sexta-feira, 6 de maio de 2022

PUTIN É UM CRIMINOSO DE GUERRA POR INVADIR A UCRÂNIA?

# Traduzido em português do Brasil

Eric Zuesse* | One World

A Rússia tem (e há anos declarou publicamente) um interesse vital de segurança nacional em impedir que armas nucleares contra a Rússia sejam instaladas na fronteira russa ou perto dela. É verdade em 2022, assim como os Estados Unidos tinham um interesse vital de segurança nacional em impedir que armas nucleares contra os Estados Unidos fossem colocadas a 160 quilômetros da fronteira dos Estados Unidos durante a crise dos mísseis cubanos de 1962. Não foi um pretexto inventado e mentiroso para uma invasão, como as mentiras americanas sobre as "Armas de destruição em massa de Saddam" foram em 2002 e 2003. Isso faz toda a diferença.

Eu quase sempre concordo com o corajoso ex-embaixador do Reino Unido Craig Murray, mas não incluindo  isso dele em 25 de abril :

"Condeno a invasão da Ucrânia e não hesito em chamar Putin de criminoso de guerra. No entanto, precisamente pelas mesmas razões, Bush e Blair [pela invasão do Iraque] também o são. Espanta-me como poucas pessoas na mídia estão preparadas, na atual emergência, para reconhecer isso."

Eis por que eu  não  "reconheço isso":

Quando Bush/Blair invadiu o Iraque em 20 de março de 2003, foi inteiramente baseado nas mentiras deles mesmos e de suas respectivas administrações, e de seus principais meios de comunicação, que estenograficamente transmitiram as mentiras desses políticos ao público, apesar de saber, mesmo na época, que pelo menos  algumas  dessas mentiras ERAM mentiras e ainda assim eles falharam em apontar esse fato crucial para seu público na época ou mesmo depois. (Em vez disso, as falsidades foram meras 'falhas de inteligência' - o que foi/é  outra  mentira, empilhada retrospectivamente em cima da principal.)

Por exemplo:

O presidente dos EUA, George W. Bush, parece ter sido informado, com antecedência, sobre um  artigo do New York Times  (que foi a manchete do jornal no domingo, 8 de setembro de 2002), intitulado  "US DIZ HUSSEIN INTENSIFIES QUEST FOR A-BOMB PARTS" , em que as fontes eram "funcionários da administração" anônimos. A história dizia respeito a "tubos de alumínio" que foram "destinados a servir de invólucro para rotores em centrífugas, que são um meio de produzir urânio altamente enriquecido... para fazer uma bomba atômica, disseram hoje funcionários do governo Bush".

DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA COM SOTAQUE UCRANIANO -- Artur Queiroz


Artur Queiroz*, Luanda

A CNN deu ontem a notícia mais importante desde 24 de Fevereiro. Um prédio no centro da cidade de Dniepre, fundada pelo marechal russo Potemkine, o favorito da czarina Catarina, era a caserna de militares norte-americanos “voluntários”. Para disfarçar, também viviam lá dez famílias de civis. Escudos humanos. Os militares dos EUA e da OTAN (ou NATO) estão na Ucrânia há muito tempo. Estavam a preparar a grande ofensiva contra as repúblicas separatistas. Correu mal. Mas temos de agradecer à CNN Portugal ter denunciado a caserna de tropas estrangeiras num prédio do centro de uma grande cidade ucraniana. Portanto, não é propaganda russa.

Esta parte também não é propaganda de lado nenhum. Factos e nada mais do que os factos. O combatente do 75º Regimento de Reconhecimento Aerotransportado do Exército dos EUA, Manus McCaffery, foi ferido durante a batalha pelo controlo de Orekhov na região de Zaporozhye. Manus deu uma entrevista aos Media livres e contou o que aconteceu: “Estávamos a operar um ‘Javelin’ e o foguete rebentou perto de nós. Ficámos muito feridos”. Os desgraçados foram postos fora de combate por eles próprios.

