terça-feira, 24 de maio de 2022

DUDA ROGÉRIO E A BEBEDEIRA BELICISTA – Artur Queiroz

Rogério Alves na CNN
 Artur Queiroz*, Luanda

Os portugueses são quase todos ucranianos. E a situação na Ucrânia ameaça não deixar pedra sobre pedra em Portugal. A peste chegou aos advogados com uma violência inusitada. Para evitar mal-entendidos declaro que tenho grandes amigas e amigos advogados, juristas, professores de Direito. O meu irmão Luís e a minha filha Beatriz são advogados. António Macedo foi o advogado de Agostinho Neto nos tribunais da PIDE. Abranches Ferrão foi um antifascista corajoso e inabalável. Mário Brochado Coelho, meu saudoso amigo, defendeu o padre Joaquim Pinto de Andrade e estudantes angolanos ante os juízes da PIDE que estão de novo na ribalta. A todas e todos faço uma vénia de respeito e consideração.

Este país, marcado no passado por advogados antifascistas, lutadores indomáveis pela liberdade e a democracia, acaba de ser abandalhado, desonrado, atirado para a lixeira mediática onde se alimenta a sociedade do espectáculo. 

Um dia, Rogério Alves foi eleito Bastonário da Ordem dos Advogados. Pelo menos a maioria da classe votou nele. Hoje um soldado russo foi condenado a prisão perpétua por um tribunal ucraniano. Estava acusado de ter assassinado um civil nos arredores de Kiev. O prisioneiro, devidamente lavado e vestido, foi metido numa gaiola, cercada de homens armados até aos dentes numa sala à qual chamaram tribunal. Logo na primeira cena, o desgraçado confessou que cometeu o crime. Ou disseram aos propagandistas de serviço que ele confessou. Aí está o resultado.

O senhor Rogério Alves disse ante as câmaras da CNN Portugal que se tratou de um julgamento sumário mas “existem provas abundantes além da confissão do condenado”. Que as assassinas e assassinos do jornalismo façam uma afirmação destas, é desculpável. Andavam famintos e agora pagam-lhes à linha e ao minuto. Mas advogado que foi Bastonário da Ordem dOS Advogados, não pode! Onde viu ele as provas abundantes? O Durão Barroso, barriguista e tachista, também viu as provas da existência das armas de destruição maciça no Iraque. Mas nunca apareceram.

Senhor Rogério Alves. Na Ucrânia impera a Lei Marcial desde 25 de Fevereiro. Ainda há dois dias o presidente Zelensky prorrogou até Agosto esse regime. Pode ser que na Faculdade de Direito onde se licenciou se tenham esquecido de lhe explicar o que quer dizer Lei Marcial. Mas eu dou-lhe uma ajuda, grátis. O Estado de Direito vai à vida. São suspensas quase todas as liberdades. Quase todas as garantias, quase todos os direitos. 

A confissão do crime nada vale. O soldado está nas mãos dos seus carcereiros. Foi interrogado pelos seus carcereiros. Julgado pelos seus carcereiros. Para o caso do senhor Rogério Alves não saber, vou informá-lo que o Departamento de Estado dos EUA, no seu último relatório (Abril) sobre os direitos humanos no mundo, diz que na Ucrânia “há execuções extrajudiciais e tortura (...) tratamento cruel de detidos por agentes da ordem, condições prisionais duras e ameaçadoras, detenções arbitrárias e problemas graves com a independência do Poder Judicial”. Isso mesmo, o Poder Judicial está subjugado ao Poder Político. O que vale uma confissão na vigência da Lei Marcial num país onde existem execuções  extrajudiciais e os tribunais dependem dos políticos de turno no poder? Nada.

Se o senhor Rogério Alves estivesse nas mãos dos nazis e dos pides do Zelensky, se fosse preciso até confessava que é amante do doutor Varandas ou que deitou abaixo o Grupo BES. Eu jamais me atreveria a fazer o seu papel ante as câmaras da CNN Portugal. Tinha medo que os meus colegas me cuspissem na cara, sempre que saísse à rua. 

O senhor Rogério Alves, sempre tão palavroso, tão sabichão, tão inflado de paleio balofo, não disse aos telespectadores se um processo sumário é a forma adequada a julgar alguém que é condenado a prisão perpétua. E quando à vigência da Lei Marcial na Ucrânia disse nada.   

A bebedeira belicista no estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) atinge raias do coma alcoólico. Ontem o presidente polaco Andrzej Duda foi a Kiev e disse aos deputados ucranianos (só os nazis. Os outros estão presos ou foragidos) que não vão ceder um centímetro quadrado da Ucrânia aos russos. Aplausos de pé. Sabem quem é este senhor? Um político de extrema direita que4promulga leis de inspiração nazi. 

Alexandra Leitão, deputada socialista e ministra no anterior governo fez esta denúncia: “Na Polónia a lei anti aborto é contra os valores da União Europeia. Uma mulher que estava grávida de gémeos teve a fatalidade de perder um bebé. Os médicos tinham que interromper a gravidez. Mas a lei não permite. Morreram os dois fetos e a mãe. António Costa foi a este país dar palmadinhas nas costas do presidente Duda. 

Mais uns elementos leves para o perfil do presidente polaco. O Duda comandou manifestações da extrema-direita, em Varsóvia, contra os refugiados. Os manifestantes (e ele) gritavam ”Polónia Branca”, “Sangue Puro”. E este pormenor inquietante: Israel acusa-o, com todas as letras, de ser “cúmplice com o Holocausto”. Ontem foi a Kiev dar o recado de Biden: “Vamos defender a Ucrânia. Não cederemos nem um centímetro quadrado aos russos!” A Internacional Nazi avança imparavelmente.

