segunda-feira, 11 de abril de 2022

Poderia uma aliança finlandesa-sueca ser uma alternativa à adesão à OTAN?

#Traduzido em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

A alternativa de Tuomioja para apaziguar o apoio artificialmente fabricado de finlandeses e suecos à adesão à OTAN por meio do compromisso de aliança regional que ele propôs – inclusive por meio do papel potencial dos EUA como terceiro dentro dela – poderia apresentar uma saída “salvadora” desse dilema de segurança se acontecer. Ficaria aquém de cruzar as linhas vermelhas de segurança nacional da Rússia, mas também formalizaria um pouco a influência militar já existente dos EUA sobre seus países.

Os países não pertencentes à OTAN, Finlândia e Suécia, estão se preparando para solicitar a adesão a este bloco militar anti-Rússia em algum momento deste verão, de acordo com um relatório escandaloso do The Times que foi divulgado no fim de semana. Seja crível ou não, essa conversa não é surpreendente, pois houve um forte movimento nessa direção na última década, sobre o qual o autor escreveu mais recentemente no final do ano passado em seu artigo sobre como “ O espectro da 'OTAN sombra' paira pesado Sobre a 'Grande Escandinávia'”. Essa organização liderada pelos EUA já inclui de fato esses dois em suas fileiras, mas sua adesão formal e subsequente inclusão sob o guarda-chuva nuclear da América corre o risco de cruzar mais uma das linhas vermelhas de segurança nacional regional da Rússia, daí a preocupação com esse cenário.

Assim sendo, o Sputnik publicou na segunda-feira um artigo intrigante que merece ser lido por quem tem acompanhado esta edição nos últimos meses. Intitulado “ Aliançados pesos pesados ​​da política externa finlandesa com aSuécia como alternativa à adesão à OTAN ”, o canal informou sobre a recente entrevista do ex-ministro das Relações Exteriores e social-democrata de peso Erkki Tuomioja à mídia local. Este político é também vice-presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros, membro da Comissão de Defesa e líder do grupo de trabalho dos social-democratas sobre questões de defesa, daí a sua descrição como um “peso pesado da política externa finlandesa”. Ele propôs uma aliança finlandesa-sueca como alternativa à adesão à OTAN, sugerindo inclusive que os EUA desempenhem um terceiro papel neste novo bloco.

A ÁGUA DO CUNENE E O COMBUSTÍVEL DA GUERRA

Artur Queiroz*, Luanda

O coronel Artur de Paiva pertenceu ao quadro administrativo e serviu Portugal nas hoje províncias de Benguela, Namibe e Huíla. Em 1886, escreveu um texto importantíssimo sobre a “exploração do rio Cunene”. O principal argumento é muito interessante e pode ser assim resumido: O grande rio do Sul despeja milhões de metros cúbicos de água no mar, sem servirem as populações ribeirinhas.

Como forma de acabar com o “desperdício”, Artur de Paiva propôs a construção de barragens e açudes em todo o curso do rio Cunene para dar de beber às populações e ao gado. Mas também para a agricultura. Na época dizia-se que a Huíla e parte do Huambo podiam ser os celeiros do mundo, caso a água do Cunene não fosse para o mar, sem qualquer préstimo. Repito. Estas ideias foram explanadas por um homem que chegou a “intendente” do quadro administrativo, no ano de 1886. O Presidente João Lourenço, em 2022, 47 anos após a Independência Nacional e 136 depois da publicação do documento de Artur de Paiva, foi ao Cunene inaugurar o canal que leva a água do rio para as populações, animais e pastagens flageladas pelas secas, cada vez mais frequentes. Finalmente, a água que corre na província não se perde no mar, sem qualquer préstimo. 

O aproveitamento da água do Cunene já existe há muito tempo, mas nas províncias do Huambo e Huíla. Chegou a vez da província mais desertificada. Esta inauguração patrocinada pelo Presidente João Lourenço é um momento histórico que devia merecer mais atenção das forças políticas e sobretudo da sociedade civil. Até porque uma organização não-governamental, perita em extorquir fundos, afirmou recentemente que o Executivo mostra ser incapaz de enfrentar o problema da seca no Cunene. Aí está a resposta.  

O canal de Cafu, agora inaugurado, faz parte do Sistema de Transferência de Água do Rio Cunene. Vai servir Ombala yo Mungo, Ndombendola e Namacunde. O Leste e Sul da província ficam com o problema da água resolvido. Isto não é mera rotina. Não é um cortar de fita para a fotografia. É um momento histórico com grande impacto social e económico nas populações. Confesso a minha perplexidade por ver que o acontecimento foi praticamente ignorado nos Media, quanto mais não seja porque se tratou de um investimento milionário. 

MPLA está a trabalhar com intensidade para obter vitória expressiva nas eleições

O secretário do Bureau Político do MPLA para as Relações Internacionais, Manuel Augusto, apresentou o quadro político-eleitoral no país aos cabo-verdianos, quando se dirigia, este domingo (10), na cidade da Praia, aos militantes do PAICV, reunidos no seu XVII Congresso, e partilhou que o seu partido está a traba-lhar, de forma intensa, para vencer as eleições gerais de forma expressiva.

"Angola está a preparar-se para a realização, em Agosto do corrente ano, das eleições gerais, e o MPLA está a trabalhar de forma muito intensa para vencer o pleito de forma expressiva, e assim poder continuar a implementar o seu Programa de Governação, focado no desenvolvimento harmonioso e sustentável do país e na resolução dos problemas do povo angolano”, reza o teor do discurso que o Jornal de Angola teve acesso.

