“Bolsonaro abriu seu jogo com
relação às FFAA, e com isso deverá precipitar um processo de separação entre a
turma da farda e a turma do pijama. Decidiu agredir o comandante em chefe do
Exército e o mais provável é que provoque um fechamento de posição da oficialidade
das três Armas em torno da posição defendida pelo General Pujol. Ou seja, uma
vez mais, o senhor Bolsonaro ficou sem pão nem pedaço, e agora deverá ser
colocado na cadeirinha de castigo simultaneamente pelas FFFA e pelo Centrão.”
Essa é a avaliação que faz o professor José Luís Fiori ao comentar os
movimentos de Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 30.3, quando demitiu os
comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica –a primeira vez na
história que isso acontece, na maior crise militar no país desde 1977.
Professor de economia política internacional da UFRJ, Fiori concedeu entrevista
por escrito, onde afirma: “Do jeito que as coisas estão e com a velocidade que
está tomando a pandemia, a destruição econômica e a miséria da população, acho que
muito mais cedo do que tarde o próprio Centrão abandonará o barco, e neste caso
é muito provável que tomem o caminho do impeachment. Mas, se as coisas tomarem
este caminho, acho que antes os próprios militares se encarregarão de retirar
esse senhor da Presidência, obrigando-o a renunciar ou o levando para ser
internado”.
Acompanhe a seguir a entrevista: VER VÍDEO em Youtube - ou leia a seguir.
O que significam as mudanças ministeriais do governo Bolsonaro?
Uma grande derrota do senhor Bolsonaro, seguida de um erro de cálculo clamoroso
e passo
Independentemente de tratar-se de um idiota quase inconcebível, o senhor
Ernesto foi colocado onde estava para ter conexão direta com o governo de
Donald Trump e como uma âncora capaz de assegurar o capitão contra as
tempestades que ameaçariam seu governo, cuja ignorância e incompetência eram de
pleno conhecimento do governo americano. Este contribuiu decisivamente para o
golpe de Estado de 2016, e depois participou da operação de instalação do
senhor Bolsonaro na Presidência do Brasil, mesmo sabendo que se tratava de uma
pessoa inteiramente inepta e insana. Além disso, Ernesto era o membro mais
“ilustrado” da extrema-direita bolsonarista. No meio desta militância, Ernesto
fazia papel do sábio idiota capaz de formular as idiotices ideológicas da
extrema-direita em linguagem de “clube literário”. Sua importância nesse grupo
era tão grande que mesmo depois da derrota de Donald Trump, a decisão era
mantê-lo no governo. Já o Salles não passa de um lobista e pode ser escanteado
a qualquer momento sem maior custo para o governo; e o próprio senhor Guedes
deve ser desembarcado em breve, trocado por qualquer outro desses “gênios do
mercado” que pululam pelas esquinas da Faria Lima e pelas páginas da imprensa
conservadora.
A saída do “chanceler apocalíptico”, no entanto, teve, tem e terá um peso muito
diferente na história deste governo. Por isso foi necessária uma pressão
gigantesca de vários grupos de interesse e um golpe final do Senado brasileiro
para enxotá-lo do governo contra a vontade do senhor Bolsonaro. E foi essa
grande derrota que colocou Bolsonaro de joelhos e o levou a essa mudança
ministerial, que não passaria de mais uma pantomima ridícula do capitão
ofendido se não fosse o fato de que desta vez cometeu vários erros de cálculo
estratégico que poderão ser definitivos para o futuro do seu governo.
Que erros foram estes, e como o senhor avalia os novos ministros?
