terça-feira, 23 de novembro de 2021

TVI/CNN - AGORA É QUE VÃO FALAR E REPORTAR VERDADE?!

Foi uma afirmação repetida ao longo da cerimónia de lançamento da CNN Portugal. Ouvir jornalistas da TVI a dizer que agora é que se vai falar verdade na estação com a marca americana é tão surpreendente quanto inacreditável.

AbrilAbril | editorial

Era tudo «novo», mas afinal não. As caras, salvo as dos americanos que foram passando pelo ecrã e pela festa que se fez no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, que contou com a presença do Presidente da República e do primeiro-ministro, eram as costumeiras e nalguns casos as de sempre, como é o caso de Judite de Sousa e de Júlio Magalhães, a quem coube fazer a entrevista que foi o grande (e único) destaque de lançamento do canal, que graficamente mais parece uma CMTV 2.0. 

A entrevista a João Rendeiro é a típica receita para angariar audiências, seja pelo facto de se tratar de um fugitivo à Justiça dos ricos, seja pela leveza da argumentação do arguido, que diz fazer uma vida «normal» e que aproveitou para deixar a notícia de que vai pedir uma indemnização ao Estado de 30 milhões de euros. 

Tão impressionante quanto a ligeireza com que o ex-banqueiro diz não voltar a Portugal, foi a forma como se falou do «rigor» e «credibilidade» da emissora norte-americana, que ainda nas últimas eleições presidenciais foi acusada por um funcionário de elaborar uma estratégia a favor de um dos candidatos, e da qual foram transmitidas ontem imagens de propaganda dos EUA, designadamente da Guerra do Iraque, onde todos reconhecem agora que não havia armas de destruição maciça. 

Ao mesmo tempo, não deixa de ser curiosa a forma como jornalistas e convidados falaram da «verdade» como novidade do projecto, com Nuno Santos a dizer inclusive que a marca vai contribuir para «tornar a nossa democracia mais robusta», como se a TVI não andasse a dizer sempre a verdade. E a verdade é que não andou.

Recorde-se a campanha de notícias falsas (as tão vulgarizadas fake news) que a estação da Media Capital, agora liderada por Mário Ferreira, preparou no último ano de eleições legislativas. Reconhecida pela ERC como um exercício de «enviesamento» e «falta de isenção», a desinformação articulada então pela TVI constituiu a antítese da velha afirmação, que ontem se exibia no vídeo de lançamento da cerimónia: factos não são interpretações. E mesmo assim não chega.

Quando milhares de pessoas vão para a rua manifestar-se no nosso País contra a precariedade que colaram às suas vidas e a estação de Barcarena opta por abrir o noticiário com protestos na Áustria e noutros países da Europa (contra o confinamento), fica clara a necessidade de separar o acto de informar da agenda de interesses dos seus accionistas. 

Portugal | O GRANDE FALHANÇO DA ESQUERDA

Seis anos de governo do PS com o apoio de BE e PCP não trouxeram qualquer alteração significativa na realidade da habitação - nem houve propostas, ainda que derrotadas, que permitissem fazer verdadeiramente diferença.

Fernanda Câncio | Diário de Notícias | opinião

Esta segunda-feira foi partilhado no Twitter um mapa da Europa com o custo médio do arrendamento de um T1 no centro da capital em percentagem do salário médio líquido. Neste cálculo, do site Numbeo, que se apresenta como a maior base de dados mundial relativa a custo de vida, Portugal surge como o quarto país europeu com a percentagem mais alta - 84% -, depois da Ucrânia (93%), Rússia (88%) e Bielorrússia (86%).