Manuel Augusto entregou uma mensagem do presidente João Lourenço ao homólogo do PAICV, Rui Semedo. Reconheceu entretanto a importância histórica das relações entre os dois partidos e povos, cujos laços "devemos continuar a aprofundar e a fortalecer". Disse que a sua presença no congresso, representa a expressão e um sinal claro da evidência da irmandade e solidariedade que o MPLA tem pelos militantes, amigos e por todo o povo cabo-verdiano. "Transmito, por esta via, os nossos agradecimentos pelo honroso convite que nos formularam para participarmos do XVII Congresso do PAICV, um partido forte e vitorioso, que luta incessantemente por um Cabo Verde unido, democrático e desenvolvido".

O MPLA tem plena consciência dos propósitos fundamentais do PAICV, que reúne, nesse congresso, toda a sua família política, em representação de milhares de militantes e do povo irmão de Cabo Verde, para concluir o processo de renovação de mandatos dos seus órgãos de direcção, bem como aprovar as estratégias para o fortalecimento do partido, tendo em vista os desafios do presente e do futuro, realçou Manuel Augusto.

Assim, tenho a honra, com imensa satisfação e alegria, de transmitir-vos as saudações do camarada presidente João Lourenço, dos militantes, amigos e simpatizantes do MPLA e de todo povo de Angola”, manifestou, em jeito de fratertinidade e solidariedade pelos laços históricos que unem os dois partidos. 

O secretário do Bureau Político do MPLA para as Relações Internacionais, Manuel Augusto, não deixou de frisar o momento ímpar sujeito pela pandemia da Covid-19, que o mundo está à beira de ultrapassar, segundo os últimos cálculos clínicos, apesar de a classe científica estar dividida quanto a isso, como uma situação que obrigou os governos, instituições internacionais e povos, de forma universal, a acolherem medidas restritivas e duras à maneira de vida harmoniosa em sociedade. Neste particular, segundo o teor do discurso do político angolano, o Executivo agiu atempadamente, adoptando e implementando medidas de prevenção, testagem e vacinação da população, o que permitiu uma melhor gestão e controlo da pandemia. "Como é do vosso conhecimento, a crise económica e financeira internacional que também atingiu Angola desde 2014, acrescida ao impacto da Covid-19, abalou de forma abrupta a sua economia e agravou os problemas sociais", pontualizou.

Face à situação, o Governo angolano, no âmbito do seu Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022, respondeu com medidas políticas e económicas de curto, médio e longo prazo, que estão a melhorar o chamado ambiente do "doing business" e as condições objectivas para a diversificação da sua economia, destacou o secretário do Bureau Político do MPLA.

Graças às medidas tomadas, disse, para os próximos tempos, se perspectiva o aumento considerável da produção nacional, com a consequente diminuição das importações, a criação de mais empregos e maior capacidade para a satisfação das necessidades básicas da população.

Manuel Augusto sublinhou que, à par das medidas económicas, o Presidente João Lourenço lidera um amplo programa de reformas, com destaque para "o combate cerrado contra a corrupção, o nepotismo e a impunidade, assim como a reforma da justiça e do direito, bem como a consolidação das liberdades de expressão, de imprensa, de religião e de culto".

Angola | A JUVENTUDE DA PAZ E O VOTO LIBERTADOR

Artur Queiroz*, Luanda

O 4 de Abril é muito mais do que uma data no calendário e os tempos que vivemos estão muito longe da rotina ou da espuma dos dias. Nos símbolos da Pátria Angolana, o 4 de Abril ocupa um lugar de excepcional importância, porque é a data que marca a paz dos bravos, o fim de uma guerra sem quartel e impiedosa, que dilacerou corpos e almas, porque decidimos seguir pelos caminhos da democracia e porque acreditamos na soberania do voto popular.

A paz está em primeiro lugar no elenco de valores que enformam a sociedade e que a todos mobilizam e obrigam. Sem paz, nada faz sentido, mais nenhum valor tem espaço vital para fazer o seu caminho ou ser cultivado pelas comunidades. Hoje os angolanos compreendem que o valor da paz está na base de todos os outros e só em paz podemos construir uma sociedade justa, equilibrada e próspera. 

Hoje vamos a uma aldeia e encontramos escolas, centros de saúde, água potável a correr nas torneiras, energia eléctrica, estradas reparadas, mercados com produtos do campo. Ainda há muito por fazer, é verdade. Mas já muitíssimo foi feito, apesar das agressões estrangeiras, da crise económica, da peste COVID que se atravessou no caminho da recuperação e, já agora, apesar das mentiras e trapaças de uma Oposição sem programa nem outro objectivo que não seja a tomada do poder com ou sem votos, legitimamente ou com rebelião armada como fizeram em 1992, quando foram copiosamente derrotados. 

Sim, Oposição escreve-se mesmo no plural porque a UNITA é a capa de todos eles, mesmo os que se escondem sob o palavreado de uma esquerda inconsequente e colaboracionista, ou projectos separatistas. Todos sabem que só chegam ao poder através de golpes e traições. Legitimamente, pela força do voto popular, somam um terço dos eleitores ou menos. Valem tanto como abstencionistas, votos brancos e nulos. Pouco mais do que nada, porque não compreendem que em democracia, um deputado representa todo o Povo Angolano, desde que esteja ao serviço do regime democrático e de Angola. Mas eles têm donos e gostam de lhes obedecer.