A bebedeira belicista continuou hoje com o próprio Biden. Em Tóquio, ameaçou a República Popular da China de intervir militarmente “se os chineses atacarem Taiwan (ilha Formosa). Ameaça directa a Pequim. As autoridades chinesas pediram-lhe para ter juízo e não as subestimar. E lembraram mais uma vez que a ilha Formosa é território chinês. E o separatismo é “um problema interno”. Biden está a estrebuchar de bêbado ou de loucura?

O presidente dos EUA passou pela Coreia do Sul e umas horas depois, o seu capataz em Seul ameaçou a Coreia do Norte. Disse ele, com ar agressivo: “acabou o tempo da tolerância com Pyongyang”. Andam todos a pedir festa. Hoje mesmo, o separatista de Taiwan (Formosa), espicaçado por Biden, disse o mesmo que o presidente polaco: “não cederemos um centímetro quadrado aos chineses!”

Na Ucrânia a Federação Russa está a perder a guerra. Pelo menos é o que dizem as assassinas e os assassinos do jornalismo, ao serviço da OTAN (ou NATO), da União Europeia e dos EUA. Milhares de ucranianas e ucranianos morrem em nome deles. Milhões fugiram do seu país. Para o banditismo político e mediático está tudo a correr bem. Hoje Zelensky pediu em Davos milhões para reconstrução! Já deram. Grandes negociatas.

*Jornalista

ELES TEMEM A INFORMAÇÃO, NÃO A DESINFORMAÇÃO -- Caitlin Johnstone

#Traduzido em português do Brasil

Todas as salvaguardas que estão sendo criadas agora para manipular informações on-line não existem para eliminar mentiras, elas existem para eliminar a verdade.

Caitlin Johnstone* | Consortium News

Estamos na contagem regressiva final para a decisão da Ministra do Interior britânico Priti Patel sobre o destino de Julian Assange, com a extradição do fundador do WikiLeaks para os Estados Unidos devendo ser aprovada ou rejeitada até o final do mês. Joe Lauria publicou  um artigo  com o Consortium News sobre as várias pressões que Patel está enfrentando de ambos os lados dessa questão histórica neste momento crucial.

E não consigo parar de pensar, à medida que esta situação ferve, sobre o quão absurdo é que o império dos EUA esteja trabalhando para estabelecer um precedente que essencialmente proíbe o compartilhamento de informações que os EUA não gostam ao mesmo tempo em que as notícias ocidentais A mídia está cheia de manchetes sobre a perigosa ameaça de “desinformação”.

Fairness and Accuracy In Reporting (FAIR) tem um artigo “ Rótulo 'Desinformação' Serve para Marginalizar Fatos Cruciais da Ucrânia” sobre a forma como a mídia de massa tem girado esse rótulo para significar não apenas a distribuição consciente de informações falsas, mas também de informações que são verdadeiro, mas inconveniente para a tecelagem narrativa imperial.

“Em defesa da narrativa dos EUA, a mídia corporativa tem cada vez mais levado a marcar realidades inconvenientes para os objetivos de informação dos EUA como 'desinformação' espalhada pela Rússia ou seus representantes”, escreve Luca Goldmansour, da FAIR.

Ministro do Mali assinala 'excelentes resultados' da cooperação militar com Rússia

#Publicado em português do Brasil

Em entrevista à Sputnik, o ministro das Relações Exteriores do Mali relatou progresso no treinamento russo dos militares do país africano contra terroristas.

A cooperação de segurança com a Rússia está produzindo resultados impressionantes, com o Exército do Mali tomando a ofensiva contra os terroristas, disse Abdoulaye Diop, ministro das Relações Exteriores do Mali, à Sputnik.

"Mali mantém a cooperação militar e técnica com a Rússia a nível estatal, e esta parceria não começou há um ano. Ela foi retomada em 2019 no âmbito do acordo bilateral de cooperação militar, sob o qual Mali compra à Rússia equipamentos militares, aeronaves, armas e outros equipamentos. Além disso, também é fornecido apoio técnico e especialistas, que agora estão presentes no Mali", disse o chanceler do país africano na entrevista.

"Devo lhes dizer que nossa cooperação com a Rússia já está produzindo resultados bons, impressionantes. Hoje, graças à ajuda da Rússia, o Mali é capaz de realizar reconhecimento de modo autônomo, bem como realizar ataques aéreos. As operações militares que agora estão em andamento são totalmente coordenadas pelas forças de defesa e segurança malianas", sublinhou ele.

Segundo ele, as operações militares são agora conduzidas em quase todo o país, graças aos equipamentos e armas da Rússia também mudou a estratégia das forças de segurança e defesa malianas.

"Por um tempo ficávamos nos locais, em acampamentos, e os terroristas nos atacavam. Mas agora o Exército do Mali passou à ofensiva, nossas tropas se tornaram mais móveis graças à aviação, que ajuda os soldados a se deslocarem. Estamos avançando, estamos atacando, e graças a essas grandes operações o grupo terrorista está sendo atingido", detalhou Diop.

Sergei Lavrov, chanceler da Rússia, afirmou que Moscou quer que as crises em África se resolvam o mais rápido possível. Segundo Bamaco, militares pró-ocidentais falharam um golpe de Estado na noite de 11 para 12 de maio.

© Sputnik / Ilia Pitalev

Trate todos os refugiados com a mesma compaixão e não só alguns -- pede Nhial

#Traduzido em português do Brasil

Pessoas em toda a Europa receberam os ucranianos que fugiram da guerra em suas casas de braços abertos. Por que a mesma compaixão não foi concedida a mim quando eu era um refugiado, pergunta o escritor e ativista Nhial Deng.

Nhial Deng* | Aljazeera | opinião

Em 2010, tive que fugir da Etiópia depois que minha aldeia foi atacada. Acordei cedo e ouvi tiros. Eu vi casas queimando. Eu vi alguém sangrando no chão. Eu testemunhei muita violência brutal.

