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Strategic Culture Foundation | editorial
O poder global americano está em contradição direta com as necessidades democráticas de um planeta multipolar.
Os Estados Unidos e seu "parceiro júnior", a Grã-Bretanha, expressaram esta semana seu desejo de uma nova Guerra Fria com a Rússia e a China - embora de forma sub-reptícia e vestida com uma linguagem virtuosa.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falava com seu homólogo britânico Dominic Raab antes de uma cúpula do G7 para ministros das Relações Exteriores realizada em Londres esta semana. Os dois diplomatas pediram que as nações e parceiros do G7 se unissem mais fortemente para enfrentar a China e a Rússia. Para tanto, delegados da Austrália, Índia, Coréia do Sul e África do Sul foram convidados a participar da cúpula.
Devemos tomar um momento para notar como tal apelo é provocativo e gratuito, se não totalmente criminoso. A segurança global está se tornando um joguete para a política ocidental.
No mês que vem, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está programado para participar das cúpulas dos líderes do G7 e da aliança militar da OTAN liderada pelos americanos, em Londres e Bruxelas, respectivamente, durante as quais se espera que ele reforce ainda mais a mensagem messiânica de confronto.
Lamentavelmente, os americanos e britânicos estão tentando fabricar um mundo dividido, onde eles supostamente “defendem a ordem baseada em regras” e a “democracia”. Esse é um tema que Washington vem defendendo desde que o presidente Biden assumiu o cargo, há quase quatro meses. Dizem que o mundo está enfrentando uma competição histórica entre “democracia e autocracia” na qual as nações ocidentais são os presumíveis “mocinhos” em oposição aos “bandidos” designados como China e Rússia.