sábado, 12 de fevereiro de 2022

"A HISTERIA ATINGIU O SEU PICO" -- Putin e Biden falam uma hora ao telefone

Tensão em torno de uma possível invasão da Ucrânia voltou a ser discutida entre os dois líderes

Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, fala"ram este sábado ao telefone para discutir a situação na Ucrânia, num momento marcado pela crescente tensão sobre uma eventual invasão russa da ex-república soviética.

Biden alertou Putin que os EUA "responderão decisivamente" a uma invasão da Ucrânia e que tal gesto terá "custos rápidos e severos" para a Rússia.

"A histeria atingiu o seu pico", disse por seu lado o principal conselheiro de política externa do Kremlin, Yury Usahakov, falando de um telefonema "equilibrado e profissional" durante o qual Putin se queixou de que o Ocidente tem estado a armar a Ucrânia e que as autoridades de Kiev estão a "sabotar" o acordo de paz no leste do país.

A conversa durou uma hora, segundo informação avançada à 'pool' de jornalistas acreditados na Casa Branca.

"A ligação segura entre o presidente Biden e o presidente russo Putin foi concluída às 12:06 [locais] (17:06 em Lisboa)", avançou a Casa Branca.

Biden falou com Putin a partir da residência oficial em Camp David, no Estado de Maryland, para onde foi sexta-feira à tarde.

Esta foi a primeira conversa direta entre os dois líderes desde 30 de dezembro, quando Biden e Putin deixaram claras as diferenças sobre a Ucrânia.

A conversa surgiu um dia depois de os EUA terem pedido aos seus cidadãos que deixem o território ucraniano nas próximas 24 a 48 horas devido à "clara possibilidade" de a Rússia atacar a Ucrânia durante as Olimpíadas de Inverno, que decorrem até ao próximo dia 20 de fevereiro em Pequim.

Apenas algumas horas antes da ligação, o governo dos EUA ordenou que 160 membros da Guarda Nacional da Florida (uma das suas unidades de reserva militar) deixassem a Ucrânia como medida de extrema precaução.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ordenou "o reposicionamento temporário" desses 160 reservistas que estão na Ucrânia desde novembro passado, anunciou o Departamento de Defesa em comunicado.

Aqueles efetivos estão colocados na 53.ª Brigada de Combate de Infantaria e prestaram assessoria e treino às Forças Armadas da Ucrânia nos últimos meses.

Depois de deixar a Ucrânia, os 160 reservistas serão colocados noutros países europeus.

O Ocidente acusa a Rússia de ter reunido dezenas de milhares de tropas junto à fronteira da Ucrânia para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014, e de apoiar, desde então, uma guerra separatista no Donbass (leste ucraniano).

A Rússia nega essa intenção, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Grupo de médicos pede reapreciação do programa de vacinação das crianças

PORTUGAL

Os 25 signatários da carta visam também a Ordem dos Médicos e o bastonário, considerando que o Código Deontológico foi violado. Apesar de ser o representante máximo dos médicos, o cargo "não lhe confere poderes de autoridade científica suprema ou de verdade absoluta", consideram.

O mal-estar na Ordem dos Médicos parece não ter fim à vista. Segundo um comunicado a que o DN teve acesso, um grupo de 25 médicos (parte de um conjunto maior de 90 profissionais) assinou um apelo público, dirigido à Ordem dos Médicos (OM), a pedir a reapreciação e suspensão da vacinação das crianças contra a covid-19.

No documento, os signatários justificam a sua posição devido ao "conhecimento de potenciais riscos a curto, médio e longo prazo". Segundo os clínicos, alguns países europeus, como a Suécia, o Reino Unido ou a Alemanha, "decidiram reapreciar o benefício da vacinação contra a covid-19 em crianças, e não estão a recomendá-la de forma universal na população infantil".

Índice de Democracia 2021: Guiné-Bissau, a pior classificada dos PALOP

Dos PALOP, a Guiné-Bissau, Angola e Moçambique obtiveram as piores classificações no Índice de Democracia de 2021. Cabo Verde foi o melhor classificado.

O Índice de Democracia 2021, da Economist Inteligence Unit (EIU), foi publicado na quinta-feira (10.02) e conclui que, no ano passado, o estado da democracia piorou a nível global.