Manus McCaffery conta mais: “O projétil do Javelin explodiu a 1,5 metros de mim. O meu rosto e parte superior do corpo ficaram cheios de estilhaços” O seu companheiro de infortúnio, Paul Gray, da 101ª Divisão Aerotransportada dos EUA, ficou com feridas na cabeça, no tronco, e a perna esquerda foi arrancada. Ambos eram instrutores nas Forças de Operações Especiais da Ucrânia. Agora são prisioneiros por conta de Biden, seu filho Hunter e seus sócios de negócios. Quem se lixa é sempre o mexilhão.

O senhor primeiro-ministro português, António Costa, garantiu que Portugal vai apoiar financeiramente a Ucrânia “de forma robusta”. Para já, vão 2,2 milhões de euros para o presidente Zelensky injectar nas Máfias de Leste, mas oficialmente a massa é para os refugiados. Grandes negócios. Grandes fortunas. O dinheiro dos portugueses a voar para a guerra do estado terrorista mais perigoso do mundo na Ucrânia! Por isso é que os trabalhadores não têm aumentos salariais e estão sem dinheiro para comer. Exigem ser refugiados ucranianos! Um dia destes nasce a raiva e vai ser bonito para amansá-los.

Rejeitada audição do presidente da Câmara de Setúbal, com voto contra do PS

Portugal

A Câmara de Setúbal terá colocado russos pró-Putin a receber refugiados ucranianos. O presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, pediu "silêncio" enquanto decorre a investigação sobre o acolhimento de refugiados, e com o voto contra do PS, não vai mesmo ser ouvido na Assembleia da República (AR) sobre o acolhimento de refugiados ucranianos. Na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades e Garantias, todos os partidos se mostraram a favor da audição, à exceção do PS, o que levou ao chumbo dos requerimentos.

Além do autarca, também a audição do responsável pelo Sistema de Informações da República Portuguesa, da Embaixadora ucraniana em Portugal e do SEF foram chumbadas. Por outro lado, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e o ministro da Administra Interna, José Luís Carneiro, vão ser ouvidos no Parlamento sobre o acolhimento de refugiados.

No debate, o deputado do PS, Pedro Delgado Alves, explicou que o presidente de câmara "responde perante a Assembleia Municipal", pelo que é necessário "respeitar o poder autárquico" e as questões institucionais.

"Parece nos que as questões que devem ser dirigidas à câmara e ao seu presidente tem que ser dirigidas ao seu local de fiscalização politica, que é a Assembleia Municipal", sustenta.

Portugal | Preço dos alimentos recuou em abril mas ainda está 30% acima de 2021

Preços dos óleos vegetais e do milho caíram em abril, levando a um recuo global. Mas, ainda assim, o preço dos bens alimentares está bem acima de 2021, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação

O preço dos alimentos recuou 0,8% em abril, acompanhando a descida nos óleos vegetais e no milho, mas é 30% acima do verificado em 2021, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

Em abril, o índice de preços dos alimentos da FAO fixou-se assim em 158,4 pontos, uma descida de 0,8% em comparação com o mês anterior.

Contudo, o valor permanece aproximadamente 30% superior ao registado em igual período do ano anterior.

“Este pequeno declínio no índice é um alívio bem-vindo, sobretudo, para os países com baixos rendimentos e défice alimentar”, considerou o economista-chefe da FAO, Máximo Torero Cullen, citado pela agência EFE.

A evolução é justificada pela diminuição do valor dos óleos vegetais (5,7%).

Portugal | COMO A PSP ENTROU A MATAR NO 1º DE MAIO DE 1982

Há 40 anos, agentes da PSP dispararam munições de guerra indiscriminadamente e à queima-roupa contra a população do Porto. Mataram dois jovens trabalhadores e feriram dezenas de pessoas horas antes da manifestação do 1º de Maio. Nunca se fez justiça.

Miguel Pérez Suárez* | Setenta e Quatro

Na madrugada de 30 de abril de 1982, a tentativa da CGTP de instalar palcos na Avenida dos Aliados, no Porto, para a celebração do Dia do Trabalhador deu azo à mais brutal intervenção policial nas ruas do país depois do 25 de Abril de 1974. Dois trabalhadores foram mortos, dezenas de outros foram baleados e outros tantos ficaram com diversos ferimentos.

