domingo, 13 de fevereiro de 2022

Portugal | COSTA, ENTRE DUAS HISTÓRIAS

A história que começava por “ia tudo tão bem e estes irresponsáveis quiseram deitar o Governo abaixo” funcionou. A que dentro de meses Costa nos vai contar é outra, e vai começar por “afinal não era bem isto com que contávamos…” Aí, claro, vai ser (temporariamente) tarde demais.

ManuelLoff*

Funcionou. Nem ele contava que funcionasse tão bem, mas a história contada por António Costa, que, simplificada, começava por “ia tudo tão bem e estes irresponsáveis quiseram deitar o Governo abaixo”, convenceu uns 90 mil votantes da CDU e 250 mil do Bloco, mais uns 40 mil outros (abstencionistas, restos do PAN), e deu-lhe a maioria parlamentar.

28% dos eleitores comunistas/verdes de 2019 e 51% dos bloquistas convenceram-se que dar maioria ao PS era a melhor forma de preservar o que terão achado ter sido a “geringonça” - aumentos de salário mínimo, pensões e prestações sociais, descida do preço dos transportes e das propinas, salário pago a 100% em período de lay-off.

Sejamos claros: ao abandonar quem, à esquerda do PS, obrigou o PS a fazer o que o PS não queria fazer nem em 2015, nem em 2019, e obrigando-o a assumir a política social mais à esquerda que algum governo socialista assumiu desde 1976, estes 340 mil eleitores (40% de quem em 2019 votava à esquerda do PS) entregaram nas mãos de Costa a possibilidade de não ter de negociar mais coisa nenhuma que beneficie a sério quem trabalha, estuda e tem uma reforma - além de não impedir minimamente que negoceie à direita tudo aquilo a pomposamente chama “acordos de regime” (ou “de cavalheiros”, na semântica rançosa de Santos Silva).

PORTUGAL REGISTA 16.132 NOVOS CASOS DE COVID-19 E MAIS 38 MORTES


Nas últimas 24 horas, há registo de mais 66 doentes internados em enfermarias e de menos cinco em cuidados intensivos.

Estão confirmadas 20.530 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 38 do que no último boletim epidemiológico emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O número de pessoas infetadas pela doença até agora é de 3.085.260, mais 16.132 nas últimas 24 horas.

Segundo o boletim epidemiológico diário, neste domingo estão internadas 2.298 pessoas, mais 66 do que no sábado, enquanto nas unidades de cuidados intensivos estão menos cinco, num total de 155, sendo que nem todos os internamentos se devem à Covid-19, podendo ser motivados por outras patologias apesar da existência de infeção com SARS-CoV-2.

O número de casos ativos voltou neste domingo a diminuir, havendo agora 569.728, menos 15.485 do que no sábado, e nas últimas 24 horas foram dadas como recuperadas 31.579 pessoas, somando um total de 2.495.002 recuperados desde o início da pandemia.

TSF | Lusa

CONSULTE AQUI O BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO -- TSF

CENÁRIO HIPOTÉTICO DO CONFLITO ENTRE A RÚSSIA E O OCIDENTE

A Ucrânia pode se tornar um pomo de discórdia, e qualquer "vitória" do Ocidente será pírrica

# Publicado em português do Brasil

Como os políticos dos Estados Unidos e dos países da OTAN continuam a usar uma retórica agressiva contra a Rússia e não param com as campanhas de desinformação (a exigência de representantes da Casa Branca e do Departamento de Estado dos EUA à imprensa para dar sua palavra sobre a agressão planejada de Moscou, embora os jornalistas exijam provas), isso indica a clara intenção do Ocidente de organizar algum tipo de provocação para colocar a culpa e a responsabilidade na Rússia. Como o tema da Ucrânia foi discutido recentemente, há motivos para acreditar que Washington e Bruxelas o consideram como uma espécie de gatilho para fomentar o conflito. E aqui pode haver várias opções para o desenvolvimento da situação.