No final, encontrei uma saída; Eu sobrevivi. Mas acabei trancado em um campo de refugiados por anos e anos.

Agora, vejo pessoas em toda a Europa recebendo ucranianos que fogem da guerra em suas casas. E não posso deixar de me perguntar, como é que ninguém me mostrou a mesma compaixão? Como ninguém me ofereceu um lugar para ficar para que eu não ficasse preso em um campo de refugiados por uma década?

Muitos argumentam que aqueles no Ocidente receberam refugiados ucranianos de braços abertos porque se pareciam com eles – e talvez isso seja verdade. Mas isso não significa que sempre tem que ser o caso.

*O ativista e escritor sul-sudanês Nhial Deng explica por que acredita que a guerra na Ucrânia pode ser uma oportunidade para o mundo aprender a tratar todos os refugiados da mesma forma, não importa de onde eles venham.

*Nhial Deng -- Refugiado do Sudão do Sul, escritor e ativista comunitário. Refugiado do Sudão do Sul,. Ele passou 11 anos em um campo de refugiados no Quênia e agora frequenta a Huron University College, no Canadá.

A HORA DO BANDITISMO POLÍTICO -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Professor Doutor Francisco Topa, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, diz que Agostinho Nerto “é uma figura acima do seu tempo, porque esteve do lado mais difícil, mais incómodo e mais incerto da vida – primeiro abraçando a Poesia e a Medicina como causas e como formas de luta; depois trocando a Poesia e a Medicina por uma liderança político-militar de risco, num contexto internacional particularmente volátil; por outro lado ainda, porque liderou a Independência de Angola e conduziu a sua administração naquele que terá sido até hoje o período mais difícil da sua história. Qualquer discussão séria sobre a sua figura não pode, pois, esquecer esses factos”.

O Povo que Agostinho Neto libertou e a Nação que fundou, são conspurcados por vermes da estirpe de Adalberto da Costa Júnior e seus comparsas da direcção da UNITA. Na primeira intervenção de fundo antes das eleições de Agosto, o engenheiro à civil, quis provar, pela enésima vez, que o Galo Negro só sabe destruir, matar e mentir. Savimbi morreu em 2002 e em 20 anos, os seus seguidores não foram capazes de aprender mais nada. Como já não andam de rédea solta, limitam-se a destruir bens públicos, sabotar linhas do caminho-de-ferro, postos de transftormação da energia, sistemas de distribuição de água. Contratam marginais para vandalizarem mobiliário urbano e tudo o que seja de partir.

Os sicários da UNITA já não têm as costas quentes por Portugal, EUA e África do Sul para matarem quem, encontravam pela frente. Para queimarem mulheres e crianças nas fogueiras da Jamba.  Bombardearem semanas e semanas seguidas vilas e cidades, matando milhares de civis indefesos, que cometeram o crime de morar nos locais para onde as tropas do criminoso de guerra Savimb i despejavam os obuses. Agora, envenenam os adversários e matam os incautos à falsa fé, para lançarem o medo e o terror entre as populações. Um à parte. António Costa, o Tio Célito, Mário Soares, Cavaco Silva e outros políticos portugueses nunca foram a Angola ver as vilas e cidades devastadas pela UNITA, as provas evidentes dos crimes de guerra da soldadesca do Galo Negro. Não Os pretos são para vender e matar!

Adalberto da Costa Júnior é um mentiroso compulsivo. Ele mesmo é uma mentira monstruosa, que vai do Cubal à serra do Lépi, em comprimento e em altura. Na sua primeira intervenção da campanha eleitoral garantiu aos eleitores que a sua primeira prioridade é uma revisão da Constituição da República “para tornar Angola num verdadeiro Estado de Direito e Democrático baseado no princípio de separação de poderes”. Tanta aldrabice. As revisões constitucionais exigem dois terços dos deputados. 

Neste momento a composição da Assembleia Nacional é esta: MPLA com 150 deputados eleitos, 51 da UNITA, 16 da coligação CASA-CE, dois do PRS e um da FNLA. Em Agosto vai ganhar com maioria qualificada e revê a Constituição da República. Se não ganhar, usa o truque do costume: Houve fraude eleitoral! E passa os próximos cinco anos a repetir a lenga- lenga. Até lá continua à boa vida, vivendo em grande. Os sicários da UNITA, tirando o tempo em que alugaram as armas ao colonialismo português e aos racistas sul-africanos, viveram sempre dos diamantes de sangue e dos cofres de quem os comprava ou alugava. Chegou a altura de fazerem algo de útil.

OPERAÇÃO ARGON FOI HÁ 37 ANOS -- Grande Derrota dos Karkamanos em Cabinda

REDACÇÃO DO JORNAL DE ANGOLA*

No dia 21 de Maio de 1985,faz hoje 37 anos, o 4.º Regimento de Reconhecimento das forças armadas sul-africanas realizou um ataque contra a Cabinda Gulf que redundou num fracasso e teve um significado simbólico. Pela primeira vez, o poder naval da África do Sul racista, que tinha sido usado com sucesso contra os depósitos de combustível no Porto de Luanda, foi derrotado na província de Cabinda.

O mito da invencibilidade da máquina de guerra do apartheid foi destruído em toda a linha em Angola. Na Batalha do Cuito Cuanavale, vieram as forças de artilharia, com os canhões de longo alcance “G-5” e “G-6”, e foram rechaçadas. Depois, veio a artilharia auto-propulsada, com a introdução dos “Oliphant”, durante as operações “Modular”, “Hooper”, “Packer” e “Displace”. Foi aniquilada no Triângulo do Tumpo.  Na “Operação Reindeer”, que levou ao massacre de Cassinga, em 1978, Pretória introduziu a sua Força Aérea e os pára-quedistas. A Força Aérea acabou, em 1988, travada em Calueque. Finalmente, na “Operação Argon”, são as forças navais da SADF que provam o sabor da derrota.

