"Temos que nos lembrar que, durante o eventual processo de adesão à NATO, há um forte compromisso político da organização para apoiar a segurança da Suécia", disse Jens Stoltenberg.
A candidatura da Suécia à NATO poderá levar ao reforço da presença da Aliança Atlântica no mar Báltico e em redor do país escandinavo, referiu quinta-feira o secretário-geral da organização de defesa coletiva, Jens Stoltenberg.
"Temos que nos lembrar que, durante o eventual processo de adesão à NATO, há um forte compromisso político da organização para apoiar a segurança da Suécia", salientou o responsável da Aliança Atlântica em entrevista à televisão sueca SVT.
Jens Stoltenberg explicou que existem várias formas de concretizar esse apoio, inclusive o aumento da presença da NATO e das suas forças nas regiões ao redor da Suécia e no Báltico.
A invasão russa da Ucrânia levou a uma viragem histórica que colocam a Suécia e a Finlândia em importantes discussões internas e externas, tendo em vista à entrada da organização de defesa coletiva.
Uma das questões mais faladas diz respeito à proteção de que os dois países nórdicos poderão beneficiar durante o período de adesão, que pode durar vários meses devido ao necessário acordo de cada um dos 30 membros da NATO.
Apenas os membros da Aliança Atlântica estão protegidos ao abrigo do famoso Artigo 5.º de Defesa Mútua da organização.
Estocolmo e Helsínquia estão atualmente a discutir com vários países, influentes dentro da NATO, para assegurar "garantias", enquanto a Rússia ameaça com "consequências" caso estes países se candidatem à organização.
A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, referiu hoje que está em discussões sobre este assunto com os Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido, ao mesmo tempo que sublinhou que a adesão mais rápida possível era "a melhor garantia possível".
Já a ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Ann Linde, assegurou esta terça-feira, durante uma visita aos EUA e Canadá, que Washington está preparado para dar "diferentes tipos de garantias de segurança" durante o processo de adesão.
À agência France-Presse (AFP), um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca mostrou "confiança" em encontrar soluções para esta situação.
"As nossas Forças Armadas trabalham juntas há anos. Estamos confiantes que podemos resolver quaisquer preocupações que um país possa ter durante o período entre a sua candidatura e a sua adesão formal à Aliança", realçou o responsável.
A Suécia anunciou esta semana um exercício militar, com a duração de um mês, na ilha de Gotland, estrategicamente localizada no centro do mar Báltico.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
TSF | Lusa | Imagem: AFP
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