Versão georgiano-croata

Como havia um precedente baseado na aventura de Mikhail Saakashvili em 2008, bem como a operação anterior "Tempestade" realizada pelos militares croatas junto com os bósnios contra os sérvios em 1995 - ambos os casos são mencionados pelos militares ucranianos e políticos radicais, que até gerou críticas da liderança croata - não se pode excluir a possibilidade de tal operação por Kiev. O pano de fundo para ambas as operações é que elas foram apoiadas por conselheiros militares dos EUA e da OTAN, bem como representantes de PMCs americanos. Agora também há muitos conselheiros e mercenários ocidentais na Ucrânia. No entanto, o lado problemático é que ambas as operações eram de limpeza étnica (em 2008 foi frustrada devido à intervenção russa e uma operação para forçar a Geórgia à paz).

Que há com o submarino dos EUA que espreitava as Ilhas Curilas da Rússia?

# Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

Considerando o fato de que o incidente ocorreu perto de Urup e não perto de nenhuma das Ilhas Curilas que o Japão reivindica como suas, os EUA não podem alegar plausivelmente que estavam 'operando com segurança em águas internacionais', já que o mandado da Rússia sobre Urup é universalmente incontestável, mesmo por Tóquio.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou no sábado que empregou “ meios apropriados ” para afugentar um submarino dos EUA que invadiu as águas territoriais do país perto de Urup (não confundir com a ilha de Iturup que o Japão reivindica como sua ao lado de vários outros) , que é uma das Ilhas Curilas da Rússia, e se recusou a vir à tona depois de ser solicitado a fazê-lo. O adido militar dos EUA em Moscou foi convocado ao Ministério da Defesa, onde lhe foi entregue uma nota. O Pentágono negou oficialmente que o incidente tenha ocorrido, mas não comentou a localização de seus submarinos, com um representante apenas dizendo que “voamos, navegamos e operamos com segurança em águas internacionais”. O assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, também disse que os presidentes Putin e Biden não discutiram o incidente durante a ligação de sábado.

Covid-19: PALOP têm taxas de vacinação superiores à média africana

Taxas de vacinação anti-covid-19 nos países africanos de língua portuguesa estão todas acima da média africana. Doações feitas por Portugal têm contribuído para este cenário.

Portugal já doou cerca de sete milhões de vacinas contra a Covid-19 e metade dessas foi entregue aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.

"Se olharmos para a nível da África, os nossos países estão acima da média (...). E aqui temos de realçar que Portugal teve alguma responsabilidade nestes dados, porque esse país europeu doou vacinas aos PALOP. Isso tem estado a ajudar alguns países a melhorarem as suas coberturas", disse o diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) em África, Filomeno Fortes.

Portugal já doou cerca de sete milhões de vacinas contra a Covid-19 e metade dessas foi entregue aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste, segundo afirmou esta semana o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. 

Para o governante, o programa português de doação de vacinas aos PALOP "foi e tem sido um sucesso muito reconhecido em todos esses países". A propósito do segundo aniversário do primeiro caso de Covid-19 em África, Filomeno Fortes lembrou que o continente tem neste momento uma cobertura vacinal de cerca de 11%.

Cabo Verde, metade da população já vacinada

Entre os PALOP, Cabo Verde tem neste momento 52% da população vacinada, Moçambique tem 30%, Angola está a chegar aos 16%, São Tomé e Príncipe tem 31% e a Guiné-Bissau está com cerca de 15% de cobertura. 

Instado a identificar as oportunidades que a pandemia trouxe a África, o especialista defendeu que contribuiu para a melhoria dos sistemas de saúde africanos.

"Um fator positivo [da Covid-19] em África foi que os nossos países melhoraram os seus sistemas de cuidados intensivos. Aí sim, verificamos que houve um investimento muito forte a nível do continente africano de uma forma geral, mas particularmente em Angola e em Moçambique", disse Filomeno Fortes.

Outra área em que houve progressos foi na testagem, lembrou o médico angolano, exemplificando com o caso da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe, que não tinham capacidade para fazer o diagnóstico biomolecular da covid-19 e neste momento já têm.

Também Angola, em colaboração com o IHMT, passou a contar com um laboratório de referência em biologia molecular.