A “Operação Argon” começou com uma operação de reconhecimento, designada “Marimba”, “a primeira ocasião em que um submarino sul-africano desembarcou operacionais das Forças Especiais a norte do Rio Congo”, revelam dados consultados na África do Sul. “Logo que foi dada a autorização para se planificar e preparar a Operação Argon, o 4º Regimento de Reconhecimento começou a trabalhar, sob o comando do coronel Hannes Venter, apontado como o comandante da operação”, referem os documentos.

O capitão Wynand du Toit foi nomeado comandante de missão de ataque, tendo o capitão Krubert Nel como o seu adjunto. Os outros membros do grupo de ataque foram o sargento Amílcar Queiroz, nascido em Angola, Adams e os cabos Michael Hough, Gert Engelbrecht, Toby Tablai, Rowland Liebenberg e Louis van Breda.

Os grupos de combate indicados para a operação foram compostos pelos sargentos John Haynes, Viljoen e pelos cabos Philip Herbst e J. Pedrito.

Os militares sul-africanos estavam convencidos de que em Cabinda “a ameaça física em terra era limitada”, porque o campo de Malongo era aberto e caracterizava-se pela “falta de população civil à volta do complexo”, o que “reduziria qualquer hipótese de descoberta”.

O plano, de acordo com os documentos sul-africanos, obedecia a um esquema rigoroso e impunha que “nenhum equipamento comprometedor seria transportado pela equipa de invasão” e “deveria ser deixada a impressão de que era um trabalho da UNITA, que faria a reivindicação do ataque, uma vez terminada a missão”. Estava tudo tudo combinado com Jonas Savimbi, presidente fundador da UNITA, glorificado pelo actual l+ider do Galo Negro por ser mestre na traição e disparar conterá os angolanos. 

“Os panfletos de propaganda da UNITA também seriam deixados no teatro operacional. Apesar das limitações de peso, um dos operadores devia transportar uma pequena lata de tinta e um pincel para pintar as palavras de ordem da UNITA na estrada de asfalto, quando passasse pelo armazém. Se algum elemento fosse capturado, o disfarce a ser contado deveria ser algo não muito credível, como se estivessem a realizar um reconhecimento de possíveis campos de treino do ANC e da SWAPO em Cabinda”, referem as instruções dadas aos operacionais, segundo os dados documentais obtidos junto de organismos sul-africanos.

Inicialmente, a operação esteve prevista para Fevereiro de 1985, mas foi adiada para Maio, entre os dias 18 e 22.

A marinha sul-africana encarregou o comandante Steve Stead, do navio “Johanna van der Merwe” e o comandante Fred Koetje, do navio “Jim Fouche”, para apoiarem o 4.º Regimento de Reconhecimento, com o qual já tinham antes realizado outras acções de combate.

Foram realizados treinos em False Bay, na África do Sul, e os grupos operacionais estavam em prontidão quando partiram de Simonstown, junto à Cidade do Cabo, na terça-feira 7 de Maio de 1985, para o ataque a Angola. A 8 de Maio, o “Johanna van der Merwe”  saiu da baía  de Somonstown e “começou a sua trajectória para a zona alvo”, indicam os documentos.

Ucrânia | KATERINA YUSHCHENKO, PRIMEIRA-DAMA E AGENTE DA CIA

#Traduzido em português do Brasil

Laurent Brayard* | Donbass Insider

Katerina Chumachenko, que é seu nome verdadeiro, é a esposa do ex-presidente ucraniano Victor Yushchenko (2005-2010), que chegou ao poder após uma primeira revolução colorida americana, chamada de Revolução Laranja. Ocorreu no inverno de 2004-2005 e foi a primeira tentativa dos Estados Unidos de desestabilizar a Ucrânia, mas foi varrido em 2010 pela vitória nas eleições presidenciais do presidente pró-Rússia Yanukovych, eleito com grande voto de russos étnicos do leste do país. A história desse casal é interessante porque lança luz sobre a longa luta que vem acontecendo na Ucrânia há quase 20 anos e o lento enfraquecimento americano dessa região que é fundamental para a estabilidade na Europa. Vamos seguir os passos desta senhora… pelos corredores da Casa Branca e pela presidência ucraniana.

Agente da CIA e peça chave na desestabilização da Ucrânia. Nascida em Chicago em 1961 em uma família de imigrantes ucranianos, ela estudou na Universidade de Georgetown. No início dos anos 1980, ela foi recrutada pelos serviços de inteligência americanos quando a Guerra Fria estava chegando ao fim. Ela conheceu Yaroslav Stetsko, um colaborador próximo de Bandera, que estava exilado nos Estados Unidos e havia fundado uma organização anti-soviética, o Bloco de Nações Anti-Bolchevique, ABN (1946), que foi chefiado pelo líder nacionalista até sua morte. morte em 1986. Ekaterina trabalhou para esta organização e, a partir de 1985, tornou-se analista do Departamento de Estado dos EUA e do Conselho de Segurança Nacional. No ano seguinte, trabalhou no Escritório de Direitos Humanos e supervisionou atividades para os países do Leste Europeu e a União Soviética. Ela então atuou como vice-diretora do Departamento Internacional, onde escreveu artigos analíticos para o próprio Ronald Reagan. Em 1989 ela se mudou para o Tesouro dos EUA e até 1991 trabalhou no Comitê Econômico do Congresso. Ela sempre se recusou a falar sobre esse período de sua vida e seu trabalho de inteligência para os EUA. No entanto, os rastros são claros, levam à CIA, mas também aos círculos neonazistas ucranianos e alemães, cortejados pelos americanos durante a Guerra Fria e posteriormente reciclados nas grandes manobras destinadas a minar a influência da Rússia na Ucrânia. Assim que o país se tornou independente, ela se mudou para a Ucrânia, onde criou a Fundação Ucraniana Americana. Foi então o centro de muitas transações e operações, notadamente em torno da USAID, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional,