Segundo dados coligidos no Livro Branco sobre a madrugada sangrenta 1º de Maio 82 - Porto, a atuação policial careceu de qualquer provocação séria. A intervenção da polícia deixou no terreno, depois de mais de duas horas de cargas policiais sucessivas que se estenderam a várias áreas do Porto, pelo menos seis dezenas de feridos atendidos em hospitais, nove dos quais com ferimentos de bala e duas vítimas mortais. Pedro Manuel Sarmento Vieira, operário têxtil de 24 anos e o menor Mário Emílio Pereira Gonçalves, de 17 anos, foram assassinados. O primeiro foi atingido nas costas, o segundo na cabeça.

A origem dos confrontos está na pretensão da UGT de comemorar o 1º de Maio na baixa portuense, no mesmo local onde, desde maio de 1974, a CGTP comemorava o Dia do Trabalhador, num contexto de grande tensão social e confronto entre as duas centrais sindicais.

A 12 de fevereiro desse ano, a CGTP convocara uma bem sucedida greve geral que fora duramente reprimida e boicotada pela UGT. Houve duros confrontos entre elementos das duas centrais sindicais, como foi o caso na Carris de Lisboa. Além das rivalidades passadas, as rixas foram motivadas por elementos da Comissão Executiva da UGT protegerem a saída de autocarros conduzidos por fura-greves.

Ao mesmo tempo, o discurso da coligação de direita Aliança Democrática (PSD, CDS e PPM), liderada por Francisco Pinto Balsemão, era duríssimo. O governo e o ministro da Administração Interna, Ângelo Correia, referiam-se à convocatória da Inter como “insurreição dos pregos” juntando CGTP, PCP e a organização terrorista FP-25, criminalizando assim o movimento sindical.

PARADIGMA VITAL

Martinho Júnior, Luanda 

A RÚSSIA COMEÇOU A ASSUMIR A SUA IIª GRANDE GUERRA PÁTRIA.

A partir da luta de libertação na Ucrânia, enquanto a hegemonia unipolar persiste na aplicação de suas bárbaras regras, todo o Sul Global passa a estar, ao abrigo da Carta da ONU, legitimado numa luta de libertação pela emergência, pela multilateralidade, por um relacionamento internacional saudável, pela democracia e pela paz!

A multilateralidade é, nesses termos um paradigma vital, na busca que se abre à Iniciativa de Segurança Global!

No campo da hegemonia unipolar, as contradições internas vão-se inexoravelmente desencadear, por que em pleno século XXI é impossível manter a barbaridade feudal neofascista e neonazi!

Zelensky supervisiona ações de assassinato, sequestro e tortura da oposição política

“Um traidor a menos”: Zelensky supervisiona campanha de assassinato, sequestro e tortura da oposição política

#Traduzido em português do Brasil 

Max Blumenthal & Esha Krishnaswamy | The Grayzone

Enquanto afirma defender a democracia, o ucraniano Volodymyr Zelensky proibiu sua oposição, ordenou a prisão de seus rivais e presidiu o desaparecimento e assassinato de dissidentes em todo o país.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky enquadrou a guerra de seu país contra a Rússia como uma batalha pela própria democracia. Em um discurso cuidadosamente coreografado ao Congresso dos EUA em 16 de março, Zelensky declarou : “Neste momento, o destino de nosso país está sendo decidido. O destino de nosso povo, se os ucranianos serão livres, se serão capazes de preservar sua democracia”.

A mídia corporativa dos EUA respondeu cobrindo Zelensky com uma imprensa bajuladora, conduzindo uma campanha por sua indicação ao Prêmio Nobel da Paz e inspirando um extravagante tributo musical a si mesmo e aos militares ucranianos durante a cerimônia de premiação do Grammy de 2022 em 3 de abril.

A mídia ocidental olhou para o outro lado, no entanto, quando Zelensky e altos funcionários de seu governo sancionaram uma campanha de sequestro, tortura e assassinato de legisladores ucranianos locais acusados ​​de colaborar com a Rússia. Vários prefeitos e outras autoridades ucranianas foram mortos desde o início da guerra, muitos supostamente por agentes do Estado ucraniano depois de se envolverem em negociações de desescalada com a Rússia.