O documento começa por dizer que "os resultados [de 2021] refletem o contínuo impacto negativo da pandemia de Covid-19 na democracia e na liberdade em todo o mundo pelo segundo ano consecutivo".

A pandemia resultou numa retirada sem precedentes das liberdades entre democracias desenvolvidas e regimes autoritários, por meio da imposição de bloqueios e restrições de viagens e, cada vez mais, exigindo a introdução de "passes verdes”, comprovativos da vacinação contra a Covid-19, para a participação na vida pública, lê-se ainda.

Os autores entendem que "isso levou à normalização de poderes de emergência, que tendem a ficar nos livros de estatuto, e acostumaram os cidadãos a uma enorme extensão do poder do Estado sobre grandes áreas da vida pública e pessoal".

CONTOS TRADICIONAIS ANGOLANOS -- A Alegre Gente que Veio do Arco-íris

Seke La Bindo

Esta história aconteceu no chão dos hereros, ou helelos, há tantos anos que a Terra era uma menina acabada de nascer. Dimbas, Muchimbas, Chavícuas, Hacavonas, Cuvales, Cuanhocas e Gendelengos são filhos dos oma-zimbo, ventres sagrados das primeiras mulheres que deram à luz aqueles que constituíram o Clã do Sol (Ovakwaneiuva) e o Clã do Arco-Íris (Vakwatyikondyi).

As primeiras mulheres alimentaram os filhos com abundância de leite e eles cresceram com os rebanhos ou brandiam as zagaias. Gostaram tanto do seu chão que deram a si próprios o nome dos que resolveram ficar (Vaherera okukala). Os povos vizinhos preferiram chamar-lhes Herera, os que são alegres. Mas eles também são poetas e trovadores.

Em Capangombe, terra dos Cuvales, os pastores fizeram este poema ao monte que vigia a vida nas planícies: Omphunda y Epale/ Ondundu ya tyongolundu/ yatala omapia/yakukolovela oyongundya. Para eles, “o monte Epale/morro pedregoso e alcantilado/ fixa os olhos nos campos/ contempla lá do alto as camponesas”.

Um dia chegou a guerra ao paraíso dos que foram gerados pelos ventres sagrados das primeiras mamãs No Sul, o bravo rei Maharero resistiu mas não evitou a submissão ao poderoso rei do Jau. 

QUANDO ANGOLA É LABORATÓRIO DA BARBÁRIE!

Martinho Júnior, Luanda

A INDEFECTÍVEL PISTA NEOCOLONIAL TEM UM NOME: UNITA…

… E ADALBERTO É O SEU ACTUAL BÁRBARO DE SERVIÇO!

Savimbi!...

… Quando devia integrar a luta armada de libertação nacional, colocou-se por via da Operação Madeira, como um “fiel bailundo” ao serviço do colonialismo português (1966/1974)…

… Quando devia contribuir para lutar pelas independências da Namíbia e do Zimbabwe e ao mesmo tempo acabar com o “apartheid” e sua pérfida “border war” a fim da África do Sul alcançar a plataforma da “democracia representativa” que constituía a aspiração mínima dos povos de todo o continente, aliou-se à nazi “irmandade africâner”, alimentando fogueiras onde eliminou alguns dos seus próprios correligionários e retardando o colapso institucional de sua obra comum multiplicada em bantustões (1974/1991)… 

… Quando devia reforçar a identidade angolana, dando seu contributo a um projecto de cultura patriótica de que tanto carece o país, tornou-se num dilecto “freedom fighter” fantoche do neoliberal presidente republicano dos Estados Unidos, Ronald Reagan, introdutor do choque neoliberal no laboratório chamado Angola (1981/1991)… 

… Quando enveredou por fim pelo choque neoliberal com a sua “guerra dos diamantes de sangue” tirando partido de 1992 a 2002 do beneplácito do Acordo de Bicesse que ele próprio coassinou a 31 de Maio de 1991, triturou com exacerbado terrorismo, de forma caótica e sangrenta, de norte a sul e do leste ao oeste, o seu próprio país, semeando abissais assimetrias e desequilíbrios, contribuindo para colocar Angola na escala mais baixa dos Índices de Desenvolvimento Humano de que a tanto custo tenta desde 2002 emergir…

Cafunfo: "Nenhuma sociedade compactua com práticas de incidência criminosa"

ANGOLA

Governador da província angolana da Lunda Norte afirma que irá sempre defender a região de quem tentar "plantar a discórdia" e salienta que nenhuma sociedade do mundo "compactua com práticas de incidência criminosa".

