terça-feira, 5 de julho de 2022

Angola | A BASE DAS GRANDES VITÓRIAS – Artur Queiroz

Agostinho Neto e Luandino Vieira

Artur Queiroz*, Luanda

O MPLA está ao serviço do Povo Angolano desde a sua fundação. Tudo o que hoje temos deve-se à acção esclarecida, corajosa e abnegada de milhares de militantes e dirigentes do partido. Ninguém deu mais do que elas e eles, ninguém foi capaz de fazer mais. Os angolanos, ao longo de décadas, tiveram no partido que ganhou as últimas eleições com maioria qualificada, uma fortaleza intransponível na defesa da soberania nacional. Ninguém deu tanto na luta armada de libertação nacional. Cinco anos depois, a vitória mesmo que difícil, vai ser nossa.    

Tudo o que somos tem na base o esforço sobre humano dos fundadores MPLA  que nasceu para servir a liberdade e a democracia. Pugnar sem vacilações pela Independência Nacional. 

A Cultura Angolana ganhou expressão universal com o génio e o talento de homens como Agostinho Neto, Mário Pinto de Andrade, Viriato da Cruz, António Jacinto, António Cardoso, Luandino Vieira, Wanhenga Xitu e tantos outros militantes do MPLA que, retirando o entulho do colonialismo que escondia as nossas raízes culturais, mostraram a arte literária angolana em todo o seu esplendor.

O que somos na música tem a marca distintiva do MPLA. Falo de Liceu Vieira Dias e seus c ompa heiros do Ngola Ritmos. As artes plásticas angolanas ganharam expressão universal quando o partido abriu o caminho à liberdade de expressão e de pensamento. Falo de Roberto Silva, Viteix, António Ole, ZAN e tantos outros. Só quem nunca viveu no corpo e no espírito as trevas do colonialismo ignora o papel vanguardista de um partido que nasceu no coração dos angolanos e com eles cresceu até se agigantar no concerto das nações.

O MPLA nasceu para libertar. No panorama político nacional não existe mais nenhuma organização com a sua robustez, o seu historial, a sua influência nacional e internacional. Quando Angola aderiu à economia de mercado e à democracia parlamentar, todos vaticinaram o fim do partido. Mas o “crivo das eleições” mostrou uma realidade muito diferente. A propaganda tem sempre um problema. Desmorona-se quando a realidade entra em acção. 

Nas primeiras eleições saídas do Acordo de Bicesse os propagandistas e jornalistas pagos à linha, garantiam a derrota do MPLA. Mas ganhou com maioria absoluta. O resultado não pode oferecer dúvidas a ninguém. Todos os partidos puderam fiscalizar o acto eleitoral, num órgão colegial. A ONU esquadrinhou todas as mesas de voto. A Troika de Observadores (Rússia, EUA e Portugal) contou voto a voto. Os observadores nacionais e internacionais fiscalizaram tudo o que quiseram. 

Algumas zonas do país estavam ocupadas militarmente pelas forças de Savimbi. Se há eleições cujos resultados estão acima de toda a suspeita, são essas. Todas as outras, inclusive as de 2017, primaram pela transparência e pela liberdade.

Apesar da vitória retumbante em 1992, o Presidente José Eduardo dos Santos tomou a decisão de abrir o Governo a todos os partidos com assento parlamentar. Nenhum partido no mundo partilhava uma maioria absoluta com partidos minoritários. Muito menos com aqueles que ao longo de décadas alugaram as suas armas ao regime racista de Pretória, banido da comunidade internacional e sobretudo de África. 

O partido que venceu claramente as eleições foi tão magnânimo que partilhou os lugares no parlamento com a UNITA, que tinha uma boa parte da sua direcção a comandar um exército numeroso e bem armado, que pretendia matar a democracia no ovo e tomar o poder pela força, aniquilando a Assembleia Nacional e o regime acabado de nascer.

Essa foi uma das mais importantes vitórias do MPLA e da sua direcção. Porque mostrou que não tinha como meta o poder pelo poder, mas sim instaurar a paz e a democracia em Angola, garantir a todos os angolanos a prosperidade e a felicidade. 

Sempre que foi preciso defender os interesses do Povo Angolano, o MPLA esteve na primeira linha e nunca virou a cara à luta. Quando foi preciso pegar em armas para defender a Pátria, os militantes do MPLA despiram a roupa de políticos e transformaram-se em soldados. Mas apesar das grandes batalhas que travaram no Ntó, Cabinda, em Kifangondo, no Ebo, no Leste, no Triângulo do Tumpo, nunca foram militaristas. 

A paz que hoje desfrutamos, o progresso que se regista, o Estado Social, a protecção dos mais fracos e vulneráveis, tudo se deve ao MPLA. Ninguém deu mais, nenhuma organização fez tanto por todos os angolanos. 

Estamos em plena festa da democracia. No dia 24 de Agosto as angolanas e angolanos que amam Angola, a Liberdade e a Democracia vão votar. A abstenção é uma cobardia e sobretudo falta de respeito por quem nos legou esta Angola livre e independente. Estamos na festa mas sem nunca esquecer que o regime democrático precisa do MPLA, hoje mais do que nunca.

Cada cidadão é convidado a olhar para trás, avaliar todas as conquistas e depois decidir, em consciência, o que tem para dar a Angola. O que cada angolano tem para oferecer a um país que caminha a passos largos para a prosperidade. O que temos para dar, generosamente, à democracia. 

Nunca se esqueçam: Os militantes, amigos e simpatizantes do MPLA fizeram a revolução. E estão a construir o edifício fantástico da democracia. As algemas do colonialismo foram quebradas. Os invasores estrangeiros foram derrotados. Agora estamos a construir o futuro, de mãos dadas, num clima de unidade nacional. Com o MPLA e o seu cabeça de lista, João Lourenço. O nosso voto conta como se fosse tijolo a tijolo, na grande Angola que todos amamos.

*Jornalista

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