terça-feira, 14 de junho de 2022

Reino Unido | Boris mantém voos de deportação para o Ruanda apesar das críticas

A iniciativa do governo conservador foi criticada pela oposição parlamentar, organizações humanitárias, líderes religiosos e, segundo o jornal The Times, também, em privado, pelo Príncipe Carlos.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou esta terça-feira que o Governo não será "intimidado ou afetado" e que vai prosseguir com o plano de enviar migrantes ilegais para o Ruanda.

Durante o conselho de ministros semanal, Johnson garantiu que as numerosas críticas, "algumas de quadrantes ligeiramente inesperados", não o vão dissuadir de implementar a política controversa, que também foi contestada nos tribunais.

A iniciativa do governo conservador foi criticada pela oposição parlamentar, organizações humanitárias, líderes religiosos e, segundo o jornal The Times, também, em privado, pelo Príncipe Carlos.

"Vamos manter o nosso objetivo, que é o de garantir que fazemos uma distinção clara - que penso que todos podem apreciar ser justa e razoável - entre imigração legal para este país por vias seguras e legais, que apoiamos, defendemos e protegemos porque todos compreendemos os benefícios que traz, e migração ilegal perigosa através do Canal da Mancha, que pretendemos travar", justificou.

O líder conservador manteve que a deportação de requerentes de asilo recém-chegados, essencialmente homens solteiros, para o Ruanda é a única forma de demover os bandos criminosos que organizam a travessia marítima de França para a Grã-Bretanha.

Johnson passou esta mensagem horas antes de o primeiro voo descolar para o país africano, esta noite, embora ainda não se saiba quantos imigrantes estarão a bordo devido a uma série de ações judiciais individuais pendentes nos tribunais britânicos.

O executivo disse que o avião desta noite vai partir mesmo que transporte apenas um passageiro, a fim de criar um precedente para os traficantes de pessoas.

O Tribunal de Recurso britânico recusou na segunda-feira suspender a descolagem de aviões até julho, quando está previsto um julgamento para determinar se o plano do governo é legal, na sequência de uma ação judicial intentada por sindicatos e organizações não-governamentais.

Diário de Notícias | Lusa | Imagem: © EPA/Hollie Adams

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