CONTOS POPULARES ANGOLANOS

O Passarínfimo de Asa Curta com Ares de Gigante

Seke La Bindo

Nas colinas do Bailundo havia um passarinho tão pequenino, com asas tão curtas que as outras aves puseram-lhe o nome de Passarínfimo. O seu piar era tão débil que se soprava uma brisa leve, ninguém o ouvia. Voava devagarinho, quase a pairar. As suas penas eram cinzentas mas ele dizia aos amigos que no mundo não havia nada tão colorido. Era mais vaidoso do que a vaidade. Quando podia, enchia o peito de ar e dizia: Eu sou um gigante dos ares!

Um dia o Passarínfimo encontrou o elegante Gafanhoto, verdinho, de longas pernas. Olhou para ele com desprezo, encheu o peito e chilreou debilmente:

- Queres lutar comigo Gafanhoto?

O Gafanhoto estava de barriga cheia, tinha comido muitas folhinhas novas de milho e só lhe apetecia ficar ao sol, gozando o dia. Olhou para o Passarínfimo e disse:

- Não luto contigo porque não quero vencer-te. Tu és tão pequenino que me fica mal vencer tão pequenina criatura.

O Passarínfimo ficou zangadíssimo. Eriçou as penas, abanou as asinhas curtas e voltou a piar baixinho:

- Eu sou um gigante, venço-te num instante! Se não lutas comigo, és o mais medroso dos animais.

O Gafanhoto riu-se do passarinho mas quis dar-lhe uma lição que tinha aprendido com a sua verdíssima mãe:

- Não queiras ser gigante porque não tens asas para isso. Devias ser como o Sumbilili, um pássaro tão generoso que arranca as penas para acalentar os filhos que saem do ovo.

O passarinho vaidoso aproximou-se do Gafanhoto com ar agressivo e pegou-lhe na grande pata traseira. 

- Luta comigo, não sejas cobarde! – Piava o Passarínfimo.

O Gafanhoto deu-lhe um coice que fez desmaiar o Passarínfimo. Ao vê-lo como morto, ficou tão assustado que avisou todos os habitantes da floresta:

- Kaningili tjiwa yuwambuka!

Vieram bandos de passarinhos que abanaram o Passarínfimo e ele acordou. Olhou para os seus salvadores e disse que tinha acabado de derrotar o Gafanhoto. Ninguém o desenganou e cada um foi para o seu ninho.

O Passarínfimo voou então em direcção às terras do Bié. Numa grande lagoa encontrou o Elefante, tomando banho. Poisou no seu dorso e perguntou:

- Queres lutar comigo Elefante? Eu sou um gigante invencível.

- Considero o teu desafio um insulto. Sai das minhas costas e desaparece!

O Passarínfimo levantou voo e ficou a pairar mesmo à frente dos olhos do Elefante, em ar desafio. O verdadeiro gigante levantou a tromba e deu um urro tão forte que o passarinho subiu aos ares vertiginosamente, passando muito além das nuvens. Para voltar ao ninho voou dias e noites sem parar. 

Ele não conhecia um velho ditado do Bailundo: kavili kakatuka ndjamba kakolela k’apanga. Se a Doninha insulta o Elefante é porque confia nas tocas para se esconder!

Angola | QUEM HAVERIA DE SER…???

Kuma | Tribuna de Angola | opinião

A cada viagem o eco de uma nova ofensiva, os compromissos aflitos, a presunção de impunidade, e com a sistemática ausência de consequências, ACJ “Bétinho” e a Oligarquia Déspota da UNITA com a eminência parda ao leme, Lukamba “Miau” Gato, lançam em cruzada os Cipaios alienados que se arrastam na verborreia nauseabunda, preenchendo espaços internos e externos pagos a peso de ouro.

O pensador rejeitado Marcolino Moco, o fugitivo indigente Víctor Hugo Mendes, o insignificante analfaburro Raúl Dinis, o neocolonizador João Soares, a financiadora corrupta Isabel dos Santos, são os elos desafiadores da paciência das autoridades, são membros de um terrorismo latente há muito preparado, ensaiado, pronto para ser implementado pela corja subversiva. 

Começa a notar-se cansaço nos cidadãos, dúvidas nos investidores, as eleições são vitais para a Democracia, exigem tranquilidade, normalidade, segurança, transparência, é um momento que não se compadece com tibiezas, são o desafio de modelos e opções, não são para atestar ou branquear o terrorismo que coloca em causa a integridade e soberania nacionais.

Esta postura permanente e agressiva da UNITA/FPU, que já nem é disfarçada, urge ser escrutinada pela Justiça, as sucessivas prevaricações afrontam o limite da tolerância pública, não se pode insultar, agredir, ameaçar o Presidente da República, não é tolerável que se enxovalhe João Lourenço em público como tem acontecido, os bandidos assumem uma identidade que ninguém desmente, os nefelibatas indigentes já dizem “Nós UNITA”, “Nós ACJ”, e ninguém se demarca da tragédia anunciada.

O Presidente da República é por inerência do cargo e por preceito Constitucional, Supremo Comandante das Forças Armadas, o insulto e acusações são, também, um ataque aos militares que são o garante da Soberania e Integridade Nacional, é um crime que não se pode tolerar mais.

