segunda-feira, 18 de julho de 2022

Angola sai da recessão económica e entra na trajectória de crescimento

A saída, este ano, de uma recessão económica que perdurava desde 2016 deve ser encarada como um facto de uma grande importância, uma vez que as recessões económicas paralisam as empresas, diminuem os fluxos económicos e financeiros e acima de tudo criam desemprego, que é um grande mal quer do ponto de vista económico como do ponto de vista social.

Esta visão foi transmitida, no sábado, pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, para os investidores nacionais e internacionais, na abertura da 37ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA).

No discurso em que a "confiança” foi a palavra dominante e sendo este o cenário que caracteriza a economia angolana nos últimos anos, Manuel Nunes Júnior lembrou a trajectória das reformas implementadas pelo Go-verno desde 2018 e que agora estão a dar os resultados preconizados.

De acordo com o governante, Angola conduziu com sucesso o Programa de Estabilização Macroeconómica iniciado em Janeiro de 2018 e, no ano passado, o país saiu, finalmente, da recessão económica em que esteve mergulhada durante 5 anos.

Este, considera Manuel Nunes Júnior, é um dado que deve orgulhar a todos nós quer a angolanos, como a não angolanos residentes em Angola, porque marca o fim de um período muito difícil para a economia e para o país.

Conforme disse ainda, neste momento, o mercado cambial de Angola está estabilizado e funciona de modo seguro e previsível. O Kwanza está estável e em alguns momentos tem-se valorizado em relação às principais moedas internacionais. Também deixaram de existir restrições na transferência dos dividendos para aqueles que investem no país e o tráfico de influências que caracterizava o funcionamento do mercado ficou para trás. Agora pertence ao passado.

"Este é um factor muito importante para a competitividade da nossa economia: a previsibilidade e a confiança nas instituições. As nossas contas internas, isto é, as nossas contas orçamentais estão saudáveis e a excepção de 2020, têm evidenciado saldos positivos desde 2018”, afirmou.

Saldos orçamentais

Na visão do ministro de Estado Manuel Nunes Júnior, a existência de saldos orçamentais positivos tem muita influência na dívida pública que tem estado a diminuir.

Detalhou que o rácio da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 121 por cento, em 2020, para 84 por cento, em 2021, e a tendência é nitidamente decrescente. O objectivo, assumiu, é chegar aos 60 por cento nos próximos anos.

Disse ainda que em termos reais, isto é, em dólares dos Estados Unidos da América, a dívida pública de Angola passou de 80,84 mil milhões de dólares em 2017 para 70,43 mil milhões de dólares em 2021. Uma diminuição muito significativa em apenas 4 anos.

Relativamente às contas externas, o ministro de Estado para a Coordenação Económica disse estarem, igualmente, saudáveis e, desde 2018, a conta corrente da balança de pagamentos tem tido saldos positivos. Em termos práticos, indicou, significa que os influxos em moeda externa têm sido sistematicamente superiores às saídas de moeda externa do País.

"Desde o início deste ano, temos assistido a uma tendência nitidamente decrescente das taxas de inflação em Angola numa altura em que mesmo as economias mais desenvolvidas do mundo vivem uma situação de aumento do nível geral de preços. Todos estes factos levam a criar confiança na economia angolana e no nosso país e a confiança como sabemos é o factor fundamental no mundo dos negócios”, afirma, tendo acrescentado que com a estabilização macroeconómica e com a retoma do crescimento do país, demos um contributo muito importante para a melhoria do ambiente de negócios em Angola.

Segundo ainda Manuel Nunes Júnior, "a casa está arrumada e está pronta a receber as nossas visitas, isto é, os investidores de todo o mundo que queiram contribuir para o desenvolvimento deste grande país”.

Imagem: Ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, na abertura © Fotografia por: Vigas da Purificação | Edições Novembro

Vânia Inácio | Jornal de Angola

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