Estes são os seis países que
estão solidários com Moscovo
Margarida Mota | Expresso
A condenação generalizada à
invasão russa de território da Ucrânia não teve repercussão num conjunto de
países. A maioria deles é castigada, há anos, por sanções económicas aplicadas
pelos Estados Unidos
BIELORRÚSSIA
A entrada de tropas russas na
Ucrânia concretizou-se por três frentes, uma das quais a partir de território
bielorrusso. O país liderado por Aleksandr Lukashenko, que está no poder desde
1994 — longevidade que lhe vale o epíteto de “o último ditador da Europa” —, é
um sólido aliado da Rússia.
Entre 10 e 20 de fevereiro, a
realização de exercícios militares entre forças russas e bielorrussas
contribuiu fortemente para a escalada da tensão na região. E com razão, já que
no dia depois de terminarem, Moscovo reconheceu a independência das repúblicas
separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk, ao que se seguiu a invasão da
Ucrânia.
A permanência das tropas russas
em território bielorrusso terminadas as manobras militares conjuntas indiciava
o pior. A Bielorrússia deve lutar pela “sua independência” e contra a
“ditadura”, apelou então a líder da oposição Svetlana Tikhanovskaya — tida pelo
Ocidente como a vencedora das presidenciais de 2020 e que vive exilada —,
considerando que a soberania do seu país estava ameaçada pela presença militar
russa.
No próximo domingo, poderá ser
dado mais um passo no crescente domínio de Moscovo sobre Minsk. Os bielorrussos
estão convocados para se pronunciarem num referendo sobre alterações à
Constituição e entre os assuntos em questão está a possibilidade de o Presidente
Lukashenko autorizar a instalação de armas nucleares russas naquela antiga
república soviética.
VENEZUELA
“A Venezuela está com Putin e com
a Rússia, está com as causas corajosas e justas do mundo, e vamo-nos aliar cada
vez mais”, reagiu, de forma inequívoca, Nicolás Maduro, às notícias da invasão
russa da Ucrânia. O Presidente venezuelano acrescentou que a NATO e os Estados
Unidos querem acabar militarmente com a Rússia por estarem “habituados a fazer
o que querem no mundo”.
Na semana passada, quando da
passagem por Caracas do vice-primeiro-ministro russo Yuri Borisov, os dois
países assinaram um acordo de cooperação militar. Maduro defendeu que este
compromisso “confirmou o caminho para uma poderosa cooperação militar entre
Rússia e Venezuela para defender a paz e a soberania”.
As relações entre Moscovo e
Caracas estreitaram-se sobretudo com Hugo Chávez, o antecessor de Maduro que
ocupou o Palácio de Miraflores entre 1999 e 2013. Então, o venezuelano
aproveitou o boom do petróleo, de que a Venezuela é produtora, e
comprou aos russos centenas de milhões de dólares em armamento e equipamentos
militares.
Para a Venezuela, a Rússia é um
mercado que permite contornar o efeito das sanções internacionais decretadas ao
país. Este alinhamento entre os dois países já se fez sentir noutras crises. Em
2008, a
Venezuela foi dos poucos países a reconhecer a independência das regiões da
Abecásia e da Ossétia do Sul, em território da Geórgia.