A UNITA transformou-se num albergue de fracassados ressabiados que dada a sua vulnerabilidade, transforma o ego em ódio, estacionam a um passo do terrorismo, e se não forem travados a tempo contaminam tudo à volta, é como uma manga podre entre muitas mangas boas, rapidamente apodrecem todas.

Ler em Tribuna de Angola

Europa nazificada e mundo em perigo 

Jornalismo independente: pilar essencial do Estado de Direito Democrático

António Garcia Pereira* | Diário de Notícias | opinião

O art.º 2º da nossa Constituição consagra que Portugal é "um Estado de Direito Democrático, baseado (...) no pluralismo de expressão (...), no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais".

São assim bases estruturantes da nossa sociedade o pluralismo (assente na igualdade de todos os cidadãos e diferentes correntes de opinião, e nas liberdades de expressão, organização e manifestação) e os direitos fundamentais dos cidadãos, entre os quais os de se informarem e serem informados, terem acesso aos arquivos das entidades públicas e serem devidamente informados dos procedimentos em curso e das suas decisões. Uma sociedade não pode ser verdadeiramente democrática sem acesso a informação correcta e transparente que possibilite aos cidadãos a fiscalização dos Poderes e uma adequada responsabilização dos seus titulares. E para tal, é essencial o exercício pleno da liberdade de imprensa.

Questões relevantes, mais ainda numa época em que (como sucedeu durante a pandemia e agora, com a guerra na Ucrânia) apenas têm direito a serem ouvidas as opiniões coincidentes com as do Poder dominante.

Significa isto que aos tradicionais silêncios ensurdecedores e opacidades das nossas entidades públicas e à dominante lógica empresarial do lucro dos órgãos da Comunicação Social, se foram sucessivamente implantando novas (afinal, velhas) práticas e concepções ideológicas do papel do jornalismo.

Portugal covidado | ESTÁ TUDO BEM? SIM, PARA QUEM CONSEGUE ESCAPAR!

MORTES POR COVI-19 COLOCAM PORTUGAL NO VERMELHO

Subida de 14 para 22 óbitos por milhão de habitantes em 15 dias.

O estado da pandemia de Covid-19 vai agravar-se em Portugal, prevê o Centro Europeu para o Controlo e Prevenção das Doenças (ECDC), que coloca o País no vermelho devido ao aumento do número de mortos. A projeção tem por base dados do último dia 4, quando existiam 14 óbitos por cada um milhão de habitantes.

Segundo o ECDC, o País subiu este domingo para as 20 mortes pelo mesmo número de pessoas. E no próximo domingo o registo deverá subir para 22. Caso esta projeção venha a ser confirmada, não estão criadas as condições para o alívio das medidas de controlo do SARS-CoV-2, como o uso de máscara nos espaços interiores, que estão em vigor até dia 18 e que até lá têm de ser reavaliadas. 

ECDC, que assinalou uma subida dos casos diários, prevê um recuo a curto prazo. Na semana que terminou no dia 3 foram 619 por 100 mil habitantes e na seguinte (que terminou este domingo) o registo aumentou para 669. Já na estimativa de novos diagnósticos até ao próximo domingo o valor desce para 637, de acordo com a previsão do ECDC, elaborada na última quinta-feira. Nesse mesmo dia, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou 22 óbitos devido à Covid-19. Durante este fim de semana não foram divulgados novos dados.

João Saramago | Correio da Manhã

Portugal | QUEM GOVERNA O PORTO?

Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

Em abril de 2021, quando acedi aos documentos do concurso de ideias para a nova ponte do metro junto à Ponte da Arrábida, constatei que a sua localização e cota de amarração no Porto estavam definidas, não podendo os projetistas propor alternativas às mesmas.

Considerei lamentável essa situação questionando aqui: "foram consideradas várias alternativas e escolheu-se esta por ser a mais benéfica? Com base em que critérios? Preço? Incomodidade? Impacto visual?" Coloquei essas questões, associadas ao facto de nunca os órgãos autárquicos terem discutido o assunto, numa Assembleia Municipal desse mês. Respondeu-me a Câmara que a ponte estava prevista para o local há décadas, pelo que não havia questão. O que não é verdade, como na altura tive a oportunidade de demonstrar. Perante o protesto que, conhecidas as propostas vencedoras, se gerou sobre o impacto negativo da amarração da ponte do lado do Porto, Rui Moreira, que tinha estado despreocupado na apresentação do concurso de ideias, foi a um debate promovido pelo JN dizer que, afinal, estava preocupado com a solução. Em fevereiro confrontei-o novamente na Assembleia Municipal. Respondeu-me que "o facto de ter sido escolhida uma altura da ponte mais alta do que aquela que tinha sido prevista anos atrás complica a entrega [amarração da ponte ao Porto]. Essa foi uma decisão do Ministério, não foi nossa."

Ou seja, passado um ano vem dar-me razão: a imposição da cota (e da localização) sobrepôs-se à harmoniosa integração do acesso à ponte do lado do Porto! Reconhecendo implicitamente que, consigo, a Câmara do Porto não manda em matérias da sua competência, acatando as decisões do Governo! O que é igualmente inadmissível!

