sábado, 13 de agosto de 2022

A CAUSA NACIONAL E O PROGRAMA ANGOLA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O cabeça de lista do MPLA, João Lourenço, é também Presidente da República. Os accionistas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA e o apoio do banditismo mediático criticam o facto de se deslocar nos meios ao seu dispor na Presidência da República, mesmo quando está em funções partidárias. Os críticos apenas revelam baixo nível e estupidez natural. Mesquinhice, maledicência e demagogia barata. Não são capazes de mais.

O senhor deputado da UNITA Liberty Chiyaka tem uma viatura protocolar marca Lexus. Comprada com o dinheiro do Povo Angolano e fornecida pelos serviços da Assembleia Nacional. Custou 150 mil euros. Isso quer dizer que o parlamentar do Galo Negro se desloca numa viatura que custa mais de dez anos de salários de um trabalhador no comércio e indústria extractiva. Quase 20 anos de salários de um trabalhador na agricultura. Quase 15 anos de salários de um trabalhador dos transportes, serviços e indústria transformadora. Mais de 20 anos de salários dos milhões de trabalhadoras e trabalhadores que auferem o salário mínimo nacional.

Liberty Chiyaka foi eleito pelo círculo eleitoral do Huambo. No dia 10 de Agosto estava no Lubango em “actividades partidárias no quadro da Campanha Eleitroral” como simpaticamente o Grupo Parlamentar da UNITA informou a opinião pública, dado que a viatura do senhor deputado sofreu um aparatoso acidente no Lubango, às 22 horas da passada quarta-feira.

O comunicado do Grupo Parlamentar da UNITA esclarece que o senhor deputado, que tem como guia e farol o criminoso de guerra Jonas Savimbi, estava no hotel no momento do acidente a beber uns inofensivos copos com os amigalhaços. O comunicado esclarece que “na viatura estava apenas o motorista que minutos antes do acidente tinha deixado o ajudante de campo do Deputado em sua casa, quando uma outra viatura Toyota Fortuner embateu contra ela na parte central do lado direito o que provocou o capotamento, tendo saído ileso”.

O senhor deputado Liberty Chiyaka tem motorista às ordens, ajudante de campo, secretária, chefe de gabinete tudo pago pelo Estado. Quando a UNITA ganhar as eleições, no ano 3000, ele vai exigir também e manicura, sete acompanhantes de luxo (uma por cada dia da semana), cozinheira  para fazer pirão com lombi, cozinheira para a galinha grelhada e ainda a assessoria da senhora deputada Michaela Webba para fantasias sexuais.  

Como sempre, a UNITA suja tudo. Suja as palavras. Suja os actos. E até vai sujar a sua estrondosa derrota eleitoral, chamando-lhe fraude. O motorista do deputado Libertry Chiyaka teve um acidente. E o Grupo Parlamentar do Galo Negro veio logo com insinuações maldosas. Leiam: “Agradece as diligências feitas por pessoas anónimas e espera que as autoridades competentes tragam à luz os resultados das suas investigações.” Obrigado, anónimos! Autoridades competentes investiguem!

Investigar o quê? Que o motorista teve um acidente, claro. Que o deputado estava a fazer trabalho partidário no Lubango. Mas ele pode, porque é um dos sicários da UNITA. O Presidente da República é que só pode deslocar-se na bicicleta dele, quando está a fazer trabalho partidário. É esta gente que quer governar Angola. A propósito, hoje o cabeça de lista do MPLA, João Lourenço, chegou ao aeroporto do Lubango. Um edifício belíssimo, moderno, como nunca a cidade teve. Accionistas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA! O aeroporto do Lubango foi arrasado pelos sicários do Galo Negro ao serviço dos racistas de Pretória, durante a Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial. Depois de 20002, com o impulso da Paz e do processo de Reconstrução Nacional, foi reconstruído e é a maravilha que está à vista.

A empregada da limpeza disfarçada de repórter da RTP, Cândida Pinto, hoje descobriu um “sociólogo” accionista da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA. Fome, muita fome em Angola. Por isso, os mototaxistas andam no transporte de passageiros para enganarem a fome. Benguela está cheia de fome, diz a simpatizante de jornalista, incomodada com o Inverno.

Menina, nos trópicos não existe isso. Só temos duas estações, a mais quente (Chuva) e a mais amena (Cacimbo). Tem calma, ainda podes dar força à vassoura e à esfregona, o Cacimbo só acaba oficialmente no dia 15 de Agosto. Como é hábito dos simpatizantes de jornalistas portugueses, ela também mostrou uma vala de drenagem cheia de lixo. É a marca do banditismo mediático à portuguesa. Nunca mais nos vemos livres de colonialistas acéfalos com um fascista e um torcionário da PIDE na cabeça.

O MPLA é uma Causa Nacional. Já foi um movimento de libertação e libertou mesmo. Foram longos anos de luta armada, entre 4 de Fevereiro de 1961 e Setembro de 1974. A direcção do movimento, encabeçada por Agostinho Neto, só assinou o cessar-fogo quando Lisboa reconheceu o direito dos angolanos à Independência. O MPLA já foi um partido. Abdicou da democracia popular e pôs o poder em disputa, no ano de 1992. Eleições gerais que venceu esmagadoramente. Continuou a ser o partido defensor da democracia e da liberdade até Fevereiro de 2022.

 O Povo Angolano, desde então, deu ao MPLA o estatuto de Causa Nacional que é preciso defender a todo o custo. Que todas as angolanas e todos os angolanos têm de servir, preservar, acarinhar, engrandecer. Uma Causa Nacional está acima de disputas, de divergências, de frustrações, de descontentamentos justos ou injustos. Uma Causa Nacional é de todos e todos têm a responsabilidade de defender custe o que custar.

A Causa Nacional cumpre o ritual das eleições. O MPLA apresentou um Programa de Governo e um Manifesto. Está na campanha eleitoral em pé de igualdade com todos os concorrentes. Mas o Programa do MPLA é Angola. Como sempre, desde 10 de Dezembro de 1956. O nosso programa é Angola, disse ontem em Luanda o general Higino Carneiro, numa acção política, pela Causa Nacional. 

O programa de acção das angolanas e dos angolanos é Angola. E assim vai ser por muitos e longos anos. O Liberty Chiyaka vai continuar a partir carros do Estado. Os seus colegas do Galo Negro estão ansiosos por destruir Angola e assassinar angolanas e angolanos. Missão impossível. Na hora da verdade vão perceber porquê. A Causa Nacional é de todos e tem de ser defendida por todos. Quem se puser de fora, fica avisado: Já não tem o apoio das tropas colonialistas nem das forças armadas do regime racista de Pretória. 

*Jornalista

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