Há agora 2435 pessoas internadas (mais 16 que ontem) com covid-19, das quais 163 em unidades de cuidados intensivos (menos 8 que na véspera).
Portugal registou mais 52 mortes e 34 023 novos casos de covid-19, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quarta-feira, 9 de fevereiro.
Há agora 2435 pessoas internadas (mais 16 que ontem) com covid-19, das quais 163 em unidades de cuidados intensivos (menos 8 que na véspera).
Nas últimas 24 horas recuperarm 27 261 doentes e há menos 9 152 pessoas em vigilância.
Na matriz de risco, o nível de incidência continua a baixar. É agora de 6562,1 casos de infeção por SARS-CoV-2/ COVID-19 por 100 000 habitantes a nível nacional - era de 6901 na passada segunda-feira. E de 6610,1 casos de infeção no continente - era de 6953,7 na segunda-feira.
O R(t) é agora de
O que mudou nas UCI covid? Há menos doentes e maioria está lá por outras doenças graves
A 8 de fevereiro de 2021, Portugal registava 2505 novos casos de infeção por covid-19, e o total nacional de infetados era de 767 915, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS). No que toca a internamentos, e numa altura em que o país ainda se encontrava em confinamento geral, o dia era marcado por um número: 6344 internados nos hospitais portugueses. Destes, 877 estavam em unidades de cuidados intensivos (UCI) por terem desenvolvido formas graves da infeção por SARS-CoV-2.
Hoje, ou melhor ontem, o cenário
já é bem diferente, embora o número de novos casos diários seja muito superior,
30 757 - mesmo assim, menos do que há uma semana e até há duas, quando se
atingiu o pico da onda gerada pela nova variante Ómicron, com 65 578 casos -, e
o do total de infetados também (2 963 747). A diferença para esta fase da
pandemia ser considerada "mais leve", antevendo-se medidas de alívio
para as restrições que ainda existem, é precisamente o balanço que se faz em
relação aos internamentos, quer em enfermarias quer
Olhando apenas para os números, a grande diferença é a menor severidade da doença e, com isso, "o número de doentes internados", como concordaram dois responsáveis de departamentos de medicina intensiva da região de Lisboa e Vale do Tejo contactados pelo DN.
Para Nuno Catorze, diretor do Serviço de Medicina Intensiva e do Departamento de Urgência do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), um dos serviços que no primeiro ano de pandemia e no ano passado foi das unidades satélites que receberam doentes desde o norte até ao Algarve com doença grave covid, "a grande diferença é a quantidade de doentes".
"São muito menos, mas também há diferenças nas idades: enquanto há um ano tínhamos na unidade doentes entre os 40 e os 50 anos em situação de doença grave pela covid, agora temos doentes de faixas etárias mais elevadas, com 55, 60, 65 e pontualmente com 70 anos, mas a esmagadora maioria tem comorbilidades associadas pesadas, e estão lá para serem tratados por esse motivo. Raros são os casos em que os doentes estão lá devido a doença grave pela covid", relata ao DN.
Pedro Póvoa, coordenador da Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente, do Hospital de São Francisco Xavier, do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, afirma também que, pela sua experiência, "a percentagem de infetados que necessitam de internamento hospitalar é residual comparativamente à do ano passado".
"Basta olhar para o número
de infetados que nas últimas semanas atingiu mais de 60 mil por dia, enquanto o
número de internados em UCI se tem mantido estável", refere, destacando
ainda que "há um ano, havia mais de 6 mil pessoas internadas, quase um
milhar
Segundo os dados da DGS, o número de internados em UCI tem oscilado no último mês e meio, mesmo na semana com maior número de casos, entre os 150 e os 170.
100 profissionais de saúde infetados no Centro Hospitalar Universitário do Algarve
O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) tem 100 profissionais de saúde infetados com covid-19, o que está a criar dificuldades na elaboração das escalas de serviço, sobretudo na urgência pediátrica, disse esta quarta-feira à Lusa o diretor clínico.
"Só no hospital de Faro temos 13 médicos infetados, dos quais cinco da Pediatria e esse é o nosso problema principal, porque é a escala que está mais deficitária, o que nos obriga a conciliar com a unidade hospitalar de Portimão", indicou Horácio Guerreiro.
De acordo com o clínico, nas três unidades que integram o centro hospitalar algarvio - Faro, Portimão e Lagos - existia, no domingo, um total de 100 profissionais de saúde infetados com a doença, "originando muitas dificuldades no funcionamento dos serviços", mas que têm sido "minimizadas" com a ajuda dos outros profissionais.
"Neste momento, a maior dificuldade é na urgência de Pediatria de Faro, onde normalmente temos quatro pediatras de serviço, dois em cada um dos hospitais de Faro e Portimão, e, nesta altura, temos um défice de dois turnos por semana, períodos esses em que contamos com a unidade de Portimão", sublinhou.
Aquele responsável admitiu que o impedimento dos médicos em trabalhar, devido à infeção pelo novo coronavírus, "vai provocar até ao fim do mês, dificuldades no atendimento da Pediatria, principalmente em um ou dois períodos".
"Não sabemos ainda o que vai acontecer, mas esta semana temos um período a descoberto, por exemplo, durante o dia de hoje, em que temos outro médico que não está na escala de urgência e que vai prestar apoio até às 17:00", precisou.
Horácio Guerreiro garantiu que a assistência "não está em causa" e que a urgência pediátrica "está sempre assegurado por outros médicos", existindo em permanência um pediatra nos cuidados intensivos pediátricos que pode dar apoio no atendimento.
"Nunca há falta de médicos no hospital para garantir a assistência dos casos urgentes", reforçou, sublinhando que as situações graves "são sempre atendidas".
No entanto, se forem situações consideradas intermédias, que possam ser adiadas, a assistência é feita no turno seguinte, ressalvou o diretor clínico do CHUA.
Em caso de última necessidade, "as crianças podem sempre deslocar-se de Faro para Portimão ou vice-versa", referiu.
Horácio Guerreiro acrescentou que cada um dos seis médicos especialistas disponíveis para a urgência no hospital de Faro "está a fazer o limite legal de horas extraordinárias por semana", ou seja, "mais 12 horas para além das 12 normais", o que, para cumprir os sete dias da semana, significa que "faltaria um médico".
De acordo com o diretor clínico do CHUA, os problemas no serviço de Pediatria não são só provocados pela covid-19, já que se trata de um serviço onde só existem três médicos com idade legal -- menos de 55 anos -, para assegurar as urgências.
"Diria que o problema da Pediatria é crónico e muito dramático em quase todo o país, porque a maior parte dos hospitais não tem pediatras em número suficiente para assegurar as suas urgências", apontou.
Esta situação obriga "a recorrer a prestadores externos, que acabam por percorrer vários hospitais e, eventualmente, com disputas de preços, porque nem todos pagam o mesmo valor por hora".
Segundo Horácio Guerreiro, os casos de infeção nos profissionais de saúde diminuíram a capacidade de resposta em alguns serviços do CHUA, onde se registaram surtos, como na unidade de Ortopedia, onde a atividade programada chegou a ser suspensa.
"Contudo, temos sobrevivido e temos sido capazes de dar uma resposta bastante razoável em todos os setores, naturalmente, com uma sobrecarga de trabalho para os médicos em alguns serviços", concluiu.
Diário de Notícias
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