Numa altura em que o julgamento dos membros do Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwe (MPPLT) se aproxima da reta final, o Governador da província angolana da Lunda Norte, Ernesto Muangala, questionado sobre se receia um regresso à instabilidade em Cafunfo, realçou ainda que "cabe aos órgãos do Estado - neste caso, o tribunal - desempenhar o seu papel sem quais pressões".

"Os tribunais são órgãos independentes do poder político, e deve-se respeitar o princípio da separação e interdependência do poder, constitucionalmente consagrado. É de todo desapropriado e imprudente responder a perguntas cavilosas, cujas respostas podem redundar num pré-julgamento social, pelo que devemos deixar que os órgãos do Estado, desempenhem o seu papel sem quaisquer pressões", respondeu.

CONTOS POPULARES ANGOLANOS -- A Paz É Leve Como uma Pena

Seke La Bindo

O rei Panzo andava triste porque o seu povo há muito que apenas ouvia os tambores da guerra e do reino vizinho sopravam ventos de violência. Sem paz não há alegria e a tristeza é pior que a pobreza. Um dia ele chamou os seus conselheiros e disse estas palavras:

- Sábios do meu povo, chamei-vos para que me ajudem a encontrar os caminhos da paz. Só saímos daqui quando tivermos uma solução.

As discussões começaram mas nunca mais tinham fim. Alguns mais velhos queriam continuar a guerra até à rendição do inimigo, porque o rei vizinho era mais fraco e jamais conseguiria submeter o povo das montanhas do Pingano. 

Outros queriam a paz, mas exigir que os mais fracos pagassem um tributo, em compensação pelos prejuízos causados, pelos raptos e mortes. Outros ainda apoiavam o rei na procura da paz, mas exigiam que ninguém cedesse ao inimigo.

O rei Panzo deu por terminado o conselho de sábios mas pediu que todos, em suas casas, com os seus familiares, reflectissem e procurassem uma solução.

Passavam os dias e não surgia uma proposta, enquanto a guerra continuava e morriam guerreiros. Crianças, mulheres e homens eram raptados. O rei Panzo resolveu procurar o velho Manduangu, um eremita que vivia na lagoa do Lukunga e tinha fama de adivinho.

RÚSSIA PREPARA A SUA DEFESA CONTRA ‘DEFAUT’ FORÇADO

As sanções ocidentais podem prejudicar a economia russa, mas o risco de inadimplência é mínimo. Isto foi afirmado por especialistas russos e estrangeiros. De acordo com a Escola Superior de Economia (HSE), a carga da dívida externa cairá para 19% do PIB este ano, que é a opção mínima. O risco de inadimplência nesses indicadores é reduzido a zero.

Fortaleza digital

Analistas estrangeiros também não veem muito problema com as sanções, já que a Rússia construiu consistentemente uma "fortaleza digital" independente desde 2014.

Especialistas do Instituto Internacional de Finanças (IIF) consideram a perda de parte do comércio com a UE o maior problema, que, no entanto, ameaça com consequências desagradáveis ​​para a própria UE.

No próximo ano, segundo o Banco Central, o volume de amortização da dívida externa do setor privado será de US$ 64 bilhões, e no próximo ano - US$ 38 bilhões. Como as condições mudaram, o cronograma será alterado e todos os pagamentos serão de US$ 112 e US$ 62 bilhões, respectivamente.

Cabe destacar que os pagamentos do setor privado da dívida externa de acordo com o cronograma atualizado de pagamentos do Banco Central foram revisados ​​para cima em uma vez e meia, de US$ 24 para US$ 36 bilhões. As dívidas são pagas antes do prazo. Há também sucessos do setor privado no refinanciamento de pagamentos.

Uma economia capaz de se manter à tona e cumprir suas obrigações não pode ser considerada inadimplente.

Ao mesmo tempo, vale lembrar que a baixa dívida externa está associada principalmente a oportunidades limitadas de novos empréstimos no contexto das atuais sanções e "aumento dos riscos geopolíticos".

Mas os economistas do Instituto Internacional de Finanças lembram que o Banco Central da Federação Russa lançou gradualmente seu próprio sistema de mensagens financeiras (SPFS) e, no momento, mais de 400 instituições russas estão conectadas a esse sistema. Esse sistema é uma ferramenta mais flexível do que o SWIFT.

