quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Angola | INTESTINO GROSSO LIGADO AO CÉREBRO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O fenómeno começa a ser inquietante e exige uma resposta universal. Em tempo de eleições, o espaço mediático fica saturado de leprosas e leprosos morais em adiantado estado de podridão. Mas isso ainda é pouco. Aparecem seres humanos que nasceram com o intestino grosso ligado ao cérebro e, por isso, das suas bocas só sai porcaria. Algumas e alguns são académicos de papel passado. Outras e outros não passam de mendigos, sempre de mão estendida a quem tem as chaves dos cofres públicos. Manipulam, aldrabam, marcam ciosamente o lugar debaixo da mesa, para abocanharem as migalhas que sobram dos banquetes. É uma forma de estar na vida. 

Paulo Inglês, vice-reitor da Universidade Piaget, é gordo e luzidio. Explicou à empregada de limpeza que a RTP enviou a Angola para “cobrir” as eleições e ser coberta por algum incauto (a sífilis não tem cura…), que “o partido no poder não está preparado para a alternância”. Se eu fosse o privado dono da escola superior, o sujeito passava logo a servente ou, no máximo, a faxina das latrinas. Este tem o intestino grosso ligado ao cérebro e pensa com a cabeça do dedo pequenino do pé direito. Um fenómeno que ganhava uma fortuna no circo. 

O aborto não explicou a sua afirmação. Mas também não disse à empregada da limpeza armada de microfone, quem está preparado para a alternância. O líder da UNITA só fala em fraude eleitoral. É alternância a quem? Se por distracção do acaso ganhasse as eleições, milhões de angolanos gritavam em coro: Ele tem razão, houve fraude eleitoral! E era recambiado para a Jamba onde fazia o seu governo de alterne. Mas tinha de jurar a pés juntos e pelo sangue de boi que não ia queimar as meninas nas fogueiras.

O chefe do Galo Negro prometeu um salário mínimo de 150 mil kwanzas. Se o fenomenal aborto Paulo Inglês acha que essa promessa é de quem está no seu perfeito juízo, então o dono da Universidade Piaget tem de retirá-lo da serventia e da faxina às latrinas. O homem não serve para nada, nem para apanhar restos de comida nos contentores do lixo.

O gerente da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA promete fazer das Lundas um sobado de kamanguistas e entregar Cabinda aos abutres do petróleo. Anda a vender, por um punhado de votos, a Integridade Territorial e a Soberania Nacional. Se Paulo Inglês acha que esta besta insanável está preparada para governar, enlouqueceu. A UNITA é um gangue de traidores, assassinos, criminosos de guerra, vigaristas e arruaceiros. Os melhores que existiam no partido abandonaram a política. Outros estão na CASA-CE, no Partido Humanista, no Njango ou até no MPLA. Ninguém governa com criminosos de guerra e vigaristas vulgares.

A UNITA, até 2022 só matou e destruiu. Claro que está diferente dos tempos tenebrosos do Jonas Savimbi. Hoje a direcção apenas expulsa quem pensa. No tempo do criminoso de guerra, os contestatários eram assassinados a tiro ou à paulada. As elites femininas do Galo Negro eram imoladas nas fogueiras da Jamba, algumas com os bebés ao colo. Os maridos delas, os pais dos bebés, corriam à procura de lenha para o fogo! Adalberto tratava dos diamantes de sangue. Sem sangue, estes sicários não vivem. São piores do que vampiros. 

Entre 2002 e 2017, a UNITA apenas traficou diamantes e custou milhares de milhões aos cofres públicos. Ficam mais caros do que todas as obras. Do que todas as prestações sociais. Do que o Orçamento da Saúde e da Educação juntos. É o preço que temos de pagar pela reconciliação nacional. A rebelião de Jonas Savimbi acabou há 20 anos e eles ainda não se reconciliaram com Angola! Odeiam a democracia. Não são capazes de viver em paz. Nasceram belicistas e assim vão morrer. Depois da tremenda tareia eleitoral que vão sofrer em 24 de Agosto, as instituições democráticas têm de obrigar os sicários da UNITA a fazerem alguma coisa de útil por Angola. Porque, até agora, só mataram e destruíram. Basta! Kuabo maka!

Um jovem da Universidade Piaget disse à empregada da limpeza  da RTP que “cobre” as nossas eleições: “ Sou pela alternância. O carro é o mesmo, temos de mudar o motorista”. Um bom aluno do Paulo Inglês. Caro jovem, um país não é um carro e não pode ser governado por motoristas. A governação exige inúmeros quadros bem preparados. Sábias e sábios. Com muita experiência ao serviço da causa pública. Temos poucas e poucos, é certo. Mas 99 por cento são do MPLA. 

Esqueçam, jovens! Um país não se governa com lunáticos, traidores, vigaristas, vândalos e assassinos. Mas se quiserem experimentar, estão à vontade. Damos uma palavrinha ao governador do Cuando Cubango e ele deixa-vos recriar a Jamba savimbista. Antes temos de evacuar todas e todos que lá vivem. Já sofreram quanto baste. Não recomendo a experiência às nossas jovens. Por favor, não se metam nessa.

Vou contar-vos uma estória real. Um inútil aperaltado recebeu uma tonelada de dinheiro para brincar aos jornais. Criou um em Benguela e aquilo era abaixo de péssimo. Poucos números depois aquilo foi à falência. Não sei em quem ele votava nessa altura. Esse mesmo artista foi acomodado num instituto público para formar técnicos da Administração local. Sem concurso, apenas por afinidades partidárias. Acaba de revelar que vai votar no MPLA porque agora os ministros não são criados, a corrupção acabou, os empregos não se conseguem por pedidos e os altos cargos são ocupados por concurso. Viva o MPLA. Mas não disse em quem votava antes de 2017. Só recebia as benesses do partido que fez dele gente.

O voto é secreto, por isso eu não voto. Votei muitas vezes mas de braço no ar, nas assembleias do Sindicato dos Jornalistas nos plenários da Emissora Oficial de Angola (RNA) para toda a gente saber que eu era do MPLA. Receber um boletim de voto, esconder-me numa cabina, colocar um xis no MPLA e em João Lourenço, dobrar o papel e introduzi-lo na urna, não contem comigo. Mas sei por que razão, todas as angolanas e angolanos devem votar no MPLA.

Vamos votar no MPLA (eu é de braço no ar) porque uniu, nos anos 50, todas as forças nacionalistas contra o colonialismo. Vamos votar no MPLA porque em 4 de Fevereiro de 1961 moldou a nossa Matriz Revolucionária que nos trouxe até hoje. Vamos votar no MPLA porque conquistou a Independência, de armas na mão, enfrentando a tenebrosa máquina repressiva colonial. Vamos votar no MPLA porque sob a sua bandeira ganhámos a Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial. Vamos votar no MPLA porque é o único partido que tem quadros para governar Angola. Vamos votar no MPLA porque nos próximos 50 anos não tem alternativa credível. E a culpa é dos que não são capazes de conquistar credibilidade. Uma corja de Incompetentes, impotentes e incapazes não dá alternância.

*Jornalista

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