O primeiro grande erro do senhor Bolsonaro foi ter “aberto o jogo” antes do
tempo, deixando que todos vissem que não dispõe neste momento de mais do que um
“par de setes’’, como se diria no jogo de pôquer. Sofreu uma grande derrota e
tentou ocultá-la com uma grande ofensiva e acabou parindo um rato, e al[em
disto todos viram que ele não dispõe de mais ninguém disposto a ir para seu
governo que não sejam figuras inteiramente desconhecidas e despreparadas,
saídas da roda íntima de sua família e de suas tertúlias e churrascos de
quintal nos fins de semana tediosos de Brasília. O que ele fez foi um
troca-troca com seus militares de pijama e de confiança, e trouxe três pessoas
novas com quem pouco menos que tropeçou no corredor: um funcionário do
cerimonial do palácio que foi alçado à condição de novo ministro de Relações
Exteriores, sem nunca ter sido embaixador ou feito uma carreira diplomática.
Numa escolha do tipo “se não tem outro, vai tu mesmo”, de uma pessoa que não
tem currículo, abandonou a carreira diplomática e dedica-se a ensinar “boas
maneiras’ ao pessoal do Palácio, além é óbvio de ser amigo de um dos “filhos
presidenciais”, e de ser um pouco mais “diplomático” que o Ernesto. Para o
Ministério da Justiça, trouxe um delegado de polícia de Brasília mesmo, da
“bancada da bala” e obviamente amigo de mais um de seus filhos. E para a
Secretaria de Governo, indicou uma deputada que está no seu primeiro mandato,
também por Brasília e que foi indicada pelo presidente da Câmara, tendo sido
eleita na vaga do seu marido que estava preso ou sob julgamento por ocasião das
eleições. E seu principal título, segundo dizem, é saber organizar a
distribuição dos recursos do Orçamento entre os pedidos e favores dos membros
do Centrão, isto é, sem demérito de uma pessoa que não conheço, ser a
secretária do presidente da Câmara junto ao Gabinete da Presidência e junto ao
caixa do Orçamento da República.
Como se pode ver, um grupo inteiramente mambembe, mas que deixa claro que neste
momento a capacidade de convocação do senhor Bolsonaro é próxima de zero, no
meio das elites políticas e econômicas da própria direita brasileira. Além
disso, ao precipitar-se no seu movimento reativo e vingativo, acabou atingindo
um grande amigo e velho seguidor, o ministro da Defesa, que foi defenestrado
sem maior complacência exatamente por ser militar e ter que obedecer
Por fim, Bolsonaro abriu seu jogo com relação às FFAA, e com isso deverá
precipitar um processo de separação entre a turma da farda e a turma do pijama.
Decidiu agredir o comandante em chefe do Exército e o mais provável é que
provoque um fechamento de posição da oficialidade das três Armas em torno da
posição defendida pelo General Pujol. Ou seja, uma vez mais, o senhor Bolsonaro
ficou sem pão nem pedaço, e agora deverá ser colocado na cadeirinha de castigo
simultaneamente pelas FFFA e pelo Centrão.
Os novos ministros: o que significam, que força têm e trazem?
Como já disse: não têm força nenhuma e não trazem nada de novo. Pelo contrário,
sinalizam um ponto de inflexão negativo e o início de uma ladeira por onde
deverão rolar daqui para frente, o capitão e seus poucos apaniguados, em meio à
catástrofe sanitária, econômica e moral do país.
E o Centrão, como fica nessa história e no futuro que o senhor está anunciando?
A primeira questão é saber em que consiste exatamente esse grupo parlamentar
que a imprensa apelidou de “Centrão”? E todo mundo sabe que se trata de um
aglomerado de pessoas e siglas que ocupam em geral o submundo fisiológico do
Congresso Nacional, representando interesses e demandas individuais ou grupais
localizadas e heterogêneas. O grupo de onde saiu o senhor Bolsonaro depois de
permanecer ali durante 28 anos sem dizer ou fazer coisa alguma. Este grupo
parlamentar, ou a maior parte de seus membros atuais, já fez parte da “base de
apoio” do governo de FHC, do governo Lula, do governo Dilma, do golpe do Temer
e agora estão embarcando e tomando conta do governo do senhor Bolsonaro, que
eles sabem que é uma “canoa furada”’ mas de onde desembarcarão correndo logo
que percebam que está afundando definitivamente.
