Mário Motta | opinião
Caíram mais máscaras de políticos portugueses neste 28 de Maio – uma data que comemora o fascismo e a ditadura salazarista. A direita dita democrática e os declaradamente fascistas, xenófobos e racistas uniram-se na comemoração sobre o pretexto da Conferência do Movimento Europa e Liberdade (MEL).
Os que intervieram, usando a sofisma e o populismo, disseram quase sempre só o que consideraram poder dizer e que captasse simpatias nos portugueses que desconhecem ou se esqueceram de como são implantados os regimes antidemocráticos como o de Salazar e, mais além, como o de Hitler. Regimes colonialistas, protofascistas e nazis, quanto quiserem.
Esses personagens não faltaram, querendo aparentar-se democratas. Foram muitos os que ali estiveram, praticamente sempre os mesmos, bem conhecidos dos portugueses atentos que lutaram pela democracia, pela justiça social, pela liberdade. As novidades foram os protofascistas do estilo de André Ventura, de Passos Coelho, entre outros, que até mesmo sem falarem tresandam ao saudosismo colonial-fascista. Um Ventura falador e um Passos Coelho calado, que em jovem se escudou num partido dito social-democrata que acolheu salazaristas e colonialistas creditados de democratas que não eram, nem são. E assim têm vindo, ao longo de 47 anos rumando à direita desumana (como se viu com Cavaco, Barroso e Passos Coelho, bramindo a bandeira da democracia mas marchando com botas cardadas que têm trucidado muitas famílias portuguesas por via do neoliberalismo que é uma das antecâmaras do fascismo.
PSD e Passos Coelho – protagonistas dessa direita nefasta e desumana - só não avançaram mais porque foram tolhidos pelas eleições e pela demonstração de que a maioria dos portugueses é antifascista, preza e defende a democracia e a liberdade. Foi igualmente de suma importância a então chamada “geringonça” (PS, PCP, PV, BE). Portugal avançou então para uma notória melhoria a quase todos os níveis e o erro foi o de que o Partido Socialista se cansou de ser socialista novamente (não foi a primeira vez) e começou a dar bónus à direita revanchista e a aliar-se sempre que olhava para o seu umbigo e ouvia os muitos falsos socialistas que tem no seu âmago. Democratas “ma non tropo”. Mesmo assim, e apesar de todos os desvios à direita, peculiares no PS ao longo da história, continua a ser o mal menor, apesar dos seus rastos antidemocráticos, de injustiça social, de abandono da defesa dos trabalhadores, dos seus conluios com as elites financeiras, etc.
A direita radical, protofascista, usou a direita neoliberal, aparentemente democrática, para organizar o MEL – Movimento Europa e Liberdade. Que Europa? Que liberdade? Desde quando André Ventura ou Passos Coelho querem uma Europa Livre dos poderes mais ou menos ocultos e antidemocráticos que singram na UE? Quanto a Passos estamos esclarecidos. Vimos o que quis, pôde e mandou tramar os portugueses quando PM, gerando a fome e a miséria. Deixando-nos ainda a desembolsar biliões de euros para banqueiros criminosos que se pavoneiam em liberdade… Ah, é essa a liberdade que o MEL quer para Portugal e para a Europa!
O MEL é um aglomerado de algo que dá para vislumbrar como mel muito amargo, diarreico, venenoso, antidemocrático, que se aproveita das liberdades garantidas pela democracia cada vez mais mirrada em Portugal, na União Europeia, no mundo.
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