O HOMEM QUE LIBERTOU AGOSTINHO NETO

Artur Queiroz*, Luanda

Faleceu Jaime Serra, revolucionário português e fundador da Acção Revolucionária Armada (ARA). O meu irmão Amado foi um dos operacionais da organização que atacou o regime fascista e colonialista à bomba. Os seus companheiros mais próximos nas diversas operações bombistas foram Francisco Miguel, Dias Lourenço, Raimundo Narciso e Carlos Coutinho, jornalista. O meu irmão também me falava de um Lino das Banheiras mas não recordo se fazia parte dos operacionais ou era apenas um apoiante. Amado, Chico Sapateiro, Dias Lourenço e agora Jaime Serra, partiram. Os dias tristes já são mais do que os alegres.

Jaime Serra  foi o comandante da operação da fuga de Portugal do Presidente Agostinho Neto, sua esposa Maria Eugénia e os filhos ainda bebés, Mário Jorge e Irene Alexandra. Hoje envio-vos o texto que ele escreveu sobre esse facto fundamental da História Contemporânea de Angola. Com a devida vénia, leiam o que escreveu o revolucionário da ARA, braçado armado do Partido Comunista Português:

“Aquele que veio a ser o primeiro presidente da República Popular de Angola, o Dr. Agostinho Neto, saiu clandestinamente de Portugal, onde estava com residência vigiada pela PIDE, no dia 30 de Junho de 1962  num pequeno iate ajudado pelo Partido Comunista Português. 

Agostinho Neto viveu em Portugal durante bastante tempo. Aqui estudou e iniciou a luta pela libertação do povo angolano, tendo-se tornado num dos mais prestigiados dirigentes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Foi perseguido pelo regime fascista e esteve várias vezes preso.

Em 1961, face ao grande movimento de solidariedade nacional e internacional, foi libertado da prisão e desterrado para Cabo Verde, onde esteve com residência fixa.

ANGOLA ENTRE OS CINCO PAÍSES FRÁGEIS RELATIVAMENTE À DÍVIDA

Diretor do departamento de pesquisa económica em África do Standard Bank coloca Angola entre países africanos com mais riscos de dívida nos próximos dois anos: "a sustentabilidade da dívida requer um foco maior", diz.

Em entrevista à agência de informação financeira Bloomberg, Jibran Qureishi apontou Gana, Quénia, Angola, Etiópia e Zâmbia como os "cinco países frágeis" relativamente à evolução da dívida pública.

"Angola foi um dos principais países beneficiários da Iniciativa do G-20 para a Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) durante a pandemia, permitindo à nação produtora de petróleo adiar o pagamento de quase 3 mil milhões de dólares [2,6 mil milhões de dólares] no ano passado", lembrou o analista em África do Standard Bank, à Bloomberg.

CONTOS TRADICIONAIS ANGOLANOS -- Crónica do Império de Matamam

Seke La Bindo

Nas terras de aquém e além Cunene existia um mundo onde todos viviam felizes. As pastagens abundavam e o grande rio ajudava as sementes do massango a reproduzirem-se em abundância. O império começava nas terras dos Ova-Tylenge-Muso, os humbes autênticos, a quem Augusto Bastos chamou “os quilenges de raça pura”. E estendia-se até aos confins da Terra, onde começavam os desertos. 

Os pastores seguiam os seus rebanhos cantando “ndili p’otyiavo  tyongombe, hinkhi ondyala”: estou junto à teta da vaca, não morro de fome. 

As donzelas viviam os dias colhendo frutos e entoando suas canções alegres. Os caçadores tinham tanta caça que usavam flechas com ponta de cera e nunca falhavam o tiro. O império de Matamam era a terra bem-amada.

Um dia de sol ardente, a menina Ondyelwa subiu a uma frondosa e gigantesca omu-tya para colher frutos maduros. E lá do alto da árvore viu um grande exército aproximar-se. Os guerreiros vestiam peles, eram os temíveis Yaka, com o general Zimbo à frente. A donzela correu para a ombala e deu a notícia.