Além disso, o sistema de pagamento MIR começou a funcionar. Cerca de 95 milhões de cartões MIR foram emitidos - mais de 30% de todos esses cartões na Rússia. Paralelamente, no volume total de pagamentos em 2020, os pagamentos com cartões deste sistema ascenderam a cerca de 24%, segundo o IIF. A MIR continua atuando no mercado interno, mas tem boas perspectivas.

INVASÃO “IMINENTE” DA UCRÂNIA

Biden liga hoje a Putin, vários países pedem a cidadãos para deixar o país

Com a ameaça de uma invasão à Ucrânia “a qualquer momento”, os chefes de Estado dos EUA e França voltam a falar hoje com Putin, num último esforço para evitar uma ação militar de Moscovo

Um dia depois de os Estados Unidos alertarem que a invasão da Ucrânia pela Rússia pode estar por dias, o Presidente norte-americano vai telefonar este sábado ao seu homólogo russo com vista a Vladimir Putin recuar face ao seu alegado plano. Joe Biden avisou na sexta-feira os aliados da NATO e da União Europeia (UE), numa reunião por videoconferência, que a invasão militar do país poderá estar “iminente”, mas está disposto a tentar convencer Putin para o caminho do diálogo.

Segundo o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, tem aumentado a presença nos últimos dias de tropas russas junto da fronteira com a Ucrânia, estimando-se já cerca de 100 mil soldados, assim como se realizam cada vez mais exercícios militares, incluindo no Mar Negro: “Continuamos a ver sinais de escalada russa, incluindo novas forças a chegar à fronteira ucraniana. Creio que a ordem de partida foi dada, pelo que há razões para acreditar que um ataque poderá acontecer a curto prazo”, declarou o responsável pela pasta de segurança nacional, citado pela Reuters.

Ler em Página Global, por Andrew Korybko:

Falso alarme | O que desencadeou a última rodada de histeria de guerra russa?

Embora não seja possível antecipar quando poderá começar a invasão, Jake Sullivan, explicou que, a confirmar-se, é provável que se inicie “com bombardeamentos aéreos e ataques com mísseis” que poderiam “matar civis” de forma indiscriminada. Também o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, apontou para dados preocupantes, que indicam que a invasão russa da Ucrânia pode estar “iminente”, e anunciou que falará também este sábado com o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov: “Se a Rússia estiver genuinamente interessada em resolver esta crise por via da diplomacia e do diálogo, estamos preparados para fazer isso”, garantiu.

Entretanto, a administração de Joe Biden já apelou à saída de cidadãos do país e prepara-se igualmente para anunciar a retirada do pessoal da embaixada de Kiev, segundo a AP. Também a Alemanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Holanda, Noruega, Letónia, Austrália, Nova Zelândia e Japão pediram a retirada dos seus cidadãos da Ucrânia, face à escalada da tensão no país.

A MANUTENÇÃO DA PAZ NA UCRÂNIA FUNCIONARÁ?

# Publicado em português do Brasil

Cláudio Gallo* | Strategic Culture Foundation

Suas façanhas diplomáticas parecem mais destinadas a proteger seus negócios enquanto a bola está precisamente por cima da rede do que um processo real de construção da paz.

Dia a dia, a mídia ocidental grita: “Eles estão chegando, estão a três metros, dois, um”. Cortando cantos, a Bloomberg, a melhor da classe, já encenou a invasão: por que não antecipar as novidades? Na realidade, na Ucrânia, somos como na primeira imagem do filme Match Point, de Woody Allen, de 2005, onde a tomada permanece congelada no exato momento em que a bola de tênis passa por cima da rede. Este tempo de suspensão, cheio de riscos e oportunidades, atrai alguns personagens em busca de um papel de liderança sob os holofotes internacionais e, claro, um impulso de imagem em casa. É fácil adivinhar que estamos falando do presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

Nas últimas semanas, ele conseguiu defender a venda de drones turcos letais aos ucranianos que os estão usando para aterrorizar Donbass e, ao mesmo tempo, propor-se como mediador de paz entre Moscou e Kiev. A carteira de identidade política de Erdogan é irregular o suficiente para lhe dar alguma margem de manobra. Mas a imprevisibilidade da Turquia, a chance de ver o país em uma versão suave de não alinhamento, decorre mais de sua fraqueza e contradições do que de uma posição de força que poderia sustentar sua credibilidade.