*Engenheiro

“Martírio político” de Imran Khan desencadeou forças sociopolíticas inimagináveis

# Traduzido em português do Brasil

Andrew Korybko* | One World

PAQUISTÃO -- Nunca antes um movimento político genuinamente de base provou com sucesso que sua própria interpretação de patriotismo, soberania e segurança nacional pode atrair uma gama tão ampla de paquistaneses, apesar de ser diferente da do establishment. O “martírio político” de Imran Khan, portanto, desencadeou forças sócio-políticas verdadeiramente sem precedentes no Paquistão que aparentemente pegaram o establishment desprevenido e podem, assim, levar a negociações sobre um “novo contrato social”.

A mudança de regime orquestrada pelos EUA contra o ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan, que teve sucesso através da manipulação das forças da oposição e da exploração do processo constitucional através do chamado “lawfare”, foi realizada contra ele como punição por sua política externa independente . As estruturas de inteligência militar do país, conhecidas coletivamente como “O Estabelecimento” na linguagem paquistanesa, não intervieram para impedir isso devido às diferenças especulativas de perspectiva entre suas duas escolas primárias de pensamento: pró-EUA e multipolar. Alguns até suspeitam que os adeptos do primeiro mencionado pelo menos “facilitaram passivamente” essa sequência de eventos e podem até ter desempenhado um papel direto em tudo, mas isso é pura especulação até prova em contrário.

Seja como for, não há como negar que a escandalosa expulsão do ex-primeiro-ministro Khan é percebida por muitos paquistaneses como o “martírio político” de um líder verdadeiramente incorrupto e religiosamente piedoso que sinceramente tentou o seu melhor para restaurar o respeito à sua orgulhosa nação. Há também a percepção popular entre muitos de que o estado de direito não foi aplicado de forma imparcial ao longo da mudança de regime contra ele, o que está alimentando a desilusão generalizada com as instituições do país. Para ser absolutamente claro, no entanto, aqueles que se mobilizaram em todo o país contra o que seu ex-líder descreveu como o “governo importado” que acabou de ser imposto a eles pelos EUA não estão protestando contra suas instituições, mas estão se manifestando em apoio à sua integridade.

Esses patriotas respeitam o papel insubstituível que o establishment desempenha na garantia dos interesses existenciais de seu país em meio ao ambiente regional extremamente desafiador em que o Paquistão se encontrou após a independência. Eles também realmente querem ver suas instituições funcionando de forma eficaz, imparcial e sem influências corruptas dentro delas, para não mencionar as estrangeiras que põem em risco sua segurança nacional. O Paquistão fez enormes avanços na melhoria de seu modelo nacional de democracia nos últimos anos, mas tudo obviamente ainda permanece imperfeito, como prova a polarização da recente sequência de eventos. Aqueles que saíram às ruas no domingo à noite foram movidos por seu desejo patriótico de enviar um poderoso apelo ao establishment para salvar o Paquistão.

E O MUNDO TRANSFORMA-SE, APESAR DO MILITARISMO

A realidade do mundo está a mudar e a unipolaridade assente numa mentalidade de subjugação colonial e imperial – em vez de cooperação multilateral com vantagens mútuas – perde terreno a olhos vistos.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

O que era esperado confirma-se, porém a uma velocidade que começa a ser surpreendente. A ordem mundial unipolar nascida há 30 anos com o fim da guerra fria está a esvair-se na sequência da recente agudização da situação criada em 2014 na Ucrânia; com a particularidade insólita de isso acontecer devido ao comportamento errático e até desesperado dos seus principais agentes, neste caso a administração Biden nos Estados Unidos e os actuais dirigentes da União Europeia.

Para quem esteja particularmente atento ao mundo que existe para além da tragédia da Ucrânia, mesmo que em correlação com esta, não há dúvidas de que começa a afirmar-se uma nova ordem internacional, de carácter multipolar, melhor dizendo multilateral, na qual 13% do mundo vai deixar de mandar em 87% e os acontecimentos internacionais não estarão mais à mercê dos interesses, das arbitrariedades, das punições e da extorsão praticadas por um único país com uma série de satélites em órbita.

É o fim da chamada «ordem internacional baseada em regras» – ditadas estas em Washington para se sobreporem ao direito internacional e à Carta das Nações Unidas; e também do globalismo, o sistema de mundialização das actividades do planeta no interesse dos grandes conglomerados económicos, financeiros e tecnológicos que não reconhecem fronteiras e não respeitam o ser humano, transformado cada vez mais num instrumento robotizado e vigiado ao seu serviço.

Esta viragem, já previsível segundo tendências que se vinham afirmando de maneira um pouco dispersa e desintegrada, acelerou-se e organiza-se agora, paradoxalmente, em consequência das próprias respostas dos poderes dominantes à operação militar lançada pela Rússia na Ucrânia. As sanções impostas a Moscovo quase em exclusivo pelos Estados Unidos e a União Europeia têm retornos de que se desconhece ainda a amplitude dos resultados, embora as consequências comecem a notar-se de maneira muito pesada, sobretudo para os estratos mais desfavorecidos das populações; e como a precipitação no lançamento de cada vez mais sanções reflecte uma insanidade e um afã propagandístico próprios de dirigentes desligados da vida real e dos interesses dos seus povos, abundam os sinais de que isto vai correr muito mal para o chamado «mundo ocidental».