O guerreiro Yaka percorreu África desde o Magrebe até ao Cabo da Boa Esperança. Um dia chamou os seus companheiros de armas e decidiu partir em direcção ao norte. Chegou ao império de Matamam quando os camponeses colhiam o massango e o gado estava gordo e luzidio. 

Moçambique | MENORES RAPTADOS POR TERRORISTAS EM CABO DELGADO

Um grupo de terroristas matou na quarta-feira três pessoas e raptou pelo menos duas menores numa aldeia do distrito de Nangade, Cabo Delgado, norte de Moçambique, disse hoje fonte local à Lusa.

“Estamos mal: os terroristas mataram três pessoas em Namwembe, uma delas membro da força local”, referiu a fonte, residente nas imediações, após aquele que foi o segundo ataque ao distrito em menos de uma semana.

As designadas “forças locais” são grupos de ex-combatentes e voluntários que pegaram em armas nalguns pontos da província para combater a insurgência.

Segundo descreveu a mesma fonte, o membro da força local foi abatido quando tentava salvar duas menores que estavam a ser raptadas pelos terroristas.

“Ele foi morto quando tentava disparar para evitar o sequestro”, sublinhou.

Tal como nos ataques anteriores, o grupo de rebeldes saqueou comida antes de fugir.

A CHINA EM MOÇAMBIQUE - COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

China e Moçambique prometem fortalecer cooperação

O conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros da China Wang Yi e a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, prometeram no domingo fortalecer a cooperação de benefício mútuo entre os dois países durante uma reunião na capital do Senegal

A reunião foi realizada antes da Oitava Conferência Ministerial do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC, em inglês), que teve início ontem e termina esta terça-feira, informa a Xinhua.

“Moçambique é um parceiro importante da China em África. Nos últimos anos, a confiança política mútua entre os dois países continuou a aprofundar-se, e a cooperação bilateral em vários campos tem alcançado resultados frutíferos. Os povos chinês e moçambicano cuidaram um do outro e deram as mãos para lutar contra a COVID-19, aumentando ainda mais a amizade tradicional entre os dois lados”, disse Wang.

“A China atribui grande importância ao desenvolvimento das relações China-Moçambique, e está pronta, sob a orientação do importante consenso alcançado pelos dois chefes de Estado e tendo a reunião como uma oportunidade, para promover a parceria cooperativa estratégica abrangente entre os dois países para alcançar um maior desenvolvimento”, disse ainda o chefe da diplomacia chinesa.

Wang Yi disse também que, graças aos esforços conjuntos dos dois lados, a cooperação económica e comercial bilateral continuou a crescer apesar do impacto da pandemia.

O responsável sublinhou que a China está pronta para fortalecer a cooperação mutuamente benéfica com Moçambique em áreas como infraestrutura, agricultura e energia sob os quadros da construção conjunta do programa “Uma Faixa, Uma Rota”, do FOCAC e do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa para ajudar Moçambique a alcançar um desenvolvimento mais rápido.

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Portugal | OS BONS PATRÕES E A SECRETARIA

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

O presidente da CIP, entrevistado no programa da RTP "Tudo é Economia" (8/2) afirmou que "ninguém hoje em Portugal consegue contratar pelo salário mínimo", acrescentando que os empresários estão a oferecer entre 750 e mil euros mensais.

Contudo, com a fixação do salário mínimo nacional (SMN) em 705 euros brutos, a partir do passado dia 1 de janeiro, perspetiva-se que um milhão e duzentos mil trabalhadores (número confirmado pelo entrevistado) estão abrangidos pelo SMN. Além disso, muitos milhares de outros trabalhadores terão salários entre 705 e 750 euros. Temos de concluir, então, que quase um em cada três dos homens e mulheres que trabalham no nosso país ganham muito pouco, por vício ou falta de informação. Se o problema não fosse sério era caso para dizer: despeçam-se, os patrões bons estão à vossa espera.