“Há um traidor a menos na Ucrânia”, afirmou o assessor do Ministério de Assuntos Internos, Anton Geraschenko, em apoio ao assassinato de um prefeito ucraniano acusado de colaborar com a Rússia.

Zelensky explorou ainda mais a atmosfera de guerra para proibir uma série de partidos da oposição e ordenar a prisão de seus principais rivais. Seus decretos autoritários desencadearam o desaparecimento, tortura e até assassinato de uma série de ativistas de direitos humanos, organizadores comunistas e de esquerda, jornalistas e funcionários do governo acusados ​​de simpatias “pró-Rússia”.

Os serviços de segurança ucranianos da SBU serviram como braço de execução da campanha de repressão oficialmente autorizada. Com treinamento da CIA e estreita coordenação com os paramilitares neonazistas da Ucrânia apoiados pelo Estado, o SBU passou as últimas semanas enchendo seu vasto arquipélago de masmorras de tortura com dissidentes políticos.

No campo de batalha, enquanto isso, os militares ucranianos se envolveram em uma série de atrocidades contra tropas russas capturadas e exibiram orgulhosamente seus atos sádicos nas mídias sociais. Também aqui, os perpetradores de violações dos direitos humanos parecem ter recebido a aprovação dos altos escalões da liderança ucraniana.

Enquanto Zelensky fala palavrões sobre a defesa da democracia perante o público ocidental, ele está usando a guerra como um teatro para decretar um expurgo ensanguentado de rivais políticos, dissidentes e críticos.

“A guerra está sendo usada para sequestrar, prender e até matar membros daoposição que se expressam críticos ao governo”, comentou um ativista de esquerda espancado e perseguido pelos serviços de segurança da Ucrânia. abril. “Todos devemos temer por nossa liberdade e nossas vidas.”

MACEDO & ADALBERTO ASSOCIAÇÃO DE MALFEITORES -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A União Europeia comemorou o Dia da Liberdade de Imprensa impondo a censura a mais três canais de audiovisual russos. Úrsula von der Leyen usou mesmo a palavra “banidos”, porque veiculam propaganda da Federação Russa. Se o argumento fosse válido, neste momento todos os Media ocidentais, sem excepção, estavam silenciados porque emitem propaganda dos EUA e da OTAN (ou NATO) dia e noite, sem paragens e repetindo as mesmas peças de propaganda até à náusea. 

Já ninguém se lembra mas isto da propaganda de guerra começou com a “Operação Tempestade no Deserto” para a destruição do Iraque e o roubo do seu petróleo. Os jornalistas ocidentais estavam “embebidos” nas unidades militares dos EUA e os recrutas mediáticos repetiam o que lhes mandavam dizer e mostrar. O governo português, chefiado por Durão Barroso, alinhou alegremente na guerra que visou desencadear no Iraque “medo e pavor”. 

O primeiro-ministro de Lisboa, que agora é banqueiro e defeca notas de mil, disse aos portugueses que viu as provas da existência de armas de destruição maciça no Iraque. Um rapazola espertalhaço, o defunto Artur Albarran, foi um dos “embebidos” no comando da “Operação Tempestade no Deserto”. Mais tarde apareceu como sócio de Frank Carlucci, chefe da CIA.  

Outro rapazola, José Rodrigues dos Santos, mais tarde também se deixou embeber nas tropas invasoras e destruidoras do Iraque. Concluído o frete, foi promovido a escritor, daqueles que alinham as palavras por alturas, como na tropa. Uma espécie de Agualusa mas que já aprendeu a dizer gramática. Coitado do Agualusa! Sobre a liberdade de imprensa deles, estamos conversados. Coitado do Jornalismo que morreu de morte matada no massacre mediático da Ucrânia.

EUA e UE sacrificam a Ucrânia para 'enfraquecer a Rússia': fmr. conselheiro da OTAN

#Traduzido em português do Brasil

Aaron Mate | The Grayzone

O ex-oficial de inteligência suíço e conselheiro da OTAN Jacques Baud sobre as raízes da guerra Ucrânia-Rússia e seus perigos crescentes.