Embora Ancara seja a segunda maior força militar da Otan, depois dos EUA, está comprando o sistema de defesa aérea S-400 da Rússia, rejeitando o Patriot americano. Um pouco mais retoricamente, alguém no país saudou a escolha como uma “libertação do país do Ocidente”. A importação de gás da Rússia é crucial, e os laços econômicos incluem investimentos industriais, de construção e turismo. O presidente russo, Vladimir Putin, acaba de aceitar o convite do presidente Erdogan para visitar seu país. Os turcos esperam que o Kremlin anuncie a data de sua visita este mês, após seu retorno dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.

Falso alarme | O que desencadeou a última rodada de histeria de guerra russa?

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

O pano de fundo descrito para a última rodada de histeria de guerra russa é especialmente perigoso, pois sugere que o presidente Zelensky perdeu o controle da situação e que a prerrogativa de iniciar as hostilidades recai sobre os ombros das forças mercenárias que estão sob controle estrangeiro.

O correspondente de segurança nacional da PBS, Nick Schifrin, tornou-se o assunto da internet na sexta-feira depois de twittar que três oficiais ocidentais e de defesa lhe disseram que “os EUA acreditam que o presidente russo Vladimir Putin decidiu invadir a Ucrânia e comunicou essa decisão aos militares russos”. Isso acrescentou alguma “certeza” não verificada ao aviso anterior do secretário de Estado Antony Blinken sobre o iminente surto de hostilidades “a qualquer momento”, que a Bloomberg então informou que “poderia começar já na terça-feira”, apesar de o veículo já ter gritado lobo depois de “ acidentalmente” publicando uma manchete de notícias falsas na semana anterior alegando que “Rússia invade a Ucrânia”. Político citou suas próprias fontes para relatar também que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse aos aliados americanos que o “ataque” começaria naquele dia.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, reagiu a esse hype e aos planos associados dos EUA de enviar ainda mais forças para a Europa, declarando que “A histeria da Casa Branca é mais reveladora do que nunca. Os anglo-saxões precisam de uma guerra. A qualquer preço." Antes disso, o vice-chefe de gabinete do Kremlin, Dmitry Kozak, lamentou as nove horas que desperdiçou em negociações durante as últimas negociações da Normandy Four em Berlim, que não conseguiram alinhar as posições russa e ucraniana sobre os Acordos de Minsk apoiados pela UNSC . Zakharova também alertou que a infinidade de notícias falsas sobre a Rússia indicavam iminentes provocações anti-russas. Isso foi precedido pelo porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, expressando preocupaçãosobre relatórios dos EUA considerando o pedido da Ucrânia para “sistemas antimísseis” do THAAD.

Portugal | Mais 50 mortes e 19.436 casos de Covid-19. Internamentos descem


Nas últimas 24 horas, há registo de menos cem doentes internados em enfermarias e de mais um em cuidados intensivos.

Estão confirmadas 20.492 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 50 do que no último boletim epidemiológico emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O número de pessoas infetadas pela doença até agora é de 3.069.128, mais 19.436 nas últimas 24 horas.

Segundo o boletim epidemiológico diário, neste sábado estão interadas 2.232 pessoas, menos cem do que na sexta-feira, enquanto nas unidades de cuidados intensivos está mais um doente, num total de 160, sendo que nem todos os internamentos se devem à Covid-19, podendo ser motivados por outras patologias apesar da existência de infeção com SARS-CoV-2.

O número de casos ativos diminuiu neste sábado, havendo agora 585.213, menos 15.111 do que na sexta-feira, e nas últimas 24 horas foram dadas como recuperadas 34.497 pessoas, somando um total de 2.463.423 recuperados desde o início da pandemia.

TSF | Lusa

LEIA AQUI TUDO SOBRE A PANDEMIA DE COVID-19 -- TSF

Portugal | O CENTRO DA INICIATIVA LIBERAL

O que pode levar o partido de Cotrim de Figueiredo, um dos liberais mais radicais da Europa, a querer sentar-se no centro do hemiciclo da Assembleia da República?