Acresce que só agora começaram a definir-se algumas das respostas russas às torrentes de sanções impostas de modo avulso, ditadas em grande parte pelas necessidades de uma asfixiante propaganda de guerra. As acções de Moscovo irão doer no imediato, mas não representam o essencial das transformações que já estão em curso. Essas não envolvem somente a Rússia e irão definir um princípio de realinhamento totalmente novo das relações internacionais e do modo como funcionam. Trata-se de perspectivas a médio e longo prazo que, envolvendo a esmagadora maioria da população mundial, irá deslocar inelutavelmente o fiel da economia e do desenvolvimento do Ocidente para Oriente.

Não estamos perante um conflito de ideologias, um confronto entre «democracia» e «autoritarismo» – conhecemos muito bem como o mundo «civilizado» leva a democracia até aos domínios dos gentios bárbaros – um frente-a-frente entre bons e maus. Nada disso conta, são apenas artifícios para alimentar uma narrativa que pouco tem a ver com a realidade. O problema ocidental, nos Estados Unidos mas, sobretudo, na União Europeia, é a tendência para os dirigentes acreditarem nas próprias versões artificiais que fabricaram para manterem os seus súbditos em estado catatónico.

As realidades irão destruir a ficção, mas não é certo que isso chegue até às populações incautas, as que frequentam apenas os meios de informação corporativos, nos quais se incluem os que se diz terem estatutos «públicos». A historieta ridícula de que as tropas ucranianas expulsaram as russas do cordão em redor de Kiev quando se tratou de uma manobra de guerra que deixa a elite militar ucraniana num cerco sem saída no Leste do país, é um exemplo de como a propaganda espezinha completamente os relatos factuais e o direito de cada cidadão à informação.

A APOSTA DOS EUA NA DESESTABILIZAÇÃO DO PAQUISTÃO

Afinal o Império do Mal são os EUA, sempre a desestabilizar, sempre a invadir as nações cujos povos querem ser independentes, pacíficos e a decidirem o rumo do seu próprio destino e do futuro da sua Nação. 

A intromissão dos EUA ocorre muitas vezes às claras - invadindo, fomentando guerra - mas também imensas vezes através das chamadas primaveras cor-de-rosa e, sobretudo das ações dos serviços das suas agências de inteligência - CIA & Companhia. O império dos EUA já não respeita nada nem ninguém neste planeta que quer que seja só seu. É o que almeja nos padrões da ganância e da exploração por que se rege. Agora é o Paquistão, a Ucrânia para se servir de ataque encapotado à Rússia, assim como a China servindo-se de Taiwan, etc., etc.

Imagem do Dia em AbrilAbril - Texto PG.

HIPOCRISIA E PADRÕES DUPLOS SÃO INEVITÁVEIS NUM MUNDO UNIPOLAR

# Traduzido em português do Brasil

Enquanto a Grã-Bretanha e os Estados Unidos fornecem alegremente armas e logística para ajudar a Arábia Saudita a bombardear algumas das pessoas mais pobres do mundo no Iêmen, ambos estão em guerra com a campanha russa na Ucrânia. Isso levanta muitas questões sobre padrões duplos e hipocrisia.

Quem são os verdadeiros perpetradores dos horrores da guerra neste mundo e quem são os culpados?

Em termos históricos, você não precisa ir muito longe para procurar uma resposta para essa pergunta. Mesmo a história recente deve trazer a resposta à mente imediatamente. Basta mencionar os nomes de certas nações. Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria, por exemplo. No entanto, a ladainha de nomes de nações atacadas, subvertidas, solapadas e com múltiplas fatalidades, principalmente quando se trata dos EUA, é muito longa. O principal deles é, obviamente, o Vietnã.

Mas, apesar da história, apesar do histórico da Grã-Bretanha e dos EUA (colonialismo, escravidão, genocídio), eles consideram uma exigência quase obsessiva que apontem dedos encharcados de sangue em outros lugares. Atualmente esse outro lugar é a Rússia. Mais tarde será a China.

O que geralmente se ouve tanto dos EUA quanto do Reino Unido é que eles exigem a proteção de seus 'interesses nacionais'. Isso talvez seja muito bom, mas às vezes parece que nenhuma outra nação tem direito a isso além deles. Somente eles são permitidos; parece, ter o que eles chamam de 'esferas de influência'. A Rússia está certamente excluída de tal direito. E também a qualquer direito de segurança nacional.

A NOVA DEMOCRACIA E A ABOLIÇÃO DO PATRIARCADO

A neurociência mostra que o ser humano não evoluiu para se autodestruir, mas é induzido pelas sociedades patriarcais. Maturana propõe um reencontro com a cultura matrística, ou seja, com modos de existir não hierárquicos e colaborativos

# Publicado em português do Brasil

Antonio Sales Rios Neto* | Outras Palavras

“Escrevemos frequentemente a palavra Democracia.
No entanto, nunca é demais repetir que essa é uma palavra
cuja essência ainda dorme, imperturbada (…)
É uma palavra notável, cuja história ainda não foi escrita, eu suponho,
porque essa história ainda está para ser interpretada.
Ela é, de certa forma, a irmã caçula de outra palavra notável
e frequentemente usada, Natureza,
cuja história também está à espera de um escritor.”
Walt Whitman

Democracia precisa ser vivida, e não defendida

Este é o primeiro de uma coletânea de textos, contendo ideias encadeadas, que se propõem a oferecer reflexões que possam nos auxiliar na difícil tarefa de investigar as prováveis raízes da impossibilidade de realização, de uma forma mais espontânea, continuada e não violenta, das muitas tentativas de governança democrática já experimentadas pela humanidade. Ao mesmo tempo, o propósito desta coletânea é também buscar uma compreensão ampliada acerca do acelerado e preocupante fenômeno do declínio dos regimes democráticos na contemporaneidade e dos possíveis desdobramentos dessa onda antidemocrática num futuro próximo.

