quinta-feira, 2 de junho de 2022

A PRATA DA RAINHA E A LATA DE PAULOURO

Artur Queiroz*, Luanda

A rainha está coberta de prata e vai à varanda do palácio pior da perna mas toda prateada. Os britânicos compram milhões de canecas com a sua fronha, para se embebedarem em boa companhia. Eu pensei deslocar-me a Londres para beber um copo com a eterna soberana mas desisti, porque mandaram para lá a Judite de Sousa e ela pode comer-me os erres e fico só Atu. Não quero. Prefiro a Karin que me chama Arrrturrr. Os estados da Commonwealth vão representar-me. Também representam a duquesa Meghan, com entrada cortada na realeza por ser mulata. Não sabem o que perdem. Abaixo a monarquia, viva a República!

A Proclamação das FAPLA (1 de Agosto, 1974), é um marco na História Contemporânea de Angola. Deixo aqui um desafio aos historiadores. Os comandantes que assinam o documento, foram ordenados pela sua importância e o seu papel na luta armada de libertação nacional. Começa com os nomes dos “veteranos” comandantes de coluna Henrique Teles Carreira (Iko), Rodrigo João Lopes (Kudy) e António Ramos (Dimuka). Assinam depois os chefes militares em funções: Comandantes de coluna João Luís Neto (Xiyetu),chefe do Estado-Maior da Frente Leste, David Moisés (Ndozi), chefe do Estado-Maior da Frente Norte (I e II Região Político-Militar do MPLA), César Augusto (Kiluanji), comandante da I Região, Gilberto Teixeira da Silva (Gika), Comissário Político da Frente Leste, Eurico Gonçalves, Comissário Político da Frente Norte.

Logo a seguir assinam os comandantes de coluna das duas Frentes. O primeiro é Alves Bernardo Baptista (Nito) e o segundo Jacob Caetano João (Monstro Imortal). Pergunta que exige uma resposta: Como foi possível Nito Alves ficar à frente do seu mentor (jacob Caetano) e sobretudo dos grandes comandantes operacionais da luta armada de libertação Nacional? Quando responderem a esta interrogação têm a resposta para o golpe de estado militar do 27 de Maio de 1977.

Tomem nota deste nome: Coronel Armando Maçanita, do Exército Português. Foi o comandante da primeira grande operação nos Dembos (I Região) com o fim de destruir as bases da guerrilha, nessa época ainda da UPA/FNLA e do MPLA. Nambuangongo (Mata do Inda) Zala, Úcua, Pedra Verde, Bessa Monteiro, Santa Eulália e outros locais da região foram fustigados durante meses pelas tropas de ocupação.

Tomem nota deste nome: Coronel Totobola, do Exército Português. Em 1965/1966 comandou a segunda grande operação militar (Operação Kissonde) para acabar com a guerrilha do MPLA (a UPA/FNLA já tinha desaparecido). Esta operação incluiu bombardeamentos de napalm e tropas especiais, Comandos e Paraquedistas. Os heroicos guerrilheiros do MPLA resistiram. Mas ficaram muito depauperados.

Podem tomar nota da “Operação Viriato”, ainda em 1962, e que decorreu entre os Dembos e a fronteira de Maquela do Zombo. Fustigou sobretudo as forças da UPA. Foi durante esta grande operação que as tropas portuguesas ocuparam a vila de Nambuangongo, em 9 de Agosto de 1961. Lofo a seguir foi desencadeada a “Operação Esmeralda” para ocupar a zona da Pedra Verde, os grandes morros graníticos a sul de Nambuangongo, refúgios dos  guerrilheiros da UPA.

Em  1967, começaram os preparativos para a maior de todas as acções militares contra a II Região Político-Militar do MPLA, a Operação Nova Luz, desencadeada no início de 1968.  Avançou para a região uma unidade de engenharia para repor, reparar ou fazer novas pontes nos rios e linhas de água mais pequenas, a fim de avançarem as forças terrestres. Esses militares portugueses ficaram instalados naBela Vista. As forças guerrilheiras do MPLA tornaram a vida dessas tropas num inferno. Ninguém podia circular entre Bela Vista e o Zala (apenas 50 quilómetros) porque as minas e as emboscadas eram constantes. Honra e glória ao comandante Kiluanje!

A Operação Nova Luz incluiu milhares de homens e nela participaram tropas de todos os ramos das forças armadas portuguesas. A Força Aérea, com os seus F-84 (aviões de guerra a jacto fornecidos pelos EUA) despejaram dezenas de bombas químicas (desfolhantes) sobre todo o território da I Região. A sexta companhia de Comandos ficou instalada na Fazenda Margarida. Era comandada pelo tenente Chung Su Sing. Fizeram estragos terríveis entre as forças guerrilheiras. Para perceberem a grandeza dessa operação militar revelo este pormenor: O apoio logístico era garantido por 570 camiões fretados a civis. A actividade de camionagem em Angola quase parou, enquanto durou a Operação Nova Luz.