Em alguns setores e regiões há falta de trabalhadores e de formações muito concretas, nomeadamente de profissões que foram ostracizadas num contexto de desvalorização salarial, secundarização da organização do trabalho e baixa formação de muitos patrões. O drama maior é vir do presidente da CIP a confissão de que "a falta de mão de obra indiferenciada é enorme, devíamos ter uma política de captação de imigração" ("Público", 27/1). O que este e outros dirigentes das confederações patronais nos estão a dizer é que o perfil da nossa economia, talhado pelas suas opções empresariais, continuará a ser de baixo valor acrescentado e baixa produtividade.

Estas afirmações foram feitas em torno da apresentação pública das propostas que o Conselho Nacional das Confederações Patronais (CNCP) leva junto do primeiro-ministro. No encontro com a Comunicação Social (9/2) a "representação de cúpula" da organização empresarial evidenciou contradições doentias. Foi dito que "o jogo da democracia ganha-se no Parlamento e nos lugares que aí se obtêm e não depois nas tentativas de, em secretaria, se adulterar o que aí se verifica".

Portugal | ABUSOS SEXUAIS NA IGREJA

É momento de “curar todas as feridas” apurando a verdade, diz novo arcebispo de Braga

José Cordeiro admitiu "vergonha e humilhação" pelos abusos sexuais ocorridos no seio da Igreja. Comissão já validou 214 testemunhos, mas universo de vítimas será superior

José Cordeiro tomou posse este sábado como arcebispo de Braga. Na conferência de imprensa que sucedeu à tomada de posse, o novo arcebispo admitiu “vergonha e humilhação” pelos abusos sexuais ocorridos no seio da Igreja, sublinhando que é o momento de “curar todas as feridas” através do apuramento da verdade.

“O contexto é de cuidar de todos, cuidar de todas as feridas. É uma crise grande que vivemos mas a crise é de purificação, porque é a verdade que nos liberta e a verdade pode custar e estamos todos a sofrer com isto, mas é para que ela nos liberte e para que a Igreja seja um lugar acolhedor, um lugar seguro, um lugar de paz e de reconciliação”, disse.

José Cordeiro falava a propósito da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica Portuguesa – criada no ano passado pela Conferência Episcopal Portuguesa -, que iniciou em janeiro um processo de recolha de denúncias de vítimas de abuso sexual. Em causa estão atos ocorridos no período compreendido entre 1950 e a atualidade, e que possam ainda ser suscetíveis de reporte às autoridades e consequente investigação.

AMERICAN OVERLORD EXIGE QUE A EUROPA ASSINE NOTA DE SUICÍDIO

# Publicado em português do Brasil

Finian Cunningham* | Strategic Culture Foundation

O perigo infernal é que Washington e Londres estejam empurrando a Europa e o mundo para o abismo de um nuclear com a Rússia.

Os anglo-americanos estão executando uma reformulação moderna da Operação Overlord, o plano de invasão militar de junho de 1944, anunciado para libertar a Europa Ocidental da Alemanha nazista. Desta vez, o objetivo anunciado é “libertar” a União Europeia de sua dependência “tirânica” do gás natural russo.

Na realidade, o objetivo tácito é manter o controle tirânico dos EUA sobre a Europa. Esse controle é essencial para manter a hegemonia americana e o poder global. O preço final é a devastação econômica e até mesmo a guerra pela Europa, que o “nobre” hegemon americano está disposto a pagar por seus peões.

Esta semana, o presidente dos EUA, Joe Biden, mostrou seu status de suserano quando falou arrogantemente para o chanceler alemão Olaf Scholz em uma entrevista coletiva na Casa Branca. Biden foi questionado sobre o destino do gasoduto Nord Stream 2 da Rússia para a Alemanha no caso hipotético de uma invasão da Ucrânia pela Rússia. Biden não perdeu tempo para consultar o líder alemão. Ele afirmou peremptoriamente que o projeto de gás seria encerrado.

“Não haverá mais um Nord Stream 2”, disse Biden sem hesitar. “Vamos acabar com isso.”

O presidente americano foi questionado sobre como isso poderia ser feito, uma vez que o funcionamento do gasoduto Nord Stream 2 está nominalmente sob o controle da Alemanha, não dos Estados Unidos. "Nós vamos - eu prometo a você, seremos capazes de fazê-lo", afirmou Biden sem sequer uma sugestão de buscar qualquer tipo de acordo com a chanceler alemã.