A história já demonstrou que em momentos como o atual, em que os autoritarismos estão recrudescendo e assumindo o modo de fazer e de conduzir a política, a loucura humana sempre agudizou de um modo insuportável e autodestrutivo. Mesmo assim, a humanidade, nas muitas ocasiões em que se viu envolvida nesses momentos de impasse civilizatório, conseguiu desviar-se da rota de autodestruição, reorganizar-se e abrir-se a novas conformações políticas, acolhendo novas experiências democráticas, ainda que sempre muito insuficientes, restritas e limitadas às condicionantes impostas pela cosmovisão hegemônica de cada época histórica.

Estamos, hoje, vivendo a turbulência de mais uma transição de época histórica que, assim como as que ocorreram no passado, é marcada pela sensação de profunda intranquilidade, descontinuidade, desorientação, insegurança e vulnerabilidade diante dos acontecimentos em curso. A visão de mundo tecnoeconomicista predominante na atualidade, que tem no poder do capitalismo de plataforma sua expressão política mais forte, ainda deve prevalecer por algum tempo nesse interregno histórico. Embora alguns analistas políticos estejam inclinados a acreditar que um Estado revigorado, sob os auspícios de uma espécie de iliberalismo high tech, guiará a nossa próxima fase histórica, assim como o liberalismo industrial guiou os últimos 250 anos, há muitos indícios que apontam que não é esta a perspectiva mais provável (e desejável) para a humanidade.

As profundas desigualdades sociais, os desarranjos ambientais em curso e a ebulição sociocultural, que vêm se exacerbando desde o final dos anos 1960, dão alguns sinais de que a cosmovisão que poderá emergir, já nas próximas décadas, tenderá a um novo entendimento de realidade convergente com os aportes teóricos formulados ao longo do século XX. Aprendemos por meio de Thomas Kuhn que, no embate dos paradigmas e das interpretações do mundo, ciência e filosofia sempre caminharam atreladas às cosmovisões, ora influenciando, ora sendo influenciadas. Entre esses aportes mais recentes estão: relatividade (Einstein, 1905), incerteza (Heisenberg, 1927), complementaridade (Bohr, 1928), acaso e necessidade (Monod, 1971), auto-organização (Atlan, 1972), Gaia (Lovelock, 1972); pensamento complexo (Morin, 1973), autopoiese (Maturana e Varela, 1974), neguentropia (Prigogine, 1977), ordem implicada (Bohm, 1980), fractais (Mandelbrot, 1983), caos (Gleick, 1989; Lorenz, 1996), catástrofes (Thom, 1989), lógica fuzzy (Kosko, 1995), dentre outros (esta lista está longe de ser exaustiva). Como bem constatou, por volta dos anos 1990, o Nobel em Química (1977), Ilya Prigogine, “assistimos ao surgimento de uma ciência que não mais se limita a situações simplificadas, idealizadas, mas nos põe diante da complexidade do mundo real”.

A lógica econômica rapinante dos atuais agentes políticos – que existe desde antes de o homem inventar a propriedade privada e o excedente de produção –, e o anacronismo institucional que conduzem à anarquia geopolítica vigente, seja pelo lado do capitalismo liberal crepuscular do Ocidente, seja do lado do capitalismo iliberal ascendente da Ásia, ou ainda do capitalismo subserviente e reprimarizado dos países periféricos espoliados do Sul Global, dada a sua incapacidade de resposta às crescentes convulsões sociais e ambientais globais em curso, cederão, pouco a pouco, espaço para novos atores sociais cuja visão de mundo ampara-se na percepção de que o real está mais associado a atributos fluidos e relacionais, como interdependência, pluralidade, alteridade, diversidade, comunidade e diálogo.

FRANÇA: A BATALHA HISTÓRICA DO POVO CONTRA AS ELITES

# Traduzido em português do Brasil

De acordo com os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais, Emmanuel Macron e a antiglobalista Marine Le Pen disputarão a presidência da França em 24 de abril.

Esse confronto é um choque de dois modelos ideológicos. Macron é um defensor consistente do globalismo, da oligarquia, do grande capital, uma figura apoiada pelos Rothschilds. Isso se manifestou claramente em seu apoio incondicional ao regime criminoso pró-americano de Kiev, bem como à OTAN. A “eminência cinzenta da política externa francesa” Bernard-Henri Levy visitou Odessa e Kiev, encontrando-se com nazistas radicais de grupos proibidos na Federação Russa, apoiando o regime nazista pró-americano. Além disso, Macron defendeu ativamente a introdução de sanções anti-russas, independentemente dos interesses econômicos de seu próprio país.

Seu oponente - Le Pen - é um defensor da soberana França, independente de forças externas e da OTAN. Rejeitando interpretações tendenciosas globalistas do conflito na Ucrânia, ela assumiu uma posição equilibrada de "senso comum", oferecendo-se para entender cada situação específica antes de condenar a Rússia. Ela também enfatizou a culpa da OTAN em fortalecer o confronto entre Rússia e Ucrânia, e seu programa contém uma cláusula sobre a necessidade de a França se retirar do comando militar da OTAN.

