Artur Queiroz*, Luanda
Eu sabia que um dia o Marcos Galinha, dono visível do Global Media Group, que vende produtos putrefactos disfarçados de jornais, rádios e televisões, havia de garatujar no Jornal de Angola. Porque um dos seus produtos, o “Diário de Notícias” é apontado como sendo “dos angolanos”. Os seus criados já sujam papel no diário do sector empresarial do Estado Angolano, há muito tempo.
O homem começou
Escreve o analfabeto de pai e mãe mas com muito dinheiro, sobre o tal jornalismo de investigação: “Esta forma de fazer jornalismo pressupõe a análise minuciosa dos factos, durante o tempo necessário, até esclarecer todos os meandros, possíveis ângulos, pontos de vista e possíveis envolvidos. O Jornalismo de Investigação é também conhecido por "Jornalismo de Precisão”, uma vez que implica informações precisas, sem distorções, com a utilização exacta dos termos cuidadosamente selecionados e sem citações fora de contexto”.
O Jornal de Angola foi o meu local de trabalho durante oito anos. Uma das minhas tarefas era garantir aos profissionais formação permanente. E dar aos jovens as ferramentas necessárias para um dia serem bons profissionais. Uma das coisas que lhes ensinei foi que isso de “jornalismo de investigação” é uma aldrabice para esconder atentados gravíssimos aos princípios do Jornalismo. Quando profissionais venais vão para a cama com detentores do poder económico que perseguem determinados interesses, servem esses amos com falsificações classificadas de “jornalismo de investigação”.
O mesmo acontece quando essas e esses venais se colocam ao serviço das polícias ou do Poder Judicial. O Ministério Público e magistrados judiciais servem-se deles para condenar na praça pública quem não conseguem acusar. Ou então tornam factuais, suspeitas que não conseguem concretizar, dando a essas criadagem elementos que depois abrem telejornais, noticiários das rádios e ocupam primeiras páginas dos jornais.
Ao Galinha não dou confiança. Mas aos jornalistas do Jornal de Angola que já se esqueceram, vou lembrar que o Jornalismo é um exercício permanente de grande rigor. Absoluto rigor. O rigor é a marca distintiva do Jornalismo, tal como a actualidade distingue a mensagem informativa nos Media de qualquer outro texto nem que seja uma carta der amor.
O Galinha vende no Jornal de
Angola que isso de rigor é só no “jornalismo de investigação”. Quem selecionou
e editou este produto bichado, deve ter faltado à formação naqueles anos em que
trabalhei na empresa. Ou estava a receber ordens na embaixada dos EUA
E a “investigação” fica como? Muito simples. Toda a actividade jornalística exige investigação. Seja notícia de um parágrafo, reportagem de página inteira ou entrevista. O jornalista é um mediador entre o acontecimento e o consumidor. O que acontece, seja o que for, inclui milhares de fragmentos de informação. O profissional investiga o que aconteceu, como aconteceu e porque aconteceu. Faz o recorte dos fragmentos de informação, fixando o essencial para construir o bilhete de identidade da notícia: quem, o quê, onde e quando.
Isto é investigação. E exige rigor. O rigor só existe quando o profissional confirma e, se necessário, reconfirma a verdade dos factos. Não é a verdade subjectiva, não. É a verdade dos factos e nada mais que os factos. Se o acontecimento abrange várias partes atendíveis, todas têm de se manifestar. É obrigatório ouvir sempre a outra parte. Já chamam a esse dever dos jornalistas, “o contraditório”. Que seja. Isto é investigar. Investigar tudo. Se no fim dá uma notícia com um parágrafo ou uma reportagem, isso depende de outros valores e critérios. Mas quem decide é sempre o profissional e não o chefe ou o patrão.
Então como aparece no Jornal de Angola o peixe podre do Marco Galinha? Perguntem ao João Melo. E quanto paga? Perguntem ao João Melo e ao Faustino Henrique. E como é possível tal traficância? Perguntem à direcção do Jornal de Angola. Mas nunca mais enganem os leitores e os profissionais perorando sobre “jornalismo de investigação”. Porque todo o jornalismo é investigação. Todo o jornalismo exige absoluto rigor. Todo o jornalismo é suportado pela verdade dos factos. O dever de cuidado na profissão de jornalista passa por garantir que as mensagens informativas são verdadeiras. Confirmar e reconfirmar os factos. Ouvir todas as partes. E, por fim, perseguir o interesse público, mesmo sendo uma criada para todo o serviço, usada e abusada pelas e pelos falsos jornalistas.
Hoje os Media Ocidentais repetem
todos a mesma mentira. Redacção Única! Dizem que a guerra na Ucrânia começou há
dois meses. Mentira, começou em Março de 2014, portanto há oito anos. E num
formato terrível: Guerra civil. Os ucranianos do Leste do país não aceitaram o
poder saído do golpe de estado que derrubou o presidente eleito e desencadearam
um movimento separatista. Desde então, forças armadas nazis, integradas no
Exército e na Guarda Nacional mataram mais de 15.000 civis, números da ONU que
fala
Outra mentira repetida até à náusea. Em dois meses morreram na Ucrânia milhares de civis. Mentira. A ONU revelou, no seu último comunicado, 2000 civis. E entre esses é preciso saber se não estavam armados. Ou se foram mortos pelos bandos nazis. Porque os Media ocidentais mostraram civis armados até aos dentes e noticiaram que o governo do presidente Zelensky distribuiu armas a civis. Tudo leva a crer que na Ucrânia está a ser esmagado o mundo unipolar, comandado pelo estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) e seu braço armado, a OTAN (ou NATO). O cartel falido da União Europeia não conta para nada. Salvo se o Tio Célito for reforçar as tropas de Zelensky, às cavalitas do chupista António Costa. Ele, como se sabe, combateu na guerra colonial, apesar de ser filho de um ministro salazarista.
*Jornalista
Na imagem: Marcos Galinha - imagem em Facebook
Sem comentários:
Enviar um comentário