Em síntese, esse grupo parlamentar sempre esteve e estará pendurado em qualquer
governo que suas reivindicações locais e corporativas. O problema é que esse
grupo não tem a menor condição, interesse ou capacidade autônoma de constituir
ou sustentar um governo por sua própria conta, nem muito menos definir algum
projeto coerente e nacional para o país. Sua mais completa heterogeneidade de
interesses impede que dali nasça qualquer tipo de ideia mais inteligente e
unitária, ou qualquer objetivo que envolva todo o país, para além de suas
causas individuais ou corporativas.
Qual o papel dos militares, como fica sua imagem e qual o futuro da relação do
governo com as FFAA?
Aqui é onde o erro do capitão trará consequências mais difíceis de serem
administradas, porque, na prática, seu governo é um governo militar – ou pelo
menos é um governo dos militares que tomaram conta da maioria de seus
ministérios e cargos comissionados – que agora está procurando estabelecer uma
aliança com o “Centrão”, que, como já vimos, é um amontoado de siglas que
compõem um bloco parlamentar unificado pelo seu denominador comum, o
“fisiologismo” que sempre foi objeto das críticas políticas e morais dos
militares.
A participação dos militares neste governo, e mais recentemente, a catastrófica
gestão do general da ativa Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, vem
atingindo pesadamente o prestigio das FFAA e sua fama de “salvadores da
pátria”. Esse despreparo e incompetência vêm sendo demonstrados pelo capitão
que ocupa a Presidência, pelo inominável ministro da Saúde que acaba de sair e
por uma lista sem fim de personalidades que vão do hilário – como é o caso do
ministro de Ciência e Tecnologia – ao absolutamente desastroso – como é o caso
dos responsáveis pela segurança institucional do presidente, incapazes de
localizar um pacote de
Mas, afinal, esta experiência governamental lamentável dos militares talvez
possa ter alguma consequência positiva, porque está cada vez mais forte dentro
da oficialidade brasileira a convicção de que cabe aos militares uma função de
Estado e de defesa da nação, e não a função de governar ou sustentar um governo
que carece inteiramente de quadros que não sejam os amigos dos filhos e da
família em geral do senhor Bolsonaro. E na própria sociedade cresce cada vez a
consciência de que os militares até podem ser homens de boa vontade e boas
intenções, mas que foram treinados para tratar de canhões, navios, cavalos ou
aviões de guerra, muito mais do que de ciência, educação, saúde, arte,
infraestrutura, ou mesmo de tecnologias de ponta, para não falar do seu mais
absoluto despreparo com relação à vida política dos partidos e dos demais
poderes da República, com seus respectivos deveres e obrigações.
Neste ponto é que muitos podem estar se equivocando, ao pensar que Bolsonaro
tomou conta das FFAA ao deslocar seu amigo para o Ministério da Defesa e ejetar
os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Do meu ponto de vista, ao
contrário, o que ele conseguirá com sua desastrada movida é separar
definitivamente as FFAA do seu governo, criando um fosso que deverá aumentar,
deixando-o cada vez mais isolado. Mas, ao mesmo tempo, permitirá que talvez as
FFAA aprendam de uma vez por todas que o melhor mesmo é manter-se nos quartéis
e não voltar a se meter numa aventura como esta em que se envolveu o General
Villas-Boas, levando atrás de si a maior parte do oficialato brasileiro. Esse
deslocamento geológico que está em pleno curso talvez explique a distinta
receptividade que tiveram o famoso tweet de Villas-Boas em 2018 e a nota
apagada, antiquada e inteiramente deslocada que seu amigo de longa data e de
larga tradição familiar golpista postou no dia 29 de março no site do Clube
Militar. As coisas estão mudando, e talvez esteja chegando a hora da turma de
pijama desfrutar as suas aposentadorias e deixar de escrever notas iradas nas
redes sociais ou corporativas.