À medida que a guerra Rússia-Ucrânia entra em uma nova fase, o ex-oficial de inteligência suíço, alto funcionário das Nações Unidas e conselheiro da OTAN Jacques Baud analisa o conflito e argumenta que os EUA e seus aliados estão explorando a Ucrânia em uma campanha de longa data para sangrar seu vizinho russo.

Convidado : Jacques Baud. Ex-oficial de inteligência do Serviço de Inteligência Estratégica da Suíça, que atuou em vários cargos de segurança e consultoria sênior na OTAN, nas Nações Unidas e nas forças armadas suíças.

ENTREVISTA

AARON MATÉ:   Bem-vindo ao Pushback. Eu sou Aaron Mate. Juntando-se a mim está Jacques Baud. Ele atuou em vários cargos seniores de segurança e consultoria na OTAN, na ONU e nas forças armadas suíças. Ele também é ex-oficial de inteligência estratégica do Serviço Suíço de Inteligência Estratégica. Jacques, obrigado por se juntar a mim.

JACQUES BAUD:   Agradeço o convite.

AARON MATÉ:   Deixe-me começar pedindo que você fale mais sobre sua formação e como ela contribuiu para sua visibilidade da crise na Ucrânia.

JAQUES BAUD:  Bem, como você acabou de dizer, sou um oficial de inteligência estratégica. Eu costumava estar no comando das forças do Pacto de Varsóvia em estratégia... isso foi durante a Guerra Fria, mas ainda assim, tenho uma boa visibilidade do que está acontecendo no Leste Europeu. Eu costumava falar e ler russo também, então isso me dá acesso a alguns documentos. E recentemente fui destacado para a OTAN como chefe da luta contra a proliferação de armas pequenas. E nessa qualidade, estive envolvido em vários projetos de 2014 em diante com a OTAN na Ucrânia. E assim, eu conheço o contexto muito bem. Eu também estava monitorando o possível influxo de pequenos armamentos no Donbas em 2014. E eu também trabalhei – porque em minha missão anterior na ONU, eu costumava trabalhar na restauração de forças blindadas, então quando as forças armadas ucranianas problemas com questões pessoais, com suicídio, com todo esse tipo de coisa que você teve em 2014, também problemas no recrutamento de militares – me pediram para participar do lado da OTAN em vários projetos de restauração das forças armadas ucranianas. E isso é um pouco, em poucas palavras, minha formação em relação a essa área.

A GUERRA E A HECATOMBE A LESTE, A LENTA DERROCADA DA UE A OCIDENTE

Operação de salvamento em Mariupol está em curso, diz a Ucrânia. ONU indica que já foram resgatados quase 500 civis

Está a decorrer esta sexta-feira uma nova operação para resgatar civis de Azovstal, na cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia. O Ministério da Defesa britânico diz, no entanto, que continuam os ataques das forças russas à fábrica siderúrgica.

Amnistia Internacional diz que tropas russas cometeram crimes de guerra

A Amnistia Internacional divulgou esta sexta-feira um relatório, com os resultados de uma investigação no terreno, em que defende que as forças russas têm de enfrentar a justiça por crimes de guerra cometidos nas regiões noroeste da Ucrânia.

O documento "'He´s not coming back': War Crimes in Northwet Areas of Kyiv Oblast" ("'Ele não vai regressar': Crimes de Guerra no Noroeste da Província de Kiev" reporta os resultados da investigação que segundo a organização de defesa de direitos humanos com sede em Londres indica que foram cometidos crimes de guerra em solo ucraniano pelas forças russas.

Os testemunhos de dezenas de pessoas e a recolha de provas referem-se a bombardeamentos totalmente ilegais contra civis em Borodyanka e execuções sumárias nas cidades de Bucha, Andriivka, Zdyzhivka e Vorzel.

A delegação da Amnistia Internacional (AI) esteve na região nos últimos dias, onde registou os testemunhos dos sobreviventes e familiares das vítimas assim como manteve contactos com elementos da Administração ucraniana.

"O padrão dos crimes cometidos pelas forças da Rússia que nós documentamos incluem ataques ilegais e a matança intencional de civis", disse a secretária-geral da AI, Agnès Callamard.

