A AUSTRÁLIA É O EIXO DA NOVA
DOUTRINA MILITAR DO “HEGEMON”, CONTRA A REPÚBLICA POPULAR DA CHINA E A
FEDERAÇÃO RUSSA
Martinho Júnior, Luanda
O novo jogo tem cartas novas,
acabadinhas de estrear, os naipes similares aos de sempre e começa a ser
baralhado pelas mãos do “hegemon” unipolar, para uma outra
distribuição “in”, ainda ao jeito neoliberal!...
A racionalidade capitalista
aprofunda a irracionalidade humana no caminho para o abismo das crises, o
desrespeito para com a Mãe Terra e… o cada vez mais próximo fim da espécie
humana!
Ganha forma a “doutrina
Biden”, para um longo período de reconversão do “hegemon” unipolar
(ao longo das três décadas que nos separam de 2050), nada melhor que um enorme
porta-aviões de pedra, um inafundável porta-aviões, para abrigar toda a
panóplia de instrumentos militares úteis, meios, pessoal e as armas nucleares
estratégicas, desde logo numa posição apta para se tornar numa “providencial” catapulta
de ataque, em função do cerco a sul aos agora (a ocasião faz o ladrão) dois
desafiadores inimigos dos anglo-saxónicos, votados a principais!
Para Sua Majestade Britânica
ficou desde logo a simbologia: deslocar a força-tarefa do porta-aviões “HMS
Queen Elizabeth” para o Indo-Pacífico, fazendo com outros ingredientes
geoestratégicos e em relação a Taiwan, um jogo similar ao que a “Navy” fez
recentemente no Mar Negro, em relação à Crimeia!
Se a China não abdica das ilhotas
do Mar do Sul, o “hegemon” precisa da maior de todas as ilhas, a
Austrália, para pulverizar a China gerando bloqueios e agressões no seu entorno
e no entorno da Rússia, começando desde logo por dominar os navegáveis oceanos
cruzados pelas principais rotas marítimas suas envolventes a sul (no Índico e
no Pacífico, já que no Atlântico está tudo feito e tudo dito)!
Para isso, desde as origens da
revolução industrial foram compendiadas e sucessivamente arregimentadas pela
racionalidade capitalista as casas bancárias transoceânicas de família, o
império colonial britânico, a projecção global da cultura anglo-saxónica com
dedicada mentalidade colonizadora, a City, o Echelon, o Tratado UKUSA, a
reconversão da servil Commonwealth, o Brexit, o QUAD e por fim a metamorfose
final que dá origem ao “USS AUSTRÁLIA”: a AUKUS… enfim, todas as matizadas
matrizes que dão azo à “nova doutrina” ora inaugurada com Joe Biden
(ainda que conste que ele sofra de alzeimer) e sua futura projecção tão
irracionalmente criteriosa, laboriosa e “avançada”!
A doutrina Rumsfel/Cebrowski,
está decretado no ano 21 do século XXI, vai-se arrastar por inércia e de forma
subjacente à “doutrina Biden”, marcada pela caótica retirada do Pentágono
do Afeganistão, a exposição do “hegemon” a roçar a decadência no
Médio Oriente Alargado e a osmose perigosa do que se passa na “homeland” numa
altura em que a miséria atinge mais de 60 milhões de pessoas!…
… Viva então o novo recurso
à “racionalidade capitalista”, a “sólida doutrina Biden” de
ataque à República Popular da China e à Federação Russa seguindo adequados
moldes mais tradicionais, um “inimigo útil” reinventado, cujo crime
principal, vejam o desaforo irracional, é o desafio da construção por todo o
Sul Global, em paz, das Novas Rotas da Seda e dos oleodutos e gasodutos que
retiram capacidade energética aos esforços unipolares e à força do caos, do
terrorismo e da desagregação com recurso ao “jihadismo” tácito do que
se tornou costume…
… Viva então a nova corrida às
armas nucleares, as únicas que segundo as crenças feudais, podem salvar os
deuses, por que nas outras os deuses estão em “hipersónica perda”!…
… E viva o “USS AUSTRÁLIA” agora
mesmo, com toda a pompa e circunstância, inaugurado, lançado ao mar e pronto
para a acção nuclear, desde o vértice sul, expandindo o proverbial esforço
militar de última geração para norte, no espectro dum enorme ângulo aberto, em
direcção ao ventre sul da EurÁsia!...
Os talibãs e o Afeganistão não
foram abandonados, antes estão em fase de reconfiguração com novos papéis e em
função dos passos que se seguirão da “doutrina Biden” que se
aproveita da transitoriedade inaugurada por Trump!