terça-feira, 14 de junho de 2022

Angola | Heróis ao Desbarato e Golpistas Valorizados – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Familiares dos golpistas de 27 de Maio de 1977 ou mesmo os golpistas que não tinham responsabilidades na sua direcção política e militar tendo por isso penas mais leves, todos os anos, antes, durante e depois do mês fatídico, abrem campanhas contra o Estado Angolano, todas e todos que se opuseram e derrotaram os golpistas, mas sobretudo contra os dirigentes da época. Este ano, o festival foi abrilhantado pelo ministro da intentona e alguns familiares dos mais altos dirigentes condenados. Paralelamente, desenvolveram nos Media a campanha de mentiras e calúnias do costume. Até a angélica Francisca Van-Dúnem entrou na farra. Não se respeitam, não respeitam os parentes, não respeitam Angola.

Na campanha de falsificação da História, ontem um dos propagandistas de serviço escreveu isto sobre os golpistas sentenciados e condenados: “Era a geração mais urbanizada, formada, cosmopolita, idealista dos últimos 170 anos da colonização. Era a mais politizada, e bem informada; universitários, funcionários públicos, jovens militares, jornalistas, artistas, futebolistas que foi toda enviada para a morte sem dó nem piedade. Era a nata e o luxo de que uma nação se pode orgulhar”.

Os golpistas sempre pensaram assim. Por isso deram o golpe. Estavam convencidos de que eram o luxo e a nata de Angola. Eram os mais formados e politizados.  Os mais revolucionários. Os únicos que podiam governar. Agostinho Neto fora. Eta burguês e casou com uma mulher branca. Lúcio Lara fora. Era burguês e mestiço. Comandante Xiyetu fora. É analfabeto e “catetista”. Iko Carreira fora. Era mestiço. Carlos Rocha (Dilolwa) fora. Era mestiço e protector dos esquerdistas. Maria Mambo Café fora. Era reacionária. Pedro Maria Tinha (Pedalé) fora. Era reacionário porque estava ligado à Igreja. Manuel Pedro Pacavira fora. Era reaccionário e analfabeto. Pascal Luvualu fora. Eras um burguês reaccionário.   Rodrigues João Lopes (Ludy Kissassunda) fora. Era reaccionário e veio da UPA/FNLA.

Os nomes são de membros do Bureau Político do MPLA. Altos dirigentes do Estado e do movimento. Tinham de ser derrubados. Tentaram mas foram derrotados. Os membros da direcção política e militar do golpe, ao contrário do que dizem as e os falsificadores da História Contemporânea de Angola foram julgados sim. 

Angola estava em guerra. Os golpistas eram quase todos militares. Foram apresentados a um Tribunal Marcial, no Ministério da Defesa. E condenados à morte por fuzilamento. Os que decapitaram o Estado-Maior General das FAPLA não esperavam outro desfecho para o golpe. Como não seria outro, se triunfassem. Do Governo só era poupado o ministro Minerva. E do Bureau Político eram todos fuzilados.

A geração “mais urbanizada, formada, cosmopolita, idealista dos últimos 170 anos da colonização. Era a mais politizada, e bem informada; universitários, funcionários públicos, jovens militares, jornalistas, artistas, futebolistas que foi toda enviada para a morte sem dó nem piedade. Era a nata e o luxo de que uma nação se pode orgulhar”, depois do golpe de estado continuou a dar tudo pela construção da Angola Independente. Felizmente é uma mentira hedionda escrever que “foi toda enviada para a morte sem dó nem piedade”. E é uma grande falta de respeito por todas e todos que deram o seu melhor pela soberania nacional e a integridade territorial.

Depois do golpe de estado, milhares de homens e mulheres bateram-se nas frentes de combate contra os mercenários e exércitos estrangeiros. Milhares e milhares de jovens continuaram os seus estudos nas escolas de todos os níveis. Milhares e milhares de professores continuaram a ensinar, apesar da penúria generalizada, provocada pelas agressões estrangeiras. Milhares de técnicos de saúde continuaram a cumprir as suas missões nos hospitais e centros de saúde, que não foram destruídos pelos agressores. Os aviões da TAAG continuaram a voar. Os camiões e machimbombos continuaram a circular. Aas fábricas que herdámos do colonialismo,  continuaram a laborar. Nada parou. Mas muito mudou.

Os golpistas andaram meses a esconder bens alimentares em armazéns clandestinos para fomentarem a revolta popular. Depois de 27 de Maio de 1977 a comida voltou. Os bens essenciais voltaram. Os serviços públicos continuaram a trabalhar. As forças armadas continuaram a combater. Alguma vez faltaram soldados, sargentos e oficiais de todos os escalões nas frentes de combate? Nunca. Todo o país se mobilizou para a guerra pela soberania nacional.

Sim, alguns golpistas eram politizados, urbanizados, formados, cosmopolitas, idealistas, jovens militares, cantores e futebolistas. Mas nenhum era jornalista. Nem propagandistas eram. Uns pobres diabos cegos pela ambição. Nito Alves não era cosmopolita nem formado. José Van-Dúnem não era cosmopolita nem formado. Muito menos militar. Monstro Imortal não era cosmopolita nem formado. Sianouk não era cosmopolita nem formado. Bakalof não era nada. 

Alguns membros da direcção do golpe, sim, andaram a estudar. Estudámos na mesma escola. Mas quando em 1974 os independentistas brancos tentaram impor em Angola um regime igual ao da África do Sul e da Rodésia (Zimbabwe) e Namíbia, não vi nenhum defendendo o povo dos musseques na famosa linha “L”. E tínhamos armas desviadas do ASMA. Tínhamos camaradas que ensinavam a disparar e manusear granadas. Mas não havia mão-de-obra. Os golpistas estavam acima dessas coisas.

 Na Grande Batalha do Ntó estiveram na linha da frente jovens da geração de 40 e 50. Nenhum aderiu ao golpe de 27 de Maio de 1977. Na Grande Batalha de Kifangondo estiveram ao comando jovens da geração de 40 e 50. Nenhum aderiu ao golpe de estado militar do 27 de Maio de 1977. Na Grande Batalha de Luanda, em 1975, contra as tropas zairenses e os esquadrões da morte da FNLA, estiveram ao comando jovens da geração de 40 e 50. Nenhum aderiu ao golpe de estado dos fraccionistas. Na Grande Batalha do Luena bateram-se contra os invasores sul-africanos milhares de jovens da geração de 40 e 50. Nenhum aderiu ao golpe de estado. O comandante Dangereux, assassinado pelos golpistas, comandou as tropas angolanas vitoriosas. Na Grande Batalha do Ebo estiveram milhares de jovens da geração de 40 e 50. Nenhum embarcou na aventura dos golpistas. 

Milhares de jovens da geração de 1940 e 1950 bateram-se em todas as frentes até à derrota dos invasores sul-africanos, em Março de 1976. Nenhum aderiu à direcção política e militar do golpe de estado de 27 de Maio de 1977.

