Os aviões fazem parte do Sistema de Alerta e Controlo Aéreo da Organização do Atlântico Norte (NATO), disse o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia.
Ucrânia está a tentar obter dados sobre a situação aérea no país a partir de aviões da NATO que vigiam o espaço aéreo da Polónia, disse esta quarta-feira o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia.
Os aviões fazem parte do Sistema de Alerta e Controlo Aéreo da Organização do Atlântico Norte (NATO), também conhecido como AWACS (sigla em inglês de Sistema de Aviso e Controlo Aerotransportado), disse Igor Konashenkov.
"A liderança das forças armadas ucranianas está a tentar colmatar a falta de informação sobre a situação aérea através da obtenção de dados no posto de comando da força aérea [ucraniana] em Vinnytsa a partir de aviões E-3A que fazem parte do sistema AWACS da NATO", disse o porta-voz, citado pela agência russa TASS.
Segundo Konashenkov, os aviões em causa estão em serviço 24 horas por dia no espaço aéreo da Polónia.
Na semana passada, a televisão britânica BBC teve acesso a um dos voos de vigilância da NATO no espaço aéreo da Polónia a partir de uma base na Alemanha.
O porta-voz russo disse que as forças de Moscovo destruíram 81 postos de radar da defesa aérea ucraniana, o que levou à perda do controlo de combate da força aérea da Ucrânia.
Durante as operações, as forças russas destruíram em terra e no ar 89 aviões de combate e 57 helicópteros ucranianos, além de sistemas de mísseis antiaéreos S-300, Buk M-1 e S-125, segundo dados de Moscovo, não confirmados independentemente.
Além disso, de acordo com os dados do Ministério da Defesa citados pela TASS, "90% dos aeródromos militares ucranianos, em que assentava a principal composição da aviação militar, foram postos fora de ação".
Mesmo assim, o Ministério da Defesa admitiu que tem registado "tentativas isoladas" de saídas da aviação militar ucraniana.
A Polónia propôs, na terça-feira, transportar os seus aviões Mig-29 para a base alemã de Ramstein para serem transferidos para a Ucrânia, em troca do fornecimento, pelos Estados Unidos, de aparelhos com as mesmas capacidades operacionais.
A Polónia, a Bulgária e a Eslováquia são os três únicos países da NATO que têm aviões Mig e a opção por estes aparelhos russos para uma eventual ajuda à Ucrânia, que não integra a Aliança Atlântica, deve-se à facilidade de operação pelos pilotos ucranianos.
Numa primeira reação, os Estados Unidos consideraram a proposta polaca pouco exequível e a Rússia alertou para "um cenário muito indesejável e potencialmente perigoso".
O chanceler alemão, Olaf Scholz, ao ser questionado hoje sobre a questão, manifestou-se contra a entrega dos caças.
"Devemos considerar muito cuidadosamente o que fazemos em termos concretos, e isso não inclui certamente os aviões de combate", disse Scholz, citado pela agência norte-americana AP.
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, insistiu hoje na proposta, mas remeteu a decisão para a NATO.
"A Polónia não é parte nesta guerra e a NATO também não. Uma decisão tão séria como a transferência de aviões deve ser tomada por unanimidade por toda a NATO", disse Morawiecki durante uma visita a Viena, citado pela agência francesa AFP.
"Hoje, esta decisão está nas mãos da NATO (...). Só fornecemos armas defensivas", acrescentou.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que tem pedido com insistência apoio militar ao Ocidente, agradeceu à Polónia a sua oferta e apelou à NATO para resolver com urgência as diferenças de opinião no seu seio sobre esta hipotética ajuda.
"Estamos
A NATO recusou qualquer intervenção na Ucrânia, incluindo a imposição de uma zona de exclusão aérea, por isso poder desencadear uma guerra total na Europa.
Se a NATO se envolver diretamente no conflito, "isso seria ainda mais perigoso, mais devastador e causaria ainda mais sofrimento humano", justificou recentemente o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, provocando um número ainda por determinar de mortos e feridos, tanto militares como civis, e mais de 2,1 milhões de refugiados.
A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
TSF | Lusa | Imagem: © AFP
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