As afiliações neonazistas da futura primeira-dama da Ucrânia. Ela tinha relações muito próximas com ex-nazistas, notadamente o tenente-coronel alemão Theodore Oberlander (1905-1998), ex-oficial do Batalhão Nachtigall, nazista comprovado e convencido de ter participado dos massacres contra judeus e poloneses na Ucrânia. Ele também era suspeito de crimes de guerra contra o Exército Vermelho na Frente Oriental e era membro do pessoal do Exército de Libertação do famoso Vlassov. Ele foi reciclado pelos americanos e tornou-se, ironicamente, membro do Parlamento da Alemanha Ocidental (1953-1965), membro do Parlamento da Baviera (1950-1953), encarregado do Ministério Federal para Deslocados, Refugiados e Vítimas de Guerra em vários gabinetes do chanceler Conrad Adenauer. Seu mentor foi o colaborador ucraniano da Alemanha nazista, Yaroslav Stetsko (1912-1986). Esse personagem havia declarado a independência da Ucrânia em Lvov (junho de 1941), atraindo a ira da Alemanha, pois os planos de Hitler nunca foram favorecer essa opção, mas pressionar a Ucrânia como um simples território ocupado. Como agente da Abwehr, o serviço secreto nazista, ele trincou os dentes na prisão, mas escreveu suas memórias, nas quais descrevia inequivocamente os moscovitas como o inimigo absoluto… junto com o judeu, e até escreveu que aprovava o extermínio total. deste último e dos métodos alemães. Ele foi reciclado em vista do perigo de uma iminente invasão soviética e colocado de volta na sela pelas SS (1944). Foi então que se formou a UAI, fora da UPA, um exército de guerrilheiros ucranianos servindo ao lado de grupos de Hitler, cujo QG ficava em Berlim. Ferido durante um bombardeio (abril de 1945), ele conseguiu se infiltrar na zona controlada pelos Aliados e logo foi contratado pelo serviço secreto americano. Foi neste ambiente que a esposa do presidente ucraniano foi criada... e impulsionada para as mais altas esferas dos EUA.

Ucrânia | DMYTRO IAROCH: ALIADO NAZI E ISIS

#Traduzido em português do Brasil

Entre as figuras do neonazismo que supostamente não existe na Ucrânia, está Dmytro Iaroch (imagem acima), a figura emblemática de um dos piores movimentos extremistas da Europa: Pravy Sektor (Setor Direito). Sua história, como a de muitos outros neonazistas na Ucrânia, é edificante, e fala por si mesma, do que vem acontecendo na Ucrânia desde bem antes da Maidan do inverno 2013-2014.

LaurentBrayard* | Internationalist 360º

De um grupo neonazista às barricadas de Maidan. Nascido em 1971 em Dneprodzerzhinsk, não muito longe de Dniepropetrovsk, uma cidade com tradições russas, ele se envolveu em atividades militantes muito jovem (1989), na dura franja do ultranacionalismo ucraniano. A partir de então ele foi ativo em um obscuro grupo neonazista, e então prestou o serviço militar (1989-1991). Mais tarde, foi um dos fundadores de uma organização que se dizia Bandera: o Tridente (1994). Tornou-se um dos líderes em 1996 e foi seu chefe até 1999. Estudou na universidade, graduou-se na Faculdade de Filologia e publicou um livro: A Revolução Ucraniana: o século 21, no qual expôs suas teses ultra-radicais, incluindo expressando russofobia e antissemitismo declarados (ele publicou outros no mesmo tom). Ele então se associou ao deputado Valentin Nalivaitchenko, chefe do SBU (2006-2010, depois de 2014 a 2015), membro e executivo do partido Nossa Ucrânia (2010-2012), e uma das figuras discretas da revolução Maidan. Iaroch era um de seus conselheiros, e esse poderoso apoio lhe deu um ponto de apoio.

Ele entrou em cena durante o Euromaidan, e Trident foi renomeado Pravy Sektor (novembro de 2013). Afirmou na altura que o objectivo do envolvimento da sua organização “não é apoiar a assinatura de um tratado de integração na União Europeia, mas sim fazer a revolução nacional e derrubar o regime a que chamamos regime de ocupação interna”, em referência à alegada ocupação russa da Ucrânia. Ele propôs uma limpeza étnica da Ucrânia pela força ou por escolha, do que ele definiu como “escória russo-judaica”. Durante as manifestações, seus apoiadores formaram companhias para defender o Maidan, exibindo bandeiras da UPA de Bandera e Shukhevich. Esses famosos “heróis” da Ucrânia não eram outros senão colaboradores da Alemanha nazista. O segundo é sem dúvida um dos piores criminosos de guerra da Segunda Guerra Mundial, tendo estado envolvido na Shoah por balas na Ucrânia e na Bielorrússia (entre 1941 e 1942). O seu movimento foi organizado à maneira das SA e SS, com as companhias Pravy Sektor, verdadeiras tropas paramilitares, disciplinadas e armadas, que tristemente se distinguiram nas barricadas de Maidan.

O OCIDENTE CAIU NA SUA PRÓPRIA ARMADILHA NA UCRÂNIA

A NATO precisa de cuidados intensivos

Sergey Latyshev [*]

Há um certo número de razões – tanto externas como internas – para a Rússia não ter pressa na sua operação especial na Ucrânia. Conhecendo-as, entende-se tudo.