Depois do golpe de estado, milhares de jovens das gerações de 40 e 50 continuaram a lutar pela soberania nacional e a integridade territorial. Os golpistas não fizeram falta. Os heróis que derrotaram as tropas sul-africanas na Cahama não eram golpistas. Os heróis que derrotaram os sul-africanos no Triângulo do Tumpo (Cuito Cuanavale) não eram golpistas. Pelo contrário, alguns combateram galhardamente contra os golpistas até os derrotarem.

Os golpistas “urbanizados, formados e idealistas” eram peritos na arte de combater com a língua. A especialidade deles era reuniões enfadonhas e intermináveis. Os estudantes da Universidade que aderiram ao MPLA estavam maioritariamente nos Comités Amílcar Cabral (CAC) e não nos grupos “revisionistas” ou pró-soviéticos. A Academia de Luanda era a favor de Agostinho Neto. Militantes do MPLA conotados com a extrema-esquerda. Que os golpistas apelidavam de traidores e pequeno-burgueses de fachada radical. Muitas e muitos angolanos formados, urbanizados e politizados abandonaram Angola porque eram perseguidos camarilha de Nito Alves.

A Academia no Huambo era MPLA. Jovens da geração de 40 e 50. Mas não era golpista. Convivi com muitos. Trabalhei com eles. Carlos Fernandes, Cesaltina Abreu, José Leal, Fernando Pacheco, Rui Galhanas e muitos outros eram do MPLA mas nada tinham a ver com os golpistas. Esses não prestam? Não são politizados? Não são formados? O Dr. David Bernardino não era golpista. O engenheiro Marcelino não era golpista. 

O general Higino Carneiro era professor em 1974. Um jovem da geração de 40 e 50. Em 1977 foi um dos que combateu os golpistas. A sua carreira militar e política falam por ele. Não presta, saudosos do golpe?

O general Nado Cuito andava a combater quando os golpistas se desdobravam em conspirações. É um Herói da Cahama e do Cuito Cuanavale. Nunca foi golpista. Sabe mais a dormir do que os golpistas todos juntos, com os olhos abertos.

O General Nzumbi é um jovem da geração de 40 e 50. Estudante do ensino técnico aprendeu técnicas de rádio. Quando a Pátria o chamou, bateu-se em Kifangondo, na libertação do Norte, na Cahama, em Malanje. Era o comandante da Frente Leste quando Savimbi foi derrotado, pondo fim à guerra. Este Herói Nacional sabe mais do que os golpistas e seus familiares todos juntos. Fez um curso superior de guerra e ficou em primeiro lugar entre dezenas de colegas. Coitados dos golpistas. Tirando Monstro Imortal, militarmente valiam zero. Nem uma secção da guerrilha eram capazes de comandar, quanto mais grandes unidades e regiões militares.

Não mintam. Não atropelem. Não insultem todas e todos que combateram vitoriosamente o golpe de estado. Mesmo que tenham as costas quentes pelo Francisco Queiroz. Esse vai na enxurrada de lixo para um aterro sanitário quando escrevermos a História Contemporânea de Angola. Aproveitem a negociata das ossadas, porque mesmo essa mama está quase a acabar.

O comandante Eurico Gonçalves e o diplomata Garcia Neto foram estudantes do Liceu Salvador Correia. Colegas de alguns golpistas, como Juca Valentim. Dois jovens brilhantíssimos da geração de 40 e 50. Foram indubitavelmente assassinados pelos golpistas. Há testemunhas, há depoimentos, há provas indesmentíveis. Eurico foi estudar para Portugal e depois juntou-se à guerrilha. Foi o comissário político da Frente Norte. Como não patenteou vigaristas e mentirosos, mataram-no. 

Garcia Neto foi estudar para Portugal. Integrou as células clandestinas do movimento e foi preso no famoso processo do padre Joaquim Pinto de Andrade, na época presidente de honra do MPLA. Mataram-no por ter dito aos seus matadores que se todos regressassem às suas casas e depusessem as armas, seriam poupadas muitas vidas. Foi cuspido, insultado e torturado. Esses dois jovens da geração de 40 e 50 eram lixo? Não. Eram do melhor que o MPLA tinha. Dos melhores filhos do Povo Angolano.

Zé Van-Dúnem fez a recruta nas forças armadas portuguesas e quanto estava na especialidade foi preso. Sabia manejar armas. Quando chegou a Luanda, libertado do Campo de Concentração de São Nicolau (Bentiaba), recusou-se a ir defender as populações dos musseques dizendo que era político. Por isso era o luxo de uma noção. As armas sujam as mãos e quando disparam muitos carregadores ficam quentes pra burro! As balas dos inimigos, quando acertam, furam a pele, partem os ossos, rompem a carne, cortam artérias e matam.

Os golpistas, acima de tudo, eram covardes. Mas também irresponsáveis e desmedidamente ambiciosos. Quem os derrotou não tem que pedir desculpas a ninguém e muito menos perdão. Os seus familiares são oportunistas insanáveis. Querem fazer render o comércio das ossadas. Gente desavergonhada que não respeita ninguém, nem os parentes falecidos.

Parem com a negociata das ossadas e essa loucura de pôr em causa duas gerações de militantes e combatentes do MPLA que salvaram a Pátria da dependência estrangeira e da mutilação de vastos territórios. A esmagadora maioria dos jovens da geração de 40 e 50 que aderiu ao MPLA era e é contra os golpistas. Não se iludam. Não mintam. Não manipulem. Em 1992, nas primeiras eleições multipartidárias, o partido dos golpistas e de restos da Revolta Axctiva, o PRD, elegeu apenas um deputado. Nas eleições seguintes averbou 0,20 por cento dos votos e foi extinto, Os golpistas e seus familiares não representam nada nem ninguém. Não é por terem os favores do ministro Francisco Queiroz que passam a valer alguma coisa. Ele próprio vale menos do que excrementos de catuitui.

*Jornalista

Angola | Mais de 14 milhões de cidadãos aptos para votar a 24 de Agosto

Mais de 14 milhões de eleitores estão habilitados a votar nas Eleições Gerais de 24 de Agosto deste ano, avançou, esta segunda-feira, em Luanda, o ministro da Administração do Território no acto de entrega definitiva do Ficheiro Informático dos Cidadãos Maiores (FICM) à Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Marcy Lopes acrescentou que, do total de 14.399.391 eleitores, 22.560 cidadãos actualizaram o registo eleitoral em 12 países e 26 cidades, nomeadamente, África do Sul, Alemanha, Bélgica, Brasil, França, Grã-Bretanha, Namíbia, Países Baixos, Portugal, República Democrática do Congo, Congo e Zâmbia.

A entrega definitiva do FICM à CNE encerra um ciclo de Registo Eleitoral Oficioso, realizado de Setembro de 2021 a Abril de 2022, configurando uma obrigação legal para o recenseamento correcto e actualizado de dados dos cidadãos eleitores, cujo processo foi conduzido pelo Ministério da Administração do Território (MAT).

O ministro Marcy Lopes explicou que entraram para a base de dados os cidadãos detentores de Bilhete de Identidade, quer os que residem em território nacional, como os residentes no exterior do país, cujos cálculos apontam para cerca de 10 milhões. Da base de dados constam, também, os cidadãos que completaram 18 anos depois das Eleições Gerais de 23 de Agosto de 2017.

