ANGOLA
A desaceleração da inflação que, em Agosto último, caiu para 19,7 por cento, diante dos 30 no período homólogo, e da dívida pública, que no primeiro trimestre baixou para 66 do PIB, representa o equilíbrio das contas e maior preparação do país para absorver investimentos.
Isso foi declarado pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, ao discursar no acto de admissão de 25 por cento das acções representativas do Banco Caixa Geral de Angola (BCGA).
Manuel Nunes Júnior lembrou que
de um pico de 41 por cento, em
A dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), prosseguiu, tem estado a diminuir, tendo o seu stock baixado de 128,7 por cento do PIB, em 2020, para 82,1, em 2021.
As contas internas e externas do
país estão equilibradas, graças às medidas que foram tomadas nos últimos cinco
anos, afirmou o ministro, notando que, no domínio das contas internas, de
O indicador positivo das contas
externas foi provocado pelo equilíbrio dos saldos conta corrente da balança de
pagamentos de
Manuel Júnior enfatizou ainda o facto de, desde Novembro do ano passado, que a moeda nacional estar a seguir uma trajectória estável e a funcionar normalmente no mercado cambial.
"Nós agora estamos a viver um momento em que as taxas de inflação estão a diminuir. Graças às medidas que foram tomadas em tempo oportuno estamos a viver um momento positivo das contas externas e externas que fazem com que tenhamos taxas de inflação a diminuir”, declarou.
Mais crédito
O corte da taxa directora de juro decido pelo Banco Nacional de Angola (BNA), na última sessão do Comité de Política Monetária, reflecte, de acordo com o ministro, outro indicador positivo, "porque pode levar a que as taxas que eram muito altas comecem a diminuir”, para aumentar o crédito à economia e fazer com que haja mais investimentos.
Questionado sobre a possibilidade do abrandamento do ritmo da economia internacional poder afectar a trajectória de crescimento nacional, o responsável considerou que o país conseguiu criar um sistema que coloca a economia mais forte para fazer face às situações que se vivem no mundo em geral,
Porém, admitiu que o país não está livre de sofrer com as consequências dos desafios mundiais, mas, mantém sustentáveil o optimismo dos indicadores positivos da economia nacional.
Para a ministra das Finanças, Vera Daves, os resultados alcançados com a venda em bolsa das acções dos bancos BCI, BAI e BCGA, detidos indirectamente pelo Estado, através da Sonangol, no âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV), confirmaram os prognósticos mais optimistas sobre o grande apetite dos investidores.
Vera Daves ressaltou que, com a abertura da BODIVA, o mercado de acções dispõe agora de novos títulos e oportunidades de investimento para os pequenos investidores, consolidando um caminho desejado para que o mercado de capitais proporcione alternativas para o financiamento de projectos empresariais e para a remuneração das poupanças.
Para a ministra, esta alternativa de financiamento e investimento será tanto mais robusta quanto mais ampla e mais efectiva for a educação financeira de todos os angolanos, numa perspectiva de conhecimento de todas as alternativas para a poupança e o investimento, assim como dos riscos inerentes.
O Estado angolano dispõe ainda de outros activos de referência que serão privatizados e disponibilizados ao mercado de bolsa de acções, com destaque para a TV Cabo-Angola, Sonangalp e ENSA, para além de outros, sobre os quais estão em curso trabalhos de preparação.
"Estamos a caminhar para a definição daquilo que poderá ser o carro chefe, mas seguramente a melhoria do ambiente de negócios, a robustez das empresas e as oportunidades que o crescimento económico dos próximos tempos irá gerar, torna possível a entrada de outros ‘players’ também do sector privado na nossa bolsa”, afirmou a ministra.
Vânia Inácio | Jornal de Angola
Imagem: Ministro de Estado para a Coordenação Económica (ao centro) no arranque da negociação das acções do BCGA na bolsa © Fotografia por: ALBERTO JULIÃO - ANGOP
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