"Mantivemos encontros com as famílias cujos membros foram assassinados em horríveis ataques ou cujas vidas mudaram para sempre por causa da invasão da Rússia. Nós apoiamos os pedidos de justiça dessas pessoas e apelamos às autoridades ucranianas, ao Tribunal Penal Internacional e outras instâncias para que as provas sejam mantidas para que possam apoiar futuras queixas por crimes de guerra", disse Callamard.

"É fundamental que todos os responsáveis, incluindo a cadeia de comando seja levada à justiça", disse ainda a secretária-geral da organização.

Leia mais aqui

Rússia afirma que mísseis destruíram um grande depósito de munições na cidade ucraniana de Kramatorsk

O Ministério da Defesa da Rússia fez saber, esta sexta-feira, que mísseis russos destruíram um grande depósito de munições na cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, segundo a Reuters.

As autoridades russas indicam que as defesas aéreas russas derrubaram dois aviões de guerra ucranianos: Su-25 e um MiG-29, na região leste de Lugansk.

Alemanha vai enviar obuses autopropulsados ​​para a Ucrânia

A Alemanha vai enviar sete obuses autopropulsados ​​para a Ucrânia, anunciou, esta sexta-feira, o Ministério da Defesa alemão, aumentando, assim, as entregas de armamento pesado para ajudar Kiev no combate às forças russas.

Não foram divulgadas datas de entrega deste material militar.

Na próxima semana, os soldados ucranianos devem começar a treinar na Alemanha o manuseamento destes obuses.

AFP

Operação de salvamento em Mariupol está em curso, diz a Ucrânia. Já foram resgatados quase 500 civis

O chefe da equipa presidencial ucraniano, Andriy Yermak, confirma uma nova operação para resgatar civis no complexo siderúrgico Azovstal, segundo a Reuters.

A nova operação de "resgate do nosso povo de Azovstal está em curso, atualmente". "Informações sobre os resultados serão fornecidas posteriormente", acrescentou Yermak.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, indicou que já foram resgatados quase 500 civis do complexo industrial, de Mariupol e dos arredores da cidade portuária.

Forças russas continuam a atacar Azovstal, diz Reino Unido

O Ministério da Defesa britânico informa. esta sexta-feira, que continuam os ataques das forças russas à fábrica siderúrgica, apesar da promessa da Rússia de um cessar-fogo até sábado para retirar civis de Azovstal.

No mais recente relatório sobre a situação no terreno, os serviços de informações do Ministério da defesa do Reino Unido indicam que "continuam o ataque terrestre das forças russas" no complexo industrial de Mariupol.

Está prevista nova operação humanitária em Mariupol para retirar civis do "inferno sombrio"

Prevê-se para esta sexta-feira uma nova operação humanitária em Mariupol para retirar civis do "inferno sombrio" da fábrica siderúrgica da cidade, onde se mantém os combatentes ucranianos que resistem contra as forças russas.

A Rússia anunciou um cessar-fogo de três dias, de quinta-feira até sábado, mas um comandante ucraniano disse que ainda há combates intensos no extenso complexo de Azovstal, onde centenas de soldados e civis estão escondidos há semanas.

Dez semanas depois de uma guerra que matou milhares, destruiu cidades deslocou mais de 13 milhões de pessoas, a Rússia concentrou os seus esforços no leste e no sul da Ucrânia, e pretendde assumir o controlo total da agora arrasada Mariupol seria uma grande vitória para Moscovo.

Os veículos da operação humanitária devem chegar esta manhã, "esperançosamente, para receber os civis que permanecem naquele inferno sombrio", disse o chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, numa conferência de doadores da Ucrânia em Varsóvia na quinta-feira.

O autarca de Mariupol estima que cerca de 200 civis permanecem retidos nos túneis subterrâneos da fábrica.

AFP

Susete Henriques | Diário de Notícias | imegem: © EPA/OLEG PETRASYUK

EUA | A ilegalização do aborto e as cabeças das mulheres no cepo da Justiça

Aborto ilegal: vitória republicana tornada trunfo eleitoral democrata

A eventual revogação da Roe v. Wade galvaniza os eleitores, mas os conservadores preferem falar da inflação, imigração ou crime para reconquistar a maioria no Congresso e travar Joe Biden.