O processo permitiu, igualmente, eliminar da base de dados os registos duplicados. Neste caso, foram feitas 501.768 consultas a partir do aplicativo digital criado para o efeito, onde receberam 2.139 reclamações, das quais 1.287 foram atendidas e autorizadas, e 852 rejeitadas por não caberem no âmbito legal das reclamações. Marcy Lopes explicou o processo de ajustes e correcção demorada.

Em relação à fiabilidade dos dados, o ministro afirmou que não existem margens de erro no processo, porque, acrescentou, o que fazem é incluir o ficheiro na base de dados de todos os cidadãos que, do ponto de vista legal, existem e estão em condições de votar.

"Quando fazemos o registo eleitoral nas zonas de difícil acesso, recolhemos dados das pessoas que existem, e elas estão bem identificadas e localizadas, por via dos mecanismos de registo com prova testemunhal”, frisou.

Pontualizando, a seguir: "as demais pessoas que constam da base do Bilhete de Identidade, por exemplo, nós sabemos que estão lá, e elas migram para a nossa base, mas não temos como provar se determinada pessoa existe ou não, a menos que seja por via de um documento do Ministério da Justiça que vem atestar se o cidadão já é falecido ou não”. 

Angola | A Maka dos Ossos Vai Durar e Dá Dinheiro -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Os familiares dos assassinos do 27 de Maio de 1977 já correram o cardápio todo desde que lhes começou a cheirar às eleições. Eles farejam o dinheiro a quilómetros de distância e estão sempre prontos a facturar e cobrar os 30 dinheiros da traição. Já li de tudo. Os que reduziram o golpe de estado a uma inofensiva manifestação de massas, protestando contra a demissão de Nito Alves e Zé Van-Dúnem. Outros dizem que os comandantes do Estado-Maior General das FAPLA foram mortos numa conspiração do  Estado. 

Na contenção do golpe e nos dias seguintes morreu um milhão de pessoas. Não, 500 mil. Nada disso, 100 mil. Bem, foram 30 mil. E até agora nem 500 certidões de óbito foram emitidas. Mas o ministro da Justiça esconde esses números para chamar heróis aos assassinos. E pôs os seus familiares a perdoarem-lhes o supremo crime de se deixarem matar.

A quadrilha manifestou-se hoje no Club K na escrita (?) de Paulo Inglês. Este junta todas as aldrabices num só texto e solta todas as provocações num lençol de dez parágrafos. Uma caldeirada intragável. Diz que o 27 de Maio não foi um azar mas “uma acção deliberada a nível da estrutura superior do partido”. Para esta alimária, o golpe foi desencadeado pelo Bureau Político do MPLA. Este é discípulo do Adalberto da Costa Júnior e garante que o golpe foi “produzido e induzido pelas rádios e o sinistro Jornal de Angola”.

Na época só existia a Rádio Nacional de Angola. Mas além do Jornal de Angola também existia o Diário de Luanda. Este nem merece uma referência do Paulo Inglês. Porque a camarilha de Nito Alves, em Junho de 1976, demitiu a direcção do jornal, acusando os demitidos de “sabotadores do processo produtivo”. Crime que dava fuzilamento ou, no mínimo, internamento no Bentiaba (campo de concentração de São Nicolau). Por acaso, foi Lúcio Lara, Pedro Maria Tonha (Pedalé), David Moisés (Ndozi) e Eurico Gonçalves que os salvaram.

O Diário de Luanda, desde então passou a ser dirigido por Vergílio Frutuoso, nitista, e tornou-se uma filial da agência noticiosa Novosti. Sendo o órgão oficial dos golpistas, acabou no da 28 de Maio de 1977. O director foi preso e expulso de Angola já que era cidadão português, recrutado por Sita Vales. Merece todo o respeito porque desde então nunca mais abriu a boca. Ele sabe o que fez e o que fizeram os golpistas. Não atira com achas para a fogueira das aldrabices e dos ataques a quem enfrentou e derrotou os participantes no golpe.

Este Paulo Inglês anda a injectar na veia coisas que fazem viajar e delirar ou a fumar muito boi. Diz ele que nenhum partido no mundo matou tantos membros, tantos militares seus. E escreve: “Curiosamente, a FNLA e a UNITA os arqui-inimigos do MPLA não mataram tanto e em tão pouco tempo militantes e militares como ele fez com os seus. Não era um nós contra eles, era um entre nós”! A geração que nasceu no final dos anos 40 e durante os anos 50 “era a geração mais urbanizada, formada, cosmopolita, idealista dos últimos 170 anos da colonização. Era a mais politizada, e bem informada; universitários, funcionários públicos, jovens militares, jornalistas, artistas, futebolistas que foi toda enviada para a morte sem dó nem piedade”

Mais esta: “ Era a nata e o luxo de que uma nação se pode orgulhar (…) Mas estes filhos foram enviados para a morte pelo pós-independência! De forma mais cruel e indigna!” E o escriba lembra o julgamento dos mercenários. Não é o único. Outros usam o mesmo argumento desastrado. Pelos vistos, os apoiantes dos golpistas acham que eles deviam ser tratados como mercenários! Falta de respeito. 

Os golpistas decapitaram o Estado-Maior General das FAPLA. Mataram o ministro das Finanças. Mataram altos funcionários do Estado. Tudo isto num país em guerra e que acedeu à independência apenas um ano e meio antes, num clima de guerra generalizada. Tomaram de assalto a Rádio Nacional (única no país), a IX Brigada, a sede da Direcção de Informação e Segurança de Angola (DISA), montaram postos de controlo nas ruas da cidade de Luanda onde prenderam, torturaram e mataram quem não lhes obedeceu. Os golpistas prenderam altos dirigentes do MPLA e do Estado nas suas casas. Outros conseguiram fugir. Andaram com tanques de guerra nas ruas atrás das suas vítimas. Prenderam, torturaram e mataram.

A diferença entre eles e os mercenários é simples de perceber. Só um miserável mental com o intestino grosso ligado ao cérebro não percebe. Os golpistas eram angolanos! Os portugueses que entraram no golpe foram expulsos. Os soviéticos e polacos que aderiram ao golpe, fugiram na madrugada de 27 de Maio ou foram expulsos depois. Golpistas, mas angolanos. Pagaram pelos seus crimes, como angolanos. A Justiça Popular funcionou. Os Tribunais Populares Revolucionários funcionaram. Os Tribunais Marciais funcionaram. Se os golpistas tivessem triunfado, também recorriam à Justiça Revolucionária. E à pena de morte, que na época existia. Era aplicada a quem cometesse crimes tão graves como aqueles que eles cometeram. Paulo Inglês não sabe mas eu digo-lhe: Foi um Tribunal Marcial que condenou e mandou executar o Comandante Miro, na I Região Político-Militar do MPLA.

Uma das causas do 27 de Maio de 1977 foi o oportunismo da tal geração urbanizada, educada e politizada, que após o 25 de Abril de 1974 se pôs em bicos de pés para se assenhorar do poder após a Independência Nacional. A lógica delas e deles era esta. Esses que fizeram a luta armada são matumbos, analfabetos, só sabem fazer a guerra nas matas e nas lavras de mandioca. Não podem aceder ao poder. Nós vamos governar e damos-lhes a ração diária de fuba e pexe seco. E mais: Nós é que criámos problemas aos colonialistas, distribuímos panfletos e fomos presos. Estudamos muito. Sabemos de política e economia. Os da guerrilha ficam com uma pensão do Estado e nós mandamos.