AbrilAbril | editorial

A Iniciativa Liberal (IL) anunciou esta quarta-feira que pediu para mudar de lugar no hemiciclo do Parlamento, vontade que já teria manifestado em 2019. Segundo disse à Lusa fonte oficial do partido, o objectivo é ficar «mais distante dos extremos». Argumentada desta forma, e no momento em que nos encontramos, a pretensão parece ser mais uma acha para a fogueira da vitimização do Chega a que muitos têm dado mecha. 

Por outro lado, e olhando para o programa da IL, a vontade de estar entre PS e PSD só pode ser entendida à luz de uma estratégia de comunicação com o objectivo de continuar a iludir algum eleitorado. 

O partido de Cotrim de Figueiredo não quer ser visto como extremista, embora a radicalidade das medidas que propõe e a visão surreal que apresenta para o País o coloquem como um dos mais retrógrados.

Portugal | O CDS VAI FAZER FALTA MAS A CULPA NÃO FOI DO CHICÃO

Daniel Oliveira | Expresso | opinião

O CDS foi europeísta e eurocético, populista e conservador, democrata-cristão e liberal. A indefinição do partido tinha os dias contados e o taticismo de Portas acentuou-a, transformando-se ele próprio, e só ele, no único elemento identitário do partido. Rodrigues dos Santos foi um desastre, mas a tenaz da IL e do Chega já estava montada. Portas teve 15 anos para mudar o CDS. Pô-lo na sua dependência. Pronto para morrer com a sua partida. “Chicão” só apagou a luz

A antiguidade não é um posto. Não é por ter fundado a nossa democracia que o CDS era fundamental para a sua saúde. É porque o CDS funcionava como barragem à direita profunda, herdeira de meio século de ditadura. Uma direita que mantinha vivo o racismo estrutural do saudosismo colonial, o ódio aos pobres de uma sociedade desigual e classista, o desprezo por uma democracia vista como sinónimo de corrupção e desordem e um conservadorismo beato alheio a qualquer ideia de laicidade.

A tudo isto, o CDS acrescentou moderação. O saudosismo concentrava-se em questões estritamente simbólicas, expressões como “espoliados do ultramar” ou uma justíssima (mas pouco consequente) preocupação com os ex-combatentes. O classismo era adocicado pela doutrina social da Igreja. E muitos fascistas foram convertidos em democratas contrariados, mas inofensivos. O conservadorismo era o que mais o distinguia do PSD, mas ainda longe das guerras culturais de hoje.

No resto, era o típico partido liberal de direita de país pobre – defensor de muito Estado no apoio às empresas, pouco Estado nos impostos, pouquíssimo Estado no controlo de instrumentos económicos, Estado todo nas funções de segurança. Como já escrevi, aquele era o último apeadeiro onde desembarcava quem não tinha mais direita para onde ir. Depois daquilo, só havia marginais, com muito pouco a ver com a tradição da direita autoritária portuguesa.

Mesmo tendo tido na cúpula do PPD alguns opositores ao Estado Novo, a nossa direita é filha da transição da ditadura, onde está o seu berço, para a democracia, onde teve de se reinventar. A vergonha é evidente nos nomes – um partido de centro-direita que se chama “social-democrata” e outro de direita que é de “centro” – e de muitos equívocos no debate ideológico português, que seria incompreensível para qualquer estrangeiro. Essa crise de identidade haveria de ser um problema quando já nenhum político e poucos eleitores viessem do tempo da direita envergonhada. E foi.

Portugal | As eleições “democráticas” em que nem todos os votos contam


Em Portugal mais de 700 mil votos “foram para o lixo” e votos de emigrantes só contam cerca de 20 por cento. Estranha democracia. (PG)

Comunidade portuguesa defende "nova contagem" dos votos da emigração

O Grupo de Reflexão e Intervenção da Diáspora Portuguesa da Alemanha (GRI-DPA) pede que o Tribunal Constitucional declare "obrigatória" uma "nova contagem" dos votos da emigração portuguesa na Europa.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o GRI-DPA diz ter decidido "refletir e protestar veementemente" contra o que qualifica de "falta de respeito, de ética e de moral política", bem como de "discriminação declarada dos direitos constitucionais dos eleitores pelo círculo da Europa."

Mais de 80% dos votos dos emigrantes portugueses no círculo da Europa, num total de 157.205, foram considerados nulos, após protestos do PSD. A distribuição mantém-se, com o PS e PSD a conquistarem dois deputados cada nos círculos da emigração.

