segunda-feira, 3 de maio de 2021

Portugal | Concelho de Odemira muito falado pelo pior. Só Odemira?

Imigrantes no Concelho de Odemira andam nas bocas do país, da Europa e provavelmente do mundo. Uma vergonha. Imigrantes a sobreviverem em condições deploráveis, em situação que se pode considerar de quase escravidão ou mesmo de escravidão perante o conhecimento de autarcas do concelho e de outras autoridades. Um burgo de empresas e empresários oportunistas que têm sido bafejado pela indiferença e até, provavelmente, pelo conluio que compra silêncios. Mafiosos em ação.

A fragilidade dos emigrados proporcionou aquele estado de desumanidade, o covid-19 acabou por denunciar aquela realidade aberrante. Ainda bem. O que se espera é que a quem de dever não falte coragem de apurar as devidas responsabilidades e que não acabe tudo minimizado ou “abafado”. 

O próprio autarca de Odemira, no que lhe diz respeito, denunciou. Não só agora mas antes, ao governo, que fez nada. Agora, graças ap covid-19 voltou a atuar e a denunciar. Aproveitou a oportunidade, quando já era impossível esconder mais aquele crime contra a humanidade. Impõe-se que  a consciência do ocorrido implique as correções devidas e que não sejam os imigrantes os penalizados mas sim os que deles se aproveitaram e os escravizaram, violando as suas dignidades, os seus direitos enquanto humanos num país dito democrático.

Pergunte-se: aquela situação só é realidade em Odemira?

A seguir, vá ler mais Odemira e Ana Gomes a indignar-se, como todos os portugueses se devem indignar e ser intolerantes para com as empresas e empresários de mentalidade esclavagista, nojenta, que não podem ficar impunes ante o crime hediondo praticado.

MM | PG


Odemira | "É intolerável. Espero que sejam tomadas medidas exemplares"

Ana Gomes critica a inação das autoridades, incluindo de vários ministérios, perante a utilização de "mão de obra em condições de quase escravidão" no concelho alentejano.

Odemira transformou-se no epicentro da pandemia, em Portugal, mas também no centro da polémica desde que, na passada sexta-feira, os habitantes de duas freguesias do concelho alentejano viram ser-lhes imposto uma cerca sanitária, devido à elevada incidência de casos de Covid-19, principalmente, entre migrantes

O grande fluxo migratório e a falta de condições em que vivem muitos dos imigrantes têm dado que falar e levantado muitas cortinas, entre as quais acusações de escravidão e tráfico humano.

Na noite deste domingo, Ana Gomes no seu espaço de comentário semanal na SIC Notícias, disse que era impossível que as autoridades e o Governo desconhecessem o problema que se arrasta há décadas e exigiu "medidas exemplares" para que a situação não continue a acontecer.

"Não é novo, havia 'n' avisos, eu própria falei do assunto. Até o próprio presidente de Odemira tinha chamado a atenção do Governo. Não podiam desconhecer", começou por salientar, acrescentando que o que acontece neste concelho alentejano não pode continuar a acontecer.

"É absolutamente intolerável. Espero que seja tomadas medidas exemplares e que isto não se continue a verificar. Para isso é fundamental punir quem tem de ser punido e os beneficiários e as empresas não podem mais beneficiar da complacência das autoridades, desde o ministério da Agricultura, do Trabalho, da própria Saúde, etc [...]. A Autoridade das Condições de Trabalho tem de fazer o seu trabalho e tem de ter meios para fazer o seu trabalho", atirou a socialista.

Ana Gomes recordou ainda que há suspeitas de trabalho escravo em Odemira e que situações como estas não são toleráveis "no país que vai para a semana ser o anfitrião da cimeira social da União Europeia".

"Felizmente acordou-se para a gravidade da situação do ponto de vista das condições sanitárias e dos direitos humanas. Foi o primeiro-ministro que chamou a atenção para isso e é exatamente por isso que digo que não basta tomar medidas como a cerca sanitária. É preciso ação exemplar dos intermediários e dos empresários que utilizam mão de obra em condições quase escravizada, que é o que acontece ali na zona. Não podemos continuar a tolerar isso no país que vai para a semana ser o anfitrião da cimeira social da União Europeia", atirou.

Notícias ao Minuto

Leia em Notícias ao Minuto: Covid-19 expôs fluxo migratório descontrolado em Odemira. PJ investiga

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