Para triunfarem, fizeram uma aliança com os guerrilheiros da I Região. Eles entravam com a sabedoria e os combatentes davam-lhes o brasão de quem pegou em armas contra o colonialismo. Nito Alves era um básico, foi instrumentalizado. Mas Monstro Imortal instrumentalizou, manobrou, conspirou e avançou para o golpe. Infelizmente, ainda hoje não perceberam que os comandantes das FAPLA, regra geral, eram homens de elevadíssimo nível político. Eram políticos obrigados a pegar em armas para derrubar o colonialismo. E fizeram isso tão bem que aqui estamos, livres e independentes. Em vez de gratidão, um punhado de irresponsáveis, ambiciosos e oportunistas tentou derrubá-los com um golpe de estado. Perderam. O Povo Angolano deve muito aos que enfrentaram e derrotaram os golpistas.

*Jornalista

CENTENAS DE PESSOAS MORREM ENQUANTO SOMÁLIA ENFRENTA FOME

#Traduzido em português do Brasil

A Somália registra centenas de mortes à medida que a seca piora e o país enfrenta fome

Uma seca no Chifre da África levou quatro dos filhos de Owliyo Hassan Salaad este ano. 

Agora ela embala Ali Osman, seu fraco e choroso filho de 3 anos, que ela carregou em uma caminhada de 90 quilômetros de seu vilarejo até a capital da Somália, frenética para não perdê-lo também.

Ela mal pode falar sobre os corpos jovens enterrados em casa na terra seca demais para plantar enquanto ela está sentada no chão de uma clínica de tratamento de desnutrição cheia de mães preocupadas.

O número de mortos está aumentando rapidamente em meio à pior seca da região em quatro décadas. De acordo com dados não divulgados anteriormente fornecidos à Associated Press , pelo menos 448 pessoas morreram este ano em centros de tratamento de desnutrição apenas na Somália.

As autoridades da Somália, Etiópia e Quênia estão agora se concentrando no difícil desafio de evitar a fome.

'Morte silenciosa'

Muitas outras pessoas estão morrendo sem o conhecimento das autoridades, como os quatro filhos de Salaad, todos com menos de dez anos. Alguns são mortos em assentamentos pastoris isolados. Algumas pessoas morrem enquanto realizam missões de resgate. Alguns morrem mesmo depois de chegar aos centros de deslocamento porque estão com fome além da ajuda.

“Definitivamente milhares” morreram, disse o coordenador humanitário da ONU para a Somália, Adam Abdelmoula, a repórteres na terça-feira, embora os dados para apoiar isso ainda estejam por vir.

Salaad teve mais quatro filhos com o marido. Eles estavam fracos demais para viajar para Mogadíscio, ela explicou.

A seca vem e vai no Chifre da África, mas desta vez é como nenhuma outra. A assistência humanitária foi minada por crises globais como a pandemia de COVID-19 e agora a guerra na Ucrânia . Os preços de produtos básicos como trigo e óleo de cozinha estão subindo rapidamente, em alguns lugares em mais de 100%.

Milhões de animais que fornecem leite, carne e riqueza às famílias morreram. Até a comida para tratar pessoas famintas como o filho de Salaad está ficando mais cara e, em alguns lugares, pode acabar. Assim, pela primeira vez, uma quinta estação chuvosa consecutiva pode falhar.

Uma “explosão de mortes de crianças” está chegando ao Chifre da África se o mundo se concentrar apenas na guerra na Ucrânia e não agir agora, disse o UNICEF na terça-feira.

A fome ameaça até a capital da Somália à medida que os campos de deslocados nos arredores de Mogadíscio se enchem de recém-chegados exaustos. Salaad e seu filho se afastaram de um hospital lotado depois de chegarem há uma semana.

Em vez disso, eles foram enviados para o centro de tratamento para os extremamente desnutridos, onde os quartos estão cheios, camas extras foram colocadas e, no entanto, algumas pessoas devem dormir no chão. As mães estremecem e os bebês choram, enquanto corpos minúsculos com feridas e costelas salientes são cuidadosamente examinados em busca de sinais de recuperação.

“O centro está sobrecarregado”, disse Mustaf Yusuf, médico local. As internações mais que dobraram em maio para 122 pacientes.

'Drama sem testemunha'

A resposta lenta da comunidade internacional não ajudou. Na época, o coordenador humanitário da ONU para a Somália descreveu a situação como "um drama sem testemunhas". Os alarmes estão disparando novamente.

Mais de 200.000 pessoas na Somália enfrentam “ fome e fome catastróficas , um aumento drástico em relação às 81.000 previsões em abril”, disse um comunicado conjunto de agências da ONU na segunda-feira, observando que um plano de resposta humanitária para este ano é apenas 18% financiado.

A Somália está longe de estar sozinha. De acordo com a UNICEF, o número de crianças tratadas para a desnutrição mais aguda - " a ponta do desastre " - aumentou 27% nas regiões afetadas pela seca da Etiópia no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

No Quênia, onde os Médicos Sem Fronteiras relataram pelo menos 11 mortes no programa de tratamento de desnutrição de um único condado no início deste ano, o aumento foi de 71%.

Os recém-chegados ficaram devastados ao se lembrarem de ver membros da família morrerem em um dos campos de deslocados de Mogadíscio.

“Deixei alguns dos meus filhos para cuidar daqueles que sofrem”, disse Amina Abdi Hassan, que veio de uma vila no sul da Somália com seu bebê desnutrido. Eles ainda estão com fome enquanto a ajuda seca, mesmo na capital. “Muitos outros estão a caminho”, disse ela.

Al Mayadeen | agências

Ler em Al Mayadeen: 

Seca no Chifre da África leva 20 milhões à fome

Reino Unido | Boris mantém voos de deportação para o Ruanda apesar das críticas

A iniciativa do governo conservador foi criticada pela oposição parlamentar, organizações humanitárias, líderes religiosos e, segundo o jornal The Times, também, em privado, pelo Príncipe Carlos.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou esta terça-feira que o Governo não será "intimidado ou afetado" e que vai prosseguir com o plano de enviar migrantes ilegais para o Ruanda.

Durante o conselho de ministros semanal, Johnson garantiu que as numerosas críticas, "algumas de quadrantes ligeiramente inesperados", não o vão dissuadir de implementar a política controversa, que também foi contestada nos tribunais.

A iniciativa do governo conservador foi criticada pela oposição parlamentar, organizações humanitárias, líderes religiosos e, segundo o jornal The Times, também, em privado, pelo Príncipe Carlos.

"Vamos manter o nosso objetivo, que é o de garantir que fazemos uma distinção clara - que penso que todos podem apreciar ser justa e razoável - entre imigração legal para este país por vias seguras e legais, que apoiamos, defendemos e protegemos porque todos compreendemos os benefícios que traz, e migração ilegal perigosa através do Canal da Mancha, que pretendemos travar", justificou.