O GRI-DPA argumenta que muitos eleitores, que "fizeram tudo certinho" viram o seu voto não ser contabilizado, com todos os partidos concorrentes na emigração a terem sido afetados, "uns bem mais do que outros".

Mortalidade sobe por covid-19. Menos reformados a pagar. Poupa-se e dá jeito?

Sobre a mortandade causada pela covid-19 a informação não tem sido sucinta nem objetiva relativamente a Portugal. Se pacientemente procurarmos na comunicação social a informação sobre a mortandade de quantos idosos na reforma pereceram por covid-19, no total, talvez descubramos, ou quantos pereceram com menos idade com doenças fragilizantes, nas de idades com menos de 60 anos e menos de 70 anos. 

Facto é que torna-se difícil saber, dar com os números de caras, quanto a segurança social tem estado a poupar, em milhões de euros, nas reformas e/ou na assistência medicamentosa dos mais fragilizados por outras doenças e que com o contagio de covid-19 acabou por perecer. Em suma: quanto está (ou quanto vai) o estado português a poupar pelas mortes de reformados e pensionistas que morreram e deixam de "pesar" ao Estado? Quantos com doenças fragilizantes dos de menor idade morreram por covid-19 e assim deixaram de "pesar" ao Estado na assistência a que em circunstâncias normais teriam direito e de usufruiriam? Quanto, por isso a Segurança Social poupou? Será certo ou errado admitir-se que na realidade a covid-19 acaba por dar vantagens de poupanças orçamentais e de facto por causar tanta mortalidade aos mais idosos e aos mais fragilizados independentemente da idade? Com exatidão é isso mesmo que os portugueses querem saber e desse modo ficar transparente que afinal nos informam com total transparência, não deixando dúvidas se afinal "dá jeito" e causa poupança ao Estado morrerem tantos velhos (a maioria) e/ou de menos idade mas fragilizados.

Os conteúdos a que temos acesso na comunicação social são imensos sobre covid-19 e respetivas vítimas, mas também é facto que são baralhados, não são "preto no branco". Erro de comunicação ou manha? O que se pretende são contas certas e deixar de admitir que os ziguezagues decretados nas medidas de suposta ou real proteção e evitabilidades de contágios são na realidade por bem e não para parecer que são por bem e para real proteção dos cidadãos, de todos os cidadãos. Ou assim foi por ignorância e incompetência?

Por exemplo: corre célere a teoria de conspiração de que não foram tomadas medidas adequadas para evitar o contágio e morte de avós e familiares com saúde fragilizada, ao não encerrarem as escolas. É admitida a hipótese de que assim foi para que os netos levassem para casa o contágio de covid-19, assegurando que mais reformados (avós), que pelo seguro nem saíam de casa, eram "caçados" por covid-19... Facto é que ao ver a desbunda nas escolas com resultados de centenas de milhares de contágios verificaram-se imensos contágios  causados pelas crianças em idade escolar. Agora, por isso, quantos velhos foram contagiados, quantos morreram?

É evidente que tudo isto é muito complicado de gerir, assim como é evidente que a transparência contribuiria para que as chamadas teorias de conspiração não tivessem tantas razões para existirem. No computo geral, na realidade, quantos reformados e pensionistas pereceram e quanto menos milhares de euros (ou milhões) tem a Segurança Social para pagar. Porque não existe informação exata, sucinta, simples e concisa, acerca da situação?

Falta aqui referir os que mesmo sem covid-19, mas com doenças a dever serem tratadas urgentemente, morreram por falta de assistência médica e medicamentosa ou por ausência de exames, etc.

A covi-19 teve as costas largas e continua a ter. Certo é que continuam a morrer portugueses por falta de competências adequadas. Chegamos à triste conclusão que os cientistas "sábios" muito pouco sabem ou o que sabem é insuficiente... ou querem mesmo que seja insuficiente. Bem, mas isso já escorre para o lado das teorias de conspiração. Fiquemos com a certeza de que se manigâncias existiram e existem em todos estes processos talvez muito dúbios e prejudiciais à humanidade mais tarde viremos a saber. Saber esperar é uma virtude.

Seguidamente transcrevemos várias laudas sobre a mortalidade que voltou a subir. Algo a que já nos habituámos. Tristemente. E assim anda o "esquema montado", dizem os plebeus amiúde.

MM | PG

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