segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Angola | Políticos e diplomatas avaliaram discurso do Chefe de Estado

A maioria das individualidades políticas e diplomáticas deu nota positiva ao conteúdo da informação passada pelo Titular do Poder Executivo, no discurso sobre o Estado da Nação, durante a cerimónia de abertura do ano legislativo da Assembleia Nacional.

A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, disse que o Chefe de Estado ao longo do discurso à Nação fez um balanço circunstanciado sobre o que foi realizado em prol da satisfação das necessidades dos cidadãos e perspectivou o que deve ser feito em prol da resolução dos anseios e preocupações dos cidadãos nos próximos cinco anos.

Luísa Damião disse que o Chefe de Estado fez uma incursão sobre as questões sociais que mais preocupam os cidadãos, sobretudo nos sectores da Educação, Saúde, bem como o desemprego.

"Penso que o discurso correspondeu às expectativas  dos angolanos”, afirmou a responsável partidária, revelando que as eleições autárquicas só deverão ser convocadas quando todas as condições para o efeito estiverem criadas.

Lembrou, a propósito, que foi o MPLA quem inscreveu na agenda política a questão das autarquias, gesto que mostra o interesse deste partido na efectivação das mesmas. "A maior parte do pacote legislativo está aprovado, falta apenas uma lei”, informou Luísa Damião, acrescentando que, para já, não existe uma data para a aprovação desta lei.

"A aprovação da única lei em falta para a aprovação definitiva do pacote legislativo autárquico dependerá apenas do calendário da comissão parlamentar de trabalho respectiva”, declarou a responsável política, esclarecendo que as comissões parlamentares trabalham em função do seu calendário.

UNITA replica

Numa espécie de réplica à Mensagem à Nação, a liderança da UNITA, com 90 dos 220 deputados na Assembleia Nacional, considerou irrealizável a proposta de programa de governação apresentada pelo Presidente da República.

Em conferência de imprensa, no final da cerimónia, o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, duvidou da capacidade do país financiar os projectos anunciados.

Adalberto Costa Júnior reafirmou o compromisso com uma oposição responsável e participativa, tendo em conta uma visão de futuro em prol do bem-estar dos angolanos na base do diálogo e da concertação política.

O líder da maior organização política da oposição no país considerou "essencial” a conclusão do pacote legislativo autárquico para assegurar maior autonomia ao poder local.

Discurso correspondeu às expectativas

O líder do PRS, Benedito Daniel, apesar de manifestar dúvidas sobre a execução dos projectos anunciados pelo Chefe de Estado, disse que o discurso à Nação correspondeu às expectativas.

"O que mais interessa ao PRS é a resolução da situação social dos cidadãos”, afirmou o líder do PRS, que disse esperar que os projectos anunciados pelo Chefe de Estado durante a campanha eleitoral sejam materializados.

Benedito Daniel também manifestou preocupação pelo facto de o Presidente da República ao longo da sua intervenção não ter estabelecido um horizonte  temporal para a realização das eleições autárquicas.

"Voltamos a ouvir o que sempre temos ouvido. Esperávamos que o Chefe de Estado estabelecesse um horizonte temporal para a realização das autarquias. Uma vez mais ficamos pelas leis”, desabafou.

Nimi a Simbi

O líder da FNLA escusou-se fazer quaisquer comentários sobre o discurso à Nação do Chefe de Estado, salientando que pretende, antes de tudo, reunir e ouvir a opinião dos seus assessores.

"Vamos convocar os nossos especialistas e só depois nos pronunciaremos sobre o discurso”, declarou Nimi a Simbi, para quem a intervenção do Presidente da República contém "coisas positivas e negativas”.

Perante a insistência dos jornalistas, Nimi a Simbi também disse que esperava que o Chefe de Estado anunciasse uma data concreta para a realização das eleições autárquicas.

Nimi a Simbi manifestou sérias dúvidas sobre a realização das autarquias ao longo da legislatura que, ontem, teve início.

Diplomatas optimistas

O embaixador da China em Angola, Gong Tao, disse que o discurso do Presidente da República traça os novos rumos e políticas para o crescimento social e económico do país.

Ao considerar "excelentes” as relações bilaterais, o diplomata chinês informou que os dois países mantêm contactos frequentes ao nível político, salientando que os resultados são "frutíferos” no quadro da cooperação económica em termos de comércio e investimento.

O diplomata falou, a propósito, da realização, hoje, da comemoração no seu país do vigésimo congresso do Partido Comunista chinês, que vai desenhar o desenvolvimento social e económico daquele país asiático para os próximos anos.

"A nossa esperança é aproximar, cada vez mais, os laços de amizade e cooperação entre os dois países com vista a alcançar o desenvolvimento em prol do bem-estar dos dois povos”, afirmou Gong Tao.

Por sua vez, o embaixador norte-americanmo em Angola, Tulinabo Mushingi, ressaltou o facto de o Presidente João Lourenço, ao longo do seu discurso, ter rebatido a questão da produção de energias limpas no país e se debruçado sobre questões sociais, com realce para a Educação e Saúde.

O diplomata norte-americano prometeu, nos próximos dias, continuar a analisar o discurso do Chefe de Estado para encontrar as principais prioridades de Angola e, a partir das mesmas, os dois Governos trabalharem para a prosperidade dos dois povos.

"Vamos continuar a trabalhar com o Parlamento angolano na identificação das áreas de cooperação”, referiu o diplomata, que teceu elogios à líder da Assembleia Nacional, salientando que Carolina Cerqueira vai trabalhar em prol dos interesses dos cidadãos.

Garrido Fragoso | Jornal de Angola

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