O líder conservador manteve que a deportação de requerentes de asilo recém-chegados, essencialmente homens solteiros, para o Ruanda é a única forma de demover os bandos criminosos que organizam a travessia marítima de França para a Grã-Bretanha.

Johnson passou esta mensagem horas antes de o primeiro voo descolar para o país africano, esta noite, embora ainda não se saiba quantos imigrantes estarão a bordo devido a uma série de ações judiciais individuais pendentes nos tribunais britânicos.

O executivo disse que o avião desta noite vai partir mesmo que transporte apenas um passageiro, a fim de criar um precedente para os traficantes de pessoas.

O Tribunal de Recurso britânico recusou na segunda-feira suspender a descolagem de aviões até julho, quando está previsto um julgamento para determinar se o plano do governo é legal, na sequência de uma ação judicial intentada por sindicatos e organizações não-governamentais.

Diário de Notícias | Lusa | Imagem: © EPA/Hollie Adams

Portugal | QUEM TEM MEDO DO SNS?

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

nfelizmente, hoje em dia só confia no Serviço nacional de Saúde quem não tem alternativa. Este fim-de-semana, morreu mais um bebé. Mas haverá quem pense que assim se salvou um pouco mais do SNS. Porventura, até o planeta. O mesmo se pode dizer da mortalidade materna, que agora atingiu o nível mais alto dos últimos 38 anos. A DGS diz que está a investigar - têm morrido muitas mulheres devido a complicações da gravidez, parto e puerpério. Estes números já estavam a deteriorar-se antes da louca gestão da covid, piorando em 2020. Note-se que se trata dos mais importantes indicadores da qualidade das respostas públicas neste sector.

Que porca miséria. A referida mulher perdeu o seu filho depois de se dirigir à urgência do hospital das Caldas da Rainha, encontrando-a encerrada por falta de médicos obstetras. Sucede que os problemas das urgências (também anteriores a este coronavírus) são gerais. Mais de 70 médicos desse serviço do Hospital de Almada pediram escusa de responsabilidade, por exemplo. Afirmam que foram atingidos todos os limites. Também o Hospital de Faro está, novamente, com falta de médicos pediatras. O hospital de Braga confirma estas enormes dificuldades. Etc.

Enfim, os casos empilham-se e representam um perigo para a vida dos portugueses.

Pelo contrário, e ao invés do que foi dito e repetido e repetido e repetido durante os longos meses covid, então as urgências estiveram vazias e a ocupação hospitalar a mínimos históricos. Muita gente olhará para estes factos da monitorização e do site da transparência e lembrar-se-á das intermináveis reportagens sobre filas de ambulâncias às portas dos hospitais ou o rosário de peças jornalísticas e entrevistas a ultra especialistas da lógica da batata sobre a ruptura do SNS nos invernos covid. Tirem as vossas conclusões.

Mas isto é apenas uma parte do problema do SNS. A última auditoria do Tribunal de Contas, realizada com dados de 2017, aponta que a atividade cirúrgica no Serviço Nacional de Saúde "não foi suficiente", assim como a diminuição dos rastreios oncológicos. Sucede que os dados mais recentes também não são melhores - os mortos deste maio são assustadores - a mortalidade não covid aumentou brutalmente, atingindo um máximo nestes últimos 40 anos. A mortalidade covid (tantos vacinados depois) também não é melhor. É pior do que antes das inoculações. Da mesma forma, existem ainda 1,3 milhões de portugueses sem médico de família. Pelo contrário, mais de cinco milhões de portugueses têm seguro privado ou subsistema de saúde. Será porque lhes sobra dinheiro no final do mês ou porque, realmente, têm medo do SNS? Por aquilo que dizia António Costa em 2020 é que não é de certeza: "Até agora não faltou nada no SNS e não é previsível que venha a faltar".

Portanto, se antes e depois da covid, a saúde pública foi neglicenciada, desinvestida e desmantelada - a favor dos privados (e não só) - porque é que alguém há-de achar que os governantes estavam preocupados com o SNS durante a gestão da covid? A sério? Mas alguma vez estiveram?! Pior. Alguém crê que estavam a tentar defender a nossa saúde? A salvar-nos? Vá, haja um leitor ou dois que coloque o dedo no ar agora, não vá a sinistra ministra desatar a chorar. Pois é. Pobre mãe que procurou a esperança no SNS apenas para encontrar uma porta blindada. Está visto que só estes políticos é que se vão safar. A não ser que os despachemos. Urgente.

*Psicóloga clínica.
Escreve de acordo com a antiga ortografia

Portugal | SE CALHAR


Henrique Monteiro | Henricartoon

BATALHA DE SEVERODONETSK: FORÇAS UCRANIANAS CONDENADAS À DERROTA

A partir de 13 de junho, a feroz batalha pela cidade de Severodonetsk continua. Os últimos dias foram marcados por vários incidentes que confirmaram a situação deplorável das Forças Armadas da Ucrânia na cidade. A AFU (Ucrânia) confirmou a perda de controle sobre o centro de Severodonetsk.

Assessor do ministro Yuri Sak em entrevista à Deutsche Welle disse que a situação nas Forças Armadas da Ucrânia em Severodonetsk é muito difícil, mas os eventos estão se desenvolvendo de forma mais intensa. O Ministério da Defesa da Ucrânia confirmou que as forças russas têm vantagem significativa no poder de fogo e comparou a situação na cidade ao bloqueio das forças ucranianas na Azovplant em Mariupol.

As AFU ainda estão escondidas na zona industrial e na fábrica de Azot, bem como na rede ferroviária adjacente. O tamanho da zona industrial de Severodonetsk é de cerca de 6 km2. No zest está localizado perto de campos e florestas que levam ao rio Seversky Donets. A defesa da zona industrial é realizada pelas unidades da 4ª brigada de propósito especial da Guarda Nacional, a 115ª brigada das Forças Armadas da Ucrânia, a 118ª brigada de defesa territorial e alguns destacamentos dos grupos mercenários.

Em 12 de junho, o comandante da AFU na área metropolitana de Severodonetsk-Lisichansk, major-general Nikolyuk, teria dado ordem para explodir a Ponte Proletária sobre Seversky Donets para impedir que as unidades que defendem a zona industrial de Severodonetsk deixassem a área. Por sua vez, os militares ucranianos culparam as forças russas pela destruição da ponte.

Como resultado, os militares ucranianos foram bloqueados e só podiam deixar a área nadando pelo rio ou se rendendo às forças russas que avançavam.

"Severodonetsk está realmente bloqueado depois que os ucranianos explodiram a última ponte que os ligava a Lisichansk no domingo", disse o vice-chefe do Departamento da Milícia Popular da RPD Basurin. Segundo ele, os militares ucranianos que permanecem lá têm uma escolha – se render ou morrer, não há outra opção.

As imagens da área confirmaram que o prédio da empresa científica e de produção “Impulse” em Severodonetsk foi destruído como resultado dos confrontos. A Impulse era a única fábrica na Ucrânia que produzia componentes para usinas nucleares.