A revogação da decisão Roe v. Wade, que em 1973 legalizou o aborto nos EUA, será uma vitória para os republicanos mais conservadores. Mas a seis meses das eleições intercalares, não há motivo para grandes festejos dentro do Partido Republicano, já que o tema promete mobilizar os democratas e o seu eleitorado - sondagens mostram que 58% dos norte-americanos defendem que a interrupção voluntária da gravidez devia ser legal.

A decisão do Supremo Tribunal sobre a lei que ilegalizava o aborto a partir das 15 semanas no Mississípi (e que podia ter repercussão nacional) era esperada em junho ou julho. Mas uma fuga de informação, que levou à divulgação do rascunho da justificação de voto da maioria de cinco dos nove juízes para a revogação da Roe v. Wade (que não é final nem garantida), antecipou o debate. E numa altura em que estão a começar as primárias para escolher os candidatos ao Congresso - na Câmara dos Representantes todos os 435 lugares estão em jogo e no Senado só um terço dos 100 será renovado - e a governadores (36 dos 50 vão a votos).

O presidente norte-americano, Joe Biden, apressou-se a lembrar que é pró-escolha (sendo católico, chegou até a ser ameaçado por alguns bispos dos EUA com a proibição de comungar) e a apelar aos eleitores para que votem nos democratas em novembro - e o tema promete ser recorrente até às eleições. Já os republicanos, optaram por focar-se nas críticas à histórica fuga de informação, que será investigada pelo Supremo Tribunal.

NATO aponta para maior presença em redor da Suécia caso candidatura avance

"Temos que nos lembrar que, durante o eventual processo de adesão à NATO, há um forte compromisso político da organização para apoiar a segurança da Suécia", disse Jens Stoltenberg.

A candidatura da Suécia à NATO poderá levar ao reforço da presença da Aliança Atlântica no mar Báltico e em redor do país escandinavo, referiu quinta-feira o secretário-geral da organização de defesa coletiva, Jens Stoltenberg.

"Temos que nos lembrar que, durante o eventual processo de adesão à NATO, há um forte compromisso político da organização para apoiar a segurança da Suécia", salientou o responsável da Aliança Atlântica em entrevista à televisão sueca SVT.

Jens Stoltenberg explicou que existem várias formas de concretizar esse apoio, inclusive o aumento da presença da NATO e das suas forças nas regiões ao redor da Suécia e no Báltico.

A invasão russa da Ucrânia levou a uma viragem histórica que colocam a Suécia e a Finlândia em importantes discussões internas e externas, tendo em vista à entrada da organização de defesa coletiva.

Uma das questões mais faladas diz respeito à proteção de que os dois países nórdicos poderão beneficiar durante o período de adesão, que pode durar vários meses devido ao necessário acordo de cada um dos 30 membros da NATO.

Apenas os membros da Aliança Atlântica estão protegidos ao abrigo do famoso Artigo 5.º de Defesa Mútua da organização.

Estocolmo e Helsínquia estão atualmente a discutir com vários países, influentes dentro da NATO, para assegurar "garantias", enquanto a Rússia ameaça com "consequências" caso estes países se candidatem à organização.

A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, referiu hoje que está em discussões sobre este assunto com os Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido, ao mesmo tempo que sublinhou que a adesão mais rápida possível era "a melhor garantia possível".

Já a ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Ann Linde, assegurou esta terça-feira, durante uma visita aos EUA e Canadá, que Washington está preparado para dar "diferentes tipos de garantias de segurança" durante o processo de adesão.

À agência France-Presse (AFP), um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca mostrou "confiança" em encontrar soluções para esta situação.

"As nossas Forças Armadas trabalham juntas há anos. Estamos confiantes que podemos resolver quaisquer preocupações que um país possa ter durante o período entre a sua candidatura e a sua adesão formal à Aliança", realçou o responsável.

A Suécia anunciou esta semana um exercício militar, com a duração de um mês, na ilha de Gotland, estrategicamente localizada no centro do mar Báltico.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

TSF | Lusa | Imagem: AFP

Mais lidas da semana