A utilização pelos EUA e a Europa da Ucrânia terrorista que eles alimentaram como “isco” para a Rússia levou à situação descrita na anedota acerca de um caçador e um urso: não fica claro quem está a guardar quem. Ou o urso está a manter o caçador, ou o caçador está a manter o urso. E se a princípio parecia a muitos no ocidente que a Rússia caíra numa armadilha quando o plano de mudar a Ucrânia para a regime amistoso – ou pelo menos neutral – falhou no princípio de Março, agora estão a ficar sóbrios. Antigos “parceiros” agora começam a entender: foi o ocidente que realmente caiu numa armadilha.

A Rússia, pelo seu lado, abriu uma janela de oportunidades sem precedentes – juntamente com um senso da sua própria força e uma determinação de no futuro viver para si própria e do modo que entender. Isto tornou-se possível pelo choque com o ocidente na Ucrânia, onde será melhor não se apressar e nem tanto por razões táticas e sim por razões estratégicas. Porque prolongar a guerra na Ucrânia permite a Moscovo executar o desligamento com o ocidente, sem o qual a Rússia não será capaz de desenvolver-se normalmente e sem que seja reversível. Isto enfraquece, acima de tudo, a Europa e os Estados Unidos, desacredita-os aos olhos do resto do mundo, minando a base do poder económico e financeiro do ocidente.

Suicídio da Europa

Ao falar em 17 de Maio numa reunião sobre a situação na indústria petrolífera, o Presidente da Rússia Vladimir Putin chamou a política de países europeus no sector da energia de “auto-de-fé económico”, “suicida”. Porque ao romper a cooperação com a Rússia, cujo rendimento nesta área aumentou dramaticamente devido à ascensão rápida dos preços, a Europa torna-se sistematicamente, no longo prazo, a região com os mais elevados custos do mundo em recursos energéticos.

Isto, enfatizou Putin, afetará negativamente a competitividade da indústria europeia e privará o continente da oportunidade de aumentar a atividade económica. O presidente russo não sente pena da Europa, porque a sua política é assunto dela. Mas o que importa é o que Putin disse a seguir: “A Rússia deve atuar pragmaticamente e cuidar primariamente dos seus próprios interesses económicos”. Ele prometeu que Moscovo “atuará antecipadamente, transformando os passos mal concebidos e caóticos de “países ocidentais” em vantagem sua. O presidente russo lamentou mesmo ser impossível esperar que continuasse a haver erros sem fim, bastando atuar pragmaticamente a partir das realidades.

Na verdade há aqui um problema. Bruxelas, por exemplo, está muito ansiosa por adotar o sexto pacote de sanções contra a Rússia, o qual prevê a recusa de 27 países da UE a comprar petróleo russo durante seis meses e cessar de importar produtos petrolíferos no fim do ano, o que minaria a sua economia e assestaria uma poderosa pancada nos padrões de vida e na estabilidade social. Mas isto já não pode acontecer, porque na Europa (recordar a Hungria) nem todos perderam a cabeça, embora haja alguns loucos que já falam num sétimo pacote...

Países ricos colocam menores de todo o mundo em risco, acusa Unicef

A maioria dos países ricos cria condições insalubres, perigosas e nocivas para os menores de todo o mundo, segundo um relatório do centro de pesquisas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicado esta terça-feira, que exorta a redução da produção de lixo e da poluição atmosférica e aquática

O centro Innocenti analisou 39 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da União Europeia (UE), de acordo com indicadores sobre a exposição a poluentes nocivos, como o ar tóxico, pesticidas, umidade e chumbo; acesso a luz, espaços verdes e estradas seguras; e a destinação de resíduos eletrônicos.

“Se cada indivíduo do planeta vivesse como um habitante dos países estudados, seriam necessários 3,3 planetas para suprir o conjunto de necessidades da humanidade. E se cada um consumisse os recursos no ritmo de um canadense, um luxemburguês ou um americano, esse número ficaria em 5”, alertam os autores.

Espanha, Irlanda e Portugal são os que se saem melhor nessa classificação, e os piores são Romênia, Costa Rica e Estados Unidos. Mas nenhum dos países analisados proporciona ambientes saudáveis para todas as crianças em todos os indicadores, segundo o relatório.

Em países como Austrália, Bélgica, Canadá e Estados Unidos, o impacto sobre o meio ambiente mundial é grave e generalizado, ao se levarem em conta as emissões de CO2, os resíduos eletrônicos e o consumo de recursos per capita. Por outro lado, os países menos ricos na América Latina e Europa têm impacto muito menor sobre o meio ambiente do planeta em geral.

“A maioria dos países ricos não apenas não proporciona entornos saudáveis para as crianças dentro de suas fronteiras, como também contribui para a destruição dos entornos da infância em outras partes do mundo”, denuncia em um comunicado Guinilla Olsson, diretora do centro Innocenti. Mais de 20 milhões de menores de idade apresentam níveis alto de chumbo no sangue, aponta o relatório.

Embora Finlândia, Islândia e Noruega estejam no topo da lista por proporcionarem um ambiente saudável para a sua própria juventude, estão nos últimos postos quando se trata do impacto no planeta em termos de emissões, volume de lixo eletrônico e nível de consumo.

Um grande número de menores respira um ar tóxico tanto em ambientes internos quanto externos, especialmente no México, que registra o maior número de anos de vida saudável perdidos devido à poluição atmosférica (3,7 anos a cada 1.000 crianças), enquanto Finlândia e Japão têm os índices mais baixos (0,2).

Em Bélgica, Israel, Holanda, Polônia, República Tcheca e Suíça, mais de um a cada 12 menores está exposto a elevadas taxas de poluição relacionada a pesticidas, garante o relatório. O documento alerta, porém, que os mais prejudicados são as crianças de lares mais pobres, expostas aos maiores danos e riscos ambientais.