Não faço ideia se os dados do Numbeo estão corretos - estranho que a Londres, Berlim e Paris, por exemplo, correspondam valores muito mais baixos - mas, de acordo com o INE, o custo mediano por metro quadrado nos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares celebrados no segundo trimestre do ano em Lisboa (não apenas no centro da cidade, portanto, e não só para T1) foi de 11 euros. O que, fazendo as contas, significa que um apartamento médio, de 70 m2, ficaria por 770 euros/mês; tendo em conta que o salário médio bruto para este ano foi, ainda segundo o INE, de 1300 euros, o que corresponderá a cerca de 900 limpos, a percentagem do mesmo consumida pelo arrendamento do tal T1 ficaria perto da indicada no mapa da Numbeo. E, definitivamente, muito acima dos 33% apontados como limite máximo recomendado para gastos com arrendamento ou prestação de empréstimo à habitação no orçamento familiar.

Mesmo partindo do princípio de que este valor está inflacionado por contratos atípicos, de arrendamentos de curta duração, é muito elevado - e isso não sucede apenas para Lisboa. Outras localidades surgem com preços bastante puxados.

Portugal - PSD | Rangel "não é líder". Se ganhar "quem vai mandar é o Passismo"

Esta manhã, Fernando Alves conversou com Ângelo Correia, antigo ministro da Administração Interna e coordenador do Conselho Estratégico Nacional do PSD para a Defesa Nacional. Para o social-democrata, o eurodeputado não tem qualidades de líder, e foi empurrado pelo movimento do Passismo, que quer liderar na sombra. "Todo o Passismo está em volta de Rangel", atira.

Ângelo Correia, histórico deputado constituinte do PSD em várias legislaturas, não tem dúvidas de que "Rio não tem comparação, em termos de liderança, com Rangel". Em entrevista emitida na Manhã TSF, o antigo presidente do Congresso do PSD e vice-presidente da Comissão Política Nacional acusou o eurodeputado candidato a líder dos sociais-democratas de não ser um líder, e de constituir, em vez disso, uma promessa de um "regresso ao Passismo sem Passos Coelho".

"Todo o Passismo está em volta de Rangel. Quem vai mandar em Rangel - porque vai ser mandado; Rangel não é líder, é um problema que ele tem - vai ser o Passismo." O antigo ministro da Administração Interna, que presidiu, no Parlamento, a várias comissões, desde a Defesa nacional aos Assuntos Europeus, passando pelo poder local, desmonta em Paulo Rangel a capacidade de condução e de inspirar autoridade."Não se pode ser líder de uma organização sem ser ele próprio líder, isto é: ter condições de motivação, de abrangência, de colocar as pessoas a trabalhar e, sobretudo, de, nos momentos decisivos, ter uma opinião que comanda. 'Comanda' não é 'manda'; entre 'mandar' e 'comandar' há um prefixo que é 'co'... que diz tudo", complementa, quando questionado pelo jornalista Fernando Alves.

Ângelo Correia, que lembra ter pertencido ao mundo do 25 de Abril, com estruturas de debate, com intensidade, com vigor, mas também com esclarecimento, lamenta que, desde então, o debate democrático de ideias se tenha empobrecido, debruçando-se, em vez disso, no "politicamente correto". Os debates de hoje são, por isso, na ótica do social-democrata, "pantanosos", numa procura pela "rapidez, e não fluidez". O apoiante de Rui Rio exalta, por isso, alguns aspetos do comando do antigo autarca do Porto. "Rui Rio teve uma atitude e um desempenho no PSD que mostrou que uma das questões graves que o PSD sempre atravessou foi a ausência de pensamento. Não pensava, não debatia internamente as questões..."

Massacre de Santa Cruz mobilizou "resposta formidável" da diplomacia portuguesa

TIMOR-LESTE - 30 ANOS DEPOIS DOS CRIMES DA INDONÉSIA CONTRA A HUMANIDADE

O ex-Presidente aplaudiu a diplomacia portuguesa na resposta ao massacre de Santa Cruz, não deixando a questão "cair" — algo que considerou "crucial" para dar o exemplo à comunidade internacional.

O ex-Presidente timorense José Ramos-Horta considerou que o massacre de Santa Cruz, cujo 30.º aniversário se cumpre na quinta-feira, lançou o problema de Timor-Leste para o palco internacional e ajudou a mobilizar uma “resposta formidável” da diplomacia portuguesa.