A certeza da suposta capacidade de Washington de suplantar a soberania europeia foi uma demonstração reveladora e perturbadora da arrogância imperial americana.

Foi também uma demonstração excruciante do desprezo americano por supostos “aliados” europeus. Scholz, Alemanha, Europa, foi feito para parecer uma nulidade por Biden. Notícias posteriores da imprensa indicaram isso também.

Washington e Londres lideraram o aumento das tensões geopolíticas com acusações implacáveis ​​de que a Rússia está prestes a invadir a Ucrânia e comprometer a segurança europeia. Da forma como a propaganda anglo-americana o elaborou, pode-se pensar que o cenário é uma repetição da agressão nazista ameaçando a Europa, da qual somente eles são os nobres defensores. Putin é Hitler, o Kremlin é o Terceiro Reich, e diplomacia é apaziguamento, então a propaganda absurda continua.

ESTÃO A PERGUNTAR SOBRE OS RESULTADOS DA "AGRESSÃO" RUSSA?

# Publicado em português do Brasil

Em 4 de dezembro de 2021 um blogueiro finlandês chocou o Facebook quando publicou este artigo: Você está perguntando sobre os resultados da “agressão” russa? Eles são os seguintes: metade da Europa e parte da Ásia obteve a sua cidadania das mãos deste Estado em particular.

Vamos nos lembrar de quem exatamente:

– Finlândia nos anos 1802 e 1918… (até 1802 nunca teve seu próprio estado)

– Letônia em 1918 (até 1918 nunca teve seu próprio estado).

– Estónia em 1918 (até 1918 nunca teve seu próprio estado).

– A Lituânia restaurou o seu estado em 1918 graças à Rússia.

– A Polónia restaurou o seu estado com a ajuda da Rússia duas vezes, em 1918 e 1944. A divisão da Polónia entre a URSS e a Alemanha é apenas por um curto período de tempo!

– A Roménia nasceu como resultado das guerras russo-turcas e tornou-se soberana pela vontade da Rússia em 1877-1878.

– A Moldávia como um estado nasceu dentro da URSS.

– A Bulgária libertou-se da opressão do Império Otomano e recuperou a sua independência devido à vitória das armas russas na guerra russo-turca em 1877-1878, que tinha este objetivo. Como agradecimento, o estado da Bulgária participou em duas guerras mundiais como parte das coligações anti-russas. A Bulgária é agora membro da OTAN e tem bases americanas no seu território. Depois de 1945, não havia um único soldado russo no seu território…

Como resultado desta guerra, a Sérvia também nasceu como um estado soberano.

– O Azerbaijão como um estado pela primeira vez formado como parte da URSS.

– A Armênia foi preservada fisicamente e revivida como um estado apenas dentro da URSS.

– A Geórgia foi preservada fisicamente e reanimada como um estado graças ao Império Russo

– A Turcomênia nunca teve um estado e criou-o apenas como parte da URSS.

– O Quirguistão nunca teve um estado e criou-o apenas como parte da URSS.

– O Cazaquistão nunca teve um estado e criou-o apenas como parte da URSS.

– A Mongólia nunca teve um estado e foi formada apenas com a ajuda da URSS.

– A Bielorrússia e a Ucrânia também pela primeira vez ganharam estado como resultado da Grande Revolução de Outubro dentro das repúblicas da URSS. E só em 1991 (também da Rússia) eles conquistaram a independência total.

O papel da Rússia-URSS no nascimento e formação de estados como China, Vietname, Coreia do Norte, Índia, Grécia (em 1821, a Rússia recuperou dos turcos), Argélia, Cuba, Israel, Angola, Moçambique, etc. também vale a pena considerar…

Uma “agressão” tão estranha historicamente manifestada pelos russos!

Com a contribuição significativa deste país, até a Suíça alcançou a sua independência da França. Melhor dizer, teve sucesso graças a Suvorov (há 217 anos) e desde então a Suíça nunca (! ) não estava brigando;

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