mais
esclarecedores sobre a sua segurança.
Já foram administradas, até ao momento, cerca de 400 mil doses da AstraZeneca
em território português, sem registo de reações adversas graves. “Se foi
vacinado, mantenha-se tranquilo e atento”, recomenda
Graça Freitas. O epidemiologista
Pedro Simas também acalma as preocupações: “Toda a evidência indica
que a vacina é segura”.
O problema é que qualquer grãozinho de areia no plano atrasa a imunidade e
trava a diminuição dos casos de transmissão e da progressão de novas variantes
- está a ser investigada uma
nova variante detetada na Bretanha -, e consequentemente dos
internamentos hospitalares e mortes. E na Europa há sinais preocupantes em Itália, França,
Alemanha, Hungria. Enquanto Portugal desconfina, outros põem novamente trancas
ao vírus, a provar que nem com a vacinação em curso se evitam novas ondas.
O meu filho nem quer ouvir falar sobre portas fechadas. O primeiro dia de
liberdade escolar foi intenso e cumpriu todas as expectativas, marcadas a pó e
suor no pólo branco e a vermelho nas bochechas do rosto. Até houve bolo do
aniversário de uma colega da sala. E calor
OUTRAS NOTÍCIAS
O chumbo da Eutanásia. O Tribunal Constitucional chumbou a lei de
despenalização da Eutanásia e Marcelo
não perdeu tempo a vetá-la e a enviá-la de volta ao Parlamento. Agora,
compete aos deputados decidirem o que fazer ao diploma e já há propostas para o
tentar alterar, contornando as objeções dos juízes que nela viram violações à
Constituição. O
TC deixou uma ajuda. Os juízes concluem que a questão da inviolabilidade da
vida humana “não constitui obstáculo inultrapassável”, sendo preciso agora que
o legislador elabore uma lei com as condições “claras, precisas, antecipáveis e
controláveis” em que a eutanásia possa ocorrer. Com conceitos imprecisos não
vão lá.
Luta por Lisboa. O Bloco de Esquerda decidiu ir sozinho à guerra
autárquica na capital e apresentou ontem ao fim do dia a
deputada Beatriz Gomes Dias como candidata. Na mesma corrida está também
confirmado Carlos Moedas, apoiado pelo PSD e CDS. E hoje junta-se um terceiro
concorrente: Nuno Graciano, apresentador
de TV, empresário de queijos e agente imobiliário, é a aposta do Chega para
Lisboa com apresentação formal junto ao Padrão dos Descobrimentos. Medina ainda
não avançou oficialmente, a Iniciativa Liberal teve mas já não tem candidato e
o PAN está agora noutras lutas: depois da saída de André Silva da liderança, Inês
de Sousa Real é a “sucessora natural” de que se fala. A olhar para o nível
nacional, PSD e o CDS assinam esta terça-feira o acordo que define os moldes
das mais de cem coligações que ambos os partidos irão formalizar para as
eleições autárquicas.
Ponte sobre o Douro. É lançado hoje nos Jardins do Palácio de Cristal o
concurso público internacional de conceção da nova ponte sobre o rio Douro,
entre o Porto (Campo Alegre) e Vila Nova de Gaia, cuja construção deverá ter
início em 2023. Na mesma cerimónia, onde estará presente António Costa e o ministro
João Pedro Matos Fernandes, será também lançada uma extensão do Metro
do Porto com mais uma linha e sete novas estações.
As vendas da EDP. No Parlamento, estará esta terça-feira o presidente
executivo da EDP para explicar a venda de seis barragens à Engie e se a
transação devia ou não pagar impostos. A forma como a EDP desenhou o negócio de 2,2
mil milhões de euros foi uma operação "standard", como lhe
chamou o CEO da EDP, ou uma transação cuidadosamente planeada, com a arte dos
melhores assessores jurídicos e fiscais, para evitar impostos, como acusou o
Bloco de Esquerda?
Rumo ao mundial 2022. Fernando Santos divulga esta terça-feira, na Cidade do
Futebol (Oeiras), os convocados da Seleção Nacional para o triplo confronto da
qualificação para o Campeonato do Mundo de 2022, que vai ser disputado no
Qatar. O primeiro jogo realiza-se em Turim, frente ao Azerbaijão, a 24 de março.
Três dias depois, Portugal defronta a Sérvia, em Belgrado, e a 30 de março o
Luxemburgo.