 É importante notar que essas eleições, apesar do layout político semelhante dos cartões, são diferentes de 2017, porque Macron fez milhares, senão milhões de inimigos durante esse período. O período de sua presidência é de protestos contínuos contra suas políticas econômicas e migratórias. Na mídia francesa e nas declarações de políticos, o termo “macronismo” parecia até caracterizar o fracassado plano de cinco anos de Macron. “Macronismo” é o neoliberalismo na economia (reforma do Código do Trabalho, recusa em indexar as pensões), catástrofe migratória, falhas na política externa (colapso do império neocolonial na África, deterioração das relações com a Federação Russa, franca humilhação de os anglo-saxões na forma de uma falha do contrato para o fornecimento de submarinos para a Austrália). O caso McKinsey de alto perfil também levantou grandes questões entre a população francesa. escândalo McKinseyGate

Foi revelado que as empresas que Macron atraiu para consultoria de negócios não pagaram impostos, enquanto recebiam dinheiro fabuloso do orçamento do estado do país - 1 bilhão de euros somente em 2021. O foco está na empresa McKinsey, cuja sede está localizada... nos Estados Unidos. Se você analisar cuidadosamente a liderança do partido La République en Marche de Macron, poderá ver várias coincidências surpreendentes - o CEO do partido, Paul Midi, trabalhou para a McKinsey por 8 anos. O que importa no McKinseyGate, no entanto, não é a evasão fiscal, a inação dos servidores públicos diante da existência de tal evasão, ou a corrupção generalizada, mas o fato de que, de fato, as decisões políticas e gerenciais foram formuladas para os servidores públicos franceses por uma empresa de terceirização sediada nos Estados Unidos!

Em 16 de março, o Senado francês divulgou um relatório observando que “os gastos [em serviços de consultoria] dobraram desde 2018, questionando nossa visão do Estado e sua soberania diante das empresas privadas e o uso adequado de nossos fundos públicos .Após quatro meses de investigação e coleta de 7.300 documentos, a comissão de inquérito mostra que seções inteiras de políticas públicas foram transferidas para empresas privadas. Em particular, estamos falando da área da saúde, assim como da infraestrutura e até... da reforma do setor jurídico. “Assim, a utilização de consultores tornou-se um reflexo para o Estado, que às vezes dá a impressão de que “não sabe mais fazer as coisas”, apesar da dedicação de seus próprios atores”. O relatório observa que "os consultores oferecem soluções prontas para os tomadores de decisão".

Resumindo os resultados do plano quinquenal de "macronismo", os especialistas falam em colocar a França sob controle externo.

O resultado do segundo turno não está definido hoje, pesquisas preveem posições muito próximas dos candidatos. Eles vão como iguais. O extremamente popular político conservador Zemmour e o soberano Dupont-Aignan já pediram que Le Pen vote. Para Macron - Pekress, Jadot e vários candidatos que não ultrapassaram a barreira dos 5%. E a própria Pekress não pode ser responsável por todo o Partido Republicano, já que seu colega, a estrela do Partido Republicano, Eric Siotti, anunciou que não votaria em Macron.

A principal intriga das eleições é o político antiglobalista de esquerda Melenchon, que inesperadamente ganhou muitos votos, e é muito popular entre os “coletes amarelos”. Toda a sua campanha foi construída sobre uma crítica feroz ao "macronismo", e embora ele agora diga que não apoia Le Pen, seus apoiadores podem fazer uma escolha diferente, porque Macron é um mal absoluto para eles. Eles definitivamente não vão votar nele.

EXPANSÃO DA NATO VAI CONTINUAR PARA LESTE, QUEREM DOMINAR O MUNDO

STOLTENBERG: A OTAN ESTÁ DESENVOLVENDO PLANOS PARA UMA IMPLANTAÇÃO EM LARGA ESCALA DE FORÇAS NAS FRONTEIRAS ORIENTAIS

# Traduzido em português do Brasil

A liderança da OTAN está desenvolvendo planos para o desdobramento em larga escala de suas forças armadas nas fronteiras orientais da aliança. Esta declaração foi feita pelo secretário-geral da organização Jens Stoltenberg. Segundo ele, a decisão foi tomada no contexto da atividade militar supostamente crescente da Rússia. É relatado por Zvezda.

“O que estamos vendo agora é uma nova realidade, um novo normal para a segurança europeia. Pedimos aos nossos comandantes militares que oferecessem opções para uma redefinição, uma adaptação de longo prazo da OTAN. Espero que os líderes da Otan decidam sobre essa questão na cúpula de Madri em junho”, disse Stoltenberg a uma coluna no The Sunday Telegraph.

Segundo ele, já existem 40 mil soldados no flanco leste da OTAN, o que é dez vezes mais do que alguns meses antes. Ao mesmo tempo, prometeu Stoltenberg, esse contingente crescerá. Depois que a Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia, a liderança da OTAN garantiu repetidamente que não enviaria tropas para a zona de conflito.

Mais cedo, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que a Otan estava prolongando o conflito com a Ucrânia fornecendo armas e, de fato, estava em guerra com a Rússia há muito tempo. Ela observou que, ao fornecer armas adicionais à Ucrânia, a OTAN está levando a um prolongamento do conflito e também apóia a crença de Kiev na impunidade por crimes de guerra e crueldade contra civis no Donbass e em toda a Ucrânia.

Katehon

Mais lidas da semana