quinta-feira, 6 de maio de 2021

Portugal | Novo Banco e os “Ramalhos” da Lone Star parasita

Novo Banco. "É mais fácil enterrar uma empresa e depois ir aos contribuintes"

O presidente da Prebuild, João Gama Leão, referia-se ao Novo Banco, que já consumiu 2976 milhões de euros de dinheiro público.

O presidente da PrebuildJoão Gama Leão, considera que é mais fácil ao Novo Banco "enterrar uma empresa e depois ir aos contribuintes pedir dinheiro" do que apostar em recuperar as sociedades.

"É mais fácil enterrar uma empresa e depois ir aos contribuintes pedir o dinheiro do que tratar um empresário em dificuldades, que é essa a função de um banco", disse o empresário esta quinta-feira no Parlamento, referindo-se ao Acordo de Capitalização Contingente pelo qual o Novo Banco pode ser compensado por perdas através do Fundo de Resolução.

Para João Gama Leão, se "perguntam ao Novo Banco, que tem um cofre público por detrás", se é mais fácil "salvar" uma empresa ou "afundá-la de vez e pedir o dinheiro aos contribuintes", é "óbvio que é mais fácil" a segunda opção.

"Eu não sei que contrato é que o Estado fez com o grupo americano [Lone Star], mas há uma coisa para mim que é óbvia: ao Novo Banco, é muito mais fácil ter problemas do que ter vantagens. Essa é a lógica económica que criaram. Ter problemas hoje é muito mais vantajoso", considerou.

O gestor da Prebuild, que deve mais de 300 milhões de euros ao Novo Banco, falava na sua audição na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.

João Gama Leão disse que o Novo Banco "vai buscar liquidez com alguma facilidade", ao abrigo do acordo que permite que o Fundo de Resolução compense as perdas da instituição financeira.

Em 2017, aquando da venda de 75% do banco à Lone Star, foi criado um mecanismo de capitalização contingente, pelo qual o Fundo de Resolução se comprometeu a, até 2026, cobrir perdas com ativos 'tóxicos' com que o Novo Banco ficou do BES até 3.890 milhões de euros.

O Novo Banco já consumiu 2976 milhões de euros de dinheiro público e, pelo contrato, pode ir buscar mais 914 milhões de euros.

O Novo Banco teve prejuízos de 1.329,3 milhões de euros em 2020, um agravamento face aos 1.058,8 milhões registados em 2019. Já quanto ao valor a pedir ao Fundo de Resolução, o Novo Banco indicou que serão 598,3 milhões de euros.

TSF | Lusa

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