quinta-feira, 28 de abril de 2022

DECLARAÇÃO DE GUERRA DOS FALIDOS E OS CORRUPTOS

Artur Queiroz*, Luanda

O governo dos EUA convocou os seus vassalos para uma reunião na sua base aérea de Ramstein, na Alemanha. A imprensa alemã  tem denunciado, desde 2013, que aquelas instalações militares são a “central da guerra com drones em vários pontos do mundo”. O Bureau of Investigative Journalism, sediado em Londres, também denunciou que desde 2004 essas operações já vitimaram mais de 2000 civis (alvos selectivos) em 14 mil ofensivas norte-americanas com drones. Os alvos estavam no Iraque, Afeganistão, Iémen, Paquistão e Somália.

O  secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, dirigiu a reunião de Ramstein. No final, todos assinaram por baixo a declaração de guerra à Federação Russa, por procuração passada à Ucrânia. Pelas minhas contas, os nazis das milícias, integrados ou não nas forças armadas e na Guarda Nacional, já devem ter morrido todos. Ou são prisioneiros. Militares também já devem restar poucos. Vão mandar armas para quem? Vão dar ajuda militar a quem? Aos militares da OTAN (ou NATO) que já estavam no país ou são agora enviados para os teatros de operações. E nem todos são mercenários.

Eis os nomes dos países que declararam guerra à Federação Russa: Albânia, Austrália, Bélgica, Reino Unido, Bulgária, Canadá, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Israel, Itália, Quénia, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Montenegro, Macedónia do Norte, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, Qatar, Roménia, Eslovénia e Turquia. Todos os países da OTAN (ou NATO) e da União Europeia. E mais alguns vassalos entre os quais o Quénia, quintalão do Reino Unido e a vergonha de África.

Sobre a base aérea de Ramstein há algo mais a dizer e não é pouco. Em 2015, o Bundestag (parlamento alemão) nomeou uma comissão de inquérito sobre a utilização dos drones no assassinato de civis. Um dos inquiridos foi o norte-americano Brandon Bryant, antigo operador de drones. E ele disse aos deputados que “Ramstein serve de estação de retransmissão central para missões letais”.

Brandon Bryant pormenorizou: ”Os drones que sobrevoam uma zona de mobilização comunicam via satélite com a base de Ramstein, onde o sinal é reforçado e enviado por cabos de fibra óptica aos EUA. A partir das centrais finais, os alvos são marcados e os mísseis ou drones mortais são lançados”. Aqui começou uma maka! O governo de Washington foi forçado a reconhecer junto dos deputados alemães que Ramstein é também base permanente de militares e agentes secretos que operam a partir da Alemanha  no planeamento, supervisão e avaliação dos ataques.

Em 2019, o Tribunal Supremo de Münster decidiu que a Alemanha tem o dever de se certificar que os EUA utilizam a base de Ramstein em concordância com o Direito Internacional. No ano seguinte, o Ministério da Defesa recorreu, e a sentença foi anulada. O estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) pode continuar a matar impunemente civis em qualquer parte do planeta, a partir da Alemanha e agora com a conivência do governo alemão. Por isso não surpreende que na reunião em que foi declarada guerra à Federação Russa, uma das mais entusiastas deste desfecho tenha sido a  a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht. Vai à Ucrânia entregar tanques de guerra que rapidamente se transformam em sucata.

Os tambores da guerra já soam e a Europa inteira vai ficar como a Ucrânia. O problema é que as maquinetas de fotocopiar dólares já de nada servem porque o mundo unipolar está em mudança irreversível. O presidente Xi Jinping disse que a viagem, a partir de agora, vai ser feita com todos, sem excepções nem perseguições. Ninguém vai ter o direito de, na viagem, em alto mar, atirar com um ou vários passageiros à água. Todos têm de chegar a bom porto sem terem de prestar vassalagem aos assassinos e terroristas de Washington.

Se os países da União Europeia tivessem políticos e governos responsáveis, a guerra nunca rebentaria. Mas pelos vistos são todos ucranianos e, portanto, querem ter o mesmo destino e exercer as mesmas funções: Fazer guerra à Federação Russa por procuração passada na Casa Branca. Os ucranianos estão a sofrer por conta da irresponsabilidade de um palhaço que elegeram para presidente. Os europeus dos países da União Europeia vão sofrer mais, porque têm muito mais a perder.

Os deputados da UNITA Nelito Ekuikui e Adriano Sapinala estão a ser investigados em Portugal porque compraram apartamentos num valor superior a meio milhão de euros, cada um e em 2017 declararam rendimentos quatro vezes menos! Donde veio tanto dinheiro? Dos diamantes de sangue mas também dos lóbis do Galo Negro em Portugal e nos EUA: Os dois deputados disseram que a compra dos imóveis “foi legal”. Mas não é isso que está em causa. De certeza que existiu um vendedor, de certeza que houve uma escritura pública no notário, de certeza que fizeram o registo na Conservatória. O problema é outro: Donde saiu tanto dinheiro, se ambos declararam quatro vezes menos do que gastaram  na compra das casas?

Nelito Ekuikui é o chefe dos terroristas que na província de Luanda destroem equipamentos sociais e fazem arruaça. É responsável por crimes muito graves. Adriano Sapinala é filho do nazi savimbista José Samuel Chiwale e trata dos negócios escuríssimos do engenheiro à civil, Adalberto da Costa Júnior. Figuras como o bêbado da valeta, o motorista do RI 20 que agora é membro da Academia Angolana de Letras, Alexandras, Luzias e outras famintas e famintos recebem do Adriano. É uma espécie de Pai Natal dos traidores. Isto vai acabar mal. 

Nelito e Adriano arriscam penas de prisão em Portugal. O melhor é irem já para o Batalhão de Azov porque é lá o lugar dos nazis e corruptos. 

*Jornalista

Ler em Página Global:

CICATRIZES DOS QUE MATAM POR CONTROLE REMOTO

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