Qual o cenário futuro que o senhor vê para a crise sanitária e econômica? E
para o próprio presidente Bolsonaro, o senhor acredita na possibilidade de sua
reeleição?
Eu acho que discutir a eleição do ano de 2022 neste momento é uma completa
insensatez. O país está inteiramente desgovernado em meio à maior crise
sanitária de sua história, e está assistindo a paralisia e destruição de sua
economia, e da própria infraestrutura física, com o fechamento de milhares de
empresas, saída de capitais cada vez mais acelerada e tudo isto sobre o cadáver
de mais de 300 mil brasileiros e cerca de um milhão e meio de brasileiros
atingidos pela perda de seus entes queridos e muitas vezes responsáveis pelo
sustento de famílias inteiras.
Este é o grande desafio colocado hoje na frente dos brasileiros. Falar ou
calcular a próxima eleição presidencial agora é no mínimo uma postura desumana,
pouco solidária, pouco patriótica. E pior ainda, de um humor macabro é falar ou
discutir a reeleição do grande responsável pelo morticínio que está acontecendo
na frente de nossos olhos. Por isto me parece extraordinário que a imprensa e
grande número de analistas gastem tempo com este tema; e pior, considerem que é
possível reeleger esse senhor que está sentado em cima da própria tragédia do
seu povo e e costuma debochar disto. Eu te diria, talvez na contramão de muito
colegas, que não há a menor possibilidade de este senhor se reeleger depois
dessa catástrofe. Deve se dar por satisfeito se conseguir chegar até o final do
mandato, coisa que está ficando cada vez mais difícil, e por culpa dele
próprio. As manifestações recentes de empresários, banqueiros, economistas e
intelectuais do centro e da direita mais conservadora indicam que a velocidade
da perda de apoio deste governo é cada vez maior.
Bolsonaro pode sofrer impeachement ou ser forçado a renunciar?
Do jeito que as coisas estão e com a velocidade que está tomando a pandemia, a
destruição econômica e a miséria da população, acho que muito mais cedo do que
tarde o próprio Centrão abandonará o barco, e neste caso é muito provável que
tomem o caminho do impeachment. Mas, se as coisas tomarem este caminho, acho
que antes os próprios militares se encarregarão de retirar esse senhor da
Presidência, obrigando-o a renunciar ou o levando para ser internado.
Como explicar o apoio popular que o capitão ainda tem e terá no futuro?
Creio que Bolsonaro ou qualquer outra pessoa que encarne sua mensagem de ódio,
ressentimento e destruição sempre haverá no Brasil e em outros países, algo em
trono de 20% da população. Bolsonaro tinha algo em torno de 20% nas eleições de
2018, antes que tivesse início a operação nacional e internacional, política,
jurídica, militar e midiática que o conduziu à Presidência. E hoje seu núcleo
de apoiadores fiéis deve estar de novo na casa destes 15-20%. E não me parece
provável que a velha direita conservadora possa voltar a apoiar esse senhor
depois desta verdadeira tragédia que tem sido sua passagem pelo Palácio da
Alvorada, onde ainda consegue debochar das vítimas da pandemia mesmo depois dos
seus 320 mil mortos até o momento.
Uma outra coisa é saber como ele mantém o apoio fanático desses 15-20% de
brasileiros. Acho que esta questão é complexa e remete a várias linhas
possíveis de explicação. Porque explicar a necrofilia do capitão não é difícil;
difícil é explicar a adesão necrofílica de seus seguidores. Na verdade, este
caso sempre me faz relembrar o famoso suicídio coletivo dos fiéis do Pastor
Jones, na Guiana, em 18 de novembro de 1978. Também naquela ocasião foi mais
fácil para jornalistas e psicanalistas explicarem o suicídio individual do
pastor Jones, muito mais do que o suicídio coletivo de centenas de seguidores
fanatizados que se mataram junto com seu líder num ritual macabro, no qual as
crianças que resistiram foram mortas por seus próprios pais ou pelos ajudantes
do pastor, antes de estes também se suicidarem.