Em 11 de junho, o embaixador da LPR na Federação Russa, Rodion Miroshnik, afirmou que o número de militares ucranianos na empresa chega a 300-400 militares. Além disso, pode haver cerca de 500 civis na fábrica.

Os militantes ucranianos bloqueados supostamente exigiram libertá-los para Lisichansk com reféns. Miroshnik observou que as negociações estavam em andamento sobre a evacuação segura de civis.

No dia seguinte, 12 de junho, alguns civis deixaram a área da fábrica de Azot para os militares russos. Eles saíram pelo segundo posto de controle da fábrica de produtos químicos. O fato confirmou que a área do posto de controle não é controlada por militantes ucranianos. O número de civis evacuados não foi revelado. É relatado que alguns dos reféns permanecem na área industrial.

A AFU continua bombardeando as áreas residenciais tomadas sob controle russo. As imagens de satélite da cidade confirmaram que grandes incêndios eclodiram na cidade e áreas próximas.

O fogo é realizado por artilharia ucraniana na zona industrial, bem como de posições ucranianas na cidade de Lisichansk.

Ao mesmo tempo, duelos de artilharia chegaram à cidade de Lisichansk. Como resultado, os civis que não foram evacuados da cidade sofrem.

Enquanto isso, os militares ucranianos estão reforçando suas forças na cidade. Outro grupo de 80 combatentes teria chegado lá no dia anterior para fortalecer as defesas ucranianas. No entanto, isso parece não ser suficiente para impedir o avanço russo.

O funcionário do Departamento de Defesa dos EUA afirmou ao Washington Post que o exército russo deu a garantia de assumir o controle total de todo o território da República Popular de Luhansk dentro de algumas semanas. A área metropolitana de Severodonetsk-Lisichansk é o último reduto da AFU na República.

South Front

KIEV PERDE A ESPERANÇA E O OCIDENTE RECONHECE A REALIDADE

#Traduzido em português do Brasil

Na tentativa de despertar mais simpatia de seus parceiros ocidentais, o regime de Kiev está mudando sua retórica e até começando a reconhecer a real situação do exército ucraniano no campo de batalha.

Em 12 de junho, Vladimir Zelensky assinou uma lei que permite ao comando ucraniano usar combatentes de defesa territorial para realizar tarefas em áreas de operações militares.

A Defesa Territorial é uma estrutura paramilitar criada na esteira do Euromaidan. No início de 2022, suas brigadas incluíam cerca de dois milhões de combatentes.

As chamadas unidades Teroborona consistem em ativistas Maidan, nacionalistas e veteranos da guerra em Donbass. Basicamente, não são militares profissionais, mas sim civis que não receberam o treinamento necessário. Eles foram usados ​​principalmente como grupos armados servindo aos interesses do comércio local.

Anteriormente, os membros de Teroborona estavam isentos do recrutamento em caso de hostilidades na Ucrânia. No entanto, após o início da operação militar da Rússia, alguns deles tiveram que participar de hostilidades para as quais não estavam preparados moral ou tecnicamente.

Dezenas de unidades ucranianas reclamaram das enormes perdas e falta de armas e treinamento, apontando que foram enviadas ilegalmente para as linhas de frente.

Como resultado, o decreto de Zelensky legalizou o envio de membros não treinados de Teroborona para a frente como bucha de canhão para o exército russo profissional. A atual decisão de Zelensky confirma as enormes perdas das Forças Armadas da Ucrânia.

O presidente da Ucrânia já admitiu que a Ucrânia está perdendo para a Rússia em tecnologia e não é capaz de realizar ações ofensivas. Ele confirmou que a ofensiva ucraniana é impossível.

Em 12 de junho, um dos principais propagandistas do regime de Kiev, Alexey Arestovich, afirmou que uma parte significativa dos militares ucranianos poderia se juntar ao exército russo.

Segundo ele, se o Ocidente não ajudar a Ucrânia, 500 mil ucranianos se juntarão aos 1,5 milhão de membros do serviço da Federação Russa e da República da Bielorrússia, após o que essas forças supostamente entrarão em guerra com a Europa.

Arestovich confirmou o sentimento pró-Rússia entre grande parte da população da Ucrânia, inclusive entre os militares.

As reclamações e ameaças de Zelensky de Arestovich não tiveram resultado e o Ocidente não acredita mais na vitória da Ucrânia.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou que a paz na Ucrânia só é possível se Kiev fizer concessões territoriais. Por sua vez, a OTAN está ajudando o regime de Kiev a pagar o preço mais baixo.

Assim, a histeria entre os líderes do regime ucraniano e o reconhecimento da inevitável derrota de Kiev na guerra confirmam que as mudanças nas táticas militares do comando russo estão dando frutos. A trituração ordenada das forças ucranianas nas pequenas caldeiras do Donbas continua.

South Front

UCRÂNIA: ENGANOS, ARROGÂNCIA E INCOMPREENSÃO

Segundo os serviços de informação britânicos, estas tatuagens são apenas decorativas. Acham isso?

Thierry Meyssan*

A guerra na Ucrânia só ocorre, em primeiro lugar, devido à ignorância dos Ocidentais sobre o que se passava na Ucrânia e, por outro lado, por uma série de enganos e de arrogância. Os Ocidentais, centrados em si mesmos, incapazes de pensar como os seus interlocutores, nunca pararam de se enganar. Finalmente, quando as operações militares chegarem ao fim e os Russos tiverem atingido os seus objetivos publicamente enunciados desde o primeiro dia, até poderão convencer-se de ter ganho. Resumindo, a única coisa que conta para os Ocidentais, não é poupar vidas humanas, mas guardar a convicção de se manter no “lado certo” da História.

A guerra na Ucrânia é interpretada de forma muitíssimo diferente segundo de se é Ocidental ou Russo. A experiência anterior de todos condiciona a sua interpretação de palavras e dos acontecimentos. De facto, ninguém reage às mesmas coisas e busca as mesmas informações que os outros. Em última análise, os dois campos não têm de forma alguma a mesma percepção da realidade. Esta sucessão de enganos e de arrogância desencadeia uma incompreensão que pode involuntariamente favorecer um grande conflito.

OS BANDERISTAS (NAZIS)

Os dois campos, que combateram lado a lado face ao nazismo, não vivenciaram as coisas da mesma forma durante esse período e por conseguinte não conservam a mesma memória.

A imprensa russa não distingue os banderistas dos nazistas. Trata-se para ela de despertar a memória da « Grande Guerra Patriótica » ( dita no Ocidente: « Segunda Guerra Mundial »). Quando a Alemanha atacou a Rússia, em Junho de 1941, esta não estava pronta. O choque foi brutal. Stalin só conseguiu unir o seu povo aliando-se à Igreja Ortodoxa, que havia até aí atacado, e libertando os seus opositores políticos condenados ao Gulag. Evocar hoje em dia esse período, significa assumir o compromisso de reconhecer o lugar de cada um, desde que defenda a Nação.

Os Russos sentem os banderistas/nazis contemporâneos como um perigo existencial para o seu Povo. Ao assumir isto, têm razão porque os nacionalistas ucranianos consideram que « nasceram para erradicar os Moscovitas ».