“Devemos a nós mesmos e às gerações futuras criar ambientes de vida melhores, para favorecer o bem-estar dos menores”, defende Guinilla Olsson. “É a herança mais preciosa para as crianças e os jovens”, ressalta.

Plataforma | Imagem: AFP

OXFAM PROPÕE TAXAR “URGENTEMENTE” OS RICOS

A ONG Oxfam propôs esta segunda-feira taxar “urgentemente” as grandes fortunas do planeta em um relatório publicado coincidindo com o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), e alertou que os mais pobres estão sofrendo cada vez mais com a inflação

“Os bilionários vão a Davos comemorar o incrível aumento de suas fortunas”, disse Gabriela Bucher, diretora-executiva da organização internacional por meio de um comunicado.

Segundo ela, “a pandemia [de covid-19] e agora as fortes altas nos preços dos alimentos e da energia têm sido simplesmente um golpe de sorte para eles”. 

A pandemia, que fez dispararem as ações das empresas de tecnologia negociadas em bolsa, criou um novo bilionário a cada 30 horas, ou seja, 573 novos ultrarricos, assegura a ONG em um relatório intitulado “A necessidade urgente de taxar os ricos”. 

A Oxfam baseia seus números na classificação da revista Forbes das pessoas mais ricas do mundo e em dados do Banco Mundial.

Diante deste aumento da riqueza, 263 milhões de pessoas vão cair na pobreza extrema este ano (um milhão de pessoas a cada 33 horas), segundo suas previsões, devido à inflação em alta em muitas partes do mundo, impulsionada principalmente pelo preços da energia e dos alimentos.

“Estamos revertendo décadas de progresso em matéria de pobreza extrema, com milhões de pessoas que enfrentam custos impossíveis para simplesmente se manter com vida”, disse Bucher. 

Para fazer frente a este problema, a ONG pede várias medidas fiscais, entre elas a adoção de um imposto de solidariedade único sobre a nova riqueza adquirida pelos bilionários durante a pandemia, com o objetivo de utilizar os recursos obtidos para apoiar os mais pobres e conseguir “uma recuperação justa e sustentável” após a pandemia.

Também propõe um imposto temporário sobre os lucros extraordinários obtidos nos últimos anos pelas multinacionais dos setores alimentício, farmacêutico e petroleiro, por exemplo.

Um imposto anual de 2% sobre os milionários e de 5% sobre os bilionários geraria 2,52 bilhões de dólares ao ano, segundo estimativas da organização, um montante que poderia tirar 2,3 bilhões de pessoas da pobreza extrema, distribuir vacinas suficientes para todo o planeta e dotar todos os países pobres de cobertura sanitária.

Plataforma | Imagem: AFP

A CHINA DEVE RETIRAR RESERVAS DO TESOURO DOS EUA

#Traduzido em português do Brasil

A China deve afastar as reservas cambiais dos ativos dos EUA para evitar possível apreensão de ativos e investir em energia e matérias-primas 

Yu Yongding | Asia Times | opinião

A China construiu uma economia cambial e acumulou US$ 3,3 trilhões em reservas nas últimas décadas, mas essas políticas estão desatualizadas e precisam ser ajustadas.

Após o conflito russo-ucraniano, os Estados Unidos congelaram US$ 300 bilhões em bancos russos. O incidente mostra que é completamente possível para os EUA apreender os ativos da China no exterior, particularmente as reservas cambiais, se julgar necessário.

A inflação dos EUA e o acúmulo de dívida externa levarão à depreciação do dólar. A China deveria comprar menos títulos do Tesouro dos EUA, comprar mais commodities e materiais estratégicos e passar das exportações para o consumo doméstico. Também deve tentar cumprir o acordo comercial sino-americano tanto quanto possível. Deve gastar suas reservas forex. Tudo isso ajudará a promover a internacionalização do renminbi e melhorar a segurança dos ativos da China no exterior. (Resumo do tradutor)

Hoje, quero falar sobre a reforma do sistema monetário internacional, a segurança das reservas cambiais da China e a internacionalização do renminbi.

Após o colapso do sistema de Bretton Woods (um sistema de gestão monetária baseado em uma ligação entre o ouro e o dólar dos Estados Unidos em 1944 a 1971), a taxa de câmbio do ouro foi substituída pelo dólar americano. O status do dólar americano não foi enfraquecido, mas fortalecido. Aqueles que estudam finanças internacionais ficaram confusos com tal tendência.

Quando o dólar era lastreado em ouro, as pessoas não confiavam nele. Como é que todo mundo confia no dólar quando não é lastreado em ouro?

A única razão é que a confiança das pessoas no dólar não foi abalada pelo colapso do sistema de Bretton Woods.

O sistema monetário internacional, que agora é chamado de padrão dólar, tem uma contradição interna fundamental. A palavra contradição é neutra, sem qualquer significado pejorativo.

Os EUA precisam manter um déficit em conta corrente para fornecer ao mundo a oferta de dólares. Na verdade, está fornecendo ao mundo uma moeda de reserva.

Após a dissociação do ouro, o dólar dos EUA é puramente uma moeda legal, que não tem valor intrínseco. Seu valor é baseado no crédito americano. O que é crédito? Refere-se a uma condição de que os poderes de compra do dinheiro e da dívida permaneçam aproximadamente os mesmos. Uma dívida de cem dólares não deve ser desvalorizada para dez dólares por causa da desvalorização da moeda.

Com o crescimento do comércio mundial, a demanda internacional pela moeda de reserva, principalmente o dólar americano, também está aumentando.

Quanto maior o déficit comercial dos EUA, maior a chance de o dólar eventualmente se desvalorizar. A possibilidade de os EUA não cumprirem com seu crédito também está crescendo. Esta questão é essencialmente um dilema.