No Name Boys. O Tribunal de Lisboa considera que deve ser o Tribunal de Cascais
a realizar a instrução do caso das agressões praticadas por elementos da claque
do Benfica, uma vez que o crime mais grave ocorreu naquele concelho, e declarou-se,
por isso, territorialmente incompetente para avançar com a fase de
instrução. “Os factos consubstanciadores do crime mais grave (homicídio
qualificado na forma tentada) ocorreram
Bolsonaro take IV. Com a pandemia de Covid-19 no seu ponto mais crítico, o
Presidente brasileiro Jair Bolsonaro trocou pela quarta vez o ministro da Saúde
no espaço de um ano. Marcelo Queiroga, o AGORA eleito, é cardiologista. Desde o
início da pandemia, já morreram no Brasil cerca de 280 mil pessoas e 11,5
milhões foram infetadas.
FRASES
"A criança tem direito à educação desde que nasce."
Associação Portuguesa de Profissionais de Educação de Infância (APEI), que
entregou, esta segunda-feira, na Assembleia da República, uma petição com 14.005
assinaturas a pedir a inclusão das crianças entre os 0 e os 3 anos na Lei de
Bases do Sistema Educativo.
“Estamos a gastar milhares de milhões de dólares em armas que não nos protegem,
enquanto negligenciamos a violência sofrida por uma em cada três mulheres no
mundo”
António Guterres, secretário-Geral das Nações Unidas, a pedir esta
segunda-feira aos países-membros da organização um plano de emergência sobre a
violência contra mulheres e raparigas.
"Fiz esta tatuagem para sentir que ele ia estar sempre comigo dentro de
campo. Agora temos de continuar e levá-lo para sempre connosco"
Rui Silva, jogador da seleção portuguesa de andebol, ontem à chegada a Lisboa
depois do apuramento para os jogos olímpicos, a explicar porque tatuou
o rosto do guarda-redes Alfredo Quintana que morreu durante um treino
do FCP.
“A segunda e a terceira vagas da pandemia mostram que ainda estamos numa
situação de emergência, longe de vencermos a crise e, por isso, temos de manter
todas as nossas medidas ativas”
Mário Centeno, governador do Banco de Portugal em entrevista à Agência Reuters
"Com base nos dados que temos e devido à disseminação da estirpe [detetada
inicialmente no] Reino Unido, defendemos veementemente voltar ao confinamento
agora para evitar uma terceira vaga forte"
Christian Karagiannidis, diretor científico da associação britânica de médicos
intensivistas, em declarações à rádio pública.
O QUE ANDO A VER
Como ontem foram anunciadas as nomeações
para os Óscares e o streaming é o grande vencedor do
confinamento, troco momentaneamente os livros pelo ecrã da televisão. Recorro
ao Jorge Leitão Ramos e descubro que na Netflix há “Mank”, de David
Fincher (com dez nomeações), “Ma Rainey's Black Bottom” (cinco, entre as
quais de Viola Davis e Chadwick Boseman nos atores principais), “The Trial of
the Chicago
Descubro com espanto que nem mesmo com os filmes disponíveis na televisão fui
capaz de ver alguns dos potenciais oscarizados – eu sou mais séries. Por isso,
avancei pelo topo: ontem comecei “Mank”. Adorava ter visto de enfiada, mas
tinha este curto para escrever e não fosse cair na asneira de ser spoiler involuntária
mais vale não saber por que caminhos corre a trama.
O filme conta a história de Herman J. Mankiewicz (1897–1953), o argumentista de
“Citizen Kane”. A
história começa em 1940 quando Mank – a sua alcunha -, interpretado
por Gary Oldman, era já uma estrela em queda, longe dos tempos em que tinha
conhecido todos os magnatas dos maiores estúdios de Hollywood. E relata, em
avanços e recuos, o passado de fama e o presente frenético a escrever o
argumento da obra prima de Orson Welles, numa casa na Califórnia, junto ao
deserto, alimentado a cigarros e álcool e a queimar o prazo de apenas 60 dias
dado pelo famoso realizador.
É a preto e branco, numa clara homenagem à era de ouro do cinema, e mais não
digo. Ide ver.
Este Expresso curto fica por aqui. Tenha uma ótima terça-feira, com toda a informação disponível no Expresso, Tribuna e Blitz.
Sugira o Expresso Curto a um/a amigo/a
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