Portanto, todos os ataques ocidentais contra a pessoa de Vladimir Putin estão fora de sintonia e são ineficazes. Aos opositores russos, esse assunto nada diz. Quer o apreciem ou o combatam, Putin é o seu chefe, tal como Stalin havia sido a partir de Junho de 1941.

A imprensa ocidental, por sua vez, também equipara os banderistas aos nazis, mas antes para relativizar mais facilmente a sua importância. Na memória das populações da Europa Ocidental, o nazismo só ameaçava as minorias. Em primeiro lugar os doentes mentais e os velhos incuráveis, depois os judeus e os ciganos foram separados do colectivo a fim de desaparecer. Ao contrário, os Eslavos lembram-se de exércitos que avançavam, arrasando uma a uma todas as aldeias que tomavam. Nada sobrevivia. Não apenas o nazismo mete menos medo aos Europeus Ocidentais, como ainda os Anglo-Saxónicos suprimem discretamente os símbolos que possam reavivar essa memória. Por exemplo, no fim de Maio, os conselheiros de comunicação britânicos mudaram o emblema do Regimento Azov. Eles substituíram o gancho de lobo (Wolfsangel), associado à divisão SS Das Reich, por três espadas em tridente evocando a República nacional Ucraniana (1917-20). Ao fazê-lo, fizeram desaparecer uma insígnia nazi para a substituir por uma insígnia anti-bolchevique. Ora, no imaginário europeu ocidental, equipara-se a União Soviética à Rússia, esquecendo que a maioria dos dirigentes soviéticos não eram russos.

Os conselheiros de imagem britânicos garantem que os nazis/banderistas ucranianos são comparáveis aos nazis ocidentais actuais : grupúsculos marginais de raivosos. Eles não negam a sua existência, mas sugerem que não têm a mínima importância. Tratam também ao mesmo tempo de apagar os vestígios da sua actividade parlamentar e governamental desde a independência, em 1991, assim como as imagens dos monumentos que lhes foram erguidos, um pouco por todo o lado, no país.

De 1991 a 2014, os jornais do mundo inteiro ignoraram a lenta reconstituição dos banderistas na Ucrânia. No entanto, em Fevereiro de 2014, durante o derrube do Presidente eleito Viktor Ianukovych, todos os jornalistas que cobriam a « Revolução da Dignidade » ficaram chocados com o papel central das milícias da extrema-direita nas manifestações. Os média (mídia-br) do mundo inteiro publicaram reportagens sobre esses estranhos « nacionalistas » arvorando cruzes gamadas (suásticas). Mas a imprensa ocidental cessou bruscamente suas investigações, um mês mais tarde, quando a Crimeia, recusando a chegada ao Poder destes extremistas, proclamou a sua independência. Continuar a dar conta da deriva da Ucrânia teria sido dar razão à Federação da Rússia que havia aceitado a sua união. A partir daí e durante 8 anos, nenhum média ocidental investigou por exemplo as acusações de sequestros e torturas em larga escala que varreram o país. Por terem deliberadamente ignorado os banderistas durante este período, já não são capazes de estimar o seu papel político e militar hoje em dia.

Esta cegueira prosseguiu com a evolução do Poder ucraniano durante a guerra. A imprensa ocidental ignora tudo sobre a ditadura em vigor: confisco pelo Estado de todos os meios de comunicação, prisão de personalidades da Oposição, confisco dos bens de pessoas que evocam os crimes históricos dos banderistas e dos nazis, etc. Pelo contrário, a imprensa russa não perde nada desta súbita evolução e culpa-se por ter fechado os olhos durante muitos anos.

Pela nossa parte, demos conta por escrito —com atraso— da história dos banderistas; um assunto ao qual nenhum livro foi consagrado, sinal que a Ucrânia sob este ângulo não fascinava ninguém. O nosso trabalho, traduzido numa dúzia de idiomas, acabou por tocar muitos responsáveis militares e diplomatas ocidentais. Estes últimos fazem agora pressão sobre os seus governos para que não apoiem mais estes inimigos da humanidade.

Coincidência? Um exercício-simulação de varíola de macaco em Março de 2021

Varíola de macaco só apareceu na Europa e nos EUA em Maio de 2022

Um exercício simulando uma epidemia mundial de varíola do macaco foi organizado, há quinze meses, em Março de 2021, pela Nuclear Threat Initiative e pela Conferência de Segurança de Munique. Não tendo sido possível realizar a reunião anual de Munique devido à epidemia de Coronavírus, os debates tiveram lugar por vídeo em Fevereiro.

A varíola de macaco só apareceu na Europa e América do Norte em Maio de 2022.

A Nuclear Threat Initiative (Iniciativa da Ameaça Nuclear-ndT) organizou outros exercícios comparáveis em 2019 e 2020. Eles foram coordenados em conjunto com a Organização Mundial da Saúde e o Banco Mundial, não tendo sido divulgada nenhuma informação sobre a sessão de 2022 (foto).

Estes exercícios são distintos dos organizados pelo Johns Hopkins Center for Health Security e pela Fundação Bill & Melinda Gates juntamente com o Fórum de Davos.

Voltairenet.org | Tradução Alva

AS NOVAS FÁBRICAS DO CAPITALISMO

#Publicado em português do Brasil

Digitalização não acabou com a indústria – ao contrário, tornou-a onipresente. Ela invade a casa e alicia até crianças. Algoritmo é o capataz. Exige pouca qualificação. Captura o tempo livre e o do cuidado. Esgota corpos e mentes. Não tem fronteiras

Moritz Altenried*  em entrevista ao Digilabour | em Outras Palavras | Imagem: David Plunkert

Recentemente, ele lançou o livro The Digital Factory: the human labor of automation (A fábrica digital: o trabalho humano de automação, em tradução livre). Altenried aborda trabalhadores em diversos setores, como moderadores de conteúdo, entregadores, quem trabalha em galpões da Amazon, gamers, e otimizadores de mecanismos de busca. Este é mais um livro que mostra o papel do trabalho humano no estágio atual do capitalismo. Moritz Altenried explora questões de divisão do trabalho, geografias, e as lutas dos trabalhadores.

Em entrevista ao DigiLabour, Altenried explica o que significam essas fábricas digitais, a noção de taylorismo digital, o papel das infraestruturas, da migração e do gênero, além de analisar as questões em comum nos setores analisados por ele no livro.

Digilabour: Uma das coisas mais interessantes do seu livro é a variedade de setores analisados, como logística, games, crowdwork e mídias sociais. Quais são as semelhanças entre os setores? 

Moritz Altenried – A ideia por trás de olhar para esses locais muito diferentes era testar as ideias e hipóteses do livro em diferentes setores e locais para pensar em desenvolvimentos mais amplos que caracterizam as atuais transformações do trabalho e do capitalismo. Ao mesmo tempo, eu queria dar conta da diversidade de regimes e situações de trabalho que encontramos globalmente, mesmo em um determinado local, como uma cidade. Assim, minha ideia é menos descrever uma nova forma paradigmática de trabalho, mas dar conta da heterogeneidade dos regimes de trabalho no capitalismo contemporâneo. Indiscutivelmente, essa mesma heterogeneidade é o traço que caracteriza o trabalho no capitalismo global de hoje.