Que peso o senhor atribui à volta de Lula ao cenário brasileiro, com a
recuperação dos seus direitos políticos?
Enorme, por razões objetivas e também por razões psicológicas. Lembro de uma
entrevista que fizemos há exatamente dois anos, na semana de posse do senhor
Bolsonaro, e naquela ocasião eu disse para você que, do meu ponto de vista,
Lula foi eliminado da vida política (e aqui cito a mim mesmo naquela entrevista
de janeiro de 2019) “porque as forças que sustentaram o capitão, na fase final
de sua campanha, sabiam que seria impossível elegê-lo se Lula estivesse livre.
E agora, estas mesmas forças temem que o senhor Bolsonaro não consiga manter a
compostura e interpretar o papel de governante, caso o ex-presidente apareça na
sua frente livre, e de volta à liderança da oposição brasileira”.
Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu dois anos depois, quando Lula fez
seu discurso de reentrada na vida política legal do país. Tudo indica que o
capitão perdeu inteiramente o que ainda lhe restava do pouco juízo que tem, e
esta é uma das razões fundamentais por que demitiu seu amigo e ministro da
Defesa, e resolveu demitir o General Pujol, porque estes decidiram não repetir
o caminho do senhor Villas Boas, e não contestaram a recente decisão do STF que
devolveu os direitos políticos aos ex-presidente Lula. Independentemente do que
faça ou deixe de fazer no futuro imediato, a reentrada de Lula redefiniu os
parâmetros da vida política nacional, e todas as forças em presença começaram a
se manifestar e fazer suas opções. Por outro lado, a oposição voltou a ter uma
referência comum e um vetor capaz de atingir em cheio o desgoverno do país.
Lula é uma pessoa que tem uma inteligência estratégica, um carisma e uma
relação afetuosa com a população brasileira, mesmo com seus opositores, que é
uma coisa inalcançável para uma pessoa odiosa, odienta e inteiramente
desprovida de empatia com seu próprio povo, como é o caso desse senhor
Bolsonaro.
Qual o peso da derrota de Trump no enfraquecimento do governo de Bolsonaro?
Muito grande, porque atingiu em cheio a articulação da extrema-direita
internacional que se utilizava do capitão através de seus filhos. Muitos até
imaginaram que o capitão Bolsonaro poderia substituir Trump e tornar-se o novo
líder da extrema-direita mundial. Mas o próprio Steve Bannon sabe perfeitamente
que o capitão não tem estatura intelectual e política indispensável para
desempenhar esse papel. E não haveria como sustentar esta ficção oficializando
seu papel de marionete de seus filhos, até porque eles também não conseguem
falar abertamente e se escondem sempre atrás de seus robôs.
Qual o papel futuro das FFAA?
Retomar e aceitar sua função constitucional e ajudar a encerrar esse episódio
lamentável da história brasileira, antes de voltar definitivamente para os
quartéis.
Como irá a direita se relacionar com Bolsonaro nas próximas eleições?
Não é improvável que se desfaça dele antes das eleições, para poder ocupar este
espaço da direita, e mesmo da extrema-direita, com um candidato mais próximo da
racionalidade cartesiana e de suas convicções liberal-cosmopolitas.
Quais as tarefas mais urgentes da oposição neste momento?
Ajudar o povo brasileiro a enfrentar e superar este momento terrível da sua
história, propondo medidas parlamentares que possam atenuar o sofrimento da
população, o desemprego e a morte de milhares de brasileiros ainda este ano e
no próximo. Unir-se e fazer oposição ferrenha a esse governo, para impedir a
desintegração completa das redes de sociabilidade que ainda mantém o Brasil
unido, e somar forças para que nunca mais volte a acontecer no Brasil uma
tragédia dessas proporções.
Eleonora de Lucena e
Rodolfo Lucena | em Carta Maior
*Publicado originalmente em 'Tutaméia'
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