sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Angola | O BARÓMETRO DOS POBRES EXTREMISTAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Angola nasceu como democracia popular e com o modelo socialista. Os senhores do mundo ocidental não descansaram enquanto não aderimos à democracia representativa e à economia de mercado, uma forma suave de dizer capitalismo, sempre selvagem, sempre produtor de pobreza, miséria e fome. A maquineta capitalista só funciona se lhe meterem no depósito, ao mesmo tempo, a exploração de quem trabalha, a corrupção e o roubo que pode assumir as formas violentíssimas do latrocínio.

Quadros revolucionários do MPLA levaram a mal a mudança, em 1992. Vaticinaram graves problemas no futuro entre os quais o fim de uma Angola livre, independente e democrática. Os piores receios não se confirmaram. Era impossível a confirmação.

 Angola chegou à Independência Nacional porque milhares de patriotas lutaram de armas na mão contra o colonialismo. E quando pensavam no repouso do guerreiro, tiveram de lutar contra a coligação mais agressiva e reaccionária que alguma vez se formou no planeta: Os restos do regime fascista e colonialista, matilhas de mercenários, a CIA, o exército do Zaire e as tropas da África do Sul. Com os agressores estrangeiros estavam a UNITA e o Esquadrão Chipenda! A Proclamação da Independência, pela voz de Agostinho Neto, aconteceu com o país ocupado por tropas estrangeiras. Algumas estavam no Morro da Cal, perto de Luanda.

A Juventude Angolana aderiu em massa ao MPLA e a coligação internacional, reforçada com traidores angolanos, foi estrondosamente derrotada. Os soldados zairenses e mercenários foram esmagados pelas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) no Ntó, em Cabinda. Os soldados zairenses, os mercenários, os oficiais da CIA e os fascistas portugueses foram derrotados em Kifangondo. As tropas sul-africanas foram travadas no Ebo, já depois do dia 11 de Novembro de 1975. Desde então e até Março de 1976 os racistas de Pretória foram escorraçados. Nessa altura, o MPLA já tinha o apoio de 99 por cento dos angolanos. Impossível vencer milhões!

Essa impossibilidade esteve na base da decisão do Presidente José Eduardo dos Santos. Fosse qual fosse o regime, fossem quais fossem os adversários, o MPLA ganhava sempre. O MPLA ganha sempre! Mesmo tendo em conta o desgaste natural da governação. Mesmo sabendo que há descontentes e desiludidos. Ninguém agrada a todos. Mas também ninguém desconhece que a UNITA foi uma arma do colonialismo português. Era a tropa de choque e a capa dos invasores sul-africanos, nazis e racistas. 

Todos os problemas que hoje vivemos em Angola radicam na traição da UNITA. Nas suas destruições. Nas suas hordas terroristas. Votar no Galo Negro é legitimar a traição, o terrorismo, o roubo dos diamantes de sangue, o extermínio de elefantes para traficar marfim, o tráfico de droga. Ninguém quer fazer de Angola um estado falhado, dominado por assassinos, terroristas e traficantes.

Os simpatizantes de jornalistas portugueses este ano só conhecem Carlos Rosado de Carvalho, Luzia Moniz e mais umas quantas e uns quantos leprosos morais. Para a TVI/CNN Portugal, canal português, Angola é uma autocracia. Só passa a ser uma democracia quando os assassinos, os traficantes e os terroristas chegarem ao poder. É mais fácil o três virar zero! Ou Adalberto ser o próximo presidente de Portugal. 

Os simpatizantes de jornalistas portugueses que estão de férias em Angola à custa das eleições, receberam ordens dos donos para citarem o Afrobarómetro. É uma forma de falar dos accionistas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA. Em 1992, uma tal Cândida Pinto, que começou a carreira profissional como mulher da limpeza, transformou os golpistas da UNITA em vítimas. Era empregada do Balsemão da SIC. Nestas eleições apareceu como empregada do racista Ventura (partido Chega) que domina a RTP, canal público português.

A antiga empregada da limpeza (hoje nem para esse trabalho serve) encontrou logo um gordo do Afrobarómetro que é doutor às ordens da UNITA. Ambos descobriram que 44 por cento da população angolana vive na pobreza extrema. E foram à Canata, no Lobito, onde “se diz” que nasceu João Lourenço. Esta gente não consegue expulsar o colonialista e fascista que tem na cabeça. Um jornalista, quando “se diz”, vai à procura dos factos e afirma de uma forma imperativa. Sabe lá ela o que é isso! Menina da vassoura e da esfregona, o Presidente João Lourenço é natural da cidade do Lobito.

O cabeça de lista do MPLA lançou um desafio à Oposição: Digam agora se aceitam os resultados apurados pela Comissão Nacional Eleitoral. O MPLA declara solenemente que aceita qualquer resultado que seja divulgado. Ninguém respondeu ao desafio. Não há um só dia da campanha que os propagandistas da UNITA e seus accionistas da Sociedade Civil não ponham em causa o processo eleitoral. Eles sabem que estão perdidos. E desta vez a derrota vai ser como nunca antes aconteceu. Depois dizem que foi fraude. E é verdade. Eles são politicamente uma fraude irremediável.

As autoridades eleitorais e judiciais dizem que é proibido ocupar os locais onde vão funcionar as mesas e assembleias de voto. Os sicários da UNITA recusam! Mandam os seus apoiantes seguirem o processo do “depois de votar ocupo”. Isto não acontece em país nenhum. Não são permitidos ajuntamentos nas proximidades dos locais de voto. Mas eles não querem eleições. Vão mandar os seus arruaceiros ocupar os locais de votação. A polícia vai ter que os retirar e eles depois dizem que Angola não é uma democracia. 

Quem ama a paz vira as costas aos accionisyas da Sociedade Civil em consórcio com a UNITA. Quem ama a Pátria Angolana livre e independente não quer nada com os sicários do Galo Negro. Quem quer viver em liberdade e democracia vota no MPLA. No dia 24 de Agosto vão perceber o que isso significa. UNITA e seus comparsas vão sofrer a maior tareia eleitoral de sempre. 

*Jornalista

Sem comentários:

Mais lidas da semana