Está a decorrer esta sexta-feira
uma nova operação para resgatar civis de Azovstal, na cidade portuária de
Mariupol, no sul da Ucrânia. O Ministério da Defesa britânico diz, no entanto,
que continuam os ataques das forças russas à fábrica siderúrgica.
Amnistia Internacional diz que
tropas russas cometeram crimes de guerra
A Amnistia Internacional divulgou
esta sexta-feira um relatório, com os resultados de uma investigação no
terreno, em que defende que as forças russas têm de enfrentar a justiça por
crimes de guerra cometidos nas regiões noroeste da Ucrânia.
O documento "'He´s not coming back': War Crimes in
Northwet Areas of Kyiv Oblast" ("'Ele não vai regressar': Crimes de
Guerra no Noroeste da Província de Kiev" reporta os resultados da
investigação que segundo a organização de defesa de direitos humanos com sede
em Londres indica que foram cometidos crimes de guerra em solo ucraniano pelas
forças russas.
Os testemunhos de dezenas de
pessoas e a recolha de provas referem-se a bombardeamentos totalmente ilegais
contra civis em Borodyanka e execuções sumárias nas cidades de Bucha,
Andriivka, Zdyzhivka e Vorzel.
A delegação da Amnistia
Internacional (AI) esteve na região nos últimos dias, onde registou os
testemunhos dos sobreviventes e familiares das vítimas assim como manteve
contactos com elementos da Administração ucraniana.
"O padrão dos crimes
cometidos pelas forças da Rússia que nós documentamos incluem ataques ilegais e
a matança intencional de civis", disse a secretária-geral da AI, Agnès
Callamard.
"Mantivemos encontros com as
famílias cujos membros foram assassinados em horríveis ataques ou cujas vidas
mudaram para sempre por causa da invasão da Rússia. Nós apoiamos os pedidos de
justiça dessas pessoas e apelamos às autoridades ucranianas, ao Tribunal Penal
Internacional e outras instâncias para que as provas sejam mantidas para que
possam apoiar futuras queixas por crimes de guerra", disse Callamard.
"É fundamental que todos os
responsáveis, incluindo a cadeia de comando seja levada à justiça", disse
ainda a secretária-geral da organização.
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Rússia afirma que mísseis
destruíram um grande depósito de munições na cidade ucraniana de Kramatorsk
O Ministério da Defesa da Rússia
fez saber, esta sexta-feira, que mísseis russos destruíram um grande depósito
de munições na cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, segundo a Reuters.
As autoridades russas indicam que
as defesas aéreas russas derrubaram dois aviões de guerra ucranianos: Su-25 e
um MiG-29, na região leste de Lugansk.
Alemanha vai enviar obuses
autopropulsados para a Ucrânia
A Alemanha vai enviar sete obuses
autopropulsados para a Ucrânia, anunciou, esta
sexta-feira, o Ministério da Defesa alemão, aumentando, assim, as entregas de
armamento pesado para ajudar Kiev no combate às forças russas.
Não foram divulgadas datas de entrega
deste material militar.
Na próxima semana, os soldados
ucranianos devem começar a treinar na Alemanha o manuseamento destes obuses.
AFP
Operação de salvamento em
Mariupol está em curso, diz a Ucrânia. Já foram resgatados quase 500 civis
O chefe da equipa presidencial
ucraniano, Andriy Yermak, confirma uma nova operação para resgatar civis no
complexo siderúrgico Azovstal, segundo a Reuters.
A nova operação de "resgate
do nosso povo de Azovstal está em curso, atualmente". "Informações
sobre os resultados serão fornecidas posteriormente", acrescentou Yermak.
O secretário-geral da ONU,
António Guterres, indicou que já foram resgatados quase 500 civis do complexo
industrial, de Mariupol e dos arredores da cidade portuária.
Forças russas continuam a atacar
Azovstal, diz Reino Unido
O Ministério da Defesa britânico
informa. esta sexta-feira, que continuam os ataques das forças russas à fábrica
siderúrgica, apesar da promessa da Rússia de um cessar-fogo até sábado para
retirar civis de Azovstal.
No mais recente relatório sobre a
situação no terreno, os serviços de informações do Ministério da defesa do
Reino Unido indicam que "continuam o ataque terrestre das forças
russas" no complexo industrial de Mariupol.
Está prevista nova operação
humanitária em Mariupol para retirar civis do "inferno sombrio"
Prevê-se para esta sexta-feira
uma nova operação humanitária em Mariupol para retirar civis do "inferno
sombrio" da fábrica siderúrgica da cidade, onde se mantém os combatentes
ucranianos que resistem contra as forças russas.
A Rússia anunciou um cessar-fogo
de três dias, de quinta-feira até sábado, mas um comandante ucraniano disse que
ainda há combates intensos no extenso complexo de Azovstal, onde centenas de
soldados e civis estão escondidos há semanas.
Dez semanas depois de uma guerra
que matou milhares, destruiu cidades deslocou mais de 13 milhões de pessoas, a
Rússia concentrou os seus esforços no leste e no sul da Ucrânia, e pretendde
assumir o controlo total da agora arrasada Mariupol seria uma grande vitória
para Moscovo.
Os veículos da operação
humanitária devem chegar esta manhã, "esperançosamente, para receber os
civis que permanecem naquele inferno sombrio", disse o chefe humanitário
da ONU, Martin Griffiths, numa conferência de doadores da Ucrânia em Varsóvia
na quinta-feira.
O autarca de Mariupol estima que
cerca de 200 civis permanecem retidos nos túneis subterrâneos da fábrica.
AFP
Susete Henriques | Diário de Notícias
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