Dito isso, eu estava interessado em um certo tipo do que chamo de fábricas digitais. O termo fábrica refere-se aqui menos a um edifício de concreto (também pode ser relacionado ao trabalho por plataformas ou aos setor de games), mas sim a locais em que as tecnologias digitais garantem e impõem regimes de trabalho às vezes curiosamente semelhantes aos das fábricas tayloristas no início do século XX, mesmo que pareçam completamente diferentes. Os trabalhadores que otimizam mecanismos de busca no Google, trabalhadores dos galpões da Amazon, trabalhadores por plataformas e testadores de jogos, entregadores ou gerentes de conteúdo em plataformas de mídias sociais são exemplos dos trabalhadores das fábricas digitais de hoje. Seu trabalho é repetitivo e estressante, muitas vezes chato, mas também pode ser emocionalmente muito exigente. Muitas vezes, requer pouca qualificação formal, mas um alto grau de habilidade e conhecimento. Essas formas de trabalho estão inseridas em sistemas digitais, mas – pelo menos por enquanto – não automatizáveis.

No livro, uso o termo taylorismo digital para descrever novos modos de padronização, decomposição, quantificação e vigilância do trabalho mediado por tecnologias digitais. E isso é observável em todos os diferentes lugares da minha pesquisa. Ao mesmo tempo, essas formas de gerenciamento algorítmico, organização digital e controle do trabalho permitem a rápida inclusão – e igualmente rápida expulsão – de forças de trabalho muito heterogêneas, muitas vezes migrantes, nos processos de produção. Podemos observar isso em diferentes indústrias. Estou tentando teorizar esse processo a partir do conceito de multiplicação do trabalho emprestado de Sandro Mezzadra e Brett Neilson.

Podemos pensar em um centro de distribuição da Amazon. Aqui, um processo de trabalho altamente padronizado e organizado digitalmente permite a inclusão flexível de trabalhadores temporários e sazonais para dimensionar a força de trabalho de acordo com a demanda flutuante, por exemplo, na época do Natal. Ou, para dar um exemplo de minhas pesquisas mais recentes, podemos pensar nas formas pelas quais as plataformas de trabalho, com seus contratos flexíveis e rígida supervisão digital dos trabalhadores são voltadas quase perfeitamente para a exploração de trabalhadores migrantes. Por meio do trabalho guiado por aplicativos multilíngues, há muito pouco treinamento necessário e um alto nível de controle sobre o processo de trabalho é facilmente alcançável. Uma alta flutuação na força de trabalho não é problema aqui. Pelo contrário, é parte do cálculo das plataformas que podem contar com um exército de reserva latente de – muitas vezes predominantemente migrantes – trabalhadores que podem ser admitidos e expulsos das plataformas com custos e problemas mínimos.

Afinal, polícia brasileira continua a procurar ativista e jornalista na Amazónia

A polícia brasileira informou que continua as buscas pelo ativista brasileiro e o jornalista britânico desaparecidos na Amazónia, após familiares de uma das vítimas relatarem terem sido informados sobre o alegado encontro de seus corpos, facto depois desmentido.

"O comité de crise, coordenado pela Polícia Federal do Amazonas, informa que as buscas do Sr. Bruno [Araújo] Pereira e do Sr. Dom Phillips foram realizadas até às 18:00 (horário de Brasília) de hoje, mas nada foi encontrado", disse em comunicado a Polícia Federal brasileira.

"Além dos esforços concentrados no referido local, as buscas continuaram em outras áreas do rio Itaquaí e as investigações continuam sendo realizadas de forma técnica, sem que esforços materiais e humanos sejam poupados para a completa elucidação dos factos", acrescentou.

Citando sobre pistas encontradas nas buscas no domingo, a polícia brasileira reforçou que "quanto ao material orgânico aparentemente humano e as amostras de sangue anteriormente coletados, informa-se que a perícia está sendo realizada e o resultado deverá sair no decorrer dessa semana".

No início da manhã, a mulher do jornalista Dom Phillips, Alessandra Sampaio, relatou a um jornalista da TV Globo ter sido informada sobre o encontro de dois corpos na área de buscas por autoridades brasileiras, que contactaram familiares do jornalista no Reino Unido.

O jornal The Guardian também publicou uma reportagem com depoimento do cunhado de Phillips, Paul Sherwood, que relatou ter sido procurado pela embaixada brasileira no Reino Unido, que lhe passou a informação sobre o alegado encontro de dois corpos nas áreas das buscas.

Na sequência da divulgação destas informações nos 'media' locais e do Reino Unido, a Polícia Federal brasileira divulgou uma nota ressaltando que "não procedem as informações que estão sendo divulgadas a respeito de terem sido encontrados os corpos do Sr. Bruno Pereira e do Sr. Dom Phillips."

"Conforme já divulgado, foram encontrados materiais biológicos que estão sendo periciados [examinados] e os pertences pessoais dos desaparecidos. Tão logo haja o encontro, a família e os veículos de comunicação serão imediatamente informados", acrescentou a autoridade policial brasileira.

A embaixada brasileira no Reino Unido, por sua vez, ao ser questionada sobre as informações relatadas pelo cunhado de Phillips confirmou em nota que tem mantido contactos com a família do jornalista britânico, negando-se a relatar o conteúdo destas conversas.

"A embaixada não se pronunciará sobre o conteúdo desses contactos. Informações atualizadas sobre o caso devem ser solicitadas às autoridades responsáveis, no Brasil", acrescentou a nota da embaixada brasileira no Reino Unido.

Dom Phillips, jornalista e colaborador do jornal The Guardian, e Bruno Araújo Pereira, ativista que militava em favor dos direitos dos indígenas, estão desaparecidos desde 05 de junho, no Vale do Javari, região remota e de selva na Amazónia brasileira perto da fronteira com Peru e Colômbia, onde realizavam uma investigação sobre ameaças de invasores e criminosos contra os indígenas.

No domingo, o Comité de Gestão de Crise, criado para coordenar as buscas e chefiado pela Polícia Federal brasileira, informou que o Corpo de Bombeiros havia encontrado uma mochila com um computador e outros itens pessoais dos desaparecidos.

A mochila, que está sob investigação policial, foi amarrada a uma árvore numa área das margens do rio, cujo nível subiu nos últimos dias devido às chuvas, num local próximo à casa de Amarildo da Costa de Oliveira, mais conhecido como "Pelado".

Até agora, Oliveira, o único suspeito nos desaparecimentos, foi preso na sexta-feira depois que as autoridades encontraram vestígios de sangue num de seus barcos.

O suspeito foi visto no dia dos desaparecimentos atrás do barco em que viajavam o jornalista e o ativista.

O Vale do Javarí, segunda maior reserva indígena do Brasil, é conhecido por ser palco de conflitos dominados pelo narcotráfico, roubo de madeira e mineração ilegal.

Jornal de Notícias / agências / Imagem: Foto: Gianella Espinosa / EPA

Ler em Página Global:

Desaparecidos na Amazónia. Bolsonaro diz que foram encontrados restos humanos

PISTA TRÁGICA SOBRE OS DOIS DESAPARECIDOS NA AMAZÓNIA

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