No final, as forças ocupantes concentraram as populações civis nas “sanzalas da paz”. Os guerrilheiros do MPLA ficaram sem lavras, sem apoio dos camponeses e foram remetidos para os recônditos das matas. Mal vestidos, mal calçados, mal cuidados, sem armas, sem munições sem medicamentos, com as lavras envenenadas, os guerrilheiros remeteram-se à sobrevivência. O que foi imenso. Porque todos os dias a emissora Voz de Angola os assediava para que se entregassem. Antigos combatentes feitos prisioneiros, faziam apelos à rendição dos seus camaradas. Não conseguiram. Mas antes da Operação Nova Luz, a I Região garasnrtia às tropas portufuesas um caixão e uma certidão de óbito. Depois passou a ser um lugar de férias na selva tropical.

Nito Alves revela na sua biografia que se juntou à guerrilha da I Região em 1968. Quando já não existia actividade guerrilheira. Comandou colunas? Onde? Quem? Nada. Ninguém. É um falso comandante. E um verdadeiro oportunista igual a tantos outros que se uniram na frente golpista. Durou pouco o seu reinado. Apenas entre finais de 1974 e Outubro de 1976, data em que, para emendar o erro colossal de o nomearem ministro, o se ministério foi extinto. Ministro 11 meses mas apresentam-no como se tivesse nascido ministro.

Sita Vales é igual. Foi funcionária do Departamento de Organização de Massas (DOR) do MPLA entre Agosto de 1975 e finais de 1976. Um tal Fernando Paulouro Neves diz hoje no Novo Jornal que ela era alta dirigente do MPLA! Mais porco menos porco, tanto faz. No chiqueiro onde se alimentam de porcaria e mentiras, cabe sempre mais um. Já nos atiraram com os excrementos das Cabritas (Felícia e Dalila), de um velho rábula chamado Américo Cardoso Botelho e que ao fim de poucos meses de presença na Lunda, foi preso. Ele mesmo diz que nunca antes tinha estado em Angola.  Na cadeia viu um holocausto e escreveu u livro sobre isso. Leproso moral mais leproso, só o Paulouro.

Fernando Paulouro Neves também decidiu fuçar no chiqueiro do 27 de Maio. Este é quase igual ao Américo Cardoso Botelho. Sem estar em Angola viu horror, viu perseguições, viu prisões, viu mortes. Pela lente da porcina Margarida Cardoso e pela voz dos porcos que partilhavam a kibanga com Sita Vales. Este tem idade para porco mas como é a primeira vez que entra no chiqueiro, fica só leitão à moda da Bairrada. 

No seu currículo tem registado a atribuição do Prémio Gazeta de Jornalismo, instituído pelo Clube de Jornalistas, ao qual, desgraçadamente estive ligado. Agora é palco do Tio Célito que ontem a propósito da morte de Mário Mesquita, disse que o defunto é “o papa do jornalismo português e da liberdade de imprensa”. Esse mesmo que despediu colegas de profissão quando o Partido Socialista lhe deu um tacho na direcção do Diário de Notícias, depois do triunfo no golpe militar de 25 de Novembro de 1975.

Mário Mesquita despediu-me por eu não ser pluralista. Mas também despediu Jorge Feio, Mário Rosendo e para não fazer a lista toda dos despedidos sem justa causa (foram todos reintegrados e indemnizados), acabo com o José Saramago. Apontem aí. O papa do jornalismo português despediu o prémio Nobel José Saramago. Está visto que o Clube de Jornalistas vai agraciá-lo com o Prémio Gazeta, a título póstumo. Desde que vi uma bicicleta andar às costas de um porco golpista, já nada me admira.

O porcino Paulouro diz que é jornalista. Muito bem. Viu um documentário sobre a Sita Vales onde apenas é dada a versão dos kiombos da sua kibanga. Amigos, colegas e familiares. Do outro lado, absolutamente nada. E o bicharoco (a vergonha dos vermes) acha que está ali a verdade toda. Mais um assassino0 do Jornalismo. Mas e sei porque razão mata a profissão dele. Como a fossa de longa-metragem da Margarida Cardoso é um insulto soez à República Popular de Angola, ao MPLA e a Agostinho Neto, o animal aplaude freneticamente e ainda mistura na porcaria, um poema de Jorge de Sena. 

O problema de nos metermos com porcos é que eles arrastam tudo e todos para a porcaria. Com eles, nada fica limpo. O porcino Paulouro diz que tem um blogue chamado Notícias do Bloqueio. Mais lixo atirado para cima de gente honrada. Euu conheci e convivi com Luís Veiga Leitão, Egipto Gonçalves e Papiniano Caros, os autores de Notícias do Bloqueio. Vem agora um porco que emprenha pelos olhos e ouvidos sujar a memória destes amigos e camaradas. Avida é muito dura quando estamos cercados de porcos desvairados.

Sobre a ligação das células clandestinas do MPLA  em Luanda aos guerrilheiros da I Região há muito para dizer. Quanto ao “comandante” Nito Alves, que começou a sua carreira de guerrilheiro quando a guerrilha estava paralisada, ainda há mais que contar e revelar. Mas isso fica para depois de Agosto. Até lá estou de férias.

*Jornalista

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