Os EUA tinham uma dívida externa líquida de US$ 15 trilhões no final de 2021, enquanto a relação dívida externa dos EUA em relação ao PIB continuava subindo. O dólar ainda pode permanecer estável devido a muitas razões.

Muitos países do mundo, especialmente a China, têm uma forte demanda pelo dólar americano como moeda de reserva. Eles acumulam suas reservas internacionais comprando os títulos do Tesouro dos EUA, que representam grande parte da dívida externa dos EUA.

Entre esses países, Japão, China, Luxemburgo, Reino Unido e Irlanda compraram US$ 3,6 trilhões em títulos do Tesouro dos EUA.

Se o resto do mundo desinvestir ou parar de comprar títulos do Tesouro dos EUA, o dólar se desvalorizará. Ao mesmo tempo, a inflação causada pela política monetária extremamente expansiva dos EUA enfraquecerá ainda mais o status do dólar.

Por muito tempo, os investidores estrangeiros se preocuparam com a crescente relação dívida externa líquida/PIB, relação dívida nacional/PIB dos Estados Unidos, bem como a política monetária extremamente frouxa implementada pelos EUA nos últimos dez anos. Tudo isso pode piorar a situação do balanço de pagamentos dos EUA, enquanto a inflação alimentará a depreciação do dólar.

"Estratégia Indo-Pacífica" dos EUA está fadada ao fracasso, diz chanceler chinês

Guangzhou, 23 mai (Xinhua) -- A chamada "Estratégia Indo-Pacífica" dos Estados Unidos está fadada ao fracasso, disse no domingo Wang Yi, conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês.

#Publicado em português do Brasil

Wang fez o comentário ao se encontrar com a imprensa depois de conversar com o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Bilawal Bhutto Zardari, na cidade de Guangzhou, sul da China.

Quando perguntado sobre a chamada "Estratégia Indo-Pacífica" sendo vigorosamente promovida pelos Estados Unidos para conter a China, Wang apontou que "a 'Estratégia Indo-Pacífica' dos EUA está causando cada vez mais vigilância e preocupação na comunidade internacional, especialmente na região da Ásia-Pacífico".

Isso porque a chamada estratégia desistiu de sua intensão, tentando não apenas apagar o nome "Ásia-Pacífico" e a efetiva arquitetura de cooperação regional na região, como também apagar as conquistas e o impulso de desenvolvimento pacífico criado pelos esforços concertados dos países na região ao longo das últimas décadas, informou Wang.

Segundo ele, as pessoas da Ásia-Pacífico ainda se lembram dos conflitos e confrontos causados pela hegemonia e querem estabilidade nacional e uma vida feliz, enquanto os países da região não querem tomar partido e esperam que os países possam viver juntos na harmonia e buscar uma cooperação de ganho mútuo.

A tendência dos tempos da região é avançar na integração regional e construir uma comunidade da Ásia-Pacífico com um futuro compartilhado, destacou Wang, observando que o crescimento de 6,3% na Ásia em 2021 não veio facilmente em meio à pandemia, dando crédito à solidariedade dos países regionais e ao trabalho árduo das pessoas.

Wang criticou os Estados Unidos por criarem a "Estratégia Indo-Pacífica" para formar pequenos grupos em nome da liberdade e abertura, ressaltando que seu objetivo é conter a China.

O que é particularmente perigoso é que os Estados Unidos jogam a "carta de Taiwan" e a "carta do Mar do Sul da China" para trazer o caos à região, acrescentou.

De acordo com ele, os fatos provarão que a chamada ""Estratégia Indo-Pacífica" é, em essência, uma estratégia de criar uma divisão, incitar um confronto e minar a paz. Não importa como seja embalado ou disfarçado, inevitavelmente falhará no final.

Ao responder a uma pergunta sobre o chamado "Quadro Econômico Indo-Pacífico" (IPEF, em inglês) dos EUA, Wang disse que a China, como outros países na região, acolhe iniciativas que conduzam ao fortalecimento da cooperação regional, mas se opõe a tentativas de criar divisão e confronto.

Wang declarou a proposta da China de avaliar o chamado "IPEF":

Primeiro, deve defender o livre comércio em vez de perseguir o proteccionismo. Ao se retirar da Parceria Trans-Pacífico, os Estados Unidos foram para o oposto do livre comércio, enfatizou Wang, acrescentando que o que os Estados Unidos devem fazer é seguir as regras de livre comércio, ao invés de começar algo novo e minar a existente arquitetura de cooperação regional.

Segundo, deve contribuir para a recuperação econômica global em vez de minar a estabilidade da cadeia industrial. Os Estados Unidos estão tentando acelerar a recuperação da economia global ou estão tentando a criar dissociação econômica, bloqueio tecnológico e ruptura industrial e agravar a crise da cadeia de suprimentos? Os Estados Unidos devem aprender lições com a guerra comercial que lançou contra a China há alguns anos, que trouxe graves consequências para o mundo e para os próprios Estados Unidos, observou Wang.

Terceiro, deve promover abertura e cooperação em vez de criar confronto geopolítico. Se o IPEF se tornar uma ferramenta política para os Estados Unidos salvaguardarem sua hegemonia econômica regional e excluir deliberadamente países específicos, seria um caminho errado a seguir. Wang perguntou se os Estados Unidos estão politizando, armando e ideologizando questões econômicas e usando meios econômicos para coagir os países da região a escolherem um lado entre a China e os Estados Unidos.

A China se tornou o maior parceiro comercial da maioria dos países da região e seus interesses estão profundamente interligados com os de outros países da região, destacou Wang.

Os que tentam isolar a China com qualquer estrutura acabarão por se isolar, acrescentou ele.

2022-05-23 10:21:28丨portuguese.xinhuanet.com

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