“Como resultado de Santa Cruz a questão de Timor passou a ser a questão número um da diplomacia portuguesa. As embaixadas portuguesas em todo o mundo tinham Timor como primeira questão”, frisou o Prémio Nobel da Paz.

“Era crucial não deixar cair a questão. Porque hoje é notícia, mas amanhã e depois há outros massacres no mundo. O desafio para nós e para a solidariedade internacional e para governos amigos, era não deixar cair a questão de novo”, sublinhou.

Timor-Leste | Morreu Basílio do Nascimento, bispo de Baucau

Basílio do Nascimento, bispo de Baucau, a segunda maior cidade de Timor-Leste, morreu no Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) na sequência de um ataque cardíaco.

O bispo de Baucau, a segunda maior cidade de Timor-Leste, Basílio do Nascimento, morreu no Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) na sequência de um ataque cardíaco, disse à Lusa fonte da Igreja católica timorense.

Basílio do Nascimento, natural do Suai e que em junho completou 71 anos, tornou-se uma das vozes mais mediáticas do período antes do referendo de 1999, com os seus comentários sobre a situação em Timor-Leste a serem regularmente procurados por jornalistas, especialmente portugueses.

O prelado, que chefiou no passado a Conferência Episcopal Timorense (CET), sofreu o ataque cardíaco na cidade de Maliana, a sudoeste de Díli, de onde foi aerotransportado para a capital, acabando por falecer no HNGV.

Moçambique | Administradora do banco central diz que foi chantageada pela secreta

JULGAMENTO DÍVIDAS OCULTAS

Administradora do Banco de Moçambique Silvina de Abreu disse hoje que sofreu "chantagem emocional e pressão" da secreta para dar parecer favorável à contração das dívidas ocultas, por serem de "importância estratégica".

A administradora do Banco de Moçambique Silvina de Abreu revelou nesta segunda-feira (22.11.): "Senti esses aspetos todos na minha pele, tenho essas sequelas e até aqui o assunto me persegue".

Abreu falava como declarante no julgamento do processo principal das dívidas ocultas que decorre no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. Avançou que a "chantagem emocional e psicológica" foi exercida por António Carlos do Rosário, então diretor da Inteligência Económica do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE) e arguido no caso.

"Fazia chantagem emocional forte.(...) Ele estava sempre a referir que tínhamos que ser patriotas e nós não devíamos estar a criar constrangimentos para que os projetos avançassem", afirmou.

O então diretor da Inteligência Económica do SISE, prosseguiu, descrevia os projetos usados para contrair as dívidas ocultas como de "importância estratégica para a defesa da soberania da pátria e do nacionalismo económico do país".

Numa das ocasiões, António Carlos do Rosário mostrou uma foto de Afonso Dlhakama, defunto líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, ao lado de um helicóptero e de um "homem de raça branca", como alegada prova de que o país estava a ser alvo de ações hostis movidas a partir do estrangeiro.

Na altura, Moçambique vivia uma tensão política e militar na sequência da recusa da RENAMO em aceitar a derrota nas eleições gerais de 2009.

Moçambique | O que mudou desde o assassinato do jornalista Carlos Cardoso?

O dia 22 de novembro tornou-se uma data de reflexão para os jornalistas em Moçambique. Há exatos 21 anos, Carlos Cardoso foi assassinado numa zona nobre de Maputo devido à uma apuração jornalística.

Editores de alguns jornais de Moçambique dizem que o dia 22 de novembro sempre será muito importante para o jornalismo investigativo e a liberdade de imprensa no país.

Foi nesta data, em 2000, que o jornalista Cardoso Cardoso foi assassinado no início da noite na avenida dos Mártires da Machava, região central de Maputo. O jornalista deixava a redação do jornal Metical, do qual era o proprietário, quando foi alvejado com uma rajada de metralhadora dentro da sua viatura. O crime ocorreu numa altura em que Cardoso levantava informações sobre uma fraude de 14 milhões de dólares [12 milhões de euros] no antigo Banco Comercial de Moçambique.

O jornalista Egídio Plácido, associa esta data à luta pela liberdade de imprensa no país. O editor executivo do semanário Zambezi crê que ainda hádificuldades para o exercício da profissão em Moçambique. Plácido cita, por exemplo, o recente caso que envolveu o Mediafax e o Canal de Moçambique, que citava o antigo Presidente Armando Guebuza.   

"Os jornalistas foram à barra do tribunal só por terem replicado uma opinião de um economista do Instituto de Estudos Sociais e Económicos", lembra.

GOVERNO ANGOLANO PREVÊ SAÍDA DA RECESSÃO AINDA ESTE ANO

Ministério das Finanças antevê crescimento económico em 2022 e descida do rácio da dívida pública face ao PIB. Governo prevê saída da recessão sustentada no crescimento da economia não petrolífera, que expandiria 5,2%.

De acordo com a proposta do Orçamento do Estado aprovada na Assembleia Nacional a 9 de novembro, o país deverá regressar ao crescimento positivo este ano, depois de cinco anos consecutivos de recessão económica, desencadeada pela descida dos preços do petróleo, em 2016, e, mais recentemente, pelas consequências da pandemia de Covid-19.

No documento, o Ministério das Finanças antevê que economia cresça 2,4% em 2022 e forte descida do rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto, que subiu nos últimos anos devido, em parte, à desvalorização do kwanza.

Com uma , o rácio da dívida deverá descer para cerca de 82% no final deste ano, o que permite que Angola mantenha a intenção de regressar aos mercados de dívida internacionais em 2022, conforme anunciou a ministra das Finanças na semana passada.

Corrupção é “gasosa” para a polícia angolana. E vá de encherem os bolsos!

Motoristas pedem o fim da "gasosa" no norte de Angola

Motoristas reclamam de má conduta de agentes de trânsito na rodovia que liga Kwanza Norte e Malanje. Cidadãos ouvidos pela DW África dizem que extorsões tornaram-se insuportáveis, e Comando da Polícia encoraja denúncias.

O Comando Provincial da Polícia Nacional em Malanje apela para que os motoristas denunciem práticas irregulares de seus agentes nas estradas do norte de Angola.

Os condutores de veículos que trafegam pela Estrada Nacional 230 já estão acostumados com a chamada "gasosa", mas isto não que dizer que este tipo de extorsão alegadamente praticada pelos agentes da Polícia de Trânsito não estaria a gerar revolta.

Um motorista de 35 anos que não quer ter o nome divulgado aceitou falar para a DW África sobre o fenómeno que se tornou comum no troço entre as províncias do Kwanza Norte e de Malanje. "A polícia na estrada normalmente tem esse lema, que os automobilistas que circulam na via pública têm de fazer sentir com alguma coisa".  

Outras vítimas dizem que não há um grupo específico de agentes que cometem a irregularidade, a corrupção parece repetir-se com diferentes fiscais de trânsito. "Alguns efetivos têm estado viciados nessas práticas. Tudo que a malta mais quer para andar mais tranquila é mesmo que isso acabe", diz outro motorista que dirige há mais de dez anos pelo do norte do país.

Bissau | Presidência recusa-se ser ouvida pelo Parlamento sobre avião polémico

"Autoridades não investigam porque temem perder o poder”

Avião suspeito que aterrou em outubro na Guiné-Bissau continua a gerar polémica. Jurista Fodé Mané afirma que autoridades não investigam porque têm medo de perder poder. Presidência escusou-se ser ouvida pelo Parlamento.

Um "silêncio ensurdecedor" reina na Guiné-Bissau desde que Presidência da República recusou-se a esclarecer o caso de um avião suspeito que aterrou no país em outubro - sem que se saiba de quem é, que carga contém e o que fazia em Bissau. 

O primeiro-ministro, Nuno Gomes, não se convenceu das explicações do Presidente Umaro Sissoco Embaló, segundo as quais mandou vir o avião no âmbito de projeto de construção de um hangar no aeroporto de Bissau.

Embaló disse que o avião pertencia a um "grupo de pessoas muito sérias, até mais sérias do que ele (Sissoco)". Mesmo assim, Nabiam mandou abrir uma investigação internacional para apurar as circunstâncias da aterragem do Airbus A-340.

Porém, a comissão especializada do Parlamento convocou, na passada sexta-feira, (19.11), o chefe de gabinete do Presidente guineense para ser ouvido. Isso, na qualidade de suspeito que deu ordens expressas ao serviço da aviação civil para deixar pousar o aparelho no solo guineense.

Entretanto, este não compareceu à sessão na sede da assembleia, tampouco justificou a sua ausência, segundo fontes parlamentares à DW.

Saara Ocidental | AUTODETERMINAÇÃO PARA A ÚLTIMA COLÓNIA DE ÁFRICA

DECLARAÇÃO SAHARA OCIDENTAL: REFERENDO DE AUTODETERMINAÇÃO PARA A ÚLTIMA COLÓNIA DE ÁFRICA

Enquanto organizações da sociedade civil, queremos reafirmar, por ocasião da XIII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (Luanda, 16-17 de julho de 2021), o nosso firme apoio aos direitos inalienáveis do povo do Sahara Ocidental, começando pelo seu direito à autodeterminação, e independência, se for essa a sua escolha livremente expressa.

Indigna-nos o facto de terem passado 46 anos desde que em 1975 Marrocos invadiu, e ocupou pela força, à revelia de todas as resoluções das Nações Unidas e do Parecer emitido pelo Tribunal Internacional de Haia, a então colónia espanhola do Sahara Ocidental, sem que se tenha cumprido o acordado entre todas as partes, há exatamente 30 anos (1991): a realização de um referendo através do qual o povo saharaui pudesse decidir sobre o seu futuro.

Inspira-nos enorme respeito a forma determinada e corajosa como o povo saharaui tem sobrevivido e tem continuado a lutar durante estas mais de quatro décadas, em condições extremas: famílias separadas, violações sistemáticas dos direitos humanos, pilhagem dos recursos naturais do território, vida provisória em lugares climatericamente inóspitos, gerações descriminadas e privadas de horizontes construtivos.

MARROCOS | O REI, O DINHEIRO E O RIQUÍSSIMO PRIMEIRO-MINISTRO

François Soudan* | Jeune Afrique

É a Aziz Akhannouch, o homem mais rico do reino - e agora chefe de governo - que cabe a pesada tarefa de implementar o novo modelo de desenvolvimento lançado por Mohammed VI. Um paradoxo, talvez, mas não necessariamente uma contradição.

Desde 10 de setembro de 2021, os cerca de 37 milhões de marroquinos tiveram como primeiro-ministro o detentor da primeira fortuna privada do reino. Dito assim, este "fato" tende a priori a concordar com os adversários de Aziz Akhannouch, que com folhas não salpicadas o censuraram e a seu partido, o Rally Nacional dos Independentes (RNI), um "uso obsceno de fundos" para “ inundar a cena política com dinheiro ”ao longo da campanha que antecedeu as eleições gerais de 8 de setembro.

Se for verdade que, como escreveu Jules Michelet, "política é a arte de obter o dinheiro dos ricos e os votos dos pobres, sob o pretexto de protegê-los uns dos outros", o RNI e seu líder venceram em todos os setores. : eles gastaram mais do que todos os seus concorrentes juntos e ganharam as urnas com louvor, que foram marcadas apenas por irregularidades muito marginais.

Embora seja inegável que no Marrocos, como em outros lugares, o dinheiro está no cerne do jogo político, reduzir uma eleição democrática como a de 8 de setembro a uma simples questão de troca e retribuição é obviamente simplista e, portanto, errado. A erosão da base popular dos islâmicos do PJD , que levou à sua retumbante derrota eleitoral, é um fenômeno objetivo, assim como o espetacular sucesso da OPA lançada por Aziz Akhannouch sobre um "partido da" administração ", refúgio para notáveis ​​rurais e profissionais de negócios, transformados em menos de cinco anos numa formação jovem, urbana